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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

GESTÃO DA EDUCAÇÃO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

4.2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Visando alcançar os propósitos básicos para essa unidade de estu- do, recomendamos a leitura do texto Projeto Pedagógico da Escola: Uma Construção Coletiva, de Ilma Passos A. Veiga, na obra Projeto Político-pedagógico da escola: conceitos básicos, disponível em: <http://www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2014/01/PPP-segun-

do-Ilma-Passos.pdf>. Segundo a autora:

O Projeto Político-Pedagógico é uma forma de organização do trabalho pedagógico da escola que facilita a busca de me- lhoria da qualidade do ensino. Esta organização se dá em dois níveis: no da escola como um todo, o que envolve sua relação com o contexto social imediato; e no da sala de aula, incluin- do as ações do professor na dinâmica com seus alunos (veiga, 2014, p. 2).

4.3 EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil é de grande importância para o atendimento das necessidades psicomotoras, sociais, intelectuais e afetivas imprescin- díveis ao desenvolvimento da criança, conforme determinação ex- pressa na ldb/96, disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/L9394.htm>. Segundo o artigo número 29 da lei em questão:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação bási-

ca, tem como finalidade o desenvolvimento integral da crian- ça até cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (brasil, 1996).

Ao respeitar e atender às características e necessidades de cada comunidade, a Educação Infantil tem como objetivo principal a so- cialização da criança, preservando sua individualidade. Cumpre um papel socioeducativo próprio e indispensável ao desenvolvimento infantil, valorizando as experiências e os conhecimentos que a crian- ça já possui e criando as condições para a socialização de experiên- cias, valores, representações e elaborações de identidades étnicas, de classe e de gênero. Quanto à oferta da Educação infantil e quanto ao dever dos Estados quanto a esse nível de ensino:

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade (brasil, 1996).

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado

mediante a garantia de:

[...] IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade (brasil, 1988).

Com essa perspectiva de raciocínio, torna-se evidente que, para além do exercício de habilidades e formação de hábitos de higie- ne, a Educação Infantil redefine-se como uma etapa sistemática do processo de desenvolvimento da criança. Alarga, assim, na criança, o mundo cultural, proporcionando que ela se torne capaz de fazer escolhas nas mais diversas situações. Esse processo ocorre em um espaço totalmente lúdico que, ao respeitar o jogo, possibilita a ob- servação da realidade, a elaboração de noções, o desenvolvimento das linguagens de representação das estruturas linguísticas, a am- pliação de vocabulário e uma gama de conhecimentos necessários para a compreensão da realidade.

Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as se-

guintes regras comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desen- volvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;

II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, dis- tribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;

III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral;

IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-es- colar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas;

V - expedição de documentação que permita atestar os proces- sos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Portanto, com base no artigo número 31 da ldb, os alunos matri- culados nas escolas de Educação Infantil não devem passar por ava- liações que visem a sua classificação para ingresso no Ensino Fun- damental, uma vez que se privilegia o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e socializante como uma etapa fundamental dessa fase de progressão humana.

da educação básica “a”

A partir de 1988, observou-se um movimento crescente na oferta de Educação Infantil, tanto em função da definição constitucional do regime de colaboração entre Estados e Municípios, quanto pela própria demanda social por creches e classes pré-escolares.

Com a implantação do fundef (Lei nº 9.424/96), que vigorou en- tre 1996 e 2006, foi desestimulada a oferta e a ampliação de vagas na Educação Infantil por parte dos Municípios. Tendo em vista que 15% dos recursos constitucionais foram destinados ao Ensino Fundamen- tal regular, restando 10% aos Municípios para investimentos em ou- tros níveis educacionais e, ao mesmo tempo, responsabilizando-os, exclusivamente, pela oferta da Educação Infantil.

Pode-se observar que a Educação Infantil, também não recebeu a devida atenção, ou seja, não foi valorizada como deveria ter sido no texto da ldb/96, visto que, ainda que mantenha um conceito para esse nível de ensino, a lei em questão não prevê condições para sua efetiva prática em termos de disposições particularizadas que possi- bilitem um real incremento ao acesso e a permanência.

O arcabouço de normas legislativas supracitadas faz parte de uma política nacional desencadeada pelo Governo Federal, no sen- tido de dar curso às disposições dos organismos financeiros inter- nacionais. Para eles, o importante é que o atendimento escolar não cause, de maneira alguma, aumento dos gastos públicos.

Algumas prefeituras, antes da edição da Emenda Constitucional nº 14, a qual deu origem ao fundef, estabeleceram políticas públi- cas para a Educação Infantil, tanto na organização da rede quanto na formação profissional e na melhoria das condições de trabalho escolar. Essas políticas públicas locais salientam que, além da garan- tia dos direitos à inclusão social, o investimento na Educação Infantil resulta, imediatamente, no acesso e na permanência, com mais êxi- to, no Ensino Fundamental.

Entretanto, com a vigência da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Edu- cação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – fundeb – essas distorções quanto aos encargos da União, dos Estados e dos Municípios quanto à Educação Infantil começaram a serem corrigidas.

A ldb/96 assinala que é incumbência da União, contando com a colaboração dos Estados, Municípios e Distrito Federal, o estabele- cimento das Diretrizes Curriculares da Educação Básica, de modo a garantir a formação básica comum em todos os sistemas de ensino.

Mas, cabe ao Conselho Nacional de Educação (cne), por definição prescrita na Lei nº 9.131, de 1995, exercer a função normativa e super- visora na área educacional. A Câmara de Educação Básica (ceb) do cne tem por incumbência a elaboração e a aprovação das diretri- zes curriculares nacionais para a educação básica, que entram em vigor, após a homologação pelo Ministro da Educação e após a publicação no Diário Oficial da União.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, aprovadas pela Resolução nº 1, de 7 de abril de 1999, foram revoga- das pela Resolução nº 5/2009-ceb/cne, de 18 de dezembro de 2009, as quais, por fim fixaram as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil que temos atualmente. Assim, abaixo, seguem dois artigos dessas diretrizes, os quais pontuam o currículo básico e as propostas pedagógicas que devem nortear a Educação Infantil:

Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como um

conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.

Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil de-

verão considerar que a criança, centro do planejamento cur- ricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua iden- tidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (brasil, 2009).

Destaca-se que o pne/2014, também estabelece uma outra meta que consideramos de crucial importância para a compreensão da Educação Infantil: