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lei de diretrizes e bases da educação nacional

A necessidade da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educa- ção Nacional – ldb – foi expressa pela primeira vez na Constituição Federal de 1934, visando à criação de um sistema de ensino nacional integrado pelos demais sistemas (estaduais e municipais). As consti- tuições posteriores repetiam essa determinação.

A ldb rege os Sistemas de Ensino de modo que toda vez que uma nova Constituição é promulgada, redefinindo as bases da educação nacional, é indispensável a preparação de uma nova ldb.

A partir da cf/88, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961 e as suas alterações legais ocorridas em 1968 e 1971, tornar-se-ão ar- caicas e desatualizadas, uma vez que os objetivos constitucionais, referentes à educação nacional eram outros, com aspectos mais de- mocráticos. Por isso, no mesmo ano, iniciou-se um grande e demo- rado debate, que durou aproximadamente oito anos, enfocando as prioridades educacionais que constariam na nova lei educacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – ldb/96).

Ainda que tenha causado muita polêmica, a ldb/96 nasceu como uma lei de fundo democrático e progressista, divulgando as con- tradições e interesses de diversas parcelas da sociedade civil, mas caracterizando-se por definir dois pilares fundamentais para o de- senvolvimento do país – a sua integração ao mundo do trabalho e as práticas sociais –, encontrados no seu primeiro artigo:

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se de-

senvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, pre- dominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do tra- balho e à prática social (grifo nosso).

No artigo 2º, encontram-se definidos quais são os princípios e as finalidades da educação brasileira, a partir de 1996:

1.3 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA

EDUCAÇÃO NACIONAL – LDB/96

lei de diretrizes e bases da educação nacional

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos

princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade huma- na, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Baseada no princípio do direito universal da educação para todos, a ldb/96 trouxe avanços com relação às leis anteriores. Entre eles, podemos citar a elevação do conceito de educação básica que agora compreende desde a educação infantil até o Ensino Médio, propi- ciando a organização de um sistema de educação abrangente, capaz de receber todos os cidadãos, garantindo escolaridade para a popu- lação brasileira, mesmo para aqueles que não tiveram oportunidade de frequentar a escola na idade apropriada.

Além disso, prescreve o aumento do número mínimo de dias le- tivos, implicando maior tempo de permanência na escola, fato esse que permite a melhoria do atendimento pedagógico de qualidade e revalorização do magistério.

Destaca-se, ainda, que a lei determina quais são as incumbências dos professores, como também define que os sistemas de ensino es- tabelecerão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, que deverá contar com a participação dos profissio- nais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação da comunidade escolar local nos conselhos escolares.

A ldb/96 também traz, em seus artigos, a formação continuada para os profissionais do magistério, visando a uma melhor qualidade na educação, principalmente em relação à educação infantil. Nesse nível educacional, a questão da qualidade é enfatizada na legislação educacional atual, bem como a inclusão da educação infantil, em creches e pré-escolas, como primeira etapa da educação básica. Isso se deu através do direito da criança à educação e não apenas direito da mulher trabalhadora, passando a educação infantil a não fazer mais parte da assistência social e, sim, da educação básica.

É oportuno salientar que, até dezembro de 2014, a ldb/96 já foi modificada 35 vezes, ora com uma nova redação em alguns dos seus dispositivos, ora recebendo acréscimos. Como exemplo, alterou-se o tempo de duração do Ensino Fundamental, passando de oito para nove anos de duração:Art. 32. O ensino fundamental obrigatório,

da educação básica “a”

LEI DE DIRETRIZES

-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006).

Outra modificação diz respeito aos profissionais da educação:

Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar bá-

sica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido for- mados em cursos reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009).

I – professores habilitados em nível médio ou superior para a do- cência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009).

II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pe- dagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009).

III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (Inclu- ído pela Lei nº 12.014, de 2009).

Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009).

A ldb/96 encontra-se disponível no site:

O Estatuto da Criança e do Adolescente (eca) nasceu das determina- ções contidas no art. 227 da Constituição Federal de 1988, garantindo os direitos e proteção integral às crianças e aos jovens até completa- rem dezoito anos de idade.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-

rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta priori- dade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimina- ção, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010).

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a par- ticipação de entidades não governamentais, mediante políti- cas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Reda- ção dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010). I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especia- lizado para as pessoas portadoras de deficiência física, senso- rial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos ar- quitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradou- ros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, xxxiii;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010);

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa

1.4 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE – ECA – LEI Nº 8.069/1990.