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INDISCIPLINA ESCOLAR: OBSTÁCULOS EM SALA DE AULA

No documento Anais Completos (páginas 59-63)

BEZERRA, Milena de Holanda Oliveira Centro Universitário Católica de Quixadá milenaholiveira@unicatolicaquixada.edu.br

SAMPAIO, Ana Beatriz Almeida Sampaio Centro Universitário Católica de Quixadá

biasampaiocrp@gmail.com CORDEIRO, Antônia Gardênia Silveira

Faculdade Kirius gardênia123@fak.edu.br

Eixo temático 1: Trabalho, práxis e educação: fundamentos educacionais

RESUMO

Este trabalho tem por base de estudos a concepção de professores baseado na própria vivência de ensino. O objetivo desse trabalho é estudar as dificuldades vividas pelos professores diariamente em sala de aula no que diz respeito a indisciplina escolar, buscando melhorias do ensino e aprendizado professor-aluno. Tendo em vista que essas dificuldades são uma das principais causas de um aprendizado não satisfatório. O estudo buscou ainda mostrar as causas e consequentemente formas de melhorias no intuito de amenizar a indisciplina nas escolas.

Palavras-chave: Indisciplina. Obstáculo. Aluno. Professor.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por base de estudos a concepção de professores baseado na própria vivência de ensino. O objetivo desse trabalho é estudar as dificuldades vividas pelos professores diariamente em sala de aula no que diz respeito a indisciplina escolar, buscando melhorias do ensino e aprendizado professor-aluno. Tendo em vista que essas dificuldades são uma das principais causas de um aprendizado não satisfatório, este estudo busca também de forma ampliar o conhecimento dos interessados nesse assunto.

A indisciplina escolar se manifesta no aluno em forma de desrespeito e resistência do mesmo em acatar a autoridade do professor. Ao nos aprofundarmos nesse assunto percebemos que a indisciplina escolar está ligada também a forma de como os próprios pais interagem no núcleo familiar, de que forma essa criança é “cobrada” e instruída a se comportar em casa e principalmente em lugares públicos. E quando estes tais comportamentos não são trabalhados de forma correta, a falta de regras entre pais e filhos podem levar a criança ao caminho da violência.

A crise da autoridade na educação guarda a mais estreita conexão com a crise da tradição, ou seja, com a crise de nossa atitude perante o âmbito do passado. É sobremodo difícil para o educador arcar com esse aspecto da crise moderna, pois

é de seu ofício servir como mediador entre o velho e o novo, de tal modo que sua própria profissão lhe exige um respeito extraordinário pelo passado. (ARENDT, 1992, p. 243-244).

Não podemos deixar de ligar a indisciplina escolar como a transformação que a sociedade vem sofrendo nas últimas décadas, essas transformações mudaram também a forma de vida das famílias. A escola de hoje é também outra, o professor não é mais visto pela sociedade, sobre tudo, pelo o aluno como alguém que mereça respeito, as famílias não têm mais o mesmo vínculo com as escolas, onde os pais sempre estavam presentes em reuniões, ou mesmo no dia-a-dia acompanhando os estudos do filho. Essas transformações deram-se pela nova forma de vida que adquirimos.

Onde antes a maioria das mães era dona de casa e estavam mais próximas do filho podendo ver de perto sua conduta, eram mais participantes da vida escolar da criança, tinham participação ativa nas escolas, desde ir quase que diariamente nas instituições escolares e na participação de reuniões com professores, buscavam conversas com educadores no intuito de acompanhar a educação de seus filhos. Por diversos motivos e econômicos também essas mães se viram obrigadas a trabalhar fora perdendo a oportunidade de serem participantes da vida escolar dos mesmos. Dessa forma as famílias foram se modificando no decorrer dos anos, e transformando também a vida escolar de seus filhos.

2 DESENVOLVIMENTO

Um “conjunto” de ações não proveitosas, que muitas vezes é o aluno quem trás e insere no meio escolar dificultando o trabalho do professor e aprendizagem dele próprio como também dos demais alunos. O mau comportamento, a desordem e o não concordar com o que é imposto pelo professor são algumas dessas ações que compõem a indisciplina escolar. Como afirma Aquino (1996, p. 40):

A indisciplina seria, talvez, o inimigo número um do educador atual, cujo manejo as correntes teóricas não conseguiriam propor de imediato, uma vez que se trata de algo que ultrapassa o âmbito estritamente didático- pedagógico, imprevisto ou até insuspeito no ideário das diferentes teóricas pedagógicas.

