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Identifica a personagem coletiva referida na globalidade do texto, justificando.

EDITÁVEL

4. Identifica a personagem coletiva referida na globalidade do texto, justificando.

B

A afirmação da consciência coletiva do povo de Lisboa durante o cerco é uma característica com a qual o leitor da C ró n ica de D. J o ã o I se depara frequentemente.

Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura, O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.

E D I T A V E l

T e s t e d e a v a lia ç a o 1 1 S e q u ê n c i a 3

GRUPO I I

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

Na Crónica de D. João I a narrativa apoia-se em dois tipos de personagens: os grupos e os indivíduos. Entre os primeiros, encontramos: as populações civis, em que se avantaja a de Lisboa, seguida das de várias outras cidades e vilas, e faz sentir a sua presença a «arraia meúda»1 não necessariamente localizada; e os grupos militares, seja os exércitos portugueses (nas quatro grandes batalhas) e castelhanos (sempre numerosíssimos), seja os pequenos 5 contingentes que saem a tomar um castelo, pôr cerco a uma vila, realizar uma pilhagem para reabastecimento, ou simplesmente fazer negaças ao inimigo do outro lado da fronteira. Entre os segundos, destacam-se a grande dis­ tância dos outros, pela importância que assumem na ação e pela minuciosa caracterização, D. João I, NuriÁlvares e D. Leonor.

As cenas em que são protagonistas os populares caracterizam-se em geral pelo movimento, rápido, precipita- io do mesmo, como precipitados são os seus atos, não gastando muito tempo a ponderar razões. Nos poucos casos em que há diálogo, é sob a forma de vozes, nem sempre identificadas, que se isolam da multidão, representando- -a face a um interlocutor externo, ou dirigindo-se aos próprios companheiros. Ocorre, raramente e quando em situações de oposição aos burgueses ou aos nobres, que se assista a uma tirada relativamente longa, ameaçando ou anunciando a decisão duma passagem à ação. Mas mais normalmente as falas são curtas, incitando a uma

1 5 ação violenta ou à vigilância, insultando um traidor, proclamando fidelidade a um senhor, pedindo favores ao

Mestre ou ao rei. Não é um discurso refletido. (...)

[D. João I] surge-nos como chefe militar sem prestígio, traído pelos que supõe seus mais dedicados, desobe­ decido pelas suas tropas, escarnecido pelos habitantes dos castelos2 que interminavelmente cerca com a mais estrondosa ineficácia, posto em xeque por pactos vexatórios3 que nada o obrigava a aceitar, sempre apanhado

2 0 desprevenido por toda a espécie de obstáculos, naturais ou outros. Apesar disso, é querido e seguido por mui­

tos. No episódio do cerco de Coira, uma conversa entre o rei e alguns cavaleiros traduz claramente a sua inépcia como chefe, mas revela também a relação de boa amizade que o une aos seus (cap. 76,2.a Parte): porque sabe rir e sorrir, porque conhece o prazer de passar um serão «em sabor» com os seus homens, porque ouve igualmente conselhos e censuras, porque reconhece fraquezas, porque é sensível a pedidos e fiel à palavra dada, porque pro-

2 5 cura que reine a concórdia à sua volta, porque é capaz de levar a amizade até ao sacrifício.

Fernão Lopes, Crónica de D. Jo ã o I (Textos escolhidos), Lisboa, Seara Nova / Comunicação, 1980, pp. 38, 39 e 46. (Apresentação crítica, seLeção, notas e sugestões para análise literária de Teresa Amado)

Vocabulário

1 0 povo;2 c a s te lo s de lo ca lid a d e s que to rna ra m 0 p artido do rei de C a s te la;3 aco rd os vergon hosos

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 0 primeiro parágrafo do texto está assente numa lógica de progressão textual que caracteriza

( ) (A) em primeiro lugar, as personagens individuais e seguidamente as coletivas.

[ ) (B) em primeiro lugar, as personagens coletivas e depois as individuais, exemplificando pela mesma ordem. O (C) em primeiro lugar, as personagens individuais e depois as coletivas, exemplificando pela ordem inversa. [ 1 (D) em primeiro lugar, as personagens individuais e depois as coletivas.

EDI TAVEL

T e s t e s - m o d e lo I A V E

1.2 No segundo parágrafo, explicita-se a relação entre O (A) as palavras que saem da multidão e os atos desta. □ (B) as açoes da multidão e as paLavras de quem a dirige. Q (C) as palavras que saem da multidão e os objetivos desta.

