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131 Ilustração 81:Composição tradicional de ramada

76 Tomado do Dicionário Priberam

131 Ilustração 81:Composição tradicional de ramada

Nest as pedras a t rave é amarrada com arames que est icam e suport am t oda e est rut ura dos pórt icos descarregando numa “ prisão” .

O sist ema de amarração segue uma sequência de pórt ico descarregando nos est eios, repetindo-se a técnica até aos est eios sit uados na ext rema fim de cada conjunt o de pórt icos.

O sist ema usa técnicas que laça o arame onde a vinha pousa e se desenvolve. Exist em algumas variações em relação a t rave, podendo ser em ferro.Esta t ecnologia de suport e à vinha, tem como object ivo de libert ar o t erreno de cult ivo de cot a inferior. As ramadas definem um espaço arquit ect ónico det erminando envolvências espaciais no t erreno, e ajudando a marcar o cadast ro exist ent e. A sua percepção como conjunt a leva-nos a uma série de considerações:

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1º Numa linha horizontal, (Ilust ração 82(- assume uma visualização t ransversal cont rast ado apenas pelos postes ou ferros de apoio ao solo. A delimit ação do espaço de cultivo e a ut ilização para cert as culturas relacionadas com cada época enquadram-se com as diversas composições visuais conforme as est ações.

2º A veget ação assumida na linha horizont al, forma uma ocupação aérea que t ransmite uma sensação de cobert ura veget al, relacionada paralelamente ao solo com uma cot a sensivelment e de 1.50 met ros.

Ilustração 83

3º A vist a aérea, (Ilust ração 83) relacionada com a configuração dos t errenos most ra-nos uma densidade diferenciada, dependendo da opção aproveit ada em t ermos de subsist ência. A paisagem criada por est e tipo de ocupação espacial relaciona- se com o moviment o de formas geomét ricas, impondo uma regra alteradora da paisagem. A ramada é act ualmente uma referência no Vale do Lima, t endendo a desaparecer força de uma produção de subsistência que t ende a não ser viável para a população.As ramadas ainda predominam no Vale do Lima. A relação existente apresent a um domínio ainda vigente da agricult ura de subsistência, que tende a desaparecer devido ao abandono dos propriet ários.

Esta caract erização tipológica pode ser cont emplada de duas perspectivas que possivelmente devem definir os element os de t roca nas chaves compositivas da paisagem galaica-minhot a: a escala unifamiliar frent e á escala produtiva empresarial. A classificação ant erior reflect e as at itudes do produtor unifamiliar no seu diálogo cont ínuo com o território at ravés da vide. Tem existido uma adapt ação continuada para conseguir

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níveis de produção que possam concorrer adequadament e num ambient e competit ividade comercial. É a forma de poder responder com crit érios de pequena escala aos requesit os duma produção á escala empresarial Est e fact o vê-se confirmado após a criação da região demarcada de vinhos verdes, nos primórdios do século XX.92

Este facto permite pensar nas possibilidades de definir polít icas comerciais susceptíveis de invert er o proceso de progressivo desaparecimento das ramadas, como elemento caracterizador das paisagens minhot as.

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A r egião demarcada dos vinhos ver des comemorou os seus cem anos

no derradeiro 18 de Set embro de 2008.

134 2.4.3.6.Arjões

Os “ Arjões” delimit avam o t erreno. Poderemos considerar este t ipo como uma adapt ação do Bardo se bem que apoiado no conceit o das uveiras. As vinhas plant avam-se agora espaçadas ent re cada árvore, uma nova t ecnologia surgira, o arame permitia um maior aproveit ament o do espaço, até at ingir os 6- 8 met ros de altura, uma malha contínua amarrava árvore a árvore, permitindo maior rent abilidade na produção do vinho. Exist e uma funcionalidade acrescent ada: a vedação dos t errenos, aut ênticas cort inas, que mist uravam a folhagem da árvore com a da vinha.

Tal como os enforcados, os arjões são t ípicos de uma produção vinícola em regime de agricult ura intensiva, não especializada, consociada com variadas out ras cult uras, e que t ira proveito de uma produção que prat icamente não ocupa espaço no solo e não precisa de muita mão-de-obra

135 2.4.3.7. Eido

O dicionário da Real Academia Galega define dest e modo o eido: eido s.m. 1. Terreo cultivado, que pode est ar ent re as t erras que rodean a casa ou non

O dicionário português explica dum modo mais ext enso: eido:s. m.Pát io; quint al; quint eiro.

O eido é considerado o espaço de t erreno que envolve a habitação, cobert o com vinha na forma de consola, sendo est a dispost a pelo perímet ro dos socalcos.

Este t ipo de solução é ut ilizado pela proximidade da colheit a, pert o de casa, assim como pelo aproveit ament o do terreno para cultivo.

As caract erísticas da videira servem para poder utilizar de modos diferent es o espaço que est a tipologia define na envolvente do edificado. A folha caduca da videira t em como finalidade a protecção da habit ação dos raios solares no verão, abrindo-se no Inverno quando se t orna necessário o aqueciment o int erior da casa aproveit ando os raios solares. A tipologia t radicional de habit ação adopt ada neste t ipo de solução é dist ribuída por um espaço do r/ chão para serviços, onde existiam os currais e as lojas. Nest e piso t érreo o gado era

guardado assim como t odo o t ipo de equipament os necessários à agricultura. Ao nível do andar, est e era reservado para a habitação, zonas de cozinhar, lazer e ínt imas.

Este tipo de envolvente à casa, apresent a várias formas e est rut uras num cont ext o espacial, parecendo fundir a habitação com o espaço envolvente nat ural e verde, em que est a apenas aparece ao nível do segundo piso.

Este sistema tem como princípio o conjunto de videiras que sobem ao nível dos arames ramificados que servem de apoio à dist ribuição dos ramos das videiras.

Este sist ema forma uma mancha verde, t endo no verão a função de sombreament o, servido o espaço de quinteiro para descanso e algumas act ividades da agricult ura, assim como apresent ar uma relação de conforto. Est as est rut uras têm alt uras variadas, encont rando-se est a direct ament e relacionada com a altura da habit ação.

É realmente agradável a proximidade dest a mancha verde, que alt erna com a época de inverno onde fica complet amente despedida de folhagem. Os frut os, uvas frescas que se colhem encont ram-se prot egidas at ravés das folhas, apresent am uma

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ilust ração sinuosa e colorida com o amadureciment o contínuo das uvas

A est rut ura horizont al com arames em linha, são fixados a barramentos de ferro, podendo enquadrar-se à volt a de t oda a habitação ou apenas relacionado com alguns alçados. O aspect o visual relaciona-se com volumes de cheio e vazios numa composição agradável e colorida.

Do ponto de vist a económico, a produção maximizada est á relacionada com a agricultura de subsist ência e de qualidade, não sendo cont emplada o aspect o de rent abilidade e opt imização da produção

Do pont o de vist a técnico, o t rat ament o dest as vinhas apresent am um acesso facilit ado devido à sua forma. Neste caso a exposição e arejamento são bem conseguidos. No ent ant o, os arames dispostos na horizont alidade e com alt uras diferenciadas exigindo que a poda e a vindima se façam a partir do auxílio de escadot es ou do reboque do t ract or.

O eido, como at rás foi referido, preenche um espaço horizont al ocupando manchas arbóreas e veget at ivas formando est rut uras arquitectónicas dist ribuídas pelo t errit ório.

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