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P ROGRAMA O PERACIONAL DA R EGIÃO C ENTRO

P ARTE II: P OLÍTICAS E P LANEAMENTO DO T URISMO EM

3. O RDENAMENTO DO T ERRITÓRIO E O T URISMO

3.6. P ROGRAMA O PERACIONAL DA R EGIÃO C ENTRO

O Programa Operacional da Região Centro (PORC) insere-se nos estudos regionais realizados no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio. Este programa, designado para o período de 2000-2006 tem como principal objectivo o desenvolvimento da Região Centro como um todo, onde entram em confronto os diversos actores, como entidades públicas e privadas.

A Região Centro é um espaço bastante diverso, com paisagens e realidades sócio- económicas muito diferentes, conferindo-lhe estes aspectos uma grande complexidade, no que diz respeito a um desenvolvimento equilibrado, capaz de dotar o espaço regional de maior coerência e articulação (UE, 2000).

A Região Centro, apesar de ser uma das regiões menos desenvolvidas de toda a Europa, possui “um território excelente que proporciona um quadro de vida atractivo e qualificado; uma rede de estruturas de conhecimento de saber, de ensino e de investigação capaz de dinamizar o meio em que se insere pela excelência das competências científicas e tecnológicas; e um papel central na economia do país e na sua relação com o exterior” (UE, 2000).

O Programa Operacional da Região Centro8 apresenta 5 objectivos gerais (UE,

2000):

8 O Programa Operacional da Região Centro apresenta, além dos objectivos gerais, quatro grandes

orientações estratégicas. Estas orientações dividem-se em: 1. um modelo territorial equilibrado, qualificado e activo:

a. organizar e qualificar o sistema urbano;

b. afirmar os centros de saber, de conhecimento e de comunicação;

c. criar plataformas logísticas e modernizar os equipamentos e infra-estruturas económicas; d. promover a coesão territorial: os espaços de baixa densidade, o desenvolvimento local e

uma provisão de bens públicos assente na equidade. 2. uma economia competitiva, inovadora e solidária:

a. qualificar e consolidar os sectores tradicionais;

b. desenvolver e consolidar actividades e serviços de base tecnológica e a utilização de novas tecnologias;

c. valorizar o potencial produtivo de territórios específicos;

d. tirar partido de uma localização central no país e na sua articulação com a Europa; e. aproveitar o potencial de desenvolvimento turístico;

• Acesso da população aos “serviços universais” e infra-estruturação do território;

• Qualificação urbana e ordenamento do território;

• Restituição ao meio rural, à agricultura e às aldeias de capacidade de dinamização;

• Valorização das potencialidades de territórios específicos;

• Qualificação dos factores de competitividade da economia regional.

A estrutura do programa divide-se em 3 eixos prioritários: apoio ao investimento de interesse municipal e intermunicipal; acções integradas de base territorial; e intervenções da administração central regionalmente desconcentradas.

A valorização das potencialidades dos territórios específicos passa pela valorização ambiental de toda a região, sendo necessário, para isso, a preservação e a conservação da natureza, através da implementação de um programa de desenvolvimento sustentável dos recursos existentes, bem como da criação e/ou manutenção de corredores ecológicos, e a implementação de medidas concretas nas áreas protegidas existentes e Rede Natura.

Este é um dos factores primordiais do Programa Operacional da Região Centro, sendo destacada como um dos objectivos estratégicos do referido programa.

O programa considera como fundamental a recuperação da qualidade da água e a correcta gestão dos resíduos sólidos urbanos, no entanto, refere também a valorização dos recursos naturais, gerindo-os de forma a garantir a sua renovação ou utilizando-os parcimoniosamente, no caso dos não renováveis (UE, 2000). Considera essencial a correcta gestão da água e da floresta e também um correcto ordenamento do espaço,

f. mobilizar o potencial agro-pecuário e florestal; g. promover a coesão territorial e social;

h. promover a cooperação internacional e interregional comunitária entre agentes económicos e actores do desenvolvimento.

3. um ambiente de qualidade e recursos do território valorizados e preservados: a. recuperar e preservar o ambiente;

b. valorizar os recursos naturais; c. gerir a paisagem;

d. proteger e valorizar o património cultural;

e. intervenções a nível do ambiente, entre as quais se destaca a acção de requalificação

ambiental da Barrinha de Mira e outras lagoas do Litoral.

4. cidadãos informados e participantes, recursos humanos qualificados:

a. assegurar elevados níveis de sucesso e de qualidade do ensino obrigatório; b. promover hábitos de leitura, combater a iliteracia;

c. responder às necessidades de qualificação do tecido económico; d. fixar quadros técnicos e profissionais qualificados;

de forma a requalificar o território e valorizá-lo em termos ambientais, tornando-se, assim, mais atractivos para o turismo.

No que diz respeito às zonas costeiras, considera essencial um sistema de gestão integrada destas áreas, pois são áreas onde a degradação ambiental é muito acentuada, devido, essencialmente a uma intensa pressão urbana e industrial (UE, 2000). Além disso, o programa refere como uma tipologia de acção, dentro do eixo prioritário 3 a “valorização e protecção dos recursos naturais com intervenções específicas quer de protecção e requalificação da faixa costeira, compatíveis com o preceituado nos POOC’s, quer de reabilitação e a valorização da rede hidrográfica nacional e das albufeiras” (UE, 2000).

No que se refere ao turismo, o PORC considera ser este sector ainda pouco desenvolvido na região centro, apesar de ser muito intenso nas zonas costeiras, (tornando-se, muitas vezes insustentável nestas áreas), começa apenas agora a ter significado em áreas rurais do interior (UE, 2000). O facto do turismo ser um grande atractivo desta região, essencialmente para os turistas portugueses, deve-se às potencialidades a nível de variedade paisagística, gastronómica e patrimonial de grande qualidade. Por estas razões, é essencial também o desenvolvimento de infra-estruturas de acesso a esta região, possibilitando maiores trocas entre o Norte e o Sul do país, bem como para Espanha. Desta forma, é essencial o aproveitamento e valorização turística dos recursos naturais existentes nesta região, contribuindo, assim, para um desenvolvimento mais sustentável e prática de novas formas turísticas. Esta valorização deve ser feita em todo o território. No entanto, é urgente, na faixa costeira, o ordenamento do turismo e o aproveitamento das potencialidades que estas zonas possuem, tais como as áreas naturais ainda existentes que necessitam de protecção e conservação.