CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES
6.4 Limitações e orientações para investigações futuras
Neste ponto do trabalho refletir-se-á sobre as limitações desta investigação.
Reconhecer que o presente trabalho teve implicações, é refletir sobre o que alteraríamos se
iniciássemos o processo de investigação. Tal como a maioria dos trabalhos de investigação, este
trabalho também teve limitações, e portanto estas limitações poderão constituir sugestões para
114
investigadores que iniciam o seu campo de pesquisa e que procuram a validade científica,
contribuindo para a teoria.
A principal limitação do estudo deve-se à amostra que, de um universo de 44 IPSS existentes
no concelho de Barcelos, apenas 25 aceitaram participar no estudo. Estamos certos que foram
enviados e-mails e estabelecidos contatos telefónicos para que a amostra fosse mais
representativa, mas infelizmente alguns contatos não tiverem sucesso.
Importa mencionar que esta limitação não permitiu que a temática alvo de investigação fosse
ainda mais explorada, não conferindo uma realidade clara do marketing nas IPSS do concelho
de Barcelos. Ou seja, através dos resultados obtidos não podemos tirar conclusões avançadas
ou generalizar resultados.
Ressalva-se que apesar da limitação mencionada, o trabalho tem validade científica e esta
limitação poderá ser uma oportunidade de uma futura investigação nesta área pouco explorada
em Portugal.
Identificadas as limitações é oportuno sugerir investigações futuras que poderão solidificar os
conhecimentos do marketing no sector não lucrativo, nomeadamente nas IPSS.
Na verdade, são poucas as investigações realizadas sobre o marketing no sector não lucrativo e
portanto, torna-se pertinente investigar as especificidades do marketing neste tipo de
organizações.
Seria relevante na área do Marketing no sector não lucrativo explorar a orientação que as IPSS
têm para o mercado, como adaptam a linguagem de marketing para o sector não lucrativo, como
é desenvolvido o marketing interno nas IPSS e sobre a aplicação das ferramentas de marketing
no sector não lucrativo.
Tal como Rees (1998 cit. in Lourenço, 2011) sugere, as grandes lacunas existentes na
investigação do marketing no sector não lucrativo devem-se ser contornadas com o aumento
da pesquisa nesta área que considera-se a existência de uma vasto leque de especificadas do
marketing na gestão de organizações sem fins lucrativos que podem e devem ser exploradas
pelos investigadores.
6.5 Conclusão
Com o presente capítulo conclui-se a dissertação sobre o“ O Marketing nas Instituições
Particulares de Solidariedade Social: estudo de caso no concelho de Barcelos”.
115
O culminar desta etapa é de reflexão sobre todo o trabalho desenvolvido, o esforço, as
motivações intrínsecas que levaram a contribuir teoricamente para o conhecimento do
marketing nas IPSS.
A falta de conteúdos teóricos sobre o marketing no sector não lucrativo em Portugal e o
interesse em acrescentar contributos teóricos para que as IPSS consigam ser autossustentáveis
e que saibam transmitir a causa que defendem e ir de encontro às necessidades dos utentes e da
sociedade, despoletou-nos a curiosidade em compreender o contributo, as mais-valias da
utilização do marketing e de um plano neste tipo de organizações.
Não poderíamos estar mais satisfeitos com os resultados obtidos que demonstram a sua
importância e que realmente é fundamental que as IPSS saibam transmitir à sociedade o que
fazem, a quem se dirigem e que saibam atrair o público-alvo para os seus serviços.
Esta ânsia de estudar esta temática também prendeu-se por querer apelar à mudança de
pensamento dos dirigentes e técnicos das IPSS, que realmente veja o marketing como uma
oportunidade de acrescentar valor não métrico mas social na população que intervêm e nos seus
utentes.
O marketing pode levar a cabo a missão organizacional, rentabilizar os recursos e apresentar à
sociedade uma proposta de valor diferenciadora das restantes instituições semelhantes.
116
Referências Bibliográficas
Albarello, L et.al. (1997). Práticas e métodos de investigação em Ciências Sociais. 1º Edição. Gradiva.
Lisboa.
Akchin, D. (2001). Nonprofit Marketing Just How Far Has It Come?. Nonprofit World, Vol.19
(1) (Jan/Feb).33-35.
Almeida, L.S. e Freire, T. (2000). Metodologia da investigação em psicologia e educação. 2ªEdição.
Psiquilibrios. Braga.
Almendra, T. (2014). A prática de Fundrainsing nas IPSS. Estudo de Caso “Unidos, Une-te a Nós”!.
Escola de Economia e Gestão. Universidade do Minho. Braga.
Andreasen, A., Goodstein, R. & Wilson, J. (2005). Transferring Marketing knowledge to the
Nonprofit Sector. California Management Review. Vol.47(4) .46-67.
Balabanis, G., Stables, R.E. e Phillips, H.C. (1997). Market orientations in top 200 Bristish
charity organizations and its impact on their performance. European Journal of Marketing. Vol. 31
(8).583-603.
