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Importante: Remissão X Anistia X Isenção

No documento CS TRIBUTÁRIO (páginas 186-190)

LEI x LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

10. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (CTN, art 156)

10.4.2. Importante: Remissão X Anistia X Isenção

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (ART. 156, INC. V) Art. 156. Extinguem o crédito tributário: ...

V - a prescrição e a decadência;

Vimos decadência acima (lançamento). Prescrição veremos abaixo (no item: “cobrança judicial do crédito tributário”).

CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA (ART. 156, INC. VI)

Art. 156. Extinguem o crédito tributário: VI - a conversão de depósito em renda; Vimos acima.

ISENÇÃO ANISTIA REMISSÃO

a) Lei;

b) Dispensa legal de tributos; c) Só atinge fatos geradores futuros (não retroage).

a) Lei;

b) Dispensa legal de penalidades; c) Atinge infrações pretéritas.

a) Lei;

b) Dispensa legal de tributos e penalidades;

c) Só atinge fatos geradores passados.

Hipótese de EXCLUSÃO do crédito tributário. O crédito ainda não está constituído.

Hipótese de EXTINÇÃO

(PERDÃO) de crédito tributário já constituído (por lançamento ou declaração do sujeito passivo). Normalmente previstas em lei que concede parcelamento.

CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 186 Ocorre nos casos de depósito integral. O crédito é extinto tanto quando o contribuinte ganha (levanta o valor), como quando a fazenda ganha (conversão em renda).

HOMOLOGAÇÃO DO PAGAMENTO NOS TRIBUTOS LANÇADOS POR

HOMOLOGAÇÃO (ART. 156, INC. VII)

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.

§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.

§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

Sujeito passivo realiza fato gerador → Faz pagamento antecipado (precário) → Fazenda homologa. Consequência: extinção do crédito tributário (além da decadência do direito de lançar eventual diferença, no caso de homologação tácita).

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JULGADA PROCEDENTE (ART. 156, VIII)

Art. 156. Extinguem o crédito tributário: ...

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

Trata-se do pagamento do tributo em juízo.

Esse pagamento acontece dentro da chamada “ação de consignação em pagamento”, na qual o sujeito passivo quer se desincumbir da obrigação, porém encontra algum entrave para tal.

CTN Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 187 II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

Bitributação (exemplo: ITR e IPTU incidindo sobre o mesmo imóvel).

OBS: O inc. III fala em tributo ‘idêntico’. Seria o caso de dois municípios contíguos que cobram o mesmo tributo (IPTU) sobre o mesmo fato gerador (mesmo imóvel)

No caso do IPTU e ITR, apesar de não serem idênticos, acabaram por ser admitidos pela prática tributária.

CTN Art. 164 § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.

Vamos pegar o exemplo do IPTU e ITR.

Solução para o sujeito passivo: Ajuizar ação de consignação em pagamento (finalidade: se desincumbir da obrigação, evitando a multa e juros de mora).

Imediatamente ao ajuizamento, o sujeito deve fazer um depósito do valor que ele entende devido, a fim de evitar a MORA (esse depósito é obrigatório, por isso não se confunde com o depósito integral que suspende a exigibilidade).

Citação da União e do município, cabendo a cada um apresentar suas razões, e partir daí o processo se desenvolve.

Sentença: aqui o juiz vai dizer qual tributo é devido, bem como vai julgar procedente ou improcedente a consignação em pagamento (aceita ou não como correto o valor depositado). Sendo procedente a ação, ocorre a conversão do depósito em renda em favor do ente vencedor.

E se o depósito tiver sido feito num valor inferior? Nesse caso, a ação será julgada parcialmente improcedente, devendo o juiz mandar o sujeito pagar a diferença.

CTN Art. 164 § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Ricardo Alexandre: NO CASO DA IMPROCEDÊNCIA, entende-se que esses juros de mora

e penalidades incidem sobre a DIFERENÇA entre o valor pago e o devido. Isto porque, caso

incidissem sobre o valor total, estar-se-ia criando uma situação de desigualdade entre quem faz o depósito integral (neste caso é o valor que a fazenda entende devido, não incidindo mora e suspendendo a exigibilidade) e quem faz a consignação (valor que o contribuinte entende devido).

Uma leitura literal seria por demais injusta, isto porque aquele que deposita um valor entendendo-o indevido, partindo para uma discussão (depósito do montante integral), não pode ser tratado de uma maneira melhor do que o particular que quer pagar determinado valor, reconhecendo-o devido. Assim, prevalece que o autor deve pagar juros e multa apenas sobre a diferença entre o valor consignado e aquele que, ao final, foi considerado devido.

CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 188 Procedente a consignação, ocorre a extinção do crédito tributário.

DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL (ART. 156, INC. IX)

Art. 156. Extinguem o crédito tributário: ...

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

Aqui obviamente, trata-se de decisão FAVORÁVEL ao contribuinte, eis que não teria mais interesse em ajuizar ação para discutir algo que lhe foi favorável. No mais, a Fazenda também não tem interesse em anular sua própria decisão, salvo em raras hipóteses.

Para Ricardo Alexandre, o dispositivo autoriza a Fazenda a pleitear anulação do ato judicialmente, se assim entender necessário (o que raramente ocorre, exemplo: fraudes).

DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO (ART. 156, INC. X)

Art. 156. Extinguem o crédito tributário: X - a decisão judicial passada em julgado.

Ocorre quando o Poder Judiciário reconhece que o crédito tributário não é devido pelo contribuinte ou responsável, numa situação onde não há interposição de recurso pela fazenda pública no prazo de lei estabelece e a sentença transita em julgado. Assim, uma vez passada em julgado a decisão judicial, a entidade tributante poderá empreender outro lançamento, em boa forma, apenas se ainda dispuser de tempo, computado dentro do intervalo de cinco anos atinentes à decadência.

DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BENS IMÓVEIS (ART. 156, XI)

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

XI – a dação em pagamento em bens IMÓVEIS, na forma e condições estabelecidas em lei.

É forma de extinção do crédito tributário introduzida pela LC 104/01 em que o contribuinte ou responsável pode oferecer bens imóveis espontaneamente ao Fisco para liquidar seus créditos tributários, entretanto é necessário à sua regulamentação nas esferas fiscais em cada ente federado.

A dação em pagamento tem lugar quando o devedor entrega ao credor coisa que não seja dinheiro, em substituição à prestação devida, visando a extinção da obrigação, e haja concordância do credor.

A dação em pagamento pode acontecer no direito tributário primeiro porque expressamente previsto no inciso XI, do art. 156, a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei e, também porque segundo o art. 3º do CTN, o tributo, em regra, deve ser pago em moeda ou cujo nela se possa exprimir, admite-se que o sujeito passivo da obrigação tributária possa dar bens em pagamento de tributos, desde que haja autorização legislativa ou seja, um lei

CS – TRIBUTÁRIO 2020.1 189 específica da entidade tributante credora concedendo a autorização, especificando o tributo que será objeto da dação e fixando critério para aferição do valor do bem.

Até 2016, não existia uma regulamentação específica sobre esta possibilidade, foi regulamentada pela Lei Federal nº 13.259/2016.

Art. 4º O crédito tributário inscrito em dívida ativa da União poderá ser extinto, nos termos do inciso XI do caput do art. 156 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional , mediante dação em pagamento de bens imóveis, a critério do credor, na forma desta Lei, desde que atendidas as seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) I - a dação seja precedida de avaliação do bem ou dos bens ofertados, que devem estar livres e desembaraçados de quaisquer ônus, nos termos de ato do Ministério da Fazenda; e (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) II - a dação abranja a totalidade do crédito ou créditos que se pretende liquidar com atualização, juros, multa e encargos legais, sem desconto de qualquer natureza, assegurando-se ao devedor a possibilidade de complementação em dinheiro de eventual diferença entre os valores da totalidade da dívida e o valor do bem ou dos bens ofertados em dação. (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016)

No documento CS TRIBUTÁRIO (páginas 186-190)