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( . * )

/matewS/

HEADMAX RED=CV

a) [(te.’tew)]  *

b) [(tew.’tew)] * *!

Em (25), testamos os efeitos dos restritores HEADMAX e RED=CV. No caso, para a satisfação a CODACOND, ambas as formas candidatas violam HEADMAX, mostrando, assim, que a restrição é dominada pelos restritores de sílaba. No entanto, ao passar pelo crivo de RED=CV, a forma (a) é a que melhor atende às demandas do ranking, já que não copia integralmente a base

‘teu’, reproduzindo apenas a sequência melódica CV (te) para a formação do reduplicante, sendo, assim, a forma vencedora.

Como se pode notar, o raqueamento referente ao padrão D de hipocorização organiza-se da seguinte forma: RhTYPE=I >> ONSET;

NOCOMPLEX; CODACOND>> ALIGN RED(L) >> HEADMAX >> RED=CV. A última restrição a compor esse ranking é UNIQUENESS75. Esse restritor é de anti-homonímia, de modo que seu papel é bloquear a emergência de produtos morfológicos idênticos, como é o caso de ‘dêu’ para ‘Amadeu’, por exemplo.

Assim, o ranqueamento completo pode ser confirmado em (26), seguido da análise do antropônimo ‘Amadeu’, em (27):

75 UNIQUENESS, no português traduzida por NÃO-HOMONÍMIA (BELCHOR, 2009), impede a emergência de produtos morfológicos que sejam foneticamente idênticos a palavras da língua, numa clara tendência contra a criação de homônimos.

95 (26)

RhTYPE=I >> ONSET; NOCOMPLEX; CODACOND >> ALIGN RED(L) >>

HEADMAX >> RED=CV >> UNIQUENESS (27)

* (* . * )

/amadewS/

RhTYPE=I ONSET NOCOM -PLEX

CODA COND

ALIGN HEAD MAX

RED=CV UNIQ

a) [(de.'dew)] *

b) [(‘ɐ .mɐ)] *! * *** * *

c) [(dew.'dew)] * *! *

d) [(dew.'de)] *! **

e) [('dew)] * *!

Em (27), o candidato (b) é o primeiro a ser eliminado da disputa, visto que o membro forte do pé está à esquerda e, portanto, há uma infração a RhTYPE=I. Dos candidatos restantes, a forma (d) é eliminada em ALIGN por incluir um reduplicante do tipo sufixo. O candidato (c) viola RED=CV, posto que copia integralmente a base ‘deu’ e, por isso mesmo, não usa uma estrutura CV para a formação do reduplicante. Entre as formas (a) e (e), este último é eliminado por UNIQUENESS, já que ‘deu’ corresponde ao pretérito perfeito do verbo ‘dar’ e, por isso mesmo, infringe o restritor anti-homonímia. Sendo assim, (a) é a forma vencedora.

Como se pode observar, a proposta de Lima (2008) é satisfatória no que se refere à análise da hipocorização, mais especificamente no que concerne ao tipo D. No entanto, uma questão se faz latente ao analisarmos todos os quatro

96 tipos de hipocorísticos propostos por Gonçalves (2004a): na verdade, existem, de fato, quatro padrões de hipocorização em português? É com base nessa questão que organizamos o próximo capítulo.

97 5. METODOLOGIA E A REANÁLISE DOS PADRÕES DE HIPOCORIZAÇÃO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Conforme discutimos anteriormente, o português brasileiro apresenta quatro padrões básicos de hipocorização já analisados sob a perspectiva da TO Clássica. No entanto, a partir do olhar de uma nova vertente da teoria, o ROE, e da própria observação dos dados, é possível verificar semelhanças entre os padrões de hipocorização. Essas semelhanças referem-se, basicamente, a dois aspectos: (a) ao contexto linguístico em que se adotam as formas e, para tanto, precisamos analisar a questão da aceitabilidade dos encurtamentos, a fim de verificar se eles concorrem nas mesmas situações sócio-interacionais; e (b) à questão do próprio formato morfofonológico dos hipocorísticos, de maneira a verificar semelhanças estruturais que apontem para a unificação do fenômeno. Com base nessa discussão, visamos a sugerir uma nova organização dos padrões de hipocorização do português brasileiro.

