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A gestão da chapa Nossa Luta: as eleições para a reitoria e a visita de Geisel

No documento gisleneedwigesdelacerda (páginas 135-142)

4.2 As gestões do DCE na memória de seus militantes

4.2.2 A gestão da chapa Nossa Luta: as eleições para a reitoria e a visita de Geisel

Em seguida, Reginaldo Arcuri, ligado ao mesmo grupo, venceu as eleições, exercendo sua gestão de outubro de 1975 a outubro de 1976, com a chapa “Nossa Luta”. Segundo seu relato, isso aconteceu em um cenário de mudanças da própria ditadura militar.

Então, eu fui eleito em 1975 e foi um período extremamente complicado, aonde essa coisa de como a gente se movia, foi um grande aprendizado acho que nós fizemos a coisa certa pra época num momento em que o quadro da própria ditadura mudava muito. Esse por exemplo, foi o período em que o Manoel Filho, depois o Herzog foram assassinados em São Paulo. Então, tinha toda uma coisa de como reagir a essas questões, porque no fundo o Movimento Estudantil era um movimento de vanguarda, tinha um grande apoio, mas não era uma coisa como muitas vezes se tentava perceber, em que a relação do Movimento Estudantil como se resto da cidade fosse unívoca, fosse toda na mesma direção. (Reginaldo Arcuri, entrevista de pesquisa).

Neste contexto de início da abertura política, ainda marcado por momentos de retrocesso e repressões, deu-se o ano de liderança da chapa “Nossa luta”. Reginaldo Arcuri recorda que a gestão de 1975 buscava, como base, efetivar o DCE e os DA’s, numa forma de resistir ao governo, não seguindo uma linha, cuja defesa era o esvaziamento destas entidades como a melhor saída para a resistência aos militares.

Estávamos todos achando que era hora de você usar cada vez mais o DCE como uma ferramenta de luta contra a ditadura. Porque houve um período anterior em que no auge da repressão realmente pesada, o DCE foi tão esvaziado, porque muita gente acabou sendo presa no Congresso de Ibiúna, naquelas coisas, quando a UNE e a UEE foram destruídas, que houve gente que chegou a propor que a melhor forma de você mostrar a repulsa a ditadura era você deixar de ter DCE e DA’s, você realmente zerar a representação estudantil. E isso na verdade não prosperou, mas vira e mexe voltava essa coisa. E a nossa proposta, dessa chapa, da minha chapa, que chamava Nossa Luta, foi exatamente você fazer o inverso, quer dizer, usar todas as ferramentas que tivesse. E aí o que se fez? Primeiro no CEPE a gente tinha sempre uma discussão, no CEPE e no CONSU, uma discussão sobre a pauta, uma discussão política sobre a pauta. Você tinha algumas coisas que eram administrativas e tal, mas você tinha sempre uma discussão política para poder usar todas as oportunidades pra fazer enfim, gestos políticos. Em segundo lugar, a gente usou muito a gráfica, porque, parece bobagem, mas é muito importante isso. Numa máquina off set como essa você tem que ter matriz, que é onde você coloca o que você vai imprimir e pega a tinta e roda. E era muito caro fazer matriz. Então vira e mexe o DCE não tinha dinheiro pra fazer as coisas. Então na eleição do Ivan nós compramos uma máquina de fazer matriz. Então nós ficamos com o circuito fechado, nós publicávamos o que queríamos. E publicamos muita coisa. Tanto, editamos o Rei da Vela66, uma porção de textos acadêmicos, textos de seminários, e

a gente publicava o Jornal Universitário, que era uma coisa de divulgação e de combate a ditadura, enfim, as coisas da reitoria, etc. (Reginaldo Arcuri, entrevista de pesquisa).

Neste intuito, o DCE partiu para ações que valorizassem sua atuação contra a ditadura. Embrenhavam-se em constates discussões com a reitoria através do CEPE e do CONSU, em questões administrativas e políticas. Investiram na gráfica e na publicação de textos acadêmicos, livros e do Jornal Universitário, que era uma ferramenta de luta contra o regime militar.