Bell, J. (1997). Como realizer um projeto de investigação: um guia para a pesquisa em ciências sociais. Gradiva,
Publicações. Lisboa.
Bordalo, F. & Cruz, M. (2000). Gestão de IPSS. Célula 2000. Braga.
Caetano, J. & Rasquilha, L. (2010). Gestão de Marketing. Escolar Editora. Lisboa.
Carta Social de Barcelos (2012). Disponível em:
http://www.cm-barcelos.pt/servicos/accao-social-qualidade-de-vida-e-saude-publica/carta-social-barcelos-2012-v1. Acedido em 24 de
Novembro de 2014.
117
Cota, B.V. (2006). Manual de Marketing de Serviços. Universidade Lusíada Editora. Lisboa.
Decreto-Lei nº 119/83 de 25 de Fevereiro. I Série. Ministério dos Assuntos Sociais. Estatuto
das Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Dezin, N.K. e Lincoln, Y.S.(2000). The discipline and practice of qualitative research. Sage Publications.
London.1-28.
Enes, M. (2013). Análise de Custos e Estudo de Economias de Escala na Santa Casa da Misericórdia de
Barcelos. Escola de Economia e Gestão. Universidade do Minho. Braga.
Ferreira, M.P, Reis,N.R. & Serra, F.R.(2009). Marketing para Empreendedores e Pequenas Empresas.
Lidel-Edições Técnicas. Lisboa.
Fortin.M.F. (1999).O processo de investigação: Da concreção à realização. Lusociência, Edições técnicas
e Cientificas.
Freire, A. (2007). Estratégia – Sucesso em Portugal. Verbo. Lisboa
Garcia, M. T. et al.(2006). Marketing e comunicação para pequenas empresas. Novatec. São Paulo.
Goi, C. L. (Maio de 2009). A Review of Marketing Mix: 4Ps or More? International Journal of
Marketing Studies. Vol. 1. 2-15.
Gonçalves, P.R. (2012). Plano de Marketing para Projeto “ Ao Encontro” – Associação Resgate. Instituto
Superior de Economia e Gestão. Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa.
Gronroos, Ch. (2004). Marketing: Gerenciamento e Serviços. 5º Edição. Elsevier Editora. São Paulo.
Helmig, B., Jegers, M. & Lapsley, I. (2004). Challenges in Managing Nonprofit Organizations:
A Research Overview. International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations. Vol.
15(2).101-116.
118
Johnson, G. & Scholes, K. (1999). Exploring Corporate Strategy: Text and Cases. 5ª Edição. Prentice
Hall Europe. Londres.
Kotler, P.; Levy, S.J. (1969). Broadening the Concept of Marketing. Journal of Marketing
(pre-1986). Vol.33.10-15.
Kotler,P. (2000). Marketing para o século XXI. 4ªEdição. Editora Presença. Barcarena
Kotler, P. & Armstrong, G. (1999). Princípios de Marketing. 7ªEdição. Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A. Rio de Janeiro.
Kotler, P. & Keller, K. (2012). Marketing Management. 14ª Edição. Prentice Hall. England.
Kotler, P. (1979), Strategies for Introducing Marketing into Nonprofit Organizations. Journal of
Marketing (pre-1986).Vol.43.37-44.
Kotler, P. e Murray, M. (1975). Third Sector Management – The Role of Marketing. Public
Administration Review. Vol. 35 (5).467-472.
Lambin, J.J. (2000). Marketing Estratégico. 4ªEdição.McGraw-Hill. Lisboa.
Las Casas, A.L.(2007). Marketing de Serviços. 5ª Edição. Editor Atlas. São Paulo.
Lin, S. (2011). Marketing mix (7P) and performance assessment of western fast food industry
in Taiwan: An application by associating DEMATEL and ANP. African Journal of Business
Management. 5(26), 10634-10644. Disponível em: http://www.academicjournals.org/AJBM.
Acedido em 20 de Novembro de 2014.
Lindon, D., Lendrevie, J., Lévy, J., Dionísio, P. & Rodrigues, J. (2009). Mercator XXI – Teoria e
Prática do Marketing. Dom Quixote. Lisboa.
Lindon, D., Lendrevie, J., Lévy, K., Dionísio, P. & Rodrigues, L. (2000). Mercator 2000 – Teoria
e Prática do Marketing. 9ª Edição. Publicações Dom Quixote. Lisboa.
119
Lopes, L. (2009). As Instituições Particulares de Solidariedade Social. Edições Almedina. Coimbra
Lourenço, M. (2011). A orientação para o mercado nas instituições sem fins lucrativos: o caso das instituições
particulares de solidariedade social. Instituto Superior de Economia e Gestão.Lisboa.
Machado, L. (2011). Liderança transformacional como componente da gestão de recursos
humanos em organizações sociais. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Vol.2.
(1).69-85.
Malhotra, N. (2009). Marketing Research: An Apllied Orientation. 6ª edição. Pearson. New Jersey:
Meireles, R. (2013). Plano de Marketing em Lares de Idosos: A perspetiva dos Diretores Técnicos.
