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A Interpretação da Garantia de Emprego para Pessoa com Deficiência pelos TRTs

VI. A PROTEÇÃO CONTRA A DISCRIMINAÇÃO

6.3. A Garantia de Emprego para Pessoas com Deficiências: a Impossibilidade de Dispensa para

6.3.2. A Interpretação da Garantia de Emprego para Pessoa com Deficiência pelos TRTs

Através de pesquisa de jurisprudência dos TRTs, observou-se relevante número de decisões no sentido de que não há limitação legal à dispensa da pessoa com deficiência quando a empresa cumpre a cota estabelecida no art. 93, § 1º, da Lei 8.213/91282.

Vejamos num exemplo: uma determinada empresa Alfa que possui dois mil empregados, sendo obrigada a manter o quantitativo mínimo de cem pessoas com deficiência, correspondente ao percentual de cinco por cento. Ao invés disso, a empresa Alfa mantém o dobro, ou seja, duzentos empregados com deficiência ou reabilitados, equivalente a dez por cento. O fato de a empresa Alfa dispensar um desses duzentos trabalhadores com deficiência sem a contratação de substituto, desde que não haja discriminação, para essa corrente jurisprudencial, não fere o § 1º do art. 93 da Lei 8.213/91 porque a finalidade da lei foi justamente garantir o cumprimento da cota mínima prevista no caput.

Parte da jurisprudência dos TRTs, contudo, tem um entendimento um pouco diferente em relação ao segundo requisito, aduzindo que seria a “prévia contratação de substituto em condições semelhantes”, não exatamente para garantir a cota mínima, mas duas regras autônomas. Essa corrente defende a empresa é obrigada a cumprir literalmente o disposto no § 1º do art. 93 da Lei 8.213/91 mesmo tendo cumprido percentual superior ao previsto no caput desse artigo283. A intenção desse posicionamento é de clara proteção da pessoa com deficiência,

282 Nesse sentido, são várias as decisões dos TRTs que permitem a dispensa quando atingida a cota mínima, mesmo

sem contratação de substituto, dentre as quais: “(…) tendo a ré superado o número mínimo de contratações

exigidas na lei, nada impede que dispense empregado portador de necessidades especiais sem que contrate outro em condição semelhante”. TRT 1ª Região. 8ª Turma. Processo nº 0170400-39.2008.5.01.0511. Relatora

Edith Maria Corrêa Tourinho. Data 08/11/2011. No mesmo sentido: TRT 2ª Região. 12ª Turma. Processo 0205400-84.2005.5.02.0024. Relator Francisco Ferreira Jorge Neto; (TRT 4ª Região. 4ª Turma. Processo nº 00377-2005-241-04-00-1 RO. Relator(a) Ricardo Tavares Gehling. Data: 17/10/2007; TRT 4ª Região. 2ª Turma. Processo nº 00116-1999-851-04-00-9 RO. Relator(a) Beatriz Zoratto Sanvicente. Data: 04/05/2005; TRT 4ª

Região. 1ª Turma. Relator(a) José Felipe Ledur.Processo nº 00935-2002-024-04-00-4 RO. Data: 25/05/2005; TRT 4ª Região. 4ª Turma. Processo nº 0001320-85.2010.5.04.0006. Relator: Lenir Heinen - Juiz Convocado; TRT 8ª Região. 3ª Turma. Processo nº 00600-2004-006-08-00-4. Relator (a) Graziela Leite Colares. Data: 15/12/2004; TRT 15ª Região. Processo nº 07757-2005-143-15-00-1. Relator (a) Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla; TRT 20ª Região. Processo nº 0001002-30.2011.5.20.0004. Relator João Bosco Santana de Moraes. Data:

09/05/2012; TRT 24ª Região. 2ª Turma. Processo nº 0188500-17.2008.5.24.0086. Relator Ricardo Geraldo Monteiro Zandona. Data: 16/02/2011; TRT 24ª Região. 2ª Turma. Processo nº 0059000-41.2008.5.24.0006-RO. Relator João de Deus Gomes de Souza. Data: 09/08/2010; TRT 23ª Região. 1ª Turma. Processo nº 0001385- 04.2014.5.23.0009. Relator: Juliano Girardello. Data: 04/08/2015.

