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PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

ANÁLISE DAS MODIFICAÇÕES OPERADAS

1. RESULTADOS: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO

1.1. Nível de Correcção (Superfície/Linguístico-Textual)

1.1.2. Hetero-correcção

Pré-teste e Pós-teste

Grupo Experimental vs. Grupo de Controlo

Hetero-correcção

Grupo experimental Grupo de Controlo

Superf. L.-textual Total Superf. L.-textual Total

Pré-teste 96 81% 23 19% 119 100% 65 86% 11 14% 76 100%

Pós-teste 50 68% 24 32% 74 100% 52 81% 12 19% 64 100%

Quadro 20 – Nível de Correcção: superfície e linguístico-textual – pré-teste/ pós-teste. Hetero-correcção

Quanto ao nível de correcção no pré-teste, na tarefa de hetero-correcção, houve, em ambos os grupos de trabalho, um elevado número de modificações de superfície, sendo esse número mais elevado no grupo experimental do que no grupo de controlo. Quanto às alterações do nível linguístico-textual, esse número foi menor nos dois grupos, tendo o grupo experimental efectuado um maior número de modificações em relação ao grupo de controlo.

No pós-teste houve, em ambos os grupos de trabalho, um número de modificações de superfície superior ao número de modificações de linguístico- textuais.

No respeitante ao número de modificações de superfície, pode-se verificar uma certa equivalência entre o grupo experimental e o grupo de controlo, enquanto as modificações linguístico-textuais se encontram em número superior no grupo experimental.

No pré-teste, o total de modificações operadas nos textos no grupo

experimental foi de 119, das quais 96 foram modificações de superfície e 23

linguístico-textuais. O grupo de controlo teve um total de 76 modificações, 65 das quais foram de superfície e11 de linguístico-textuais.

No pós-teste, houve uma diminuição da totalidade das modificações efectuadas nos dois grupos de trabalho. No grupo experimental a totalidade de modificações foi de 74, das quais 50 foram de superfície e 24 linguístico-textuais. No grupo de controlo houve um total de 64 modificações, sendo 52 de superfície e 12 linguístico-textuais.

Comparando a tarefa de hetero-correcção no grupo experimental e no grupo de controlo, no pré e no pós-teste, quanto ao nível de correcção, verifica-se que:

- no grupo experimental, o número de modificações de superfície sofreu uma diminuição do pré para o pós-teste (96 pré-teste e 50 pós-teste), mas o número de modificações linguístico-textuais praticamente se manteve no pós-teste (23 pré-teste e 24 pós-teste). De qualquer modo, apesar da diminuição ao nível das modificações de superfície, as diferenças não surgem como estatisticamente significativas (cf. Anexo 6).

- no grupo de controlo, o número total de modificações diminuiu ligeiramente do pré para o pós-teste. Quanto às modificações de superfície houve uma pequena diferença: 65 modificações de superfície no pré-teste e 52 modificações no pós-

teste. O número de modificações linguístico-textuais não sofreu alterações substanciais nos dois testes implementados: 11 modificações linguístico-textuais no pré-teste e 12 no pós-teste. Também no caso do grupo de controlo as diferenças entre o pré e o pós-teste não são estatisticamente significativas.

Exemplos de análise: a) Pré-teste Modificações Efectuadas Nível de Correcção Texto Inicial Auto- correcção Auto- correcção

...foi à praia... ...fui à praia... Superfície ...bários homens... ...vários homens... Superfície

...nos... ...nós... Superfície

...com... ...com... Superfície

...Estação Litoral de aguda...

...Estação Litoral da

Aguda... Superfície

...as... ...às... Superfície

...voltamos o meio dia... ...voltamos ao meio dia... Superfície

...Estação Litoral da água...

...Estação Litoral da Aguda...

Superfície

...brincar na areia mas também vimos

pescadores...

...brincar na areia. Também

vimos pescadores L.-textual

...peixa... ...peixe... Superfície

vender peixe .Em seguida...

Vender peixe.

Em seguida... L.-textual ...muitas coijas jiras... ...muitas coisas giras... Superfície

...fomos para a camioneta...

...fomos para o autocarro.. Superfície

b) Pós-teste Modificações Efectuadas Nível de Correcção Texto Inicial Auto- correcção Auto- correcção ...cais da Ribeira do Porto...

...Cais da Ribeira do Porto... Superfície

...fomos até barragem... ...fomos até à barragem... L.-textual

...o que eu mais foi... ...o que eu mais gostei foi... L.-textual

...fomos á... ...fomos à... Superfície

Quando chegamos lá lanchamos... Quando chegámos lá, lanchámos... L.-textual e Superfície

Passamos.... Passámos. Superfície

...que as professoras nos ofereceram em

seguida....

...que as professo-ras nos oferece-ram. Em seguida....

Superfície

...até a barragem... ...até à barragem.. Superfície

...abriren-se... ...abrirem-se Superfície

...cais da Ribeira do Porto...

...Cais da Ribeira do Porto... Superfície

...fomos até barragem... ...fomos até à barragem... L.-textual

...o que eu mais foi... ...o que eu mais gostei foi... L.-textual

...fomos á... ...fomos à... Superfície Quadro 22 – Nível de Correcção: superfície e linguístico-textual – pós-teste

Comparação global quanto ao nível de correcção, na auto e hetero- correcção

Através da síntese do quadro 23, pretendemos efectuar uma comparação entre dois grupos de trabalho nos dois testes aplicados, nas tarefas de auto e hetero- correcção quanto ao nível de correcção.

Nível de Correcção

Grupo Experimental Grupo de Controlo

Auto-correcção Hetero-correcção Auto-correcção Hetero-correcção Pré- teste Pós- teste Pré- teste Pós- teste Pré- teste Pós- teste Pré- teste Pós- teste S LT S LT S LT S LT S LT S LT S LT S LT 45 17 29 38 96 23 50 24 53 8 31 6 65 11 52 12

Quadro 23 - Análise da auto e hetero-correcção, no grupo experimental e no grupo de controlo, no pré e no pós- teste quanto ao nível de correcção operada: superfície ou linguístico-textual.

S= Superfície LT= L.-textual

Assim, comparando a tarefa de auto-correcção com a tarefa de hetero-correcção, no pré e no pós-teste, no grupo experimental e no grupo de controlo, quanto ao nível de correcção, observa-se que:

-A tarefa de auto-correcção, do pré para o pós-teste, no grupo experimental, tem um aumento considerável das modificações do nível linguístico-textual, enquanto que ao nível da hetero-correcção houve apenas um aumento quase insignificante desse mesmo tipo de modificações. As modificações de superfície descem do pré para o pós-teste ao nível da tarefa de auto-correcção mas, na hetero-correcção, a descida é mais acentuada;

-A tarefa de auto-correcção, do pré para o pós-teste, no grupo de controlo, sofre uma descida nas modificações de superfície, assim como a tarefa de hetero- correcção. As modificações do nível linguístico-textual descem ligeiramente do

pré para o pós-teste, ao nível da tarefa de auto-correcção, e sobem ligeiramente na tarefa de hetero-correcção.

Perante estes resultados, verifica-se que, ao contrário do que acontece na auto- correcção, no caso da hetero-correcção, o programa de intervenção não se reflectiu de forma directa no número de modificações de nível linguístico-textual realizadas nos textos dos colegas. Os resultados apontam para a existência de uma maior capacidade de intervenção/reformulação linguístico-textual nos textos próprios.