• Nenhum resultado encontrado

O homem que falava com a lua

No documento EDUARDA RAFAELI DE SOUZA 6º ANO ENSINO (páginas 191-195)

Em uma época remota, quando Imperadores reinavam sobre a Terra, o mais jovem Imperador conhecido, Altairvar Kristjann, apaixonara-se por uma linda mulher, Arina Castiello, a terceira filha do Arquiduque Ain Castiello. Seu amor era muito grande, mas, como todos os contos de fadas têm seus prós e contras, esse infelizmente não era diferente. Altairvar era conhecido com um sanguinário, que travava guerras pela simples e pura vontade de ver sangue no chão, além de gostar de ver seus inimigos implorando miseravelmente por suas vidas. Já Arina era gentil e amável, tinha uma etiqueta quase impecável, além de uma alta inteligência, também era cortejada por vários homens do Império.

Altairvar já estava ciente de que seu amor não seria facilmente correspondido, e entendia o porquê. Entretanto ele também não mudaria seu jeito por ninguém, nem por seus pais ou amigos (se é que tinha amigos); então também não mudaria por sua amada, pois estava ciente de que se sua amada não o amasse com ele era, não o amava verdadeiramente; isso partia o coração de Altairvar. Certa noite, quando a lua brilhava lindamente, Alty (apelido de Altairvar) foi para a sacada de seus aposentos e olhou a lua.

- O que lhe deixa tão triste, pequeno Imperador?

Alty olha ao redor e percebe que não tem ninguém, intrigado e com curiosidade para saber de quem era a voz misteriosa, pergunta:

- Com quem falo? Responda-me a pergunta e lhe direi o que tanto me entristece. - Indaga o Imperador, buscando saber com quem fala.

- Quem sou? Hum… Pergunta difícil de se responder, tenho vários nomes, mas o mais popular seria “lua” - Responde - Porém, como fui eu que puxou assunto primeiro, permitirei que me chame por meu nome verdadeiro, Tsuki.

- Falo com a “lua”? A lua que brilha no céu à noite? - Pergunta-lhe com ar de dúvida.

- Sim, com a lua, a que brilha no céu à noite, por quê? Conhece outra lua? - Fala com um tom de curiosidade.

- Não, não conheço mais ninguém com o nome de “lua”!

- E a minha resposta? - Indaga Tsuki relembrando sua primeira pergunta. - Amor, amor não correspondido. - Responde com tristeza em sua voz.

- Amor? Por uma garota? Ou é um garoto? Como sabe que não é correspondido? Já disse a essa pessoa como se sente?

- Uma garota… E como sei? Simples, ninguém em sã consciência gostaria de um “sanguinário”! - Fala alterando um pouco sua voz.

- O pequeno Imperador é um sanguinário? - Pergunta duvidando de Alty. - Alty, pode me chamar de Alty, Tsuki.

- Alty, você é um sanguinário? - Refaz sua pergunta.

- Sou conhecido como sanguinário, porém não sou tão fanático por sangue. - Responde. - Então, como pode ter certeza?

- Tendo! Já tentei falar com ela, e ela… deu respostas curtas e depois saiu correndo, como se tivesse visto um monstro. - Indaga novamente com um ar de tristeza.

- Alty, nem tudo é o que parece ser… Às vezes pessoas fogem, não por terem medo, mas vergonha. Pense bem, talvez essa donzela o ame, apenas não sabe como dizer! - Tenta encorajar o pequeno Imperador.

- … - Sem resposta.

- Tenho que ir, mas Alty, na próxima vez que eu brilhar tão forte como hoje, venha falar comigo novamente! E me conte se conseguiu se declarar para essa bela dama. - Tsuki faz essa afirmação enquanto desaparece rapidamente.

- Sim… da próxima vez irei lhe dizer, até lá Tsuki. - Diz o Alty já se virando e indo para dentro de seus aposentos.

Alguns meses se passam e Tsuki nunca voltou a brilhar tão forte como naquela noite; Alty, até chegou a pensar que era coisa de sua imaginação, ou apenas um sonho, muito louco e estranho. Mas, mesmo se tivesse sido apenas um sonho ou sua imaginação, estava determinado a se confessar para Arina!