283 Nesse sentido, as seguintes decisões dos TRTs que não permitiram a dispensa de trabalhador com deficiência,

quando não houver a contratação de substituto, mesmo se o percentual for superior à cota.: “O art. 93, §1º, da Lei n.º 8.213/91 determina que a dispensa injustificada do empregado portador de necessidades especiais só poderá ocorrer após a contratação, previamente, de substituto em condições semelhantes. O fato de a reclamada manter

em seu quadro funcional trabalhadores com deficiência física em número superior ao estabelecido no texto legal não se mostra capaz de afastar a determinação legal”(TRT 1ª Região. 5ª Turma. Processo 0001852-

37.2012.5.01.0244 – RTOrd. Des. Roberto Norris. Data 02/12/2014). No mesmo sentido: TRT 4ª Região. 3ª Turma. Processo nº 01120-2003-004-04-00-9 RO. Relator(a) Luiz Alberto de Vargas. Data: 31/05/2006; TRT da

mesmo que a empresa tenha cumprido a cota, somente é possível a dispensa quando houver a contratação de um substituto.

Em razão desse posicionamento, surgiu uma variante na jurisprudência dos TRTs no sentido da necessidade de cumulatividade dos dois requisitos para ser possível a dispensa de pessoa com deficiência ou reabilitado, embora não mencionem que o objetivo da substituição é para manter a cota mínima, portanto, não enfrentando diretamente o caso de empresas com percentual acima do mínimo, como nas decisões mencionadas no parágrafo acima, mas fincando claro a impossibilidade de dispensa para empresas não cumpridora da cota.

Por essa regra, para ser possível a dispensa de trabalhador com deficiência, a empresa teria que cumprir cumulativamente o seguinte: contar com um número de empregados habilitados ou com deficiência habilitados pelo menos no limite do percentual estabelecido e admitir outro empregado em condição semelhante284, fazendo-se crer que é para manter a cota

4ª Região, SDI. Processo nº 0005297-69.2011.5.04.0000 MS,Relator Milton Varela Dutra. Data: 23/09/2011; TRT 9ª Região. 4ª Turma. Processo nº 0001553-07.2011.5.09.0007. Relator (a): Luiz Celso Napp. Data: 02/04/2014; TRT 15ª Região. 1ª Turma. Processo nº 0000348-78.2013.5.15.0144. Relator José Otávio de Souza Ferreira. Data:

23/07/2014.

284 As decisões dos TRTs a seguir, exigiram a cumulatividade dos requisitos: cumprir a cota e contratar um

substituto: “(...) O documento de fls. 148 informa que o réu possui 85.378 funcionários, pelo que esta incluso no inciso IV do dispositivo legal acima transcrito, devendo, pois, possuir em seus quadros funcionais empregados reabilitados ou portadores de deficiência na proporção de 5%. A dispensa do autor somente seria válida se o

reclamado comprovasse o atendimento a tal exigência, bem como a contratação anterior de empregado em condições semelhantes à do demandante (vide § 1º acima), o que, contudo, não fez”.(TRT 1ª Região. 8ª Turma.

Proc. 0001249-95.2012.5.01.0071. Des. Dalva Amélia de Oliveira. Data: 04/02/2014). No mesmo sentido: TRT

1ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0001556-90.2011.5.01.0004. Des. Rildo Albuquerque Mousinho de Brito. Data:

13/10/2014; TRT 1ª Região. 1ª Turma. Processo nº 0001566-79.2012.5.01.0011. Des. Mery Bucker Caminha. Data: 18/12/2014; TRT 1ª Região. 2ª Turma. Processo 0001666-41.2012.5.01.0041 – RO. Des. Fernando Antonio Zorzenon da Silva. Data: 07/05/2014; TRT 1ª Região. 4ª Turma. Processo 0151000-14.2009.5.01.0023 – RTOrd.

Relatora Mônica Batista Vieira Puglia. Data 16/06/2015; TRT 1ª Região. 5ª Turma. Processo nº 0010950-

11.2013.5.01.0018 (RO). Des. Enoque Ribeiro dos Santos. Data: 18/11/2014; TRT 2ª Região. 12ª Turma. Processo nº 0000067-27.2013.5020034. Des. Marcelo Freire Gonçalves; TRT 3ª Região - RO: 00315201114303008

0000315-95.2011.5.03.0143, Relator: Luiz Antonio de Paula Iennaco, Turma Recursal de Juiz de Fora, Data de Publicação: 18/07/2013 17/07/2013. DEJT. Página 139. Boletim: Sim; TRT 3ª Região. 2ª Turma. Processo nº