O processo de hipocorização, por se tratar de um fenômeno considerado marginal na língua e, portanto, rechaçado por grande parte dos estudos morfológicos, foi analisado mais a fundo a partir do trabalho pioneiro de Gonçalves (2004a), em que o autor verifica que as formações hipocorísticas, além de produtivas no PB, obedecem a padrões gerais de formação. Com base nessa constatação, abriram-se portas para o estudo do processo enquanto gerador de formas linguísticas vinculadas à expressão da afetividade por meio da perda de segmentos fônicos.

A partir dessa proposta, surgiram, então, as análises do próprio Gonçalves (op.cit.) acerca do padrão mais básico de hipocorização – o tipo A -, já descrito no capítulo anterior; seguidas pelas análises de Lima (2008) e

98 Thami da Silva (2008), no primeiro caso, para o tipo D e, no segundo, para os tipos B e C. As abordagens dos autores reforçam a produtividade dos hipocorísticos em português e a não-idiossincrasia das formações, como defendem autores como Cunha & Cintra (2001), por exemplo.

No entanto, após visitados os quatros padrões de hipocorização (cf.

Capítulo 4) e, sobretudo, após descritas as características fundamentais de cada um desses padrões, podemos verificar não só regularidades do ponto de vista estrutural, mas também semelhanças capazes de nos fazer repensar a hipocorização como processo não mais composto por quatro tipos formais, mas por três grandes padrões a que outros se vinculam.

Em outras palavras, os hipocorísticos formam-se a partir de dois grandes processos: (a) através da cópia da margem direita da palavra e, para tanto, esta deve conter a cabeça da palavra prosódica; e (b) através da cópia da margem esquerda da palavra-matriz. Isso quer dizer que, na verdade, há dois padrões básicos de hipocorização no PB – os tipos A e B -, como em ‘Augusto’

> ‘Gúto’ e ‘Daniel’ > ‘Dâni’.

Do ponto de vista estrutural, poderíamos considerar que, de um lado, há um padrão de hipocorização que requer a presença da sílaba tônica da base na formação encurtada, o que faria com os tipos A e D se fundissem e, portanto, fossem interpretados como um único padrão de encurtamento.

Formas, como, por exemplo, ‘Chíco’ < ‘Francisco’ e ‘Cecêu’ < Alceu, constituem-se formalmente de estruturas morfofonológicas afins. Se a padrão A é categoricamente aquele que preserva o pé nuclear da palavra-matriz e D, por sua vez, compõe-se de bases monossilábicas extraídas da tônica do prenome, e, mais do que isso, ambas rastreadas a partir da margem direita da

palavra-99 base, não teríamos, então, um indício de que A e D são, na realidade, um mesmo tipo de formação hipocorística? Por outro lado, em casos como o de

‘Mariana’ > ‘Mári’ e ‘Fernanda’ > ‘Fê’, o que está em jogo não é o margeamento entre a borda esquerda do antropônimo e a do hipocorístico?

No que concerne aos tipos A e D, segundo a proposta de Gonçalves (2004a), podemos verificar que o padrão A, bem como o D, respeita a borda direita da base e mantém a sílaba tônica do antropônimo na forma hipocorística. Em outras palavras, dados como ‘Alcir’ > ‘Cí’ e ‘Marilena’ > ‘Lêna’

são semelhantes em decorrência de privilegiar a margem direita da palavra-base, em função de nessa margem se localizar o acento. No que concerne à construção de pés, o padrão A forma, necessariamente, troqueus moraicos76, assim como D. Além dessas características formais, tanto os dados do tipo A como os do D, obrigatoriamente, têm a posição de ataque silábico preenchida e, também, não admitem complexidades na estrutura interna da sílaba.