Contudo, apesar dos constantes embates, Reginaldo Arcuri lembra que havia uma relação de respeito por parte da reitoria com a representação estudantil.

A relação com a reitoria era muito civilizada, no sentido de que eles nos respeitavam como representantes e como pessoas, mas sem abrir mão de que não era aquele sistema universitário que a gente queria, não eram aqueles conteúdos que a gente achava que eram os conteúdos que interessavam pra quem queria mudar o país, pra quem queria mudar o mundo. E obviamente o reitor era nomeado pelo presidente da república, que era um ditador de plantão. Então era uma luta honesta, mas uma luta permanente contra. (Reginaldo Arcuri, entrevista de pesquisa).

Arcuri lembra que dentro do contexto de ditadura os interesses dos estudantes não coincidiam com os da reitoria, visto que o reitor era um braço da ditadura dentro da universidade, já que era indicado pelos militares. Porém, nem o sistema de indicação do reitor ficou imune, tendo sido questionado durante a gestão 1975/1976.

66 O Rei da Vela, peça de Oswald de Andrade, é uma obra representativa da década de 30, e marca uma época de

preocupações e compromissos sociais. A peça é considerada o primeiro texto modernista para teatro. Nas experiências inovadoras anteriores, apenas a encenação tinha ares modernistas ao incluir a pintura abstrata nos cenários e afastá-los do realismo e do simbolismo. Mas o texto de Oswald de Andrade trata com enfoque marxista a sociedade decadente, com a linguagem e o humor típicos do modernismo.

O processo para eleger o sucessor do reitor João Martins Ribeiro aconteceria por meio de uma reunião do Conselho de Pesquisa, ensino e extensão e do Conselho Universitário, do qual participavam coordenadores de cursos, diretores de institutos e faculdades, o reitor em exercício e representantes do DCE; em um primeiro momento era realizada uma votação preliminar, na qual indicavam-se nomes a serem votados em uma nova reunião; dessa, formar-se-ia uma lista sêxtupla a ser encaminhada para a presidência da república que, finalmente, escolheria o reitor.

Para definirem, no processo de indicação de nomes para a lista sêxtupla, quais nomes seriam apoiados pelos estudantes para ocupar a cadeira de reitor, o DCE, em reunião do Conselho Acadêmico, decidiu realizar em maio de 1976, um plebiscito junto aos alunos da UFJF. O objetivo era abrir o debate de forma democrática, visando, contudo, restringir a entrada, na lista sêxtupla, de alguns professores considerados direitistas. Os estudantes tinham consciência dos limites de tal iniciativa, como vemos nas palavras do presidente do DCE na imprensa local: “pois sabemos que não temos nenhum poder de decisão sobre a escolha, mas podemos interferir de modo a impedir que prossiga um ciclo perigoso de esvaziamento de ideias na nossa universidade”67.

O plebiscito estudantil foi amplamente divulgado. Notícias nos jornais da cidade acompanharam todo o processo, vinculando explicações do DCE sobre ele. Também foi elaborada uma edição especial do Jornal Universitário, distribuída a todos os alunos, explicando as razões de tal atitude e convidando os estudantes a pensarem nas qualidades necessárias para que uma pessoa desenvolvesse, de forma competente, as funções de reitor de instituição de ensino federal; características das quais destacavam a luta por uma universidade livre e autônoma, que promovesse o diálogo entre aluno e professor, que incentivasse a pesquisa e a cultura, e que aproximasse universidade e comunidade.

Após o plebiscito, o Congresso Acadêmico realizou reunião, definindo seis dentre os doze nomes indicados pelos estudantes, que seriam levados pelos representantes do DCE à reunião em que era composta a lista sêxtupla, posteriormente enviada ao presidente Geisel. Na votação preliminar foram indicados 15 nomes, dentre os quais, seriam selecionados seis. Os estudantes realizaram grande debate e buscaram envolver os professores votantes com as opções indicadas pelos universitários durante o plebiscito, porém sem muito êxito.

