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INDAGAÇÕES IMPORTANTES A SEREM FEITAS QUANDO DA REALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA

Meta da aula Mostrar a importância do método do estudo

INDAGAÇÕES IMPORTANTES A SEREM FEITAS QUANDO DA REALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA

Algumas indagações devem ser consideradas como pontos de fundamental importância em uma pesquisa e devem ser respondidas.

POR QUÊ? PARA QUÊ? PARA QUEM?

Segundo Rudio (1986, p. 57), o porquê da pesquisa está contido no plano da justifi cativa, demonstrando os motivos que justifi cam a investigação, que podem ser de ordem teórica e de ordem prática. Exemplo de justifi cativa: a capacidade do gestor extrovertido, racional e experimentador em qualquer empresa é motivo de incentivo para os demais funcionários da empresa.

O "para quê?" defi ne o objetivo geral da pesquisa, isto é, determina o que se deseja alcançar com a execução da pesquisa dentro de uma visão global e abrangente. Exemplo de objetivo geral: desenvolver uma prática de gestão na empresa que otimize a produtividade, identifi cando os fatores motivacionais que possam impulsionar os funcionários da empresa no desempenho de suas tarefas.

O "para quem?" determina os objetivos específi cos da pesquisa, fazendo aplicação dos objetivos gerais a situações particulares. Exemplos: analisar as situações de comunicação vertical e horizontal entre os funcionários da empresa; investigar as técnicas empregadas na produção; analisar o fl uxo de produção.

Continuando nos pontos importantes de uma pesquisa, veja outras indagações que necessitam de respostas.

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ONDE FAZER? COMO? COM QUÊ? QUANTO? QUANDO? De acordo com Rudio (1986, p. 58), o plano do experimento inclui: população e amostra, controle das variáveis, instrumentos de pesquisa, técnicas estatísticas e cronograma.

ONDE FAZER? COMO FAZER? – Definem o campo de observação, suas unidades e variáveis que são pertinentes à pesquisa:

a) população, com suas características. Imagine que o pesquisador está elaborando um projeto no qual ele irá pesquisar um determinado mercado de consumo de um certo produto. Ele deverá defi nir a população incluindo suas características. Exemplo: um produto destinado à população da terceira idade.

b) caso o pesquisador utilize amostra, ele deverá justificar, fornecendo os motivos e a forma como a amostra será defi nida e suas peculiaridades. Exemplo: população da terceira idade de ambos os sexos com renda superior a R$ 2.500,00.

c) local. É preciso defi nir o lugar em que deverá ser feita a pesquisa. Exemplo: cidade de Seropédica.

COM QUÊ? – Instrumentos de pesquisa (questionário, entrevista etc).

O pesquisador deverá descrever o instrumento de pesquisa que vai ser utilizado e qual a informação que almeja buscar com ele.

De que forma o instrumento será utilizado para conseguir as informações necessárias? Exemplo: a pesquisa de campo será realizada em uma empresa por meio de entrevistas e dois questionários, abordando o perfi l psicológico de gerentes e funcionários da empresa.

Segundo o mesmo autor, quando a pesquisa utilizar hipótese estatística, deverá responder ao seguinte questionamento:

QUANTO?

• Como será a utilização de técnicas (provas) estatísticas? • Quais são as hipóteses estatísticas enunciadas?

• Como os dados obtidos serão codifi cados? • Que tabelas serão feitas e como serão feitas?

• Que técnicas estatísticas serão utilizadas para verificar as hipó teses?

• Qual o nível de signifi cância?

Exemplo de hipótese estatística: H0 – Não existe relação signifi cativa entre o gestor de perfi l extrovertido, racional e experimentador com o desempenho otimizado da empresa; H1 – Existe relação signifi cativa entre o gestor de perfi l extrovertido, racional e experimentador com o desempenho otimizado da empresa.

QUANDO? – Cronograma hipotético.

O pesquisador deverá defi nir o tempo que será necessário para executar o projeto, isto é, para realizar a pesquisa, dividindo o processo em suas etapas e indicando que tempo é necessário para a realização de cada uma delas.

Exemplo de cronograma hipotético: a pesquisa será desenvolvida em cinco fases fundamentais, distribuídas em cinco meses de trabalho:

1a fase: pesquisa bibliográfi ca e documental, que irá permitir a

coleta de dados para a elaboração dos questionários e entrevistas;

2a fase: construção das perguntas da entrevista e elaboração do

questionário;

3a fase: realização das entrevistas e aplicação dos questionários;

4a fase: processamento dos dados, sistematização e análise das

informações;

5a fase: redação fi nal do relatório.

Fases 1o mês 2o mês 3o mês 4o mês 5o mês 1a X X 2a X X X 3a X X 4a X X 5a X X

CUSTO E COMO PAGAR?

Diz respeito aos planos de custos da pesquisa – É preciso prever os gastos que serão feitos com a realização da pesquisa, especifi cando cada um deles por meio de uma planilha.

1. Gastos com pessoal – Do coordenador aos pesquisadores de campo, todos os elementos devem ter seus ganhos computados, sejam globais, mensais, semanais ou por hora/atividade, incluindo os programadores de computador.