Uma diferença que pode ser observada a partir das descrições propostas por Gonçalves (op.cit.) e Lima (2008) para os tipos A e D diz respeito ao preenchimento da posição de coda. Na análise dos autores, observamos que os dados do tipo A admitem o travamento da sílaba, desde que ele ocorra com segmentos vocóides e nasais. Já o tipo D limita-se ao uso de vocóides na posição de coda. Observemos, a seguir, as representações tendo como base os instrumentos da morfologia prosódica (McCARTHY & PRINCE, 1986):

(01)

76 Aqui consideramos a proposta de inventário de pés assimétricos proposta por Hayes (1995).

Nela, o autor evidencia que há ambiguidade da formalização de troqueus e iambos. O troqueu moraico, assim como o pé iâmbico, pode ter uma única sílaba pesada, ou seja, com duas moras ou uma vogal longa. Nesse caso, valendo-nos dessa ambiguidade, podemos evidenciar que a formação de pés é uma semelhança entre os padrões A e D.

100

O que se verifica nas formalizações é, em (01a), o rastreamento de um troqueu composto de duas moras, os núcleos vocálicos das sílabas 1 e 2, e,

Outra questão importante a ser destacada diz respeito à possibilidade de acréscimo de um reduplicante nos dados relativos ao tipo D de hipocorização.

De fato, esta seria uma diferença; entretanto, nesta proposta de análise da hipocorização, estamos preocupados em checar as possíveis bases oriundas do encurtamento dos antropônimos, ou seja, como não consideramos formas hipocorísticas aquelas que têm acréscimo de formativos, como ‘Biazinha’ para

‘Beatriz’, por exemplo, fatalmente não analisamos a possibilidade de se adjungir à base um reduplicante, já que, em ambos os casos, tem-se uma operação morfológica sobre a base encurtada. Como as bases hipocorizadas ficam disponíveis na língua, estão sujeitas a processos morfológicos variados a que não nos ateremos nesta proposta de análise.



101 A partir dessas observações, elaboramos a tabela a seguir que mostra a síntese das observações formais que aproximam e distinguem os padrões A e D de hipocorização:

(02)

Aspectos formais observados PADRÃO A PADRÃO D

 Rastreamento prosódico à direita da palavra-matriz à direita da palavra-matriz

 Manutenção da sílaba tônica da base

obrigatória obrigatória

 Formação de pés troqueu moraico troqueu moraico

 Questões da sílaba:

não são licenciadas não são licenciadas

Como se pode verificar, considerando os aspectos formais mais gerais acerca dos padrões A e D, percebemos que predominam as semelhanças estruturais entre esses tipos de hipocorização. Além disso, no que tange às divergências, em alguns casos, elas não são totais, como ocorre, por exemplo, no preenchimento da posição de coda. Tanto A como D licenciam codas

102 Deve-se acrescentar ainda que, em alguns dados, como apresentamos anteriormente, há formação de troqueus no padrão D, o que, na verdade, é uma exigência do padrão A. Dessa forma, ainda que haja uma diferença, D, de fato, está contido no tipo A de hipocorização, considerando, para tanto, aspectos formais.

Quanto aos padrões B e C, verificamos como principal semelhança o fato de ambos privilegiarem a margem esquerda da palavra-matriz, o antropônimo. Essa posição fonológica, considerada proeminente segundo Beckmann (1998)77, pode ser, no caso do tipo B, o pé mais à esquerda, como em ‘Filomena’ > ‘Filó’ ou a primeira sílaba com onset preenchido, no caso do tipo C, como em ‘Eduardo’ > ‘Dú’. Ademais, outra semelhança diz respeito a não-obrigatoriedade da sílaba tônica da palavra-matriz na formação encurtada.

Do ponto de vista estrutural, as semelhanças entre as formas B e C param por aí. Enquanto B, de um lado, requer a manutenção praticamente total do constituinte prosódico à esquerda, em detrimento de uma formação silábica menos marcada, o padrão C leva a cabo a simplificação da sílaba, trazendo à superfície dados constituídos de sílabas CV e, portanto, menos marcadas quanto à forma, conforme comprovamos com a tabela, em (03), a seguir:

77 Segundo Beckmann (1998), há um pequeno inventário de posições linguisticamente privilegiadas. Sâo elas: sílabas iniciais de raízes/palavras, sílabas acentuadas, onsets silábicos, raízes, vogais longas.