Foram indicados para compor a lista sêxtupla: Sebastião de Almeida Paiva, Renato José Abramo, Aldemir Negrão Martins, Murilo Gonçalves do Amaral, José Geraldo Teixeira

e Wilson Beraldo. Dentre esses, três eram médicos, dois engenheiros e um advogado. Contudo, essa formação da lista sêxtupla foi considerada, pelo então presidente do DCE, Reginaldo Arcuri, como uma “ducha de água fria” sobre os estudantes, pois considerava que a posição dos estudantes seria determinante no resultado do processo.

Em declaração de Arcuri à imprensa local em 20 de junho de 1976, o mesmo destacava que os requisitos para um reitor não abrangem apenas o conhecimento da universidade, mas sim, dentro do contexto da sociedade brasileira, predispõe um domínio dos instrumentos políticos. Destacou, ainda, que a luta do Movimento estudantil deveria contemplar a formulação de uma consciência democrática, para que, assim, se pudesse ver com olhos de participação o processo de escolha dos reitores da UFJF68. Dessa forma, a iniciativa estudantil não obteve êxito em seu objetivo primeiro, contudo motivou uma reflexão entre os estudantes que se envolveram no processo, sobre a democracia na sociedade e na universidade. O plebiscito significou uma forma de resistência à imposição da ditadura e de luta democrática em nível local.

Na lembrança de Reginaldo Arcuri, outro fato marcante de sua gestão foi a visita do general Geisel à Juiz de Fora, em meio ao processo eleitoral que o sucederia no DCE, e sua negativa enquanto representante desse de receber o chefe da nação, fato que repercutiu no meio estudantil, prejudicando o apoio ao candidato de seu grupo à sucessão eleitoral.

Nós tivemos, por exemplo, um caso muito emblemático em relação a isso, que foi a visita do Geisel a Juiz de Fora. Na época o Melo Reis era o prefeito e conseguiu definir a instalação da siderúrgica Mendes Júnior na cidade, o Itamar tinha começado esse processo, mas foi com o Melo Reis que o governo federal, exatamente porque ele era da ARENA, exatamente porque era necessário que a ARENA ganhasse legitimidade popular, eles fizeram um grande esforço em alguns lugares para que os políticos da ARENA tivessem bons resultados. E aqui em Juiz de Fora isso era uma coisa decisiva, era o grande investimento que a cidade podia receber na época, uma cidade que tinha duzentos mil habitantes na época e tal. E nós tivemos uma decisão, de que eu que era o presidente do DCE, eu não iria receber o Geisel no campus, porque inclusive eles tinham pedido que eu fosse receber o presidente e tal, e acho que foi corretíssimo fazer isso. Mas houve uma reação no meio dos próprios estudantes contra isso. Tanto que isso pesou muito na eleição seguinte que nós perdemos pra direita. (Reginaldo Arcuri, entrevista de pesquisa).

Para a ARENA, em declaração na imprensa local, a recusa do DCE de estar junto ao presidente Geisel, que desejava uma “conversa” com os estudantes, prejudicou o grupo da situação e abriu terreno sua entrada na universidade, quebrando a hegemonia da esquerda, próxima ao MDB, desde 197169.

68 Diário Mercantil de 20 e 21 de junho de 1976, p. 10. 69 Diário Mercantil de 28 de outubro de 1976, p.08.

4.2.3 A gestão da chapa Xeque-mate: a Direita no DCE da UFJF e a reação da Esquerda

A gestão de Paschoal Montezzano, da tendência da Direita, foi marcante na memória dos militantes por dois motivos principais. Primeiramente porque configurou uma falha de articulação da esquerda, que por uma soma de fatores não venceu as eleições, perpetuando uma seqüência que havia se iniciado em 1971. Em seguida, por ter sido uma gestão desastrosa no DCE, com intensos embates com os DA’s, fato que provocou que a luta democrática dentro do ME, inspirada nas ações dos estudantes da USP, fosse liderada pelas diretorias dos Diretórios, sem referência no DCE, marcando um novo cenário no ME juizforano, com a realização de assembléias e manifestações.

