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Indica a função sintática desempenhada pelas palavras destacadas em «relatos de naufrágios» , l 3.

GRUPO I I Lê o texto seguinte Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.

2.1 Indica a função sintática desempenhada pelas palavras destacadas em «relatos de naufrágios» , l 3.

2 .2 Indica a função sintática desempenhada pela expressão destacada em «bem poucos são os que chegam a bom porto», l. 25.

2 . 3 Classifica a oração «porque a avidez humana não tem fundo», l. 26.

GRUPO I I I

Escreve um texto que tenha entre 200 e 300 palavras no qual faças a apreciação crítica de um livro que tenhas lido, de um filme que tenhas visto ou de um quadro que tenhas observado numa exposição.

E D I T Á V E L

T e s t e s - m o d e lo I A V E

GRUPO I

Â

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.

Tempestade

Às dez, escureceu por completo; parecia noite. O negro mar, em redor, todo se cobria de espumas brancas; o estrondo era tanto, - do mar e do vento, - que uns aos outros se não ouviam.

Nisto, levanta-se de láumavaga altíssima, toda negra por baixo, coroada de espumas; e, dando na proa com um borbotão1 do vento, galga sobre ela, a submerge, e arrasa. Estrondeando2 e partindo, leva o mastro do traquete3

5 com a sua verga e enxárcia4; leva a cevadeira5, o castelo de proa, as âncoras; estilhaça a ponte, o batel, o beque5, arrebatando pessoas, mantimentos, pipas. Tudo se quebra e lá vai no escuro. A nau, até o mastro grande, fica rasa e submersa, e mais de meia hora debaixo de água.

Os sobreviventes, que se arrastavam pávidos7, confluem8 a um padre que se acha a bordo e atropela as rezas

e as confissões9. Um relâmpago risca, ilumina a treva: vêem-se todos de j oelhos, com as mãos no ar, a pedir mise- 10 ricórdiae a clamar por Deus.

Jorge de Albuquerque, como de costume, falava aos outros para lhes dar coragem. Confiassem em Deus, - e ao mesmo tempo fossem dando à bomba, esgotando a água que invadira o convés. Enquanto houver vida - dizia-lhes - trabalhem todos por a conservar. E se Deus dispusesse por outra forma, tivessem paciência ante os seus decretos: somente Ele sabe o que nos é melhor.

is Com estas palavras os persuadia à faina. Deram à bomba, com imensa dificuldade de se aguentarem de pé, e esgotaram a água.

Mas outro vagalhão se lançou sobre a nau. Cobrindo o convés, arrebatou o mastro grande, verga, vela, enxár­ cias, camarotes, borda; levou o mastro da mezena com o aparelho todo, uma parte da popa, e também um dos franceses dos de maior jerarquia10. Os Portugueses que trabalhavam nabomba foram logo arrojados aqui e além; 20 cobertos pelo mar, todos se convenceram de que se afogariam. Levantaram-se aos poucos, queixando-se este de que partira um braço, aquele uma perna. Ficou tudo mergulhado por algum tempo; e o mar, depois, dava ainda pelos joelhos dos desgraçados. Mandou o Albuquerque alguém à coberta, para ver a água que nela entrava. Só fal­ tavam três palmos para chegar acima, e a encher de todo. Fuzilavam relâmpagos; a força do vento, a imensidade das ondas, aterravam os ânimos; a água que entrava vinha cheia de areia. Jorge de Albuquerque, apesar de tudo, 25 consolava os tristes, afirmando-lhes a esperança de se saírem daquilo.

(continua)

EDITÁVEL

fOTOCOPÉEL Entre Palavras 10 • Livro de Testes •

T e s t e d e a v a lia ç ã o 2 | S e q u ê n c i a 7

O mastro grande, quando caiu, ficou preso na enxárcia; por debaixo de água, passara para abanda de barlaven­ to11; e de aí, jogado na vaga, dava choques horríveis de encontro ao costado, que tremia todo com som cavernoso. Enfim, vieram uns mares que o levaram para longe, e de mais esse tormento se viram livres.

Passados três dias, em que continuamente se deu à bomba, começou enfim a abonançar a procela.

«As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)», in H istória trágico -m arítim a - narrativas de naufrágios da época das conquistas,

Adaptação de António Sérgio, Lisboa, Sá da Costa Editora, 2009, pp. 13 3 e seguintes.

V o c a b u lá r io e n o t a s

1 t r a j a d a ; 2 a v a n ç a n d o c o m e s t r o n d o ; 3 m a s t r o n a p r o a d o b a r c o ; 4 c a b o s d o m a s t r o d o t r a q u e t e ; 5 t ip o d e v e l a ; 6 p e ç a d e m a d e ir a n a p r o a d a n a u ; 7 c h e io s d e p a v o r ; 8 d ir ig e m - s e ; 9 r e z a e c o n f e s s a m u it o d e p r e s s a ; 10 p o s iç ã o s o c i a l ; 11 la d o d o n a v io o n d e b a t e o v e n t o q u e o im p e le

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica dois tipos de sensações referidas pelo narrador para caracterizar a tempestade.

2. Refere, justificando, as atitudes dos náufragos apresentadas no texto que contribuem para caracterizar a sua men­ talidade religiosa.