00208-2012-063-03-00-7-RO. Relatora Rosemary de Oliveira Pires. Data 25/02/2013; TRT 3ª Região. 3ª Turma. Processo 01490-2009-025-03-00-8-RO. Relator(a) Vítor Salino de Moura Eça – Juiz Convocado. Data: 14/04/2010; TRT 3ª Região. 8ª Turma. Processo nº 01125-2010-002-03-00-3-RO. Relatora Ana Maria Amorim Rebouças. Juíza Convocada. 15/12/2010; TRT 3ª Região. 2ª Turma. Processo 01798-2010-139-03-00-8-RO. Relator LUIZ RONAN NEVES KOURY. Des. Data: 06/09/2011; TRT 3ª Região. 6ª Turma. Processo nº 01821- 2012-008-03-00-0-RO. Relator (a) Rogério Valle Ferreira. Data: 22/07/2014; TRT 3ª Região. 2ª Turma. Processo nº 01925-2011-008-03-00-3-RO. Relator (a) Sebastião Geraldo de Oliveira. Data: 11/12/2012; TRT 3ª Região. 3ª Turma. Processo nº 02237-2011-138-03-00-0-RO. Relator(a) Márcio José Zebende. Data: 05/12/2012; TRT 3ª

Região. 7ª Turma. Processo nº 02320-2011-017-03-00-0 RO. Relator Marcelo Lamego Pertence. Data 21/03/2013; TRT 4ª Região. 4ª Turma. Proc. 00014-2005-025-04-00-0 RO. Relatora Denise Pacheco – Juíza Convocada. Data:

30/11/2006; TRT 4ª Região. 9ª Turma. Proc. 0000518-45.2012.5.04.0741 RO. Relator(a) Tânia Regina Silva Reckziegel; TRT 4ª Região. 4ª Turma. Proc. 00965-2002-028-04-00-6 RO. Relator(a) Milton Varela Dutra. Data: 01/04/2004; TRT 4ª Região.7ª Turma. Proc. 00992-2008-741-04-00-1 RO. Relator(a) Vanda Krindges Marques. Data: 25/03/2009; TRT 4ª Região. 7ª Turma. Proc. 0000015-35.2010.5.04.0372 RO. Relator(a) Flavio Porcinho Sirangelo. Data: 31/08/2011; TRT 4ª Região. 8ª Turma. Proc. 0001002-64.2013.5.04.0017 RO. Relator (a) Fernando Luizde Moura Cassal; TRT 4ª Região. 1ª Turma. Processo nº 00049-2002-461-04-00-3 RO. Relator(a) Ione Salin Gonçalves. Data: 20/11/2008; TRT 4ª Região. 1ª Turma. Processo nº 01002-2002-016-04-00-0 RO. Relator (a) Ione Salin Gonçalves. Data: 28.07.2005; TRT 4ª Região. 10ª Turma. Proceso nº 0000965-

mínima porque não há referência à questão de números de pessoas com deficiência superior a cota mínima.

Um outro exemplo, de uma empresa Gama, com cento e cinquenta empregados, sendo três deles pessoa com deficiência, ou seja, que cumpre a cota no limite mínimo, sem qualquer pessoa com deficiência a mais nos seus quadros. Nesse caso, para que a empresa Gama possa dispensar um trabalhador com deficiência se efetivar, é necessário a contratação prévia de outra pessoa com deficiência nas mesmas condições, de modo a que a cota mínima seja mantida, que é o objetivo da lei. Sendo assim, os dois requisitos são atendidos.

Um outro exemplo de uma empresa Beta, com duzentos empregados em seus quadros, sendo obrigada a manter o quantitativo de quatro pessoas com deficiência (uma cota de dois por cento). No entanto, a empresa Beta possui apenas uma pessoa com deficiência em seus quadros. Essa pessoa com deficiência somente poderá ser dispensada quando Beta cumprir a cota de pessoas com deficiência e contratar um substituto com deficiência, de modo que a cota mínima seja mantida. Quer dizer, somente poderá dispensar trabalhador com deficiência se, após tal dispensa, a empresa mantiver um quantitativo de quatro pessoas com deficiência em seus quadros, cumprindo, assim, os dois requisitos mencionados.