Na memória de Reginaldo Arcuri, “foi uma vitória de Pirro da direita, porque a gestão deles foi tão desastrosa que no final ele entregou a chave na reitoria, antes de terminar o mandato. Mas aí foi a época em que começou um processo realmente mais avançado de manifestação de rua”, fato com repercussão na imprensa local no período.

As manifestações nacionais aliadas ao contexto juizforano tiveram um impacto no Movimento Estudantil da cidade no ano de 1977. Na memória de Ignacio Delgado é presente a lembrança de assembléias lotadas, conduzidas pelos DA’s, e que tiveram grande participação.

Neste ano aconteceu uma coisa, ou melhor, duas coisas, que foram muito importantes na trajetória do Movimento Estudantil em Juiz de Fora. Uma delas impactou o movimento estudantil nacional, que foi a reação dos estudantes paulistas, especialmente da USP, ao pacote de Abril e ao assassinato do Manuel Filho, que tinha sido no ano anterior. Tal reação provocou um despertar abrupto do movimento estudantil, quando os estudantes da USP saíram às ruas por volta de maio (...) Foi uma surpresa porque até então o Movimento Estudantil não era propriamente um movimento. Eram feitas apenas pequenas reuniões. Lembro-me que na gestão do Ivan Barbosa, no DCE daqui de Juiz de Fora, foi considerado um grande evento a realização de uma assembléia com cem pessoas no Fórum da Cultura. Isso era o máximo que se fazia. Assim, aquele gesto de ousadia dos estudantes lá de São Paulo - sob a direção do DCE da USP, que estava nessa época sob o comando da Liberdade e Luta, ou LIBELU - criou um impacto fundamental para todos nós, uma sensação, a gente vendo de longe, que nós tínhamos que fazer igual, nós tínhamos que repetir em Juiz de Fora aquilo que estava sendo feito lá, que era nossa obrigação de fazer igual. Mas o outro fator, digamos assim, desta vez de natureza local, que impactou de uma forma diversa, foi que no ano anterior (...) a esquerda perdeu o DCE. (Ignacio Delgado, entrevista de pesquisa).

Esses fatores colocaram o movimento estudantil de Juiz de Fora em um novo contexto. Impulsionados pela manifestação dos estudantes paulistas e aborrecidos com a liderança da Esquerda fora da direção do DCE, os estudantes juizforanos organizaram-se e

realizaram uma assembleia no campus, a partir da qual muitas outras começaram a ocorrer. Isso inaugurava um novo momento no ME da cidade. Na memória de José Pimenta, a sucessão de assembléias, que se deu em apoio ao movimento iniciado na USP, coincidiu com um momento de unidade entre a esquerda na cidade, objetivando a retirada da Direita da direção do DCE, das quais muitas discussões e denuncias foram realizadas.

O Reginaldo (a sucessão de Reginaldo) perdeu a eleição pra um tal de Pascoal Montezzano, uma figura. Um reacionário (...). Mas também ele nem tinha muita coisa formada na cabeça. Ele serviu de instrumento pros setores mais atrasados da Universidade tentarem impedir aquele crescimento político de esquerda, vamos dizer assim, democrático, que vinha crescendo dentro da universidade. Aí depois a gente formou um grande movimento de derrubada do Pascoal, e naquele período começaram os movimentos na USP. E a gente começou a realizar assembléias aqui. Aí eu lembro que uma dessas assembléias eu fui fala (...), combinei, o pessoal com a qual eu ia discutir, que ia falar na assembléia foi o Ivan Barbosa, e a Zu e a Maria do Carmo. (...) E aí combinei com eles, mas na hora que eu fui falar na assembléia eu até tremia, minha perna tremia. Eu nunca tinha fala na frente de tanta gente. Mas aí a gente fez muita denúncia do ministro da Educação na época, da política arbitrária do MEC e tal, e aquilo tomou uma proporção na assembléia muito grande. Aí meu nome surgiu e eles começaram a articular meu nome pra presidente do DCE. Eu nem podia imaginar isso na época. (José Pimenta, entrevista de pesquisa).