Durante um banquete que ocorria uma vez por ano, Alty pensou em se confessar e dizer tudo o que nunca havia conseguido dizer, contudo foi pego de surpresa, não sabia que o filho mais velho do Duque Astrada, Lorelei Astrada iria propor casamento em frente a todas aquelas pessoa! E para completar a sua infelicidade, Arina estava completamente apaixonada por Lorelei! Alty não sabia o que fazer, seu plano havia sido arruinado e seu coração quebrado em pedaços. Mas queria que sua amada fosse feliz, mesmo que não com ele, permitiu o casamento e alguns dias depois, especificamente no noite de casamento de Arina e Lorelei, Tsuki brilhou novamente, tão linda e radiante como uma vez já brilhara.

- Alty! Como foi? Conseguiu se confessar? - De repente Tsuki apareceu, agindo como se o visse todos os dias.

- Alty? - Pergunta com um tom de preocupação.

- Não… Não me confessei, e agora nesse exato instante está se casando com “seu amado” - Alty declara com raiva!

- Alty… Talvez ela não fosse feita para você. - Tsuki diz com um pouco de hesitação.

- Meu peito dói! Estou com raiva de mim mesmo por ter aceitado o casamento dele! Eles me machucaram e eu ainda apoiei isso! - Com a voz mais alterada, ele grita com raiva de si mesmo.

- Seu coração deve doer mesmo… Para o “imperador sanguinário” estar com tanta dor e irritado, mas não fique aflito Alty, o amor é assim mesmo - Fala como se entendesse do assunto.

- Já se apaixonou? - Com dúvida se “A Lua” pudesse se apaixonar.

- Sim… pelo sol, mas não podemos nos aproximar… - Fala como se lembrasse de velhos tempos. - Entendo… - Apenas concorda, sem saber o que dizer.

- Mas Alty, eu nunca ouvi você chorar por essa dama, então vou perguntar, REALMENTE ama essa donzela? - Com dúvida de que Alty não a amasse, pergunta-lhe.

- … - Sem resposta, apenas, como se estivesse tendo um esclarecimento sobre seus sentimentos.

- Não.... sei… Eu realmente não sei, Tsuki. - Enfim responde.

Tsuki dá um sorriso, como se estivesse dizendo, “Talvez não a amasse tanto quanto pensa, e isso é bom para você Alty, pois mesmo que não possa falar sempre comigo, eu sempre pude vê-lo… E fico feliz por você, pois é meu amigo.”

- Alty, tenho de ir novamente… Sinto muito por nosso tempo ser muito curto, então lhe darei uma compensação, veremo-nos novamente quando for a hora! - Diz, enquanto desaparece rapidamente.

- Certo, veremo-nos novamente quando for a hora! Então, até breve Tsuki!!! - Afirma como se os momentos em que conversasse com Tsuki fossem os melhores de sua vida.

Anos depois…

- Papai!!! Olhe a lua! Tsuki veio novamente para falar com a gente!!! - Diz com entusiasmo uma voz infantil feminina.

- Sim filha, Tsuki voltou para podermos conversar - Afirma Alty. - Heheh! Estou feliz! - Diz a pequena princesa.

- Sim… Eu também, você foi o maior presente que eu já recebi, minha pequena Adele. - Afirma enquanto sorri gentilmente para sua filha.

- É Adelaide Kristjann, papai! - Fala sorrindo.

- Há quanto tempo, Alty e Adele! - Diz Tsuki aparecendo de repente novamente. - Vejo que cuidou bem do meu mais precioso presente, Alty! - Diz quando vê a menina crescida, bonita e bem cuidada, e com um sorriso enorme no rosto.

- Claro, afinal é a minha pequena filha, Adelaide!

A história de Altairvar Kristjann chegou ao fim, mas e a história de sua pequena filha, Adelaide Kristjann? A dessa pequena criança nem sequer começou, ainda será uma história muito emocionante, isso sim!

- Tsuki! Está falando com quem? - Ouve-se uma voz familiar. - Com ninguém, com ninguém pequena Adele.

AUTOR (A): EDUARDO BUDEL ARENHART CATEGORIA INFANTO JUVENIL - 6º AO 9º ANO PSEUDÔNIMO: SAHARAHARRA

No documento EDUARDA RAFAELI DE SOUZA 6º ANO ENSINO (páginas 191-195)