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III O PROFESSOR COORDENADOR

O Professor Coordenador, que surge na década de 1990, na Secretaria de Educação de São Paulo, na situação de docente designado para exercer tal função, depara-se com várias inovações; um exemplo é a LDBEN n. 9394/96, que propõe a adoção de propostas pedagógicas voltadas à comunidade em que a escola está inserida.

O Diretor de Escola é um elemento indispensável no desenvolvimento das atividades escolares, sejam aquelas consideradas administrativas ou pedagógicas e na articulação dos alunos, da comunidade e dos profissionais da escola (serventes, secretários, merendeiras, inspetores de alunos, professores e vice-diretores) para atingir os objetivos previstos na proposta pedagógica; entretanto, a Rede Estadual Paulista avaliou como necessária a presença de um novo elemento que contribuísse para a articulação e mobilização da equipe escolar na construção do Projeto Pedagógico da unidade escolar.

O processo de inserção de um Professor Coordenador numa escola da Rede Estadual de Ensino de São Paulo é regido pelos termos das resoluções produzidas pela mesma secretaria e publicadas no Diário Oficial. A primeira delas foi a Res. nº. 76, de 13 de Junho de 1997.

A Res. nº. 76, de 13 de Junho de 1997, ressaltava a relevância da atuação do Professor Coordenador no processo de elaboração e implementação da Proposta Pedagógica das escolas estaduais e orientava as Diretorias de Ensino e as Unidades Escolares para o procedimento de seleção desses novos coordenadores. Essa resolução pouco instrui os Professores Coordenadores Pedagógicos sobre suas atribuições, sendo somente em 2000, com a publicação da Res. nº. 35/2000 que foi homologado um rol de atribuições a este professor que assume a função de Professor Coordenador.

A segunda resolução (Res. SEE. nº.35/2000), que torna sem efeito a Res. nº.76/97, é marcada pela objetividade, ao definir de forma mais clara as considerações sobre a necessidade desse profissional nas escolas e suas atribuições como professor que assume a função de coordenador pedagógico.

Nessa resolução (Res. SEE 35/2000), a Secretaria de Educação enfatiza novamente a importância desse profissional na elaboração e na implementação da proposta pedagógica das escolas e inova ao considerar em seu artigo 20 o Professor Coordenador como elemento de grande importância, cabendo a este: a articulação e integração de equipe escolar; o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem; garantir a integração curricular no ensino fundamental e médio e articular o trabalho entre escolas e equipes de Supervisão e Oficina Pedagógica.

Sem ter a intenção de desenvolver análises mais profundas, objetivo este que pretendo explorar no capítulo de análise, creio que não posso deixar de apontar um aprimoramento entre as duas publicações, pois na primeira

publicação não temos nenhum artigo de define atribuições aos professores coordenadores pedagógicos, verifica-se somente uma consideração sobre a importância desse profissional na escola, situação que não se mantém com a segunda resolução.

Quadro comparativo das duas últimas Resoluções que tratam da Coordenação Pedagógica

Os quadros que seguem foram constituídos com o objetivo de apresentar e comparar as Resoluções SEE nº 28/1996, nº 76/1997 e nº 35/2000, publicadas pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, para nortear o processo de seleção e designação dos professores que assumiram a função de Coordenação Pedagógica, bem como suas atribuições nas Escolas Públicas de São Paulo, a partir de 1996.

Considerações da Secretaria de Estado da Educação para a inserção da designação de professores para a função de coordenação pedagógica

Res nº 28/1996 Res nº 76/1997 Res nº 35/2000

Considerações para o surgimento da função

Considerações para o surgimento da função

Considerações para o surgimento da função - do processo de construção coletiva

do projeto pedagógico das escolas, visando à melhoria da qualidade do ensino;

- da articulação e da integração das ações pedagógicas da unidade escolar, objetivando aprimorar o processo ensino aprendizagem; - do planejamento,

acompanhamento e avaliação dos projetos de reforço e recuperação da aprendizagem e conseqüente diminuição dos índices de evasão e repetência;

- de as reuniões coletivas dos docentes contarem com uma coordenação, que favoreça