Na memória de Ignacio Delgado, a primeira assembleia realizada no congresso acadêmico obteve grande adesão, surpreendendo até seus organizadores. O momento era visto com tamanha relevância para a luta pela democracia; os militantes dos diferentes grupos preparavam antecipadamente seus discursos, com a ajuda de outros para intervirem, durante a assembléia, de forma a dar a direção dos debates e propostas.

No âmbito deste conselho de DA’s, nesse congresso acadêmico, foi decidida a realização de uma assembléia na Praça Cívica, em solidariedade aos estudantes de São Paulo, em favor das liberdades democráticas. Nós fomos pra lá, meio com a expectativa que apareceria um “pinguinho” de gente, mas montamos um “sonzão” lá, alguém pulou a janela da biblioteca central, puxou o fio para a caixa de som. Nós pagamos pelo som, nós soltamos uma nota e chamamos os estudantes e foi todo mundo lá... Foi uma coisa de louco. Foi uma coisa absolutamente impressionante o que aconteceu: o som pegava a universidade inteira e tinha seis mil estudantes na praça, seis mil estudantes e quem não estava ficava olhando das plataformas. Assim, foi um negócio de louco e nós não sabíamos literalmente como se fazia uma assembléia, nós não sabíamos como lidar com aquilo. Hoje eu acho gozado, porque que todo mundo que ia falar escreveu os seus discursos. (...) Naquele momento a Direita liquidou-se na cena do Movimento Estudantil em Juiz de Fora, porque estava realmente fora da inclinação que ocorria no Brasil inteiro e também por causa do desempenho do Paschoal que na hora que foi fazer o discurso dele virou e falou assim: “estudaaaaaaantes de Juiz de Fora...”. Levou uma vaia monumental e pronto, acabou pra ele e nós ficamos até o final do ano sem DCE, porque o DCE então entrou em parafuso. (Ignacio Delgado, entrevista de pesquisa).

Assim como recorda Ignacio, a partir da realização das assembleias no campus, a Esquerda começou a recuperar seu espaço dentro da UFJF e a ser protagonista da luta pelas

liberdades democráticas na cidade. Com a gestão da Direita no DCE em descrédito junto aos estudantes, por causa das medidas tomadas ao longo do ano e pela sua desastrosa participação nas plenárias, as lideranças dos DA’s articularam a luta, contudo, sem muita experiência e com dificuldades de dar continuidade ao movimento que havia se iniciado na UFJF. O desfecho disso, na memória de Ignacio Delgado, não foi muito satisfatório. No entanto, o reflexo do mesmo no final do ano de 1977 foi a vitória de José Pimenta nas eleições e o retomar do DCE para as mãos da esquerda, abolindo a Direita.

Entre os DA’s a gente continuava tendo aquela articulação, mas com algumas dificuldades adicionais. A primeira era a que gente não sabia muito bem o que fazer com aquilo. Nós convocamos mais uma assembléia, que foi cheia de novo, e uma terceira já não foi muito cheia. Aí o problema era qual continuidade dar a isso. Em algum momento votamos que a Praça Cívica ia chamar Praça dos Estudantes, mas foi algo que ninguém levou muito a sério. Na verdade foi a única decisão tomada nessas três assembléias. Ao longo do tempo nós tentamos ir um pouco pra rua, mas aí foi muito pouca gente. Distribuímos notas, teve detenções ligeiras e a coisa refluiu um pouco, mas no final do ano o saldo disso foi a retomada do DCE por parte daquele campo que o liderava até 1976. (Ignacio Delgado, entrevista de pesquisa).

Sem encaminhamentos muito contundentes e efetivos, a participação nas assembleias foi minando e as dificuldades de encaminhar a luta levaram, ao fim, o movimento. Contudo, uma vitória precisa ser contabilizada: a eleição de José Pimenta como líder do Diretório Central dos Estudantes em outubro do mesmo ano.

4.2.4 A Gestão da chapa Ponto de Partida: um novo cenário no Movimento

No documento gisleneedwigesdelacerda (páginas 135-142)