103 (03)

Aspectos formais observados PADRÃO B PADRÃO C

 Rastreamento prosódico à esquerda da palavra-matriz

 Formação de pés troqueu moraico ou iambo degenerado

 Questões da sílaba:

Pela tabela, em (03), verificamos que, formalmente, os tipos B e C são bastante divergentes. O padrão B de hipocorização preconiza a manutenção do constituinte prosódico mais à esquerda, exigindo, ainda, a sua cópia quase que total, mesmo que, para isso, seja necessária a emergência de um hipocorístico bastante marcado estruturalmente, como ocorre em ‘Cristina’ > ‘Crís’ ou

‘Cleonice’ > ‘Cléo’, por exemplo. Já o tipo C traz à tona dados compostos de uma única sílaba CV e, por isso mesmo, menos marcada formalmente. O ônus de ter um encurtamento composto de uma sílaba CV é, sem dúvida, uma maior perda de segmentos, o que acarreta maior opacidade nos encurtamentos, visto que se torna mais difícil detectar a que antropônimo o hipocorístico se refere; e,

X X

104 ainda, o fato de termos a formação de pés degenerados, pois, como não se mantém a sílaba tônica da base na maioria esmagadora dos dados, não temos a formação, necessariamente, de pés iâmbicos, mesmo o acento recaindo na última sílaba.

Cumpre destacar, também, que não há um padrão acentual nítido no que se refere ao tipo B de hipocorização. Thami da Silva (2008) aponta que três fatores condicionam o acento: (a) o respeito ao acento secundário, como ocorre em ‘Ráfa’ para ‘Rafael’; (b) a manutenção da identidade entre input e output, como em ‘Alessandra’ > ‘Alê’, e (c) a não-possibilidade de o acento

recair na vogal –i, sendo o pé composto por duas moras, como em ‘Larissa’ >

‘Lári’. Dessa maneira, ora tem-se a formação de pés trocaicos, ora de iâmbicos. Entretanto, analisando mais detalhadamente os dados, verificamos que, na verdade, a formação de pés iâmbicos ocorre, majoritariamente, para garantir o não-alteamento de vogais médias finais, o que, por uma questão de identidade na relação prenome-hipocorístico, tornaria o encurtamento mais opaco, como no já citado caso ‘Alessandra’ > ‘Alê’. A forma ‘Áli’ não emerge como ótima exatamente pelo respeito à identidade de traços entre input e output. Fora casos como esses, há algumas poucas exceções, como

‘Jaqueline’ > ‘Jáque’. Nesses casos, a pressão pelo respeito ao acento secundário predomina em detrimento da relação mais estrita de identidade das formas.

O padrão C, em contrapartida, dificilmente, estrutura-se a partir de uma sílaba tônica e, essencialmente, leva a uma formação hipocorística cujo pé é degenerado, como ocorre com ‘Jú’ para ‘Juliana’, ‘Ná’ para ‘Natália’ e ‘Gí’ para

‘Gisele’. Nesses casos, o que se tem é a cópia da sílaba mais à esquerda com

105 a posição de onset preenchida; assim, a força pela manutenção da margem é maior do que a necessidade de a forma encurtada ter um pé bem formado.

Sendo assim, vejamos, em (04), a seguir, como se estruturam os padrões B e C através dos instrumentos da morfologia prosódica (McCARTHY & PRINCE, 1986):

(04)

(a) (b)

Como se pode observar, em (04a), há o rastreamento do constituinte prosódico mais à esquerda da base, como é o caso de ‘Léo’ para ‘Leonardo’, aproveitando, assim, todo o material fonológico à esquerda da palavra-matriz, ainda que haja complexidades estruturais no nível da sílaba. Em (04b), o antropônimo ‘Filomena’ pode privilegiar não mais o margeamento perfeito à esquerda da base, mas a estrutura silábica CV. Nesse último caso, a formação

‘Fí’ para ‘Filomena’ pode ser acrescida de um reduplicante, como em ‘Fifí’;

contudo, conforme dito anteriormente, não vamos nos ater na descrição de operações morfológicas (reduplicação, sufixação avaliativa) que eventualmente incidam sobre as bases formadas pelo processo de hipocorização, ainda que





 



 

[ L e o].[nar.do]

( * )





 



F i . [ l o ].[me.na]

(CV)

106 saibamos haver esta possibilidade para as formas compostas de uma única sílaba CV e, portanto, pertencentes ao padrão C de hipocorização.