Portanto, por essa corrente jurisprudencial dos TRTs, teria que atender cumulatividade dos dois requisitos para ser possível a dispensa de pessoa com deficiência ou reabilitado: manter a cota mínima e contratar substituto para permanecer cumprindo a cota mínima. Por essa

89.2011.5.04.0281 RO. Relator(a) Fernando Luiz de Moura Cassal; TRT 4ª Região. 1ª Turma. Processo nº 01149- 2006-019-04-00-2 RO. Relator(a) Maria de Graça R. Centeno. Juíza Convocada. Data: 14/08/2008; TRT 12ª

Região. 6ª Câmara. Processo nº 0006494-50.2011.5.12.0028. Relator (a) Grácio Ricardo Barboza Petrone. Data:

27/11/2012; TRT 13ª Região. Processo nº 0073800-87.2011.5.13.0002. Relator (a) Edvaldo de Andrade. Data: 17/05/2012; TRT 13ª Região. 1ª Turma. Processo nº 0035600-36.2010.5.13.0005. Relator (a) Ubiratan Moreira Delgado. Data: 11/05/2011; TRT 14ª Região. 2ª Turma. Processo nº 0000295-65.2013.5.14.0002. Relator (a) Vania Maria da Rocha Abensur. Data: 13/02/2014; TRT 14ª Região. 1ª Turma. Processo nº 0000977- 07.2010.5.14.0008. Relator (a) Shikou Sadahiro. Data: 30/03/2011; TRT 15ª Região. 5ª Turma. Processo nº 002550054.2008.5.15.0096. Relator (a) Antônio Francisco Montanagna. Data: 15/02/2011; TRT 15ª Região. 4ª Turma. Processo nº 01441-2006-047-15-00-4. Relator (a) Manuel Soares Ferreira Carradita; TRT 15ª Região. 6ª Turma. Processo nº 0001953-78.2012.5.15.0052. Relator (a) Luiz Felipe Bruno Lobo. 29/05/2015; TRT 15ª

Região. 6ª Turma. Processo 00508-2004-071-15-00-5. Relator Edison dos Santos Pelegrini; TRT 15ª Região. 5ª

Turma. Processo nº 0025500-54.2008.5.15.0096. Relator Antônio Francisco Montanagna. Data: 15/02/2011; TRT

15ª Região. Processo nº 01878-2002-035-15-00-4. Relatora Suzana Monreal Ramos Nogueira; TRT 15ª Região.

6ª Turma. Processo nº 013972-00813-115-00-7. Relator(a) Olga Aida Joaquim Gomieri; TRT 15ª Região. 5ª Turma. Processo nº 0000252-72.2012.5.15.0023. Relator(a) Antonio Francisco Montanagna. Data: 29/10/2013;

TRT 15ª Região.1ª Turma. Processo nº 04401-2005-130-15-00-0. Relator (a) Tereza Aparecida Asta Gemignani.

Data: 12/06/2008; TRT 17ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0100547-33.2013.5.17.0151. Relator (a) Ana Paula Tauceda Branco. Data: 08/06/2015; TRT 17ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0006000-42.2012.5.17.0181. Relator (a) Carmen Vilma Garisto. Data: 15.07.2013; TRT 18ª Região. 4ª Turma. Processo nº 0011473-62.2014.18.0261. Relator Gentil Pio de Oliveira. Data: 19/08/2015; TRT 23ª Região. 1ª Turma. Processo nº 0001313- 23.2014.5.23.0007. Relator Roberto Benatar. Data: 21/07/2015; TRT 24ª Região. 2ª Turma. Processo nº 0000188- 33.2013.5.24.0005. Relator Tomás Bawden de Castro Silva – Juiz Convocado. Data: 25/06/2014; TRT 24ª Região. 2ª Turma. Processo 0083/2008-002-24-00.4. Relator João de Deus Gomes de Souza. Data: 11/03/2009.

corrente, fica claro a impossibilidade de dispensa para empresas não cumpridora da cota. Outra parte expressiva da jurisprudência dos TRTs adota o entendimento da não cumulatividade dos dois requisitos, dando a entender que, com o cumprimento de apenas um dos requisitos - ou o cumprimento do percentual previsto no caput do art. 93 da Lei nº 8.213/91 ou a contratação de outra pessoa com deficiência como substituto – a empresa pudesse dispensar trabalhadores com deficiência285 . Em outras palavras, evidencia aparentemente que uma

empresa não cumpridora da cota pudesse dispensar trabalhadores quando houvesse a simples substituição por outro. Contudo, é apenas aparência, porque, analisando profundamente tais decisões, não houve a necessidade de averiguar o cumprimento da cota, porque em todas elas, houve ganho de causa para o trabalhador com deficiência em relação à questão da garantia de emprego. Em outras palavras, nenhuma das decisões mencionadas reconheceu o direito potestativo de empresa não cumpridora da cota dispensar trabalhador apenas com a substituição