- a importância da atuação do Professor com função de Coordenação Pedagógica no processo de articulação e mobilização da equipe escolar na construção do Projeto Pedagógico da unidade escolar; - a necessidade de se suprir as unidades escolares de profissionais competentes para o exercício dessa função, resolve - a relevância da atuação do Professor Coordenador no processo de elaboração e implementação da proposta pedagógica da escola; - a importância da articulação e integração da equipe escolar no desenvolvimento do projeto pedagógico da escola, objetivando aprimorar o processo de ensino e aprendizagem; - a necessidade de se garantir a integração curricular no ensino

momentos de reflexão pedagógica voltados para o aperfeiçoamento ou atualização em serviço;

- de um trabalho articulado entre a unidade escolar e o Sistema de Supervisão e a Oficina Pedagógica da Delegacia de Ensino, a fim de quês esta possa garantir a integração do currículo no ensino fundamental e médio;

fundamental e médio; - a necessidade de se potencializar o trabalho articulado entre a escola e as equipes de Supervisão e da Oficina Pedagógica da Diretoria de Ensino;

As três resoluções publicadas pela Secretaria de Estado da Educação (até a data do depósito desta dissertação) descrevem um conjunto de atribuições para o professor a ser designado, que deverá centrar o conjunto de suas ações. Ao analisarmos as três resoluções, podemos considerar de imediato que a Secretaria da Educação, ao expedir tais documentos, revela uma especial atenção à proposta pedagógica5 da escola, inicialmente focando sua construção (prevista na Res. 28/96) e, mais tarde, com a resolução SEE nº035/2000, ampliando para “elaboração e implementação” da proposta pedagógica, considerando nesse momento que algumas escolas já tivessem suas propostas pedagógicas construídas.

Entendemos que tais documentos, quando publicados pela Secretaria de Estado da Educação, devem servir (para as diretorias de ensino e para as escolas) como norteadores de ação do tema para qual foi projetada tal resolução; posto isto, entendemos que tudo que está amparado pela resolução deve ser cumprido, e o que não trata a resolução não necessariamente deva ser realizado. Tal discussão se faz necessária, pois a Resolução 28/1996, ao

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A proposta pedagógica da escola é o documento que registra todas as intenções educacionais da unidade escolar, revelando de forma clara e acessível os valores coletivos assumidos, contemplando prioridades estabelecidas pela equipe, a partir das necessidades diagnosticadas, da definição dos resultados desejados, incorporando a auto-avaliação no desenvolvimento do trabalho.

afirmar que ”(...) as reuniões coletivas dos docentes [devem] contar com uma coordenação, que favoreça momentos de reflexão pedagógica voltados para o aperfeiçoamento ou atualização em serviço”, destaca a formação continuada como uma das atividades para esse professor que assume as funções de coordenação pedagógica; entretanto, após quatro anos, vemos que essa preocupação não mais é registrada pela resolução. É necessário destacar essa questão, pois exercer a atividade de formador do corpo docente da escola é uma faceta importante para ser abordada no estudo sobre o processo de constituição da identidade de nosso sujeito de pesquisa.

Além disso, podemos levantar também a necessidade de se discutir (mais à frente) se a função desse professor é efetivamente pedagógica, visto que a própria resolução SEE nº 35/2000 denomina esse professor de “professor coordenador” e não mais “coordenação pedagógica” garantida nas resoluções anteriores. Por mais simples que possa parecer essa questão, ela pode nos revelar uma ampliação do foco de ação desse professor, gerando um adicional de atividade que poderá prejudicar o processo de formação continuada, previsto nas resoluções anteriores.

Quadro comparativo entre as distribuições dos postos de trabalho para a coordenação pedagógica entre as Escolas Públicas Estaduais

Res nº 28/1996 Res nº 76/1997 Res nº 35/2000

A distribuição dos postos de trabalho

A distribuição dos postos de trabalho

A distribuição dos postos de trabalho Artigo 1º - As unidades

escolares da rede estadual de ensino contarão com professor designado para exercer às funções de Coordenação Pedagógica, atendidas as disposições da legislação vigente, observando os seguintes critérios: I - um professor para a coordenação pedagógica nas escolas que mantenham, no mínimo,12 (doze) classes funcionando em dois ou mais turnos;

II – dois professores para a coordenação pedagógica, nas escolas que mantenham, no mínimo, 12 classes

funcionando, em dois ou mais turnos, no período diurno, e, no mínimo, 10 classes no noturno. Parágrafo único - No cômputo das classes a que se referem os incisos I e II, devem ser

incluídas as de Educação Especial e de Ensino Supletivo.

Artigo 1º - As unidades escolares da rede estadual de ensino contarão com professor designado para exercer a função de Coordenação Pedagógica, atendidas as disposições da legislação vigente, observados os seguintes critérios: I – um professor, para as escolas que mantenham, no mínimo, 12 classes

funcionando em dois turnos; II – dois professores, para as escolas que mantenham, no mínimo, 12 classes, em dois turnos diurnos e 10, no noturno.

Parágrafo único – Deverão ser incluídas no cômputo das classes a que se referem os incisos deste artigo, as de Educação Especial, de Ensino Supletivo, bem como as classes vinculadas.

Artigo 1º - As unidades escolares da rede estadual de ensino contarão com posto(s) de trabalho destinado(s) às funções de Professor Coordenador, na seguinte conformidade: I - um para as escolas que mantenham, no mínimo,12 classes em dois ou mais turnos;

II - dois para as escolas que mantenham, no mínimo, 12 classes em dois ou mais turnos diurnos e 10 classes no noturno.

Parágrafo único - No cômputo das classes a que se referem os incisos deste artigo incluem-se as classes de Educação Especial, de Ensino Supletivo, as vinculadas e as das Tele- salas que funcionarem no prédio da escola.

Ao analisarmos a distribuição dos postos de trabalho, poucas mudanças são perceptíveis; porém, a mais significativa delas (sob nosso ponto de vista) é a inserção de classes de educação especial, classes vinculadas6 de ensino supletivo e tele-salas.

Aparentemente, tal medida pode não representar mudanças significativas por parte da Secretaria de Estado da Educação; entretanto, essa medida

6 Classe vinculada é o nome dado às classes que são formadas em pequenas comunidades e que

geralmente se encontram localizadas distantes das escolas regulares, como sítios, fazendas e lugares de difícil acesso. Essas classes são constituídas em por série, ou por classe multisseriada (denominação dada a classes que possuem um professor que atua com alunos de diferentes séries).

contribui para o acréscimo do número de professores coordenadores pedagógicos nas escolas públicas paulistas. Essa alteração favoreceu o surgimento da função de professor coordenador em muitas outras escolas, principalmente nas escolas que ofereciam o ensino noturno, com Supletivos e Tele-salas, possibilitando um melhor acompanhamento dos projetos mencionados nas resoluções, fato este não destacado nas resoluções precedentes. Atualmente, de acordo com os dados do DRHU7, da Secretaria de Estado, só na capital a Secretaria da Educação possui 1447 professores que estão, em 2006, na função de professor coordenador; na grande São Paulo, são mais 1556 professores; nas escolas localizadas no interior do estado são mais 3347 docentes; o que totaliza 6350 professores coordenadores na rede pública paulista.

Quadro comparativo entre as Resoluções publicadas que tratam das competências atribuídas aos professores que assumiram a coordenação pedagógica entre das Escolas Públicas Estaduais

Res nº 28/1996 Res nº 76/1997 Res nº 35/2000

Competências Competências Competências

Artigo 2º - Ao docente designado para exercer as funções de coordenação pedagógica caberá assessorar a direção da escola na

articulação das ações pedagógicas e didáticas e subsidiar o professor no desenvolvimento de seu trabalho.

Não há registros

específicos do que cabe ao coordenador

pedagógico.

Artigo 2º - Ao docente designado para o exercício das funções de Professor Coordenador caberá: I - assessorar a direção da escola na articulação das ações

pedagógicas desenvolvidas pela unidade, incluindo as de todas as Tele-salas e as classes vinculadas; II - auxiliar a direção da escola na coordenação dos diferentes projetos, inclusive os de reforço da aprendizagem;

III - assessorar a direção da escola na relação escola/comunidade; IV - subsidiar os professores no desenvolvimento de suas atividades docentes;

V - potencializar e garantir o trabalho coletivo na escola, organizando e participando das HTPCs;

VI - executar, acompanhar e avaliar as ações previstas no projeto pedagógico da escola.

