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Vinculada Entidade Entrevistado

Tempo de Experiência na área que representou Formação Acadêmica Indústria (Estadual) FIESC/SC Coordenador do Observatório da Indústria Catarinense

12 anos Mestrado em Administração

Comércio (Estadual) FECO- MÉRCIO/ SC Presidente da Câmara de Tecnologia e Inovação 13 anos Pós-Doutorado/

Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento Empreende- dores (Estadual) SEBRAE/ SC Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo (Integração entre setores)

20 anos Pós-graduação em Gestão de Finanças e Projetos

A escolha dos entrevistados buscou contemplar a representação das diversas instituições do cluster, ou seja, representantes municipais através das secretarias de cada setor, entidades de classe, professores especialistas, instituições representantes da indústria e do comércio que transitam entre os dois setores e, representantes de mecanismos híbridos. Desta forma, foram entrevistados 18 participantes: dez que representaram o cluster de turismo, cinco que representaram o cluster de tecnologia e três que representaram as instituições que transitam nos dois setores e expressaram, assim, suas opiniões sobre os dois clusters.

Cabe ressaltar que, por questões éticas, buscou-se preservar a nomenclatura e identificação dos envolvidos na pesquisa, substituindo-se no tratamento dos entrevistados da tecnologia, do turismo e das instituições que transitam entre os dois clusters, os nomes verdadeiros por fictícios. Deste modo, os entrevistados do turismo foram chamados de EntrevistadoTour1, EntrevistadoTour2, e assim por diante. Os entrevistados da tecnologia foram chamados aqui de EntrevistadoTech1, EntrevistadoTech2, e assim por diante. Por fim, os entrevistados das instituições que transitam nos dois clusters foram nomeados como EntrevistadoInst1, EntrevistadoInst2 e EntrevistadoInst3. Além disso, antes da aplicação de cada instrumento de pesquisa, solicitou-se autorização para utilização das respostas escritas ou para a gravação de áudios e sua transcrição.

A partir disso, iniciou-se a coleta de dados primários, por meio de:

a) questionário para análise de maturidade dos clusters (complemento ao objetivo B): aplicou-se aos entrevistados um questionário com perguntas fechadas para auxiliar na classificação de maturidade de clusters de tecnologia e turismo de Florianópolis (ANEXO B). A composição do questionário fundamentou-se nos cenários utilizados nos modelos teóricos de Pietrobon (2009), Manzini (2013) e Romero e Nunes (2013). Ressalta-se que Pietrobon (2009) aplica em seu modelo original 40 perguntas (ANEXO A) para mensuração do grau de maturidade, para a posteriori exprimir o resultado do cálculo e enquadrá-lo em um cenário. Com o intuito de sintetizar/simplificar este processo e até possibilitar o confronto com os outros modelos abordados, optou-se por trabalhar apenas com os cinco cenários principais do modelo de Pietrobon (2009).

b) questionário para verificação de aplicabilidade do conjunto de variáveis para avaliar a contribuição da relação TechTour para a inovação e o DT: encontra-se no APÊNDICE C o primeiro conjunto de variáveis proposto aplicado aos pares de entrevistados da tecnologia e do turismo, os quais foram selecionados intencionalmente considerando seu conhecimento teórico (nível de escolaridade doutorado) e prático (papel no cluster), bem como sua acessibilidade. Desta forma, ajustes e alterações solicitadas foram acatadas apoiando melhorias no Objetivo E.

Esclarece-se que, segundo Gil (1999, p.128), um questionário pode ser definido como:

[...] a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.

Para Richardson (1999), geralmente os questionários cumprem duas funções, ou seja, descrevem características e medem determinadas variáveis de um grupo. Quando ao tipo de pergunta, os questionários podem ser classificados em questionários de perguntas fechadas, de perguntas abertas e os que combinam ambos os tipos de perguntas. Conforme o autor, que apesar de exigirem menos habilidade para aplicação do que uma entrevista, os questionários sozinhos podem não ser suficientes para alcançar a profundidade na compreensão do fenômeno requerida pelas pesquisas de natureza qualitativa. Por isso, aplicaram-se também entrevistas semiestruturadas face-a-face.

c) entrevistas semiestruturadas face-a-face: aplicaram-se aos participantes entrevistas semiestruturadas face-a-face (APÊNDICE A) para o cumprimento do Objetivo C e apoio aos objetivos D e E.