285 Nesse sentido, as decisões dos TRTs a seguir que reconhecem a alternatividade dos dois requisitos,

cumprimento da cota ou contratação de substituto (não cumulatividade), mas que, na prática, não houve a necessidade de averiguar o cumprimento da cota, porque em todas elas, houve ganho de causa para o trabalhador com deficiência porque a empresa não contratou o substituto (em nenhum caso foi permitido dispensa de trabalhador com deficiência por empresa não cumpridora da cota): “RECURSO ORDINÁRIO. REINTEGRAÇÃO.

PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. ARTIGO 93 DA LE Nº 8.213/1991. A validade da despedida imotivada de

empregado deficiente físico inserido na cota de que trata o artigo 93 da Lei nº 8.213/1991 requer seja demonstrado o preenchimento do percentual mínimo de empregados reabilitados ou portadores de deficiência previsto na legislação ou a contratação de outro trabalhador em condição semelhante à daquele. Desatendida tal circunstância, impõe-se a reintegração do empregado”. (TRT 1ª Região. 6ª Turma. Processo 0001340- 91.2011.5.01.0049 – RTOrd. Relator Des. Nelson Tomaz Braga. Data: 13/06/2012. Data de Publicação: 2012-06- 29). No mesmo sentido: TRT 1ª Região. 5ª Turma. Processo nº 0132700-18.2008.5.01.0062 – RTOrd. Relator Des. Márcia Leite Nery. 07/04/2015; TRT 2ª Região. 4ª Turma. Processo 0000029-15.2010.5.02.0068. Maria Isabel Cueva Moraes; TRT 4ª Região. 4ª Turma. Processo nº 0000475-03.2011.5.04.0561 RO. Relador João Pedro Silvestrin; TRT da 4ª Região. 3ª Turma. Processo nº 01195-2002-008-04-00-4 RO. Relator Hugo Carlos Scheuermann. Data: 06/10/2004; TRT da 4ª Região. 3ª Turma. Processo nº 00947-2002-010-04-00-6 RO. Relator(a) Hugo Carlos Scheuermann. Data: 22/03/2005; TRT 4ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0090400- 28.2009.5.04.0028 RO. Relator João Ghisleni Filho. Data: 17/08/2011; TRT 4ª Região. 8ª Turma. Processo nº 00376-2006-007-04-00-0 RO. Maria Cristina Schaan Ferreria. Data: 28/06/2007; TRT 8ª Região. 1ª Turma. Processo Nº 0000523-26.2014.5.08.0017. Relator (a) Ida Selene Duarte Sirotheau Correa Braga; TRT 8ª Região. 4ª Turma. Processo nº 0000902-30.2010.5.08.0203. Relator (a) Pastora do Socorro Teixeira Leal. Data: 02/08/2011; TRT 8ª Região. 4ª Turma. Processo nº 01571-2003-013-08-00-2. Relator (a) Francisca Oliveira Frmigosa. Data: 17/08/2004; TRT 9ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0000770-71.2013.5.09.0095. Relator (a) Thereza Cristina Gosdal. Data: 18/03/2015; TRT 9ª Região. 6ª Turma. Processo nº 0000932-88.2012.5.09.0002. Relator (a) Sérgio Murilo Rodrigues Lemos. Data: 28/08/2013; TRT 12ª Região. 2ª Câmara. Processo nº 01068- 2005-028-12-00-9. Relator (a) Águeda Maria Lavorato Pereira. Data: 25/02/2010; TRT 12ª Região. 3ª Turma. Processo nº RO 00843-2007-030-12-00-7. Relator(a) Lília Leonor Abreu. Data: 18/04/2008; TRT 12ª Região. 6ª Câmara. Processo nº RO 0000439-58.2011.5.12.0004. Relator (a) Lígia Maria Teixeira Gouvêa. Data: 29/05/2012;

TRT 15ª Região. 6ª Turma. Processo 000055911.2012.5.15.0125. Relator(a) Maria Cecília Fernandes Alvares

Leite; TRT 15ª Região. Processo nº 018110007.2009.5.15.0008. Relator Flávio Nunes Campos. Data: 11/06/2014;

TRT 15ª Região. 1ª Turma. Processo nº 000023703.2012.5.15.0024. Relatora Eliana dos Santos Alves Nogueira.