Verifica-se que apenas duas Resoluções apresentam considerações da Secretaria da Educação para justificar a necessidade dessa função; podemos constatar que suas atribuições tornam-se objeto de registro somente em 2000.

Percebe-se também que a estrutura da Res. 35/2000 revela uma preocupação da Secretaria da Educação em delimitar as atividades a serem exercidas pelos professores que assumem a função de coordenação pedagógica.

Quadro comparativo entre as resoluções publicadas abordando os requisitos necessários aos professores para assumirem a coordenação pedagógica nas Escolas Públicas Estaduais

Requisitos Requisitos Requisitos

Artigo 4º - Poderá ser

designado para as funções de coordenação o docente que contar, no mínimo, com (três) anos de exercício no

Magistério Público Oficial do Estado da São Paulo de 1º e 2º Graus.

Parágrafo único: O docente Titular de Cargo designado para substituir ou responder por outro cargo vago na mesma série da classe, em outra unidade escolar, poderá ser designado para exercer as funções de coordenação, devendo ser cessada a designação anterior. Artigo 5º - O docente readaptado poderá ser designado para o exercer as funções de coordenação, ouvida a C.A.A.S. da

Secretaria da Saúde, e fará jus à diferencia de remuneração, como carga suplementar, se estiver com carga horária inferior à prevista para o exercício dessas funções.

Artigo 2º - Poderá exercer a função de Coordenação Pedagógico o Professor habilitado que:

I – contar com, no mínimo, 3 anos de experiência docente;

II – tenha sido selecionado, em nível de Delegacia de Ensino, em prova escrita elaborada pela Secretaria da Educação;

III – tenha sido indicado pelo corpo docente da unidade escolar mediante apresentação de proposta de trabalho;

IV – tenha sua indicação ratificada pelo Conselho da Escola da unidade pretendida.

Artigo 4º - O docente readaptado poderá ser designado para o exercício da função de

Coordenação Pedagógico mediante parecer da C.A.A.S. da Secretaria da Saúde, fazendo jus à diferencia de remuneração, como carga suplementar, quando sua carga horária for inferior àquela prevista para a função.

Artigo 3º - São requisitos para o exercício das funções de Professor Coordenador: I - ser portador de licenciatura plena; II - contar com, no mínimo, 3 anos de experiência como docente;

III - estar vinculado à rede estadual como docente. Parágrafo único - O docente readaptado poderá exercer a função de Professor Coordenador mediante parecer da C.A.A.S. da Secretaria da Saúde, fazendo jus à diferença de remuneração, como carga suplementar, quando sua carga horária for inferior àquela prevista para a função.

Ao compararmos as três Resoluções, podemos observar que poucas foram as mudanças para os requisitos de ingresso para a função de professor coordenador, na Rede Oficial de Ensino de São Paulo. Dentre essas mudanças, destacamos a ampliação da área de abrangência para a comprovação da experiência na área educacional, pois a primeira resolução impunha “Poderá ser designado para as funções de coordenação o docente que contar, no mínimo, com (três) anos de exercício no Magistério Público Oficial do Estado da

São Paulo de 1º e 2º Graus.”, situação esta que muda com as resoluções posteriores, que passam a aceitar experiência docente em outras instituições (da rede particular ou das redes municipais de ensino). Tal alteração revela uma valorização da experiência profissional adquirida pelo docente em outras instituições, possibilitando a aproximação com outras concepções de trabalho pedagógico.

Quadro comparativo entre as resoluções publicadas entre 1996 à 2000, abordando a carga horária de trabalho dos professores que assumem a coordenação pedagógica nas Escolas Públicas Estaduais

Carga horária de Trabalho e período da designação.

Carga horária de Trabalho e período da designação.

Carga horária de Trabalho e período da designação.

Artigo 6º - a designação para a função de coordenação terá duração de 1 (um) ano letivo e poderá ser

prorrogada, a cada ano, mediante a avaliação e aprovação do Conselho de Escola.