Uma questão acerca de possíveis relações formais entre os tipos B e C diz respeito ao fato de que, em alguns casos, C parece estar, estruturalmente, contido em B, como ocorre em ‘Alessandra’ > ‘Alê’ ou ‘Lê’, sendo a primeira forma diminuta relativa ao tipo B e a segunda, ao C. Nesses casos, podemos pensar em uma espécie de “hipocorístico do hipocorístico”, ou seja, inicialmente, tem-se a formação de tipo B de hipocorização e, depois, o encurtamento deste para, então, a formação do tipo C, como mostra a formalização a seguir:

(05)

(a) (b)

O que se verifica em (05) é que, após ‘Alê’, pode-se ainda encurtar mais o hipocorístico, aproveitando-se, assim, apenas a sílaba CV mais à esquerda.

A partir de casos como o de ‘Alessandra’, ainda que haja inúmeras divergências formais entre os padrões B e C, não seria possível considerar que C está contido em B, visto que nada mais seria do que uma simplificação de B?





 



[ A . le].[ssan.dra]

( . * )





 



[ A . l e ].[ssan.dra]

(C V)

107 Na realidade, após analisar dos dados que compõem o corpus desta Tese78, admitimos que não. O que dizer de nomes como ‘Rosemary’ em que se pode usar a forma ‘Rôse’ e ‘Rô’. Como afirmar que ‘Rôse’ precede ‘Rô’? Diante desse impasse, resolvemos não só avaliar os hipocorísticos no que concerne à equivalência ou à aproximação entre os aspectos formais dos quatro tipos de hipocorização do português brasileiro, mas também verificar a questão sócio-interacional quanto à eleição de uma ou outra forma de encurtamento. Dito de outra maneira, seriam os tipos A e D utilizados, indistintamente, nos mesmos contextos interacionais? E quanto aos padrões B e C?

Primeiramente, para tentar esclarecer essa questão, retomamos um teste que foi aplicado por Thami da Silva (2008). No teste, a autora procura dar ao informante contextos em que é possível o uso de formas encurtadas, a fim de verificar o que, para os falantes, é mais afetivo79, como mostra a questão proposta, a seguir, em (06)80:

78 O corpus da Tese é primariamente constituído de dados de hipocorização utilizados nas análises precedentes, sobretudo Gonçalves (2004a), Lima (2008) e Thami da Silva (2008). Na parte do trabalho referente à apresentação da metodologia, voltamos a falar sobre esse assunto.

79 É importante salientar que o trabalho de Thami da Silva (2008) trata estritamente dos processos B e C e, por isso mesmo, os exemplos versarão sobre esses dois padrões de hipocorização.

80 O teste completo e os resultados estão disponíveis no Anexo I. Vale lembrar que não serão comentadas todas as questões do teste, visto que estamos retomando, para esta análise, apenas o que for indispensável à descrição do fenômeno.

108 (06)

Responda as questões abaixo de forma espontânea e, se achar pertinente, marque mais de uma opção.

a) Se você tivesse uma amiga cujo nome é Luciana, como a chamaria?

( ) Lú ( ) Luci ( ) Lulú ( ) Luciana ( ) outro: ____________

b) Um amigo do seu pai se chama Carlos. Vocês não têm muita intimidade, mas se conhecem há bastante tempo. Como o chamaria?