Data 12/12/2012; TRT 15ª Região. 5ª Turma. Processo nº 00982-2002-071-15-00-5. Relator (a) João Alberto Alves Machado; TRT 15ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0000129-52.2010.5.15.0053. Relator(a) Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordani; TRT 19ª Região. Processo nº 0042000-78.2008.5.19.0002. Relator(a) Vanda Lustosa. Data: 30/10/2008; TRT 19ª Região. Processo nº 0109200-39.2007.5.19.0002. Relator(a) Vanda Lustosa. Data: 09/09/2008; TRT 23ª Região. Processo nº 0124600-64.2010.5.23.0071. Relator Osmair Couto. Data: 17/04/2012. Publicação: 19/04/2012.

por outro.

Há ainda o caso de muitos precedentes dos TRTs que não fazem referência ao cumprimento ou não da cota (primeiro requisito) para ser possível a dispensa do trabalhador com deficiência ou reabilitado, fazendo menção tão somente à questão da contratação do substituto (segundo requisito)286, aparentando, mais uma vez, que o cumprimento da cota não

é importante para se definir ou não a garantia de emprego das pessoas com deficiência. Contudo, como na questão anterior, trata-se apenas de aparência, porque, na verdade, em todas as decisões

286 Nesse sentido, as decisões dos TRTs que fazem referência apenas à questão da contratação do substituto

(segundo requisito), sem abordar o cumprimento ou não da cota (primeiro requisito), mas que, na prática, não houve a necessidade de averiguar, porque em todas elas, houve ganho de causa para o trabalhador com deficiência porque a empresa não contratou o substituto (em nenhum caso foi permitido dispensa de trabalhador com deficiência por empresa não cumpridora da cota): DEFICIENTE FÍSICO – DISPENSA – INVALIDADE – Segundo dispõe o § 1o do artigo 93 da Lei 8.213/91, haverá reserva de mercado para portadores de deficiência física, quanto a postos de trabalho nas empresas. Nesse caso, a dispensa imotivada da reclamante somente

poderia se concretizar após a contratação de substituto de condição semelhante, por isso é devida a reintegração da autora ao serviço, seguida da condenação da reclamada no pagamento de salários vencidos e vincendos, notadamente à falta de motivo justo para a dispensa. (TRT 3ª Região. 7ª Turma. Processo nº

00263-2006-038-03-00-9-RO. Relator(a) Paulo Roberto de Castro. Data: 05/10/2006). No mesmo sentido: TRT

3ª Região. 2ª Turma. Processo nº 01029-2007-018-03-00-5 RO. Relator Anemar Pereira Amaral. Data 22.04.2008; TRT 4ª Região. 5ª Turma. Processo nº 01300-2000-024-04-00-2 RO. Relator(a) Tânia Maciel de Souza. Data:

10/03/2005; TRT 4ª Região. 4ª Turma. Processo nº 00987-2008-741-04-00-9 RO. Relator Ricardo Tavares Gehling. Data: 05/03/2009; TRT 4ª Região. 2ª Turma. Processo nº 00228.821/99-1 RO. Data: 04/12/2001. Relator(a) Juraci Galvão Júnior; TRT 4ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0001356-03.2012.5.04.0251 RO. Relator Marcos Fagundes Falomão – Juiz Convocado; TRT 4ª Região. 6ª Turma. Processo nº 0024600-59.2009.5.04.0026 RO. Relator(a) Maria Cristina Schaan Ferreira. Data: 26/05/2010; TRT 4ª Região. 5ª Turma. Processo nº 00972- 2007-011-04-00-0 RO. Relator(a) Tânia Maciel de Souza. Data: 16/04/2009; TRT 4ª Região. 1ª Turma. Processo nº 00435.741/01-2 RO. Relator(a) Raul Zoratto Sanvicente. Data: 10/07/2003; TRT 4ª Região. 4ª Turma. Processo nº 00090.551/99-0 RO. Relator(a) Fabiano de Castilhos Bertoluci. Data: 24/10/2001; TRT 4ª Região. 7 Turma. Processo nº 00107-2006-022-04-00-7 RO. Relator(a) Maria Inês Cunha Dornelles. Data: 06/09/2006; TRT 7ª

Região. Processo nº 0211300‐24.2001.5.07.0000. Relator(a) José Ronald Cavalcante Soares. Data: 20/02/2002.

Publicação: 26/04/2002; TRT 7ª Região. Processo nº 0148000‐17.2008.5.07.0009. Relator(a) Maria José Girão. Data: 09/08/2010. Publicação: 25/08/2010; TRT 9ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0000686-77.2012.5.09.0007. Relator (a) Thereza Cristina Gosdal. Data: 28/01/2015; TRT 9ª Região. 2ª Turma. Processo nº 2064100- 43.2006.5.09.0001. Relator (a) Rosalie Michaele Bacila Batista. Data: 26/07/2011; TRT 12ª Região. 5ª Câmara. Processo01035-2014-043-12-00-2. Relator (a) Maria de Lourdes Leiria. Data: 18/06/2015; TRT 12ª Região. 6ª Câmara. RO 00374-2011-004-12-00-6. Relator (a) Lígia Maria Teixeira Gouvêa. Data: 14/05/2013; TRT 15ª

Região. 2ª Turma. Processo nº 000004071.2013.5.15.0005. Relator Helcio Dantas Lobo Júnior. Data: 11/02/2015; TRT 15ª Região. Processo nº 001700093.2009.5.15.0118. Relator Flávio Allegretti de Campos Cooper; TRT 15ª Região. 2ª Turma. Processo nº 000205740.2012.5.15.0062. Relator (a) Antonia Regina Tancini Pestana. Data: 17/12/2013; TRT 15ª Região. 2ª Turma. Processo nº 0083300-38.2008.5.15.0129. Relator Helcio Dantas Lobo Junior. Data: 22/10/2013; TRT 15ª Região. Processo nº 00207-2001-013-15-00-8. Relator Flávio Nunes Campos;

TRT 15ª Região. 6ª Turma. Processo nº 0429000-93.2009.5.15.0010. Relator João Batista Martins César. Data:

13/08/2013; TRT 15ª Região. Processo nº 0001436-54.2012.5.15.0026. Relator(a) Erodite Ribeiro dos Santos De Biasi. Data: 17/12/2014; TRT 15ª Região. 7ª Câmara. Processo n.º 000191761.2011.5.15.0055. Relator (a) Fabio Grasselli. Data 02/10/2012; TRT 15ª Região. 1ª Turma. Processo nº 0010100-34.2009.5.15.0138. Relator (a) Mariane Khayat. Data: 28/02/2012; TRT 16ª Região. Processo nº 01358-2009-001-16-00-5. Relator Gerson de Oliveira Costa Filho. Data: 18/06/2013. Pub.: 26/06/2013; TRT 18ª Região. 2ª Turma. Processo nº 0011438- 04.2013.5.18.0014. Relator Platon Teixeira de Azevedo Filho. Data: 16.04.2015; TRT 18ª Região. 3ª Turma. Processo nº 0010416-13.2014.5.18.0001. Relator (a) Iara Teixeira Rios. Data: 11.03.2015; TRT 18ª Região. Processo 0002466-06.2012.5.18.0006. Relator Mário Sérgio Bottazzo. Data: 11/12/2013; TRT 18ª Região. Processo nº 0001104-19.2010.5.18.0012. Relator Geraldo Rodrigues do Nascimento. Data: 07/12/2010; TRT 18ª

Região. 0001007-93.2012.5.18.0191. Relator(a) Kathia Maria Bomtempo de Albuquerque. Data: 23/04/2013); TRT 21ª Região. 2ª Turma. Processo nº 129300-16.2011.5.21.0003. Relator (a) Maria do Perpétuo Socorro

citadas, salvo no processo 0001007-93.2012.5.18.0191, houve ganho de causa dos trabalhadores com deficiência em relação à reintegração, evidenciando que não foi necessário o debate sobre o cumprimento ou não da cota, porque o outro requisito, contratação do substituto, já fora descumprido.

O comum é que, quando a empresa contrate um substituto, os Tribunais façam averiguação do outro requisito (cumprimento da cota)287.

Da jurisprudência dos TRTs pesquisada, só houve dois casos em foi reconhecido que uma empresa não cumpridora da cota pudesse dispensar trabalhador com deficiência mediante a simples substituição por outra pessoa com deficiência, sem a necessidade de cumprir a cota.

As mencionadas decisões foram proferidas nos autos do processo nº 0365-2008-003- 08-00-5, pelo TRT 8ª Região288, e do processo 0004919-70.2012.5.12.0028, pelo TRT da 12ª

Região289, tendo os aludidos Tribunais enfrentado especificamente a questão de empresa não

287 RECURSO OBREIRO. DISPENSA DE EMPREGADO DEFICIENTE FÍSICO. ART. 93, § 1º , DA L EI Nº 8.

213/91. Cabe ao empregador, caso intente rescindir imotivadamente o contrato de trabalho de empregado portador deficiência física ou reabilitado, proceder à contratação de outro trabalhador que preencha tal exigência, conforme se extraido § 1º do ar t . 93 da Lei nº 8. 213/91. Restando comprovado que a empresa, antes da dispensa do

autor, contratou outro empregado portador de necessidades especiais, mesmo para cargo diferente do exercido pelo reclamante, não há falar em nulidade da dispensa. (…) Diante disso, não se faz necessár io que

o empregado que veio ocupar do cargo do reclamante seja portador de necessidades especiais, mas somente que

seja mantida a quota de empregados com deficiência física na empresa, o que ocorreu no presente caso.

(TRT 19ª Região. Processo nº 0121100-73.2008.5.19.0005. Relator(a) Relator (a) Antônio Catão. Data: 24/08/2010). GARANTIA DE EMPREGO. REINTEGRAÇÃO INDEVIDA. Artigo 93, § 1º, da Lei 8.213/91. Empregada portadora de deficiência. Respeito ao limite percentual de quotas de deficientes. Apesar da

reclamante se enquadrar como portadora de deficiência, restou demonstrado nos autos que a reclamada cumpriu os percentuais legais de contratação de trabalhadores nessa condição, não sendo, desse modo,

detentora da condição de relativa garantia de emprego prevista no § 1º, do artigo 93, da Lei 8.213/91. Provado o preenchimento do requisito legal, impõe-se a manutenção da sentença de primeiro grau. (TRT 21ª Região. Relator Bento Herculano Duarte Neto. Data. 04/02/2014. Publicação: 11/02/2014)

288 EMPREGADO PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS. DEMISSÃO. O artigo 93, da Lei n コ

8.213/91 no criou nova espécie de estabilidade no emprego, pois de acordo com o seu pargrafo primeiro, o empregado reabilitado ou portador de necessidades especiais habilitado pode ser demitido, sem justa causa, desde que a empresa contrate outro empregado em condições semelhantes. (…) o recorrente alega ainda que a recorrida não comprovou que obedecia ao percentual estabelecido no artigo 93 da Lei 8.213/91, provando apenas que havia contratado outro empregado para ocupar a vaga do recorrente. Razão não assiste ao recorrente. De fato, o artigo

93 da Lei 8.213/91, estabelece que as empresas devem manter um percentual que varia de 2% a 5% das vagas para empregados reabilitados ou portadores de deficincia, no entanto, no se trata de nova hiptese de estabilidade no emprego, pois o parágrafo primeiro do citado artigo dispe que o empregado portador de necessidades especiais, detentor de uma dessas vagas, pode ser demitido sem justa causa, desde que a empresa contrate outro empregado em condições semelhantes. (…) A regra insculpida no artigo 93, da Lei

8.213/91 visa integrar o deficiente ao mercado de trabalho, no entanto, o empregador mantém o seu direito potestativo de demitir o empregado sem justa causa, condicionado a contratação de outro empregado em condições semelhantes, o que foi observado pela recorrida. (TRT 8ª Região. 2ª Turma. Processo nº 0365-2008-003-08-00-5. Relator(a) Antônio Oldemar Coelho dos Santos. Data: 05/11/2008).

289 LEI Nº 8.213/91. POSSIBILIDADE. DISPENSA DE TRABALHADOR DEFICIENTE HABILITADO OU

REABILITADO. Tendo a empresa reclamada contratado empregado substituto, em condições semelhantes ao obreiro dispensado, não há falar em reintegração ao emprego. (…) Em que pese a argumentação de não

preenchimento de quota mínima, e a despeito da não juntada dos documentos a ela atinentes, tem-se que o

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