A indisciplina escolar traz mais que um desconforto em sala de aula, muitas das vezes esse problema estende-se até mesmo a vida pessoal do professor acarretando num desgaste emocional e dificultando o mesmo a exercer sua profissão. Barroso em 2001 relatou:

Quando passo em frente à escola sinto repulsa. Eu que sempre fui apaixonada pelo magistério, perdi a batalha para a violência. Já fui xingada várias vezes de nomes que não merecia escutar, já me apontaram o dedo e ameaçaram para eu tomar cuidado na rua, com meu carro, com minha família. Quando eu virava de costas os alunos jogavam giz, lápis, o que tinha na mão. Quando encaminhava um aluno à direção por indisciplina, em poucos minutos ele voltava para a sala de aula dizendo que a diretora tinha autorizado, sem nenhuma advertência, sem nada. Certo dia, após bater o sinal do intervalo, saí da classe junto com os estudantes em direção à sala dos professores e acabei tomando uma tapa na nuca. Nas condições que nos são dadas, os alunos fingem que aprendem, os professores fingem que ensinam e a direção finge que coordena. (BARROSO, 2001, p. 39).

Está se tornando rotineiro ouvir relatos de professores que dizem não suportar mais o fardo do magistério, onde antes era visto como uma profissão que trazia amor e contentamento, pela beleza própria que a profissão tem, hoje a maioria das histórias vividas pelos professores é triste não remetendo a doçura que o ser professor trazia. A maioria desses tristes relatos é baseado pela indisciplina vivida pelo professor em sala de aula, diminuindo assim o desejo e o amor pela profissão.

O caminhar do aluno na indisciplina pode iniciar pela a falta de amizades na escola, o não socializar com os colegas. Dessa forma a criança por não poder se expressar como deseja se sente “presa”, sufocada e de modo muitas vezes até que involuntário usa a rebeldia como uma forma de expressar seus sentimentos e muito mais que apenas expressão, a criança rebelde muitas das vezes só quer dizer que ela existe. Como é dito por La Taille (1996, p. 20):

Portanto tenhamos cuidado em condenar a indisciplina sem ter examinado a razão de ser das normas impostas e dos comportamentos esperados, e sem, também, termos pensado na idade dos alunos: não se pode exigir as mesmas condutas e compreensão de crianças de 8 anos e de adolescentes de 13 ou 14.

O desejo de toda escola e principalmente do professor é que o aluno se comporte de forma educada e que os mesmos não tragam de casa seus anseios e frustrações, de forma que isso venha refletir em sala de aula na indisciplina, dificultando assim o trabalho do educador. Não podemos negar que esses alunos sempre irão existir, é que não adianta apenas apontarmos o erro. A sociedade sobre tudo as famílias vêm passando por transformações, ao longo dos anos.

Dessa forma se apresenta nas escolas um novo aluno, e cabe às instituições escolares se adequar a essa nova realidade, conhecer suas necessidades e dificuldades. Para que tenhamos bons alunos é necessário que a escoa esteja apta para receber todo tipo de alunos e com eles seus problemas. Se queremos um aluno respeitável é necessário que a escola se prepare para recebê-lo desde as series iniciais, respeitando e entendendo a individualidade e os limites de cada um.

3 CONCLUSÕES

Entendemos que a indisciplina é um problema que se desencadeia por diversos fatores. Pelas leis criadas no pais, onde obriga a criança a estar regularmente matriculada numa instituição escolar, pelos incentivos criados pelo governo, onde famílias são beneficiadas se os filhos frequentarem regularmente uma unidade escolar. Pelas mudanças contínuas que a sociedade vem sofrendo nas últimas décadas, inversão de valores nas famílias dentre outros.

Por tanto não podemos dizer que o responsável da indisciplina escolar é apenas o aluno, devemos entender que se trata de algo que sai do controle do profissional e que é acarretado por diversos fatores, onde que para se ter êxito na prevenção ou causa, é necessário avaliarmos cada caso. Cabe aos governantes de cada cidade atentar-se para os desafios sofridos pelo o educador brasileiro, criando políticas públicas de apoio de incentivo tanto para o professor, quanto para o aluno. É necessário entendermos essa triste a realidade vivida por muitos professores, e que a mudança é necessária e possível.

Como se trata de um problema que apontam diversos causadores é preciso atenção de todos envolvidos. Cabe a família como base da sociedade tomar à devida precaução no que diz respeito à criação dos filhos, impondo limites e se fazendo presente na responsabilidade de serem pais. O governo necessita estar mais presente no intuito de trazer uma educação de qualidade, isso inclui em não somente em criar leis que obriguem a criança estudar, proporcionar suporte para o educador e uma boa estrutura parra o educando é necessário.

REFERÊNCIAS

ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1992.

AQUINO, Julio G. (Org.). Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

BARROSO, Juliana Rocha. Inimigos de classe. Revista Educação, Vitória, out. 2001. LAJONQUIÉRE, Leandro de. A criança, “sua” (in)disciplina e a psicanálise. In: LA TAILLE, Yves de. A indisciplina e o sentimento de vergonha. São Paulo: Sumus, 1996.

No documento Anais Completos (páginas 59-63)

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