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6 A NOVA GESTÃO PÚBLICA E AS ESTRATÉGIAS DE REGULAÇÃO DA

6.4 Os Institutos Federais de Educação Profissional na Bahia: uma análise a partir

6.4.2 O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano – IFBaiano: breve

A semelhança na nomenclatura tem causado alguns equívocos em distinguir os dois institutos federais presentes no território da Bahia. Contudo, são nítidas as distinções quando se observa a origem e a forma de integração de diferentes instituições para compor o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – IF Baiano.

Diferente do processo de constituição do IFBA, em que já havia em curso uma proposta de descentralização com a criação das Uneds, o IF Baiano origina-se de um movimento contrário, com o desafio de integração de unidades que antes gozavam da autonomia de autarquias federais. Em sua formação inicial foi composto pelas Escolas Agrotécnicas

Federais de Catu, Guanambi, Senhor do Bonfim e Santa Inês e pelas Escolas Médias de Agropecuária Regional da Ceplac – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, vinculadas ao Ministério da Agricultura. O acordo informal entre os ministérios sobre a transferência das unidades aconteceu logo após a criação dos institutos e a Reitoria assumiu a gestão com investimentos em infraestrutura e recursos humanos, mas somente em 2013, por meio do Decreto nº.7.952 as antigas Escolas Médias de Agropecuária da Ceplac (Emarcs) situadas nos municípios de Itapetinga, Uruçuca, Valença e Teixeira de Freitas se tornaram legalmente campi do IF Baiano, adquirindo em termos legais autonomia financeira e patrimonial.

Entre os campi que constituem o IF Baiano, o Campus Catu, oriundo da Escola Agrotécnica Federal de Catu, criada em 1895, é a instituição mais antiga. A proposta inicial consistiu no funcionamento de uma Fazenda Modelo de Criação, passando à propriedade do governo do Estado da Bahia em fevereiro de 1897. A federalização em 1918 imprimiu uma nova dinâmica de funcionamento em articulação com a comunidade agrícola local, por meio do fornecimento de técnicas pastoris. Em 1964, o Decreto nº. 53.666 se tornou o Colégio Agrícola de Catu, vinculado à Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário do Ministério da Agricultura. Em 1967, foi integrado ao Ministério da Educação pelo Decreto nº. 60.731.

Com a Lei nº. 8.731, a Escola Agrotécnica Federal de Catu se tornou uma autarquia em novembro de 1993, adquirindo assim autonomia financeira e quadro de pessoal próprio.

Em sua trajetória de funcionamento o Campus Catu atuou e ainda atua de forma mais intensiva na formação de Técnicos em Agropecuária, Agricultura, Zootecnia e Agroindústria. A oferta de curso vem sendo ampliada e diversificada desde a implementação da Lei de criação dos Institutos Federais.

As demais antigas Escolas Agrotécnicas de Guanambi, Santa Inês e Senhor do Bonfim foram criadas em 1993 pela Lei nº. 8.670/93, já na condição de autarquias federais e com vocação para oferta de cursos na área de agropecuária.

A Emarc de Uruçuca/BA foi a primeira a iniciar as atividades de formação em prol da recuperação da lavoura cacaueira em 1965, se tornando um importante centro de ensino técnico agropecuário e industrial e de formação profissional para atuar no meio rural.

Na década de 80, por meio de um acordo firmado entre o Governo do Estado da Bahia, o Conselho Deliberativo da Ceplac e o Ministério da Agricultura, foram transferidas por

contrato de comodato as Unidades Escolares Polivalentes situadas nos municípios de Itapetinga, Teixeira de Freitas e Valença, bem como as responsabilidades administrativas, pedagógicas e financeiras dessas unidades para a Ceplac.

Com a junção dessas unidades, Agrotécnicas e Emarcs, foi constituído inicialmente o IF Baiano. Após a transformação em instituto dois novos campi foram criados, o primeiro em Bom Jesus da Lapa e o segundo no município de Governador Mangabeira. Além dessas unidades quatro novos campi estão com a construção em andamento, conforme quadro abaixo.

Quadro 2 – Relação de Campi do IF Baiano

Município Unidade Situação

Catu Campus Implantado

Guanambi Campus Implantado

Santa Inês Campus Implantado

Senhor do Bonfim Campus Implantado

Bom Jesus da Lapa Campus Implantado

Valença Campus Implantado

Itapetinga Campus Implantado

Teixeira de Freitas Campus Implantado

Uruçuca Campus Implantado

Governador Mangabeira Campus Em implantação

Alagoinhas Campus Em construção

Xique-Xique Campus Em construção

Serrinha Campus Em construção

Itaberaba Campus Em construção

Fonte: Relatório de Gestão IF Baiano, 2013.

Na estrutura organizacional, na gestão central do IF Baiano na reitoria constam cinco pró-reitorias: de Ensino, de Pesquisa e Inovação, de Extensão, de Desenvolvimento Institucional e de Administração, conforme previsto no Estatuto da instituição. Além disso, existem duas diretorias sistêmicas: de Tecnologia da Informação e de Gestão de Pessoas. Na gestão de cada campus conta com um diretor geral e duas diretorias: de Ensino e de Administração, além das subdivisões afeitas a cada estrutura mencionada.

Além dos cursos que habitualmente ofertava, o Estatuto do IF Baiano sinaliza que a instituição deve ministrar:

a) cursos superiores de tecnologia visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia;

b) cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, com vistas na formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação profissional;

c) cursos de bacharelado e engenharia, visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia e áreas do conhecimento;

d) cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do conhecimento; e e) cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, que contribuam para promover o estabelecimento de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com vistas no processo de geração e inovação tecnológica (ESTATUTO IFBAIANO, 2009).

Na condição de Instituição de Ensino Superior o IF Baiano se tornou obrigado a elaborar o Plano de Desenvolvimento Institucional, documento exigido no processo de credenciamento das IES junto ao Ministério da Educação, requisito para autorização e reconhecimento de cursos superiores. Todavia, este documento tem cumprido o papel de um plano estratégico para caracterização e funcionamento da Instituição como um todo, tendo em vista a inexistência de um projeto pedagógico institucional, com função de caracterizar a forma de atuação dessa instituição e sua relação com os condicionantes sociais, políticos e econômicos que permeiam o processo de formação profissional no estado da Bahia e no Brasil. No caso do IFBA o PDI se tornou exigência desde 2004, com a criação do Centro Federal de Educação Tecnológica, mas este Instituto elaborou também a sua proposta pedagógica.

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