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Fatores como a globalização, a expansão do capitalismo, as inovações da tecnologia de informação e de comunicação (TIC), incluindo o mundo da Internet, vêm trazendo grande impacto e alterações na sociedade. Em função disso, os processos nas organizações também estão se ajustando para se adequar a essa nova sociedade que não apenas valoriza o conhecimento, mas também o reconhece como fundamental.

Em meados da década de 1980, pesquisadores e executivos começaram a prestar um pouco mais de atenção aos aspectos do conhecimento para os negócios (SVEIBY, 2001b). Assim, a gestão do conhecimento começou com a finalidade de gerir o conhecimento como sendo um recurso organizacional para obtenção de vantagem competitiva, vantagem esta inserida na produção dos produtos e nas prestações de serviços e, isso passa por transformar o conhecimento individual em conhecimento organizacional.

Carvalho et al (2002) retrataram a complexidade e amplitude de novo conceito de gerenciar conhecimento, denominada gestão do conhecimento, conforme a Figura 1.

Figura 1 – Mapa conceitual sobre Gestão do Conhecimento Fonte: Carvalho, Souza e Loureiro (2002) Anais SBGC

Em função dessa abrangência de relacionamentos, envolvimentos, associações e integrações dentro das organizações, a gestão do conhecimento passa a possuir uma multiplicidade de conceitos e definições.

Para Davenport e Prusak (1998, p.61), gestão do conhecimento é o conjunto de atividades relacionadas à geração, codificação e transferência do conhecimento.

Bukowitz e Williams (2002, p.17 e p.18) definem a GC como o processo pelo qual a organização gera riqueza, a partir do seu conhecimento ou do capital intelectual e destacam que as tecnologias de informação e de comunicação formam um conjunto das principais forças, que levaram a gestão do conhecimento para o primeiro plano e para o centro das organizações.

Já Sveiby (2001c, p.1) define a gestão do conhecimento como a arte de gerar valor a partir dos ativos intangíveis 1da organização.

1 Sveiby (1998, p.14) Os Ativos Intangíveis são classificados em três grupos: Estrutura Externa (marcas e relacionamento com clientes e fornecedores); Estrutura Interna (A organização: gerência, estrutura legal, sistemas, Manuais, atitudes, P&D, softwares); Competência Individual (escolaridade e experiência).

GESTÃO DO CONHECIMENTO Engloba conceitos oriundos de Teorias de Administração Endomarketing Qualidade Total Reengenharia Downsizing Gestão por Tarefa Learning Organizations Comércio Eletrônico Está relacionada com as áreas de TI RH Cultura Administrativa Estratégias de Negócios Teoria da Organização Gestão de Documentos

Está associada aos conceitos de Envolve atividades como Mapeamento de Competências Gestão de Competências Mapeamento de Processos Compartilhamento de Conhecimento Inteligência Competitiva Memória Organizacional Comunidade de Prática Criatividade Capital Intelectual Inovação Divide-se em Capital Humano Capital Estrutural Marketing GESTÃO DO CONHECIMENTO

Wiig (2002, p.1) vê a GC como o gerenciamento e a orquestração do conhecimento e de outras atividades relacionadas aos ativos de Capital Intelectual2, sejam pessoais ou organizacionais. A GC pressupõe a criação, manutenção, exploração e compartilhamento desses ativos e envolve também o planejamento, a implementação e o acompanhamento das perspectivas das empresas e das partes interessadas.

Para Terra (2008, p.1), gestão do conhecimento significa organizar as principais políticas, processos e ferramentas gerenciais e tecnológicas à luz de uma melhor compreensão dos processos de geração, identificação, validação, disseminação, compartilhamento e uso dos conhecimentos estratégicos para gerar resultados (econômicos) para a empresa e benefícios para os colaboradores

Morey et al (2002, p.xii) cita a definição de GC do Gartner Group como uma das melhores para compreender a importância do conhecimento:

GC é a disciplina que promove uma abordagem integrada para identificar, gerenciar e compartilhar todos os ativos de informações da empresa, incluindo base de dados, documentos, políticas e procedimentos, assim como, a expertise não articulada e a experiência tácita dos trabalhadores do conhecimento.

Malhotra (1998, p.3) afirma que a GC satisfaz os aspectos críticos da adaptação, sobrevivência e competência organizacional face à crescente e descontinuada mudança ambiental. Essencialmente, a gestão do conhecimento engloba processos organizacionais que buscam a combinação sinérgica da capacidade de processamento de dados e informações pela tecnologia da informação com a capacidade criativa dos seres humanos.

A gestão de conhecimento continua procurando respostas para muitas questões e aplicações práticas. Davenport e Prusak (1998, p.28) apresentam alguns princípios com o objetivo de colocar em prática essas conceituações:

a) O conhecimento tem origem e reside na cabeça das pessoas; b) O compartilhamento do conhecimento exige confiança;

c) A tecnologia possibilita novos comportamentos ligados ao conhecimento; d) O compartilhamento do conhecimento deve ser estimulado e recompensado; e) Suporte da direção e recursos são fatores essenciais;

2 Stewart (1988, p.13) O Capital Intelectual constitui a matéria intelectual – conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência – que pode ser utilizada para gerar riqueza.

f) Iniciativas ligadas ao conhecimento devem começar com um programa-piloto; g) Aferições quantitativas e qualitativas são necessárias para se avaliar a iniciativa; h) O conhecimento é criado e deve ser estimulado a se desenvolver de formas

inesperadas.

Não só as empresas privadas e sem fins lucrativos reconhecem o importante papel que o conhecimento desempenha na melhoria da sua efetividade e produtividade. Os governos também estão trabalhando para o desenvolvimento de estratégias que mantenham a competitividade na nova economia baseada no conhecimento (WORLD BANK INSTITUTE, 2008).

No Brasil, a gestão do conhecimento no âmbito das políticas de Governo Eletrônico do Governo Federal é compreendida como um conjunto de processos sistematizados, articulados e intencionais, capazes de incrementar a habilidade dos gestores públicos em criar, coletar, organizar, transferir e compartilhar informações e conhecimentos estratégicos que podem servir para a tomada de decisão, para a gestão de políticas públicas e para a inclusão do cidadão como produtor de conhecimento coletivo (BATISTA et al. 2005, p.87).

De forma geral, o que e como os autores conceituam, definem e discutem a gestão do conhecimento comprovam a sua importância e os seus desafios. O uso ou a aplicação da GC pode ser fundamental para o sucesso e a longevidade da organização. Assim, as organizações trabalham na sua gestão com os objetivos de gerar resultados (econômicos) para si e benefícios para os colaboradores (CASTRO, 2005, p.35; TERRA, 2008, p.1).

Para alcançar esses objetivos, as organizações constroem, transformam, organizam e usam efetivamente os ativos de conhecimento. Pode-se dizer que o propósito geral da gestão do conhecimento é o de maximizar a efetividade e o retorno relacionados ao conhecimento da empresa de seus ativos de conhecimento e renová-los constantemente (CASTRO, 2005, p.35).