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2. Gastos com o material – O material necessário para a realização da pesquisa pode ser subdividido em:

– aqueles consumidos no processo de realização da pesquisa, como papel, canetas, lápis, cartões ou plaquetas de identifi cação dos pesquisadores de campo, hora/computador, cópias de documentos, encadernação etc.

– os permanentes, cuja posse pode retornar à entidade fi nanciadora, ou alugados, como computadores, impressoras, calculadoras etc.

Exemplo: planilha hipotética de custos. Plano de custos da pesquisa

Pessoal Coordenador (1) R$ 400,00 Pesquisadores de campo (2) R$ 600,00 Material de consumo Papel (resma) R$ 12,00 Canetas R$ 10,00 Tinta impressora R$ 80,00 Cópias R$ 5,00 Encadernação R$ 10,00 Material permanente Computador R$ 2.000,00 Impressora R$ 400,00 Programas de informática R$ 3.000,00 Transportes R$ 200,00 Alimentação R$ 500,00 Total R$ 7.217,00

Planilha hipotética de receita Planilha de receita

Agência fi nanciadora 1 R$ 3.000,00

Agência de apoio à pesquisa R$ 4.000,00

CONCLUSÃO

É muito importante saber como anotar os dados ao se formular um problema. Só então poderemos concluir um projeto de pesquisa, considerando a difi culdade de responder a questionamentos técnicos exigidos. Devemos determinar com segurança o questionamento, para em seguida examinar, avaliar, criticar e buscar a solução.

Você já sabe que o ponto de partida é a compreensão profunda do tema e a formulação de um problema, dos objetivos dos questionamentos. Como você já percebeu, o projeto de pesquisa em sua formulação responde às seguintes questões: Onde fazer? O que fazer? E para que fazer? Examinamos os outros questionamentos: Para quem fazer? Como fazer? Com que fazer? Quando fazer? Com quanto fazer? E qual o custo para fazer?

FINEP, CAPES e FAPERJ são algumas agências que fi nanciam pesquisas. Saiba um pouco mais sobre isso fazendo uma visita aos sites: www.fi nep.gov.br; www.capes.gov.br; www.faperj.br.

Identifi que a justifi cativa e os objetivos geral e específi cos no projeto de pesquisa a seguir:

Protecionismo dos países desenvolvidos: uma estratégia de poder

Plano da natureza do problema. Formulação do problema da pesquisa.

Ao nos aproximarmos do início do século XXI, observamos um cenário político- econômico mundial extremamente complexo, desafi ante, confl ituoso, contraditório, com aspectos da realidade cambiante a cada instante, desafi ando a capacidade de interpretação dos pesquisadores. Cada vez mais o individualismo das nações se faz sentir e seus interesses fundamentais continuam sendo aqueles resultantes de seus próprios projetos políticos. Mesmo alinhando-se em grupos de nações, sob acordos diversos, fi ca patente a tentativa das sobrevivências nacionais, quer sob o aspecto estratégico, quer sob o econômico. Pressente-se, contudo, um clima de distensão entre as grandes potências.

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As mudanças das posições relativas dos países na escala de hierarquias econômicas estenderam-se a todas as regiões e latitudes do globo. Algumas foram mais privilegiadas (Continente Europeu, América do Norte, Sudeste Asiático), outras foram desigualmente afetadas (América Latina), outras se marginalizaram ainda mais (África), ao mesmo tempo que ainda outras regiões se mantiveram afastadas desses movimentos (Leste Europeu – a antiga União Soviética). No interior de cada uma dessas regiões, alguns países se destacaram de outros, distribuindo-se pelas posições intermediárias de um sistema cujo vértice passou a ser ocupado pela tríade (EUA, Japão e Alemanha). Ou seja, o sistema econômico internacional tornou-se mais complexo, e também mais desigual.

Do ponto de vista do sistema econômico, o que deve ser mais destacado como fenômeno importante para o entendimento da nova ordem internacional emergente é que os deslocamentos ao longo da escala econômica de hierarquias não parecem ter produzido deslocamentos correspondentes na escala do poder político e militar. Em outras palavras, não parece mais haver correspondência entre o poder econômico e o poder político dos países que se constituíram (ou se mantiveram) como grandes potências, sendo exemplares (assimetricamente contrários) os casos do Japão e dos Estados Unidos.

A política de integração brasileiro-argentina na segunda metade dos anos 80 e no início da atual década avançou de forma concreta e dinâmica, que criou as condições necessárias para a decisão dos governos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai de estabelecerem as bases para a constituição do Mercado Comum do Sul – Mercosul. A Ata para a integração, de julho de 1986, e a ratifi cação do Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, em agosto de 1989, representam saltos qualifi cativos da maior importância histórica para o desenho da cooperação brasileiro-argentina. A política industrial e a tecnologia, por sua vez, têm por objetivo induzir de forma planejada a reestruturação do parque produtivo nacional, que passará, assim, a contar com medida de apoio interno, em lugar da proteção excessiva com base em medidas de fronteira, como ocorria no passado. O resultado deverá ser uma indústria mais dinâmica e tecnologicamente atualizada.

