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INSTANCIANDO UM MODELO DE MATURIDADE NA ORGANIZAÇÃO

6 AVALIAÇÃO DO MODELO BPMG

6.6 INSTANCIANDO UM MODELO DE MATURIDADE NA ORGANIZAÇÃO

 Estudar e definir a noção de prioridades dentre os elementos conceituais e perspectivas doo Modelo BPMG.

o Comentário do pesquisador: parte dessa demanda poderia ser atendida pelo desenvolvimento de um Modelo de Maturidade para Governança em BPM, que levasse em conta os elementos do Modelo BPMG explicitamente (ver Seção 6.6 e Apêndice B, como sugestão preliminar nesse sentido). Por outro lado, o estabelecimento de prioridades genéricas entre os elementos conceituais do modelo pode depender fortemente de fatores contextuais de cada organização. Assim, esse tema apresenta-se como oportunidade para pesquisas futuras.

Pelo exposto acima, considera-se que o Modelo BPMG mostrou-se uma referência relevante para diagnóstico e implantação de práticas de governança na organização. Por outro lado, as lacunas apontadas no Modelo, sobretudo em seu guia de implantação, apresentam-se como oportunidades para novas pesquisas empíricas.

6.6 INSTANCIANDO UM MODELO DE MATURIDADE NA

ORGANIZAÇÃO

Complementando o estudo de caso relatado neste Capítulo, a partir de uma demanda da própria organização pesquisa foi realizado um estudo para instanciação da perspectiva de maturidade de governança de processos. Na ocasião avaliou-se a possibilidade de aplicação direta do modelo de Rosemann, Bruin e Power (2008). O modelo define uma estrutura de elementos de Maturidade em BPM, que conforma a Figura 2.4 (ver Capítulo 2, Seção 2.3.2) contempla as dimensões de: Alinhamento Estratégico, Governança, Métodos, Tecnologia da Informação, Pessoas e Cultura. O modelo prevê cinco níveis de maturidade em cada uma dessas dimensões, conforme a Figura 2.5 (ver Capítulo 2, Seção 2.3.2). Todavia apesar de uma estrutura interessante, verificou-se que este modelo carecia de requisitos objetivamente definidos para os níveis de maturidade em cada uma das dimensões estabelecidas. Foi avaliada também a possibilidade de aplicação do BPMM (OMG, 2008a) que, todavia, pareceu excessivamente complexo para os objetivos da organização. Não fez parte do escopo desse trabalho uma análise exaustiva de outros modelos de maturidade existentes aplicáveis à organização.

Assim, buscou-se realizar uma instanciação simples de requisitos de governança estruturados em níveis de maturidade visando os objetivos da organização em questão, tomando como norte apenas a dimensão de Governança do Modelo de Rosemann. Vale ressaltar, porém que a visão da Governança no modelo de Rosemann é mais restrita do que a contemplada no modelo BPMG aqui proposto. No modelo de Rosemann, por exemplo, conforme mencionado acima o Alinhamento Estratégico é tratado como uma dimensão à parte da Governança, diferentemente do Modelo BPMG. Desta forma, na prática foi adotada apenas a ideia em alto nível de Rosemann no sentido de definir um modelo para a dimensão Governança em BPM. Buscou-se então eleicitar requisitos a serem atendidos em cada nível, levando-se em conta principalmente os aspectos previstos na metodologia de BPM preconizada para a organização no trabalho de Oliveira (2014). Isso foi possível devido a que a metodologia referida preconiza uma série de requisitos desejáveis ao BPM, mas que na prática, requerem diferentes graus de maturidade da organização para implementá-los. O referido trabalho (Oliveira, 2014) não contemplou o escalonamento desses requisitos em estágios de maturidade.

Com base nessa referência, bem como em pesquisa documental no acervo de documentos do EPROC e na interação (através de entrevistas informais e emails) com dois dos integrantes do EPROC da organização foram elicitados requisitos desejáveis para o aspecto da Governança. O conjunto de requisitos elicitados foi então escalonado em quatro níveis de maturidade. O resultado encontra-se no apêndice B deste trabalho. Deve-se esclarecer que este modelo instanciado visou apenas necessidades da organização pesquisada. O modelo resultante não chegou a ser implantado de fato no decorrer desta pesquisa e estava em avaliação, considerando que havia premência de outras ações de BPM sendo conduzidas pelo EPROC, notadamente a automação de um dos principais processos de negócio da instituição.

6.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS AO CAPÍTULO

Convém ressaltar que a forma de aplicação do modelo conceitual BPM aqui relatada pode ser diferente em outros contextos organizacionais. Por exemplo, não necessariamente o modelo conceitual precisa gerar um novo sistema informatizado “autocontido” que contempla a entrada de dados, processamento e saídas. Ele pode ser usado como base conceitual para uma estratégia de integração entre aplicações já existentes nos quais os elementos da governança em BPM já estão presentes em bases de dados dispersas, podendo gerar assim um “armazém de dados” para governança, por exemplo. Esse é provavelmente o caso mais usual de ser

encontrado na prática, já que muitas organizações dispõem de um acervo bastante heterogêneo de softwares que incluem escopo funcional de gestão de processos e de projetos. Num outro extremo, pode-se argumentar que o Modelo BPMG pode ser usado para catalogar informações contidas em documentos eletrônicos estáticos separados em pastas de rede por critérios conceituais. Em qualquer caso, supõe-se que o modelo apoiará a governança em BPM ao explicitar quais elementos precisam ser governados, quais são aspectos governantes e qual sua utilidade em termos de objetivos de governança.

Por outro lado, dado ao contexto particular do caso relatado, sugere-se que o modelo conceitual deve ser aplicado em múltiplas organizações para que ele evolua e adquira maior potencial de generalização. A abordagem aqui adotada de pesquisa-design mostrou-se rica para a geração de conhecimento ao mesmo tempo em que pode estar direcionada para a solução de problemas práticos da governança em BPM.