□ (D) as ações da multidão e as palavras de oposição aos nobres e burgueses, 1.3 A visão de D. João caracteriza-se

(A) por um acumular de características positivas, □ (B) por um acumular de características negativas,

O (C) pelo equilíbrio entre características positivas e negativas. O (D) pelo predomínio das características negativas sobre as positivas. 1.4 0 «episódio do cerco de Coira», l. 21,

O (A) tem como função exemplificar informação que é apresentada posteriormente,

□ (B) é um exemplo relativo às qualidades de D, João I. □ (C) exemplifica um defeito de D. João I.

( ) (D) acentua alguns dos defeitos de D. João I,

1.5 A sequência de várias orações subordinadas adverbiais causais presente no final do texto, entre as ll. 22-25, tem como função

Q (A) realçar a camaradagem entre □. João I e os seus soldados e cavaleiros. O (B) comprovar que □. João I não tinha somente defeitos.

O (C) chamar a atenção para as qualidades humanas e de chefia de D. João I. O (D) ilustrar as suas capacidades militares.

2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados.

2.1 Indica o processo fonológico presente na evolução da palavra do português antigo «batees», l. 6, para batéis,

no português moderno (texto do Grupo I).

2.2 Indica a função sintática desempenhada por «D. João I, Nun'Alvares e □. Leonor.», ll. 7-8, (texto do Grupo II).

2.3 Classifica a segunda oração coordenada presente em «ameaçando ou anunciando a decisão duma passagem à ação.», ll. 13-14, (texto do Grupo II).

GRUPO I I I

Escreve um texto expositivo no qual apresentes o contexto histórico em que ocorreu o cerco de Lisboa narrado por Fernão Lopes na Crónica de D. João I.

O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras.

E D I T A V E L

T e s t e d e a v a lia ç ã o 2 | S e q u ê n c i a 3 T e s te d e a v a lia ç ã o N o m e T u r m a D a t a V. GRUPO I A

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

Toda a cidade era dada a nojo1, cheia de mezquinhas querelas2, sem neuu prazer que i houvesse: uus com gram mingua do que padeciam; outros havendo doo3 dos atribulados4; e isto nom sem razom, ca se é triste e

mezquinho o coraçom cuidoso5 nas cousas contrairás6 que lhe aviinr podem7, veede que fariam aqueles que as

continuadamente tão presentes tiinham?

5 Pero com todo esto, quando repicavom, nenhuu non mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus emigos.

Esforçavom-se uús por consolar os outros, por dar remédio a seu grande nojo, mas nom prestava conforto de palavras nem podia tal door seer amansada com neuas doces razões; e assi como é natural cousa a mão ir ameúde onde se a door, assim uus homees falando com outros, nom podiam em ai departir senom em na mingua que cada uu padecia.

O quantas vezes encomendavom nas missas e preegações que rogassem a Deos devotamente por o estado

10 da cidade! E ficados os geolhos, beijando a terra, braadavam a Deos que lhes acorresse, e suas prezes nom eram

compridas! Uus choravam antre si, mal-dizendo seus dias, queixando-se por que tanto viviam, como se disses­ sem com o Profeta: «Ora veesse a morte ante do tempo, e a terra cobrisse nossaS faces, pera nom veermos tantos males!» Assi que rogavam a morte que os levasse, dizendo que melhor lhe fora morrer que lhe serem cada dia renovados desvairados padecimentos. Outros se querelavom a seus amigos, dizendo que foram desventuirada

15 gente, que se ante nom deram a el-rei de Castela que cada dia padecer novas mizquiindades, firmando: se de todo

nas peores cousas que fortuna em esto podia obrar.

Sabia porém isto o Mestre e os de seu Conselho, e eram-lhe doorosas d’ouvir estas novas; e veendo estes males a que acorrer nom podiam, çarravom suas orelhas do rumor do poboo.

Como nom querees que maldissessem sa vida e desejassem morrer alguus homees e molheres, que tanta de- 20 ferença há d’ ouvir estas cousas aaqueles que as entom passarom, como há da vida aa morte? Os padres e madres viiam estalar de fame os filhos que muito amavom, rompiam as faces e peitos sobrieles, nom teendo com que lhe acorrer, senom planto e espargimento de lagrimas, e sobre todo isto, medo grande da cruel vingança que enten­ diam que el-Rei de Castela deles havia de tomar; assi que eles padeciam duas grandes guerras, ua dos emigos que os cercados tiinham, e outra dos mantiimentos que lhes minguavom, de guisa que eram postos em cuidado de se

25 defender da morte per duas guisas.

a d v e rsa s;7 que podem suceder de vez em quando

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. A cidade é apresentada como um ator coletivo. Justifica esta afirmação transcrevendo pelo menos dois exemplos pertinentes.