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Estado, federalismo e educação: princípios da organização política educacional

LEGISLAÇÃO DISPOSI ÇÕE S Reforma

Sampaio Dória (SP, 1920)

“As mudanças estruturais efetuadas no sistema paulista de ensino tiveram o seu fundamento legal na Lei nº. 1.750, de 8 de dezembro de 1920 e no Decreto 3.356, de 31 de maio de 1921, que a regulamentou. Estes dois documentos tiveram duplo papel: consolidaram a legislação numerosa e esparsa existente e reestruturaram de maneira radical alguns setores da instrução estadual, notadamente o sistema público de ensino primário.” A Reforma trouxe as principais medidas introduzidas pela Lei 1750 e pelo Decreto 3356 no sentido da luta rápida e total contra a extinção do analfabetismo construindo as seguintes medidas a radical modificação efetuada nos níveis inferiores do ensino público. Criou também, em consonância com suas preocupações, as “Escolas de Alfabetização” — com o objetivo de erradicar o que ele considerava o mais grave problema educacional do país. Unificou as antigas Escolas Normais, que formavam professores, e sistematizou a prática pedagógica Art.1º com a redução do ensino primário à dois anos e a conseqüente criação do ensino médio de dois anos de duração, correspondentes aos 3º e 4º anos primários então extintos. A redução da obrigatoriedade e gratuidade da freqüência escolar primária. As crianças legalmente obrigadas a freqüentar o curso primário de dois anos passaram a ser apenas as de 9 e 10 anos de idade. O objetivo da reforma era uma ampliação substancial das facilidades existentes, o que era considerado inexeqüível, mas sim a reorganização do sistema público do ensino a fim de possibilitar uma distribuição “eqüitativa” dos benefícios da educação a todas as crianças paulistas. Com as mudanças na Lei 1750 as crianças em idade escolar obrigatória ao invés de permanecerem todas ao mesmo tempo na escola primária, passariam a ser escolarizadas gradativamente à medida que completassem 9 a 10 anos. Outro fator significativo o que se pretendeu executar foi assegurar a obrigatoriedade escolar primária à custa de sua gratuidade. A isenção da taxa escolar aos menos favorecidos introduzida pelo Decreto 3356 em todos os graus de ensino e a “proscrição” escolar as crianças de 7 e 8 anos são itens que não foram considerados na Lei 1750. A isenção das taxas aos pobres foi uma obtenção graças ao esforço levantado por educadores, pais, pela imprensa e pelos próprios parlamentares que votaram o projeto”. Essa Reforma resultaria em uma modalidade de escola primária, “aligeirada e simples.”209

Reforma Lourenço Filho (CE, 1922–3)

“A Reforma Lourenço Filho caracterizada pela Reforma de Instrução Pública pela Lei nº. 1953, de 2 de agosto de 1922, e pelo Decreto 474, de 2 de janeiro de 1923, marca uma ação mais efetiva no intuito de melhorar o ensino no Ceará. Reformou o ensino primário e normal do Estado do ceará, Defendia a idéia de que a escola não mais deveria limitar-se a ensinar a ler escrever e contar. Muda o Currículo da Escola Normal de maneira a fazer da Pedagogia o espaço em que se articulam avanços da psicologia experimental, os preceitos spencerianos e as metodologias especificas de todo um leque de disciplinas novas.Destacam-se as que possibilitam educar o corpo e harmonizar o espírito por meios de exercícios físicos, o desenho, os trabalhos manuais, os jogos, o escotismo e a ginástica sueca. O programa tratava-se de inscrever a escola e a Pedagogia nos marcos spencerianos que propunha como objetivo a educação física, intelectual e moral e cívica. Privilegia promover mudança de mentalidade do professor, além de convites para os professores realizarem cursos de férias para aperfeiçoamento da profissão. Em seu bojo, constava a inovação de todo processo pedagógico. Exigia-se que o professor aprendesse a forma adequada a aplicação dos Testes (AB C) para que estes fossem utilizados como recurso pedagógico da forma correta e cautelosa respaldada no conteúdo teórico defendida pelo educador Lourenço Filho. O referido teste por ele criado, com vistas a verificar nas crianças o nível de maturidade requerido para aprendizagem da leitura e da escrita. A Lei do ensino e o regulamento da Instrução Pública foram os instrumentos que estabeleceram a nova estrutura e funcionamento do ensino no Estado”.210

209 ANT UNHA, H. C. G. Instrução pública no estado de São Paulo. A reforma de 1920. Estudos e documentos publicação da Faculdade de Educação — Universidade de

São Paulo, 1976, p. 161–7; MART A, M. C. C. Reformas da instrução pública. In: LOP ES; FARI A FI LHO; VEI GA, 2003, p. 234 –51; NAGLE, 2001, p. 243–91.