Para maior esclarecimento, o termo entrevista vem de duas palavras: vista que se refere ao ato de ver, ter preocupação de algo; e entre, que indica a relação de lugar ou estado no espaço que separa duas pessoas ou coisas (RICHARDSON, 1999). Lakatos e Marconi (2008) compreendem a entrevista como um diálogo entre duas pessoas, onde uma é o entrevistado e a outra o entrevistador, tendo como objetivo

capturar informações relevantes para entender as dimensões e experiências dos entrevistados. Vários são as tipificações de entrevista e sua variação ocorre de acordo com o propósito do pesquisador. Neste sentido, opta-se pela entrevista semiestruturada, também chamada de assistemática, antropológica e livre. A entrevista semiestruturada é quando o entrevistador tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada (LAKATOS; MARCONI, 2008).

Diante disso, ressalta-se que, tanto a partir de dados secundários quanto de dados primários, identificaram-se pontos de convergência e de divergência para a cooperação entre os clusters estudados (objetivo D). E, por fim, incorporaram-se ao framework teórico as variáveis e categorias de análise que emergiram da análise empírica do estudo de caso realizado (objetivo E).

4.2.6.2 Análise de dados e suas categorias

Para a análise dos dados secundários, utilizou-se a análise documental. Semelhante à análise bibliográfica, a análise documental é praticada a partir de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico (GIL, 1999). Pode ser ainda compreendida como “uma operação ou conjunto de operações visando representar o conteúdo de um documento sob uma forma diferente do original, a fim de facilitar, num estado ulterior, a sua consulta e referenciação” (BARDIN, 2016, p. 51). O objetivo de sua aplicação é obter o máximo de informação, com o máximo de pertinência.

Para a análise dos dados primários, com o desejo de rigor e a necessidade de exploração, utilizou-se a análise de conteúdo aplicada via código e suporte escrito e oral com comunicação dual. Em outras palavras, cada aplicação dos questionários ou entrevista implicou a comunicação entre duas pessoas, a pesquisadora e o entrevistado. Cabe lembrar que a análise de conteúdo pode ser compreendida conforme Bardin (2016, p.48) como:

um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção, repecepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.

Ressalta-se que a análise de conteúdo pode ter uma abordagem quantitativa ou qualitativa, o que torna diferente o seu campo de ação. Enquanto a primeira obtém dados descritivos por meio de um método estatístico, a segunda corresponde a um procedimento mais intuitivo, mas também mais maleável e adaptável. Neste sentido, assume-se uma abordagem predominantemente qualitativa, atribuindo maior importância ao contexto das mensagens e às condições de produção, ou seja, quem é que fala e em que circuntâncias (BARDIN, 2016). Esta escolha leva em consideração a seleção intencional dos entrevistados, sua colocação profissional e, especialmente, a experiência prática nas áreas aqui estudadas.

Segundo Merriam (1988), em abordagens qualitativas, os intervenientes da investigação não são reduzidos a variáveis isoladas, como realizado em abordagens quantitativas, mas vistos como parte de um todo no seu contexto natural. Deve-se salientar que, ao se reduzir pessoas a dados estatísticos, determinadas características do comportamento humano acabam por serem ignoradas.

Ainda é pertinente destacar que a análise de conteúdo aplicada aos dados primários pode ser compreendida como semântica – ou comumente conhecida como análise temática. Trata-se de uma técnica que consiste em agrupar afirmações acerca de um assunto, facilitando a análise de respostas de questões abertas como as que compuseram o roteiro de entrevista desta tese (APÊNDICE A). Segundo Bardin (2016) a categorização por tema é rápida e eficaz quando se aplica a discursos diretos e simples.

Neste sentido, sintetiza-se a organização da análise aplicada primeirante com uma fase de pré-análise, um período de intuições que objetiva tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais. Na sequência, vem a fase de exploração do material, quando se aplicam as decisões iniciadas na fase anterior. E, por fim, tem-se a fase de tratamento dos resultados obtidos, realizando-se interpretações e inferências.

Posto isto, cumpre destacar que, como forma de apoio para analisar os dados empíricos, utilizou-se a aplicação do software NVIVO, uma ferramenta que auxilia na sistematização do conteúdo de entrevistas transcritas. Esta aplicação ocasionou a emergência de novas categorias para análise que foram incorporadas no framework final de análise da contribuição conjunta dos clusters de tecnologia e turimo para a inovação e o desenvolvimento territorial proposto no Capítulo 7.

5 DADOS, REALIDADE INTERNACIONAL E NACIONAL