( ) Carlos ( ) Cá ( ) Cacá ( ) outro: ____________

Podemos observar, a partir de (06), que Thami da Silva (op.cit.) procura verificar se havia formas encurtadas que pudessem ser usadas em contextos mais afetivos/proximais que outras. Fazendo a leitura do resultado desses testes, o uso de formas diminutas mais opacas, ou seja, com maior perda segmental, é mais proximal. Em outras palavras, o uso de hipocorísticos do tipo C, compostos de uma única sílaba CV, podendo esta ser passível de reduplicação, segundo a autora, é mais afetivo do que um encurtamento em que haja menor perda segmental, como no caso de dados como ‘Eduardo’ >

‘Edú’, que seria, então, menos afetivo; e ‘Dú’, considerada pelos informantes uma estrutura mais expressiva quanto à afetividade.

A partir da análise do teste aplicado por Thami da Silva (op.cit.), resolvemos observar o seguinte aspecto na formação dos hipocorísticos: se o padrão C, efetivamente, é mais afetivo do que os padrões A e B, ele deveria ser sempre possível do ponto de vista estrutural, a depender, unicamente, do contexto de uso em que está inserido. Com base nessa premissa, formulamos um teste que, na questão 1, avalia se formas CV com cópia à esquerda são predominantemente possíveis de serem acessadas pelos falantes, mostrando, para tanto, a concorrência entre essas formas e outras referentes aos tipos A e

109 B de hipocorização. E, depois, na questão 2, pedimos que os informantes marcassem a forma encurtada que, para ele, seria mais afetiva e, portanto, mais dependente do contexto de uso para ser acessada, conforme mostram as cópias dos comandos das questões utilizadas, em (07), a seguir:

(07)

(a) Questão 1

Avalie os apelidos abaixo e marque (P) para os que você considerar possíveis de serem usados; (PP) para aqueles plenamente possíveis e, portanto, mais usados por você; e (I) para casos considerados impossíveis.

a) Para Mariana, como você avalia os dados?

( ) Mári ( ) Nâna ( ) Má

b) Para Nazareno, como você avalia os dados?

( ) Náza ( ) Nêno ( ) Ná (b) Questão 2

Escolha, dentre as opções abaixo, o apelido que represente para você maior grau de afetividade/intimidade.

a) Para Fernanda, ( ) Fê ( ) Nânda

b) Para Rosemary, ( ) Rô ( ) Rôse ( ) Máry

É importante destacar que os testes81 foram disponibilizados em formato online a partir da elaboração organizacional das questões feita no site

www.jotform.com e, posterior difusão em dois blogs, disponíveis nos links www.exphipo.blogspot.com e www.exphipo2@blogspot.com. Encaminhamos os links para os informantes que executavam uma ou ambas versões do teste

81 O modelo em formato Word dos testes realizados online encontram-se nos Anexos III e IV desta Tese. Responderam ao teste 172 informantes, de sexo, idades e níveis de escolaridade variados.

110 e, após feito o envio das respostas online, recebíamos, via e-mail, os resultados. Uma vez encerrado o prazo de envio de respostas, elaboramos uma tabela quantificando os resultados item a item, como pode ser vista nos Anexos V e VI desta Tese. E, além disso, fizemos um gráfico final para consolidar as respostas, generalizando-as. Nos gráficos, dispostos a seguir, em (08a), temos o total, em porcentagem, do resultado da questão 1 que aponta o uso de formas CV como essencialmente possíveis e, além disso, para a questão 2, em (08b), elaboramos um gráfico em que há predomínio de uso de formas mais encurtadas em contextos mais familiares/afetivos.

110 e, após feito o envio das respostas online, recebíamos, via e-mail, os resultados. Uma vez encerrado o prazo de envio de respostas, elaboramos uma tabela quantificando os resultados item a item, como pode ser vista nos Anexos V e VI desta Tese. E, além disso, fizemos um gráfico final para consolidar as respostas, generalizando-as. Nos gráficos, dispostos a seguir, em (08a), temos o total, em porcentagem, do resultado da questão 1 que aponta o uso de formas CV como essencialmente possíveis e, além disso, para a questão 2, em (08b), elaboramos um gráfico em que há predomínio de uso de formas mais encurtadas em contextos mais familiares/afetivos.

No documento Universidade Federal do Rio de Janeiro (páginas 94-118)