3. Identifica, justificando, o recurso expressivo presente no sexto parágrafo que melhor contribui para sugerir a vio­ lência do mar,

4. Explica o sentido da frase «vieram uns mares que o levaram para longe», l. 28.

B

Na narrativa que leste, as ações de Jorge de Albuquerque Coelho revelam frequentemente grande capacidade de liderança.

Apelando à tua experiência de leitura, escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras, mostrando que assim é.

GRUPO I I

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados,

h

á f j t s a

século XKi um p ro b lem a de todos nós

«Bebemos 90% das nossas doenças.» Em grande parte do mundo, esta afirmação de Louis Pasteur continua, infelizmente, atual; 1200 mil milhões de habitantes não têm acesso à água potável e 2 mil milhões não têm sanea­ mento. No dealbar1 do século XXI, a primeira das urgências é portanto sanitária, e a qualidade da água encontra- -se no âmago da aposta do futuro.

5 A água é um bem raro e frágil. A imensidade dos oceanos e a etema renovação do ciclo da água não devem provocar-nos ilusões: é certo que não se «consome» água como se consome petróleo; após o seu uso, de novo parte para os rios, para os lençóis de água subterrânea ou para a atmosfera. Mas, através desta perturbação no ciclo da água, é subtraída aos outros seres vivos, e a sua qualidade, por vezes, degrada-se de forma irremediável. Sendo certo que se fizeram, (...) nestes últimos anos, importantes progressos em matéria de qualidade das águas, não se devem subestimar os esforços ainda a empreender para reduzir toda a espécie de poluição e recuperar os nossos rios e lençóis de água.

(continua) EOI TÁm

T e s t e s - m o d e lo I A V E

4500 litros de água para produzir um quilo de arroz. Alimentar dentro em breve 8 a 9 mil milhões de habitantes será, antes de tudo, utilizar melhor a água na produção alimentar. A agricultura representa hoj e 70% dos consu­ mos da água no mundo. Em inúmeros países, a autossuficiência alimentar já é um problema de água e as situa­ is ções de sobre-exploração de recursos multiplicam-se. A secagem do mar de Arai2 mostrou-nos as consequências dramáticas de uma gestão irrefletida da água. Após a «revolução verde», que permitiu um extraordinário cresci­ mento das quantidades de alimento produzidas nos últimos quarenta anos, é uma «revolução azul» que se toma agora necessário empreender. Manon des Sources3 lembrou-nos em que medida a água, quando falta, pode estar no centro das rivalidades e dos conflitos. O que não é só verdade à escala das cidades: mais de metade das terras 20 emersas pertencem a bacias hidrográficas partilhadas por vários países. Manter a paz, supõe, e suporá ainda mais

amanhã, repartir equitativamente este recurso raro entre montante e jusante4.

É verdade que a tecnologia oferece continuamente novos progressos no tratamento e economia da água: a dessalinização, por exemplo, permite hoje às cidades costeiras ricas disporem de um importante recurso. No entanto, não é assim, nem mesmo deslocando icebergues, que se encontrará água para os milhares de milhões de 25 indivíduos que não dispõem de 2 euros por dia para viver.

Perante estes desafios, a educação, a sensibilização das opiniões públicas, a difusão de novas práticas são in­ dispensáveis. Hoje, a gestão da água diz respeito a cada cidadão, pelo uso inteligente que dela poderá fazer na sua vida quotidiana. A salvação deste bem comum, condição para um desenvolvimento sustentável, exige a parti­ cipação de todos nas decisões. E nada se fará sem a solidariedade que devemos àqueles que não dispõem deste 30 mínimo vital: beber um pouco de água limpa todos os dias é pedir demasiado?

Hervé Manéglier e Myriam Schleiss, A B C edário da água, Lisboa, Público, 2003, p. 7. (Texto adaptado)

V o c a b u lá r io e n o t a s

1 in ic ia r; 2 m a r in t e r io r n a Á s ia : s e c o u d e v id o à e x p lo r a ç ã o in t e n s iv a d a s u a á g u a ; 3 t ít u lo d e u m liv r o d e M a r e e i P a g n o l e d e u m f ilm e h o m ó n im o o n d e s e r e t r a t a m c o n f l i t o s e n t r e c a m p o n e s e s d o s u l d e F r a n ç a d e v id o à f a l t a d e á g u a p a r a a r e g a ; 4 e n t r e a n a s c e n t e e a f o z d o rio 1

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A frase que melhor sintetiza a temática geral do texto é

O ( A ) É urgente deixar de consumir tanta água em todo o mundo. □ (B) É importante lutar contra o consumo excessivo de água no mundo. □ (C) É fundamental usar a água com equilíbrio.

□ (D) É absurdo o consumo de água no mundo.

1.2 Relativamente ao acesso à água por parte dos «1200 mil milhões de habitantes» referidos na l. 2, o problema dessas pessoas é de natureza

(A) qualitativa. O (B) quantitativa.

O (C) qualitativa e quantitativa. □ (D) climática.

EDITÁVEL

T e s t e d e a v a lia ç ã o 2 [ S e q u ê n c i a 7

1.3 Segundo o texto, não se consome água como se consome petróleo porque

□ (A) a água não é um recurso natural renovável.

□ (B) o petróleo é um recurso natural renovável, Q (C) existe um ciclo do petróleo, mas não dá água. ( ) (D) existe um ciclo da água, mas não do petróleo.

1.4 A referência ao «mar de Arai», 1.15, tem como função apresentar um exemplo