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II. ENQUADRAMENTO LEGAL NACIONAL E DA UNIÃO EUROPEIA

2.4. Gestão da Qualidade das Águas Conquícolas

.4.1. Enquadramento legal da União Europeia

gestão da qualidade das águas conquícolas encontra-se regulada pela Directiva do Conselho n.º s águas do litoral e às aguas salobras que nham sido consideradas pelos Estados-membros como águas que necessitam de ser protegidas ou melhoradas a fim de permitir a vida e o crescimento de moluscos (moluscos bivalves e gastrópodes) e

o meio aquático e parâmetros a determinar na polpa do molusco e no líquido intervalvar, devendo ser fixadas pelos Estados-membros, podendo ser mais severos, mas nunca

dissolvido e a 75% das 2

A

79/923/CEE, de 30 de Outubro de 1979, sendo aplicável à te

contribuir, assim, para a boa qualidade dos produtos conquícolas que podem ser directamente consumidos pelo homem.

A Directiva contém um anexo no qual são fixadas as normas de qualidade a respeitar, as quais incluem parâmetros para

menos exigentes (Quadro 2.3). As águas designadas são consideradas conformes com se as respectivas amostras, colhidas com a frequência mínima prevista, num mesmo local de colheita e durante um período de doze meses, indicarem que respeitam os valores fixados pelos Estados- membros, no que se refere a 100% das amostras para os parâmetros substâncias organo-halogenadas e metais, a 95% das amostras para os parâmetros salinidade e oxigénio

amostras para os outros parâmetros do anexo.

Os Estados-membros designam águas conquícolas, nos termos desta Directiva e estabelecem programas com o objectivo de reduzir a poluição e garantir que as águas designadas respeitem as normas de qualidade. No caso de circunstâncias excepcionais, meteorológicas ou geográficas, a Directiva poderá não se aplicar.

Quadro 2.3.

Qualidade exigida para as Águas Conquícolas

(Anexo à Directiva do Conselho n.º 79/923/CEE, de 30 de Outubro de 1979)

Parâmetros Valor Guia Valor Imperativo Frequência Mínima

de Amostragem

pH - 7-9 º Sorensen Trimestral.

Temperatura A diferença de temperatura provocada

descarga, exceder em mais de 2ºC a ura média nas águas não das.

- Trimestral. por uma descarga não deve, nas águas

conquícolas afectadas por essa temperat

afecta

Cor (após filtração) - A alteração de cor após filtração, ada nas águas conquícolas por descarga, não deve ultrapassar

Trimestral. provoc

uma

em mais de 10 mg Pt/l a cor medida nas águas não afectadas. Matérias em

sus

- O aumento do teor em matérias em ma

Trimestral.

pensão suspensão provocado por u

descarga não deve, nas águas conquícolas afectadas por essa descarga, exceder em mais de 30% o teor medido nas águas não afectadas. Salinida

olas afectadas por ceder em mais de de 12-38 ‰. ≤ 40 ‰. A variação da salinidade

provocada por uma descarga não deve, nas águas conquíc

essa descarga, ex

Mensal.

10% a salinidade medida nas águas não afectadas.

Oxigénio

consequências nocivas para o colheita. Contudo,

menos duas colheitas por dia. dissolvido ≥ 80%. ≥ 70% (valor médio). Se uma medição

individual indicar um valor inferior a 70%, as medições devem ser repetidas. Uma medição individual não pode indicar um valor inferior a 60%, excepto quando não houver

Mensal, com pelo menos uma amostra representativa do fraco teor em oxigénio no dia da desenvolvimento dos povoamentos de

moluscos. se se suspeitar de variações diurnas significativas, serão efectuadas pelo Hidrocarbonetos do petróleo

- Os hidrocarbonetos não devem estar presentes nas águas conquícolas numa quantidade tal que produzam à superfície da água uma película visível e/ou um depósito nas conchas e provoquem efeitos nocivos nos moluscos.

Trimestral.

Substâncias organo- halogenadas

O limite de concentração de cada substância na polpa do molusco deve ser tal que contribua, nos termos do art.º 1.º, para uma boa qualidade dos produtos conquícolas.

A concentração de cada substância nas águas conquícolas ou na polpa do molusco não deve ultrapassar um nível que provoque

moluscos e na

Trimestral.

efeitos nocivos nos s suas larvas. Metais (Ag, As, Cd, Cr,

Cu, Hg, Ni, Pb e Zn)

O limite de concentração de cada substância na polpa do molusco deve ser tal que contribua, nos termos do

A concentração de cada substância nas águas conquícolas ou na polpa do molusco não deve ultrapassar um nível

tidos em conta os efeitos sinergéticos destes metais.

Semestral.

art.º 1.º, para uma boa qualidade dos produtos conquícolas.

que provoque efeitos nocivos nos moluscos e nas suas larvas. Devem ser

Quadro 2.3.

Qualidade exigida para as Águas Conquícolas

(Anexo à Directiva do Conselho n.º 79/923/CEE, de 30 de Outubro de 1979)

Parâmetros Valor Guia Valor Imperativo Frequência Mínima

de Amostragem Coliformes fecais ≤ 300 NMP/100 ml na polpa do

molusco e no líquido intervalvar.

- Trimestral. Substâncias que

afectem o sabor do molusco

- Concentração inferior à concentração susceptível de deteriorar o sabor d molusco.

o

ompetência para classificação das Muito recentemente esta Directiva foi objecto de revisão pela Directiva n.º 2006/113/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006, que mantém as regras de gestão da qualidade exigida para águas conquícolas, incluindo as normas do quadro anterior.

2.4.2. Enquadramento legal nacional

A Directiva do Conselho n.º 79/923/CEE, de 30 de Outubro de 1979, relativa à qualidade das águas conquícolas, foi transposta para o direito nacional através do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, o qual estabelece nos seus artigos 40.º a 47.º e Anexo XII os procedimentos e critérios relativos à qualidade das águas conquícolas. As normas de qualidade estipuladas no Anexo XIII reproduzem as da Directiva, estando conformes com o Quadro 2.3, atribuindo-se agora a designação de valor máximo recomendado (VMR) ao que a Directiva designava por valor guia e valor máximo admissível (VMA) ao que a Directiva designava por valor imperativo.

O Anexo XIII considera ainda VMA para biotoxinas, designadamente dos tipos PSP (VMA < 80 µg/100 g), DSP (ausência) e ASP (VMA < 20 µg/g). As condições de verificação de conformidade seguem as orientações da Directiva, sendo que a percentagem de 100% das amostras que devem respeitar o valor normativo se aplica igualmente ao parâmetro biotoxinas marinhas.

Este diploma aplica-se também à qualidade das águas em que há cultivo ou crescimento de equinodermes, tunicados e crustáceos. Estabelece no art.º 41.º a c

águas conquícolas, a qual foi atribuída ao Instituto Nacional de Investigação da Agricultura e Pescas, que deverá comunicar essa informação à Direcção-Geral de Saúde e à Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura.