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P LANO R EGIONAL DE O RDENAMENTO DO T ERRITÓRIO DO C ENTRO

P ARTE II: P OLÍTICAS E P LANEAMENTO DO T URISMO EM

3. O RDENAMENTO DO T ERRITÓRIO E O T URISMO

3.7. P LANO R EGIONAL DE O RDENAMENTO DO T ERRITÓRIO DO C ENTRO

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O Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro Litoral (PROT-CL) é um programa de intervenção regulador e orientador das acções a serem tomadas na área abrangida pelo plano, do ponto de vista urbano-industrial e turístico.

A elaboração deste plano teve como fundamento os acelerados processos de alteração, tanto no contexto económico e social, como nas formas de organização do espaço nesta faixa litoral do território português (PROT-CL, 1996).

Devido a este acelerado processo de alteração do território, diversos valores culturais e naturais do litoral da Região Centro têm vindo a ser destruídos e degradados, o que leva também a uma progressiva degradação do ambiente e da qualidade de vida das populações (PROT-CL, 1996). Deste modo, considera essencial a existência de planos e programas de planeamento territorial que providenciem intervenções adequadas e que ao mesmo tempo contribuam para o desenvolvimento sustentável e integrado desta região.

9 A Resolução do Conselho de Ministros n.º 38/90, de 19 de Setembro de 1990 incube a Comissão de

Coordenação da Região Centro de elaborar o PROT-CL, definindo os princípios que deverão presidir à sua elaboração. Segundo o ponto 3 da respectiva Resolução do Conselho de Ministros “a realização do Plano Regional do Ordenamento do Território do Centro Litoral integrará a estratégia de desenvolvimento regional consubstanciada no Plano de Desenvolvimento Regional, pelo que deve existir uma consonância global e específica entre a referida estratégia e os objectivos do PROT, os quais estão consagrados nos seguintes cinco pontos, articulados e interdependentes:

1. Compatibilizar globalmente o crescimento económico e demográfico, bem como a expansão urbana, com o correcto aproveitamento das potencialidades naturais e do património cultural de modo a conseguir-se um normal processo de desenvolvimento do território. Este objectivo, o mais abrangente, traduz-se, entre outros nos seguintes objectivos intermédios:

a. Promover a correcta ocupação e utilização do território, aproveitando e potencializando os respectivos recursos;

b. Melhorar a articulação entre as diferentes parcelas do Centro Litoral e deste com o resto do País e da Região Centro em particular;

c. Contribuir para que não se destruam potencialidades que têm efeitos intersectoriais, nomeadamente os que relevam dos recursos naturais, das acessibilidades e do quadro de vida;

d. Valorizar o património, natural e histórico-cultural, quer pela sua protecção, quer pela sua utilização no contexto do processo de desenvolvimento económico e social, com relevo muito particular para o turismo;

2. Contribuir para melhorar as condições objectivas de qualidade de vida das populações, o que não poderá ser conseguido apenas pelo incremento do rendimento médio das famílias, mas também pelo melhor acesso - quantitativo e qualitativo - aos consumos sociais. A provisão e localização correcta de infra-estruturas e de equipamentos deve ser um dos vectores essenciais do Plano de Ordenamento;

3. Promover e assegurar a realização, devidamente escalonada no espaço e no tempo, das infra- estruturas e dos equipamentos, em particular dos que assumem papel estruturante;

4. Assegurar a compatibilização no território entre as acções de planeamento e fomento económico e social de nível nacional e regional com as acções de ordenamento territorial de nível municipal e local;

Este plano abrange 25 municípios que constituem as NUTS III do Baixo Vouga, Baixo Mondego e Pinhal Litoral (PROT-CL, 1996). Apresenta uma caracterização geral da área em estudo, com inserção regional e nacional, caracterização física do território, análise demográfica, povoamento, actividades económicas e ambiente, entre outros.

Com esta caracterização, o PROT-CL pretende uma concepção de ordenamento do litoral que procura “integrar e articular o território regional envolvente tendo presente, ainda, as vocações (potencialidades) e actividades desenvolvidas” (PROT-CL, 1996).

O turismo é uma das actividades económicas com maior peso na Região Centro, tal como em todo o território nacional. Como é referido pelo PROT-CL, o turismo é um sector que apresenta grandes potencialidades para constituir um dos eixos de desenvolvimento do Centro Litoral, através da valorização dos recursos naturais, culturais e patrimoniais da região. A importância desta actividade no centro litoral deve-se aos recursos naturais, ambiente e paisagem atractivos, que proporcionam o desenvolvimento do turismo. Assim, se houver uma correcta gestão destes recursos, é possível atingir-se um desenvolvimento do turismo sustentável. Essa gestão passa pela resolução de questões ambientais, tais como a saturação das zonas balneares e o excesso de fluxo turístico que ocorre em direcção às praias. O PROT-CL propõe intervenções na faixa costeira, ligadas à concentração urbana e industrial no Centro Litoral, de forma a potenciar os recursos e equipamentos existentes de vocação turística (PROT-CL, 1996).

Este programa refere ainda como recursos de interesse turístico as paisagens rurais potenciadoras do desenvolvimento do turismo rural, o património construído potenciador do turismo cultural e o património cultural e etnológico com potencialidade para complementar as outras actividades turísticas (PROT-CL, 1996). Além disso, é de destacar também outros tipos de turismo, designado por turismo activo e de animação como os desportos náuticos, o cicloturismo, os passeios pedestres, entre outros, como formas de turismo atractivas e complementares ao turismo de sol e praia.

O Centro Litoral possui ainda diversos valores naturais de interesse de conservação e protecção. Foram assim identificadas determinadas áreas com interesse para a conservação da natureza constituídas por “todas as áreas naturais classificadas, biótopos Corine (...), e incluem ainda as áreas florestais classificadas ou sujeitas ao regime florestal (em particular junto da faixa costeira) e por parte das REN e RAN, importantes na definição de um contínuo natural e/ou corredores ecológicos” (PROT-CL,

1996). Além destas áreas existem ainda as pertencentes à Rede Natura 2000, que serão referidas em pormenor na análise do caso em estudo.