A modernização do relacionamento comercial brasileiro amplia as possibilidades de cooperação com parceiros externos de diferentes áreas. Uma das principais conseqüências dessa ampliação consiste no novo impulso que a diplomacia brasileira pode dar ao processo de integração com os países da América

A tendência do comércio internacional nos deixa entrever o constante crescimento do intercâmbio comercial entre os diversos países do mundo moderno, fato esse corroborado pelo aumento populacional, pela variação de gostos e pela especialização. Entretanto, em relação aos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, o estímulo provocado pela dinâmica de seu crescimento obriga esses países a modifi car repetidamente sua política de comércio exterior, para atender, principalmente, às exigências de seu balanço de pagamentos internacionais.

Por outro lado, a prática do comércio internacional depende de muita habilidade e talento, além da observância das técnicas que orientam o seu pleno exercício. A vantagem competitiva que traz como conseqüência o aumento da produção dos bens exportáveis está intimamente ligada a estudos que envolvem aspectos diversifi cados,

que vão desde a especialização até a conquista de mercados.

Os fatores que indicam o protecionismo das nações têm motivos nem sempre lógicos e claros para o público. Por não serem claros e lógicos, sempre se pode especular que barganhas políticas podem ser a sua razão principal. O clima no comércio internacional tornou-se mais áspero. As grandes nações comerciais levantam medidas protecionistas mais severas. Já se fala em uma competição de medidas retaliadoras. Formam-se novos blocos econômicos. E, com isso, existe o perigo de que os blocos se fechem para fora, numa tendência de comportamento estratégico, fomentando as suas próprias indústrias.

Assim, o ambiente das trocas internacionais mostra-se cada vez mais palco das operações dos grandes grupos transnacionais, cuja atuação, que já se mostrava determinante havia mais de três décadas, se amplia e sofi stica, concentrando-se em um comércio inter e intrafi rmas, responsável no início da década de 80 por algo em torno de 70% do comércio internacional.

Paralelamente, assistimos, no âmbito institucional, a um movimento que, a par do crescimento desta economia globalizada, organiza os Estados nacionais em blocos regionais que, apesar de possuírem características distintas de organi zação, reintroduzem o protecionismo como forma de prática de restrição e organiza ção do comércio internacional. Embora nem o protecionismo nem a existência de blocos econômicos sejam em si fato novo, remontando a existência da Comunidade Européia à década de 50, assistimos agora à disseminação destas práticas a todos os quadrantes do globo, numa escala com grande potencial de geração de confl itos, pela exclusão ou externalidades geradas pela destruição de comércio em função das relações intrablocos. De qualquer forma, o potencial de confl itos de ordem econômica fi ca evidenciado.

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PR O P O S I Ç Ã O

Ato ou efeito de propor; coisa que se propõe; proposta, sugestão.

Problema:

O alargamento do Mercosul e a constituição da Alca serão vantajosos para o Brasil? Objetivos:

• Avaliar o Brasil, frente aos obstáculos para o seu desenvolvimento.

• Analisar a inserção competitiva do Brasil na economia internacional, em razão das medidas chamadas subsídios internos à agricultura ou às indústrias; “direitos” compensatórios ou taxações alfandegárias a qualquer título são hoje fatos comuns. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

Resposta Comentada

Analisando o projeto de pesquisa, podemos mostrar que sua justifi cativa está defi nida da seguinte forma:

Esta pesquisa se justifi ca em face da incerteza do sucesso dos atuais entendimentos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e a busca de sua ampliação para incluir o Cone Sul e, numa segunda fase, a América do Sul.

A possibilidade de o Brasil se desenvolver no comércio exterior, assim como suas relações, com justiça social a um nível aceitável dentro dos melhores padrões internacionais.

Seus objetivos geral e específi co estão defi nidos como: Objetivo geral:

Avaliar o Brasil, frente aos obstáculos para o seu desenvolvimento. Objetivo específi co:

Analisar a inserção competitiva do Brasil na economia internacional, em razão das medidas chamadas subsídios internos à agricultura ou às indústrias; “direitos” compensatórios ou taxações alfandegárias a qualquer título são hoje fatos comuns.

O projeto de pesquisa exige planejamento para garantir a sua realização, devendo considerar as fases para a construção de um projeto de pesquisa. Um projeto de pesquisa tem por objetivo básico responder às seguintes questões: Quem vai fazer? O que fazer? Por quê, para quê e para quem fazer? (Toda pesquisa necessita de justifi cativa para a sua realização, assim como de objetivos geral e específi cos.) Onde fazer? Como? (Defi nem o campo de observação, sua população e características e suas unidades de observação.) Com quê? (Instrumentos que serão utilizados na pesquisa.) Quanto? (Uso de amostras estatísticas.) Quando? (Cronograma de quando começa e termina a pesquisa.) Com quanto fazer e qual o seu custo? (Uso de planilhas para calcular o custo da pesquisa, seu desembolso e receita do pesquisador para desenvolver a investigação.)

Justificativa, objetivos e outras