210 GESCE IEE LLY, B. S.; SCHE LB AUE R, A. R. Lourenço Filho e a alfabetização: os testes AB C e a reforma do sistema educacional no estado do Ceará.

H I S T E D B R on line, Campinas, n. 25, p. 122–31, mar./2007. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/25/art10_25.pdf>. Acesso em: 12 mar.

LE GIS LAÇ ÃO DISP OSIÇ ÕES

Reforma João Luiz Alves (1 9 2 5 ) “A Reforma João Luiz Alves, ou Lei Rocha Vaz como era conhecida criada pelo”. O Decreto n° 1 6.7 8 2 A — de 13 de janeiro de 1 9 2 5 . “Estabelece o Concurso da União para difusão do ensino primário, organiza o Departamento Nacional de Ensino, reforma o ensino secundário e superior e da outras providências”. Art. 24º. Define que o Governo da União, com o intuito de animar e promover a difusão do ensino primário nos Estados, entrará em acordo com estes para o estabelecimento e manutenção de escolas do referido ensino nos respectivos territórios. O Decreto consiste na inclusão de cegos, surdos-mudos e menores abandonados do sexo masculino no ensino profissional, introdução da matéria de Moral e Cívica no Programa de Ensino da instrução secundária, na criação do Departamento Nacional de Ensino, e na substituição do Conselho Nacional Superior do Ensino pelo Conselho Nacional do Ensino. O Art. 25°. Define ao inspetor municipal incumbira informar ao estadual e este ao Conselho do Ensino Primário e do Profissional, por intermédio do Departamento Nacional do Ensino, sobre todas as ocorrências, que interessem à regularidade do ensino nas escolas subvencionadas; dar aos professores o atestado mensal de exercício, para o recebimento de vencimentos, e propor ao inspetor estadual aplicação das penalidades previstas na legislação, ou no termo de acordo. Art. 26°. A criação e a situação de escolas subvencionadas obedecerão às mais urgentes da população, tendo em vista a estatística dos menores em idade escolar (8 a 11 anos de idade)”.211

Reforma Anísio Teixeira (B A, 1 9 2 5 ) “A Reforma Anísio Teixeira, foi implantada pela Lei 1.846, de 14 de agosto de 1925, “o Regulamento do Ensino Primário Normal, complementar à Lei, foi baixado pelo Decreto 4.312, de 20 de dezembro de 1925. Considera-se que a Reforma baiana apresenta final de um ciclo e inicio de uma nova fase que perpassa a década de 1920. Marca o inicio do movimento remodelador da Instrução Pública, a existência de um processo de remodelação que ultrapassa sistematicamente o conjunto das mudanças efetuadas nos sistemas de educação da rede de ensino das escolas estaduais e do Distrito Federal, “Na lógica da Reforma baiana era preciso superar a solução paulista para o problema da educação popular, expressa na Reforma Sampaio Dória. A Reforma foi “a mais ampla e minuciosa estrutura jurídica montada para servir a escolarização”. A Lei nº. 1846 dispunha com detalhes sobre os princípios da gratuidade e obrigatoriedade do ensino e deixava claro que o ensino no Estado da Bahia “tem por objetivo a educação física, intelectual e moral do indivíduo de modo a formar homens aptos para a vida em sociedade e cidadãos úteis à comunhão nacional.” Abrangendo o ensino geral, a reforma previu o ensino infantil elementar e superior, o complementar, normal, o secundário e o profissional o especial, organizando a sucessão escolar até a formação completa do indivíduo. No curso normal houve mudança no currículo destinava três anos de preparo científico e um de preparo profissional para o magistério o curso formava um professor completo e proporcionava a educação integral dos alunos”.212

211 VIEI RA, 2008, p. 78–82; AGUI AR, 1997, p. 157–13. 212 NAGLE, 2001, p. 249–91; CARVALHO, 2003, p. 243–5.

LEGISLAÇÃO DISPOSI ÇÕE S