Dissertação de Mestrado. Escola de Economia e Gestão. Universidade do Minho. Braga.
Mindak, W.A.; Bybee, M.H. (1971). Marketing´s Application to Fund Raising. Journal of
Marketing. Vol.35 (3).13-18.
Minayo, M.C.S e Sanches, O. (1993). Qualitativo-Quantitaticvo: Oposição ou complementaridade?.
Cadernos de Saúde Pública. Vol. 9 (3). 239-262. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csp/v9n3/02.pdf. Acedido em: 13 de Janeiro de 2015.
Monteiro, D.; Pontes, S. (2002). Controlo, Risco e Amostragem em Auditoria. Editora Vislis. Lisboa.
Narver, John C.; Slater, Stanley F. (1990). The Effect of a Market Orientation on Business
Profitability. Journal of Marketing. Vol.54 (4). 20-35.
Nunes.J.C. (1994). Marketing em Portugal um guia de ação. 5ªEdição.Texto Editora. Lisboa.
Nunes, J.C & Cavique, L.(2008). Plano de Marketing: Estratégia em Ação. 2º Edição. Dom Quixote.
Alfradige.
Oliveira, M.M. (2005). Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Editora Campus.
São Paulo. 17-43.
120
Oliveira, A.; Silva, L.; Oliveira, S.M. (2003). Conhecimento de marketing pelos gerentes das
bibliotecas universitárias públicas do estado do Paraná. Revista Española de Documentación Científica.
Vol.24. N.º2.
Parson, E., Broadbridge, A. (2004). Managing Change in Nonprofit Organizations: Insights
From the UK Charity Retail Sector”. International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations.
Vol. 15 (3). 227-242.
Pires, A. (1991). Marketing: Conceitos, Técnicas e Problemas de Gestão. Editorial Verbo. São Paulo
Pride, M. & Ferrell, O. (2012). Marketing. South-Western Cengage Learning. Londres.
Quivy, E. e Campenhoudt, L.V. (1995). Manual de investigação em ciências sociais. Gradiva. Lisboa.
Rubin, H.J. e Rubin, I.S. (2005). Qualitative interviewing: The art of hearing data. 2º Edição. Sage
Publications.
Shapiro, Benson P. (1973).Marketing for Non-profit Organizations. Harvard Business Review, 51
(5) September-October.123-32.
Seabra, F. (2010). Ensino Básico, Repercussões da Organização Curricular por Competências
na Estruturação das Aprendizagens Escolares e nas Políticas Curriculares de Avaliação.
Doutoramento em Educação. Instituto de Educação e Psicologia. Universidade do Minho.
Seabra, F., Mota, G. e Castro, I. (2009). Metodologia. Afrontamentos. Porto.
Tscheulin, D.K.; Helmig, B. (1998). The optimal design of hospital advertising by means of
conjoint measurement. Journal of Advertising Research. Vol.38 (3). 35-46.
Thompson, A. & Strickland, A. (1998). Strategic Management: Concepts and Cases. McGraw-Hill.
U.S.A.
Westwood, J. (1997). O Plano de Marketing. 2ª Edição. Makron Books. São Paulo.
Westood, J. (1999). Como Redigir um Plano de Marketing. Publicações Europa-América.
121
Westwood, J. (2006). How to Write a Marketing Plan. Third edition. Kogan Page.London.
Westood, J. (2007). O plano de Marketing. 3ªEdição.M. Books. São Paulo.
Young, D.R., Jung, T. e Aranson, R. (2009). Mission-Market Tensions and Nonprofit Pricing.
The American Rewiew of Public Administration. Vol. 40(2).153-169.
122
Apêndices
123
Apêndice 1 – E-mail dirigido ao Exmo. Diretor da Segurança Social de Braga, Dr. Rui
Barreira, para obter a informação das IPSS existentes no concelho de Barcelos
Exmo. Sr. Diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Braga
Dr. Rui Barreira
Chamo-me Ana Cristina Marcos e estou a efetuar um trabalho de investigação no âmbito da
minha tese de Mestrado em Gestão das Organizações da Escola Superior de Gestão, do
Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, subordinado ao tema: “ O Marketing nas Instituições
Particulares de Solidariedade Social - Estudo de caso no concelho de Barcelos".
Nesse sentido, para melhor conhecer a realidade do concelho de Barcelos, venho por este meio
solicitar que me seja fornecida uma listagem de todas as IPSS do concelho de Barcelos e
respectiva capacidade de utentes.
Agradeço desde já a sua disponibilidade e colaboração.
Com os melhores cumprimentos,
Ana Cristina Marcos
a10017@alunos.ipca.pt
124
Apêndice 2 – Pedido de colaboração aos diretores técnicos das IPSS do concelho de
No documento
O Marketing nas Instituições Particulares de Solidariedade Social: Estudo de Caso no Concelho de Barcelos
(páginas 126-137)