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2 Legislação sobre certificação

No documento Anais... (páginas 106-109)

Como regra geral, nenhum suíno pode ser transportado de um sítio para outro sem estar corretamente identificado. Cada granja é oficialmente identificada através de dois números próprios:

• Um deles (10 caracteres) identifica a localização geográfica: FR (França), o lugar a França através do departamento (que é uma subdivisão administrativa do território nacional) e o número do município dentro do departamento. Estes números são seguidos pelo número da granja dentro do município. Por exemplo: FR22.254.001.

• O segundo tem 7 caracteres: FR (França), o número do departamento e um número combinando letras e números para o número da granja no departamento. Este segundo número é o que é escrito na tatuagem ou no brinco. Por exemplo:FR22TVA.

• Um instituto é designado para fazer a numeração oficial e a atualização da base de dados (EDE - Etalissment Départamental de l’Elevage). O EDE tem um escritório em cada departamento.

Todos os leitões que devem ser movimentados devem ser identificados antes de deixar a maternidade através de tatuagem ou brinco com o número da granja (local de nascimento - regulamento de 29/06/1993 e de 06/07/1990).

Se os animais são movimentados duas vezes antes de chegar á granja de terminação, os números das duas granjas devem estar indicados na orelha (tatuagem ou brinco) se ficarem mais de 10 dias em um destes lugares.

Quanto à identificação de animais de abate, todos os suínos que deixam a granja para o abatedouro devem ter o número da granja de onde saíram (regulamento 28/11/1980). Este número é colocado sobre a paleta (método de tatuagem - carimbo). A legislação da identificação é aplicada desta forma até agora. Há quatro anos, o Ministério da Agricultura começou uma reforma na identificação de suínos. Uma equipe do OFIVAL (Conselho nacional de carnes, pecuária e avicultura), incluindo técnicos de granjas, de abatedouros (FNP, FNCVB, APCA) e funcionários do governo está tomando parte desta equipe. A legislação européia e as novas exigências de rastreabilidade requerem uma nova legislação na França.

Primeiro, a regulamentação de 5 de junho de 2000 especifica o conteúdo do livro de registros. Este livro é mantido nas granjas e registra todos os movimentos de animais, incluindo os números da granja, o número de suínos e a data da entrega. Também é um documento no qual os produtores devem registrar outras informações, relacionadas à alimentação e à saúde (nome da medicação, data do início e do fim do tratamento, o número e o local dos animais tratados, etc.). para cumprir com as exigências da certificação, os produtores também devem registrar eventos especiais, como incidentes individuais ou intervenções que ocorram nos estágios de desmame, crescimento e terminação. No caso de doenças ou tratamentos durante o último mês de terminação, os animais correspondentes são marcados com uma tatuagem especial (6X) e um brinco. O número do brinco é registrado no livro. Assim, estes animais podem ser reconhecidos na entrega no abatedouro.

Em seguida, a decisão européia, de 23 de outubro de 2000, especifica o estabelecimento de uma base nacional de dados de movimentos de suínos a partir de 31/12/2001 para movimentos a partir do local de nascimento e de 31/12/2002 para movimentos de todas as granjas.

Para cumprir com estes requerimentos, o ministério da agricultura está elaborando um decreto para a identificação de suínos. Este decreto vai especificar a nova identificação como;

• Todos os leitões devem ser identificados ao desmame; tatuagem na orelha para leitões que devem ser movimentados várias vezes antes do abate (Figura 1); tatuagem na paleta para os nascidos e terminados no mesmo local.

• Todos os leitões devem ser identificados no início do estágio de crescimen- to/terminação com um carimbo na paleta (Figura 2).

• Os brincos serão reservados para rebanhos pós-desmame (Figura 3); o número da granja de desmame é tatuado na orelha e o da granja de crescimento/terminação na paleta.

• A criação de uma base nacional de dados para movimentação de suínos. Esta base de dados registrará os dados das granjas, movimentos de suínos entre diferentes locais e o estado sanitário.

Esta base de dados já existe na Bretanha (oeste da França). O "Infoporc" dá todas as informações sobre o movimento de leitões para toda a região. Envolve organizações profissionais e os serviços veterinários oficiais. Este sistema de informação também pode receber movimentação de matrizes descartadas e cachaços, tratados por lotes, e os movimentos de suínos para o abate (informações disponíveis na UNIPORC e outros - escritório de pesagem e classificação).

Na França, o sistema de criação de suínos mais popular é o de ciclo completo. Neste sistema, os suínos são criados no mesmo lugar até o abate. Ao redor de 70% dos suínos abatidos na França provêm de rebanhos de ciclo completo. Assim, para 70% dos suínos abatidos, haverá apenas um número de granja carimbado na paleta no desmame.

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Documentos de rastreabilidade

Todos os documentos envolvidos na rastreabilidade da criação de suínos devem estar reunidos no livro de registro (regulamento 05/06/2000).

• Um documento oficial de acompanhamento segue os leitões que deixam a maternidade. Menciona os número de identificação do rebanho de origem, o nome e o endereço da granja de origem, o número de leitões envolvidos e a data do movimento.

• Um acompanhamento oficial do suíno que sai da terminação. Este documento contém:

– Nome, endereço e número de identificação do suíno se estes forem

diferentes do número do proprietário;

– Data e hora da última refeição; – Data e hora da partida do veículo; – Número de animais transportados; – Número de animais com tatuagem 6X; – Assinatura do produtor e do motorista.

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Rastreabilidade no abatedouro

A tatuagem carimbada na paleta é observada sistematicamente e a qualidade da identificação feita na granja é avaliada (há multas no caso de marcas mal-feitas). Atualmente, na Bretanha, há um bônus de 0,02 euros por boa identificação. De fato, a chave para uma boa identificação é, em primeiro lugar, impregnar bem os caracteres dos tatuadores com tinta antes de tatuar cada animal.

Depois, é dado um número individual de abate para cada carcaça, na linha de abate, antes de dividir a carcaça em duas. Em termos de rastreabilidade, este estágio é muito importante porque aqui se estabelece a correspondência entre a granja e o número de abate, registrando estes dois números no estágio de pesagem e classificação. Nem todos os abatedouros têm o mesmo código de numeração de abate.

Na realidade, isto pode ser feito semanal ou diariamente, e, neste caso, não se consegue diferenciar um número de abate semanal de um diário se não for precedido por um código do dia (letra ou número). Devido a isto, as empresas estão tendendo à padronização segundo uma regra comum (AFNOR padrão NF V46-011). O número de abate é estruturado da seguinte forma: dia do ano (1 a 365) e a ordem de abate do animal no dia (1 a n). Por exemplo, 264-0596 para o suíno 596 abatido no dia 264 (21/09/2001). Este número-padrão é único no ano. Assim, os clientes podem saber imediatamente a data de abate dos animais que receberam.

O número de abate geralmente é colocado sobre o pernil em ambos os lados. O objetivo deste novo número-padrão de abate é coloca-lo nas principais partes da meia carcaça: pernil, paleta, lombo e barriga.

Depois da inspeção veterinária post-mortem, o carimbo oficial é colocado nas partes principais da carcaça. Este indica as referências da EU do abatedouro. No final da linha de abate é impresso um boletim pelo escritório de pesagem e classificação. Fornece o número da granja, número de abate, peso da carcaça, rendimento de carne magra e o resultado da inspeção veterinária.

No final do processo de abate são feitos lotes de carcaça de acordo com as exigências do varejista. Pode-se usar diversas características de carcaça, como: conformação, peso, rendimento de carne magra, defeitos visíveis, etc.

Segundo os lotes homogêneos desejados, os abatedouros podem formar de 2 a 15-20 tipos de grupos, incluindo várias granjas de origem.

No documento Anais... (páginas 106-109)