Artigo 7º- A designação para as funções de coordenação pedagógica será de 45 (quarenta e cinco) horas semanais, exceto para o professor que exercer essas funções no período noturno, cuja a carga horária será de 30 (trinta) horas semanais. Parágrafo único – As horas que trata este artigo deverão:

I. ter duração equivalente a hora- aula do respectivo período de atuação; II. ser distribuídas por

todos os dias da semana;

III. e, conforme o caso, ser distribuída proporcionalmente ao número de classes de cada turno. Artigo 9º - O professor designado para exercer as funções de coordenação por 30 (Trinta) horas, poderá exercer a docência, em período diverso, até atingir o limite máximo previsto na Legislação.

Artigo 3º - Observado o disposto no artigo anterior, a designação para o exercício da função de

Coordenação Pedagógica, de competência do Diretor de Escola: I – terá a duração até o início do ano letivo subsequente podendo ser prorrogada, a cada ano,

mediante avaliação do Conselho de Escola;

II – será:

a – por 45 horas-aula semanais, e b – por 30 horas-aula semanais, quando exclusivamente para o período noturno.

Artigo 4º - O docente readaptado poderá ser designado para o exercício da função de

Coordenação Pedagógico mediante parecer da C.A.A.S. da Secretaria da Saúde, fazendo jus à diferencia de remuneração, como carga suplementar, quando sua carga horária for inferior àquela prevista para a função.

Artigo 5º - O professor designado para o período noturno poderá exercer docência em período diverso, até atingir a carga horária máxima prevista na legislação vigente.

Artigo 6º - A carga horária prevista para o exercício da função de Coordenação Pedagógica deverá ser distribuída por todos os dias da semana e proporcionalmente ao número de classes de cada período.

Artigo 7º - Compete ao Diretor de Escola proceder, nos termos desta resolução, à designação do docente para as funções de Professor Coordenador. § 1º - A designação de que trata este artigo será feita até o início do ano letivo subseqüente, podendo ser prorrogada mediante avaliação do Conselho de Escola. § 2º - Para o exercício das funções, o Professor Coordenador designado cumprirá jornada de trabalho de 40 horas semanais, no período diurno, distribuídas por todos os dias da semana e turnos e

proporcionalmente ao número de classes de cada turno.

§ 3º - Quando atuar no período noturno, sua jornada de trabalho nessa função será de 24 horas semanais e poderá exercer a docência, em período diverso, até atingir a carga horária máxima prevista.

Ao analisarmos as três resoluções é possível notar que ocorre uma reestruturação da jornada de trabalho em cada uma das resoluções publicadas pela Secretaria da Educação; tais mudanças foram efetuadas com o propósito de enquadrar a jornada de trabalho do professor coordenador à Lei Complementar nº 836/97 (que institui o Plano de Carreira, Vencimentos e Salários para os integrantes do Quadro do Magistério da Secretaria da Educação e dá outras providências correlatas), que extingue a hora-aula e estabelece a adoção de hora-relógio para os profissionais do campo do magistério.

Além disso, cabe destacar que o processo de avaliação dos professores coordenadores é um procedimento previsto nas três resoluções que foram publicadas pela Secretaria da Educação. A avaliação dos professores que assumem essa função é realizada, de acordo com essas resoluções, pelo Conselho de Escola8; entretanto, destacamos que são definidos os envolvidos no processo de avaliação, porém não são definidos os instrumentos de avaliação e registro do desempenho dos professores que assumem essa função.

É relevante destacar essa questão, pois dada a experiência que tive durante os anos de Oficina Pedagógica, foi possível presenciar a realização de avaliações9 sem métodos claros, pelos quais o coordenador pedagógico é avaliado. Essa situação coloca o professor coordenador em uma situação de contradição, pois se vê ávido a atender aos anseios dos diferentes grupos da

8 Os conselhos de escola são constituídos por pais, alunos, professores, funcionários e é presidido pelo

diretor da escola.

9 Entendemos que a avaliação (é processo que requer instrumentos claros e previamente definidos) tem

como objetivo proporcionar informações que possam constituir um quadro (da situação ou do profissional) em questão e a partir das informações obtidas (com a avaliação) reestruturar a ação visando alcançar os objetivos que estavam já previamente estabelecidos.