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510 infírmorum, quando era absoluto no claustro

J S Bento de Aniane

510 infírmorum, quando era absoluto no claustro

50 RB, cap. XL1I.

508 A Regra de S. Bento, 2" ed., Singeverga, 1992. p.í43.

509 Sobre a comunicação por sinais ver RIJNBERK, G. Van - Le langage par signes chez les moines, Amsterdão, 1954; LAPORTE. J. (dir.) - Millénaire monastique du Mont Saint Michel, pp.609-610; MARTINS, Mário - Livros de sinais dos cistercicnses portugueses, Lisboa, Centro de Estudos Filológicos^ 1960. «Por sinal de pão, traze as mãos huma sobre a outra, duas ou três vezes, como quem tende pão. [...] Por sinal de torta, feyto sinal de pão, faze huma cruz no meo da pallma da mão ezquerda. [...] Por sinal de ovo, traze o segundo dedo da mão dereyta daredor da pallma da mão ezquerda. como quem bate oovos. [...] Por sinal de vinho, põe o dedo segundo sobre os beyços. que toque a cabeça do dedo na ponta do nariz. [...] Por sinal de cogula, toma com a mão a vestidura dos pectos. 1...] Por sinal de capa, tome com três dedos a boca do capelo. [...] Por sinal de abbade, põe o segundo e o terceyro dedos sobre a orelha dereyta.» in MARTINS, Mário - Livros de sinais dos

cisterciensesportugueses. pp.32ó-350.

510 KNOWLES, David - The monastic order in England, pp.453-454; VALOUS, Guy de - Le

O Costumeiro de Pombeiro é abundante em referências ao tempo que os monges empregavam no silêncio e na conversação. Muitas orações eram feitas em silêncio («Finita antiphona dicantur preces sub silencio»*"; «dicatur

Pater noster sub silencio»5'2). No refeitório, o silêncio era profundamente

respeitado («Ebdomadarius sub silencio det benedictionem similiter et sub

silencio dicatur versus ante cenam et post et sub silencio petat ebdomadarius

lector benedictionem»5'3; «Soneturque tabula a refectorario et detur

benedictio de super sub silencio ab domadaho»5U). Depois da refeição iam

para o claustro, onde tinham de manter o silêncio, conforme os dias («post

refectionem sedeant in claustro cum silentio usque dum sonetur ad

Vésperas»5'5). Durante a Quaresma, havia dias que não se podia falar no

claustro («Post capitulum per totam Quadragesima non loquantur três dies in

claustro, videlicet secunda et quarta et sexta feria»5'6). Quanto ao tempo

dedicado à conversação, também o Costumeiro lhe faz várias referências. Os monges podiam conversar no claustro «post capitulum et post Sextam»5'7;

«Semel loqui debere in claustro post capitulum et Maiorem Missam post Terciam d/e/»518; «loquantur bis in die post capitulum et post Sextam»5'9.

Durante a semana santa era proibido falar no claustro («In claustro non

loquantur per totam ista ebdomadam»520). Ao abade cabe também a função

de dar licença para falar521.

Segundo uma passagem do Costumeiro de Pombeiro, para os monges o claustro era um lugar onde se podiam entregar à contemplação: «Quoniam

omnis mundus bonis ac malis hominibus communis est domus et ceteris creaturis irrationabilibus monachi quos nichil extra communitatem condecet

511 Costumeiro. f.44r.

512 Costumeiro ff 45r. 47v. No manuscrito aparece um risco sobre silencio e por ama missa voce, de letra um pouco posterior, o que denota já uma certa mudança na celebração dos ofícios. E esta referência não é pontual, aparece mais vezes.

513 Costumeiro, f.46v. 514 Costumeiro, f.47r. 515 Costumeiro. í.l\. 516 Costumeiro, f.38r. 511 Costumeiro, f.llv. 518 Costumeiro, ff,17v, 21v, 34r, 44v, 77r. 5™ Costumeiro, f.l03r. 520 Costumeiro, f.52r. 521 Costumeiro, f.38r

possidere elegerunt sibi claustrum quasi propriam mansionem ubi possunt segernari a consortio aliorum secundum licenter exercere ocium. Secundum vero ocium est non solum a seculi actibus alienari verum etiam discipline studii celestis in desinenter vacari. Et sciendum quia sicut in claustro regulahter vivere perfectio salutis est sic in eo irregulariter conversari iuditium dampnacionis. Et ideo sicut nee extra corporaliter vagari licet sic intus ocio se minime commorari decet. Sciendum ergo sumopere quam sapienter in claustro custodiri opportet. Ucet enim ambitu parietum simus circumsepti nil tamen hostis incorporei et invisibilis insidiis obstat quin intrent et mactet et perdat incaptos» (f.103r/v). Este otium a que se refere não implica a

ociosidade, mas nutrir-se duma imensa perseverança para atingir a

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regularidade da vida e a contemplação das coisas celestes .

Também o autor da Benedictina Lusitana se refere ao silêncio que se observava no mosteiro, e que era cumprido com grande rigor: ao costume da Quaresma, que obrigava ao silêncio às segundas, quartas e sextas-feiras; à observância de sumo silêncio no dormitório, refeitório e igreja, e mesmo quando se mostrava o mosteiro a algum hóspede comunicava-se por sinais ao entrar nestes locais. Por dia, só falavam duas vezes: «huma pella menhã depois de sahirem do capitolo até tangerem à Missa Matinal, outra depois da

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Meridiana antes da Véspera» .

Também o Ordo Cluniacensis se manifesta quanto ao silêncio e ao tempo de conversa dos monges beneditinos: «post capitulum locutio est in claustro, post Sextam quoque dum fratres loquuntur pulsatur signum» (pars II, cap. IV, p.287). Este costumeiro tem mesmo um capítulo dedicado aos tempos do ano em que é permitido falar no claustro (pars II, cap. XX). Os

Decreta Lanfranci têm um capítulo dedicado ao silêncio (cap.98). Também os Consuetudines Hirsaugienses se referem ao silêncio do mosteiro e aos sinais

utilizados pelos monges para substituir as palavras (lib. I, caps. V, VI). 522 MATTOSO José - Le monachisme ibérique, p.292.

523 S THOMAZ, Frei Leão de - Benedictina Lusitana, t. II, cap. VU, § m. pp.62-63, «Tinhão mais os

monges de Pombeiro certos outavarios de silencio, em que não falavão. senão com Deos no Choro e Altar e todo o mais tempo délies gastavão em oração, lição e recolhimento. Estes erao o Outavano do Natal o Outavano da Paschoa, o Outavano do Espirito Santo. De maneira que com silencio festejayáo as maiores festas do armo. immitando aos Bemaventurados no Ceo [...]. Por que se no Choro e Altar cantavão Hymnos e cânticos pêra louvar e engrandecer a Magestade de nosso Deos. nos mais tempos e lugares o louvavão com seu silencio».

O que foi dito até agora sobre o quotidiano dos monges pode ser esquematizado de forma simples, e foi precisamente isso que tentámos fazer no quadro que se segue.

Horário 2h00 Horas canónicas MATINAS e LAUDES c. 6h00 Depois de MATINAS e LAUDES PRIMA QUADRO 6

O QUOTIDIANO DOS MONGES DE POMBEIRO624