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2.2 – LITERATURA, MEMÓRIA, IDENTIDADE(S) E ESTUDOS CULTURAIS

A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL EM O REI DE HAVANA

2.2 – LITERATURA, MEMÓRIA, IDENTIDADE(S) E ESTUDOS CULTURAIS

Outro aspecto relevante para entender a constituição da(s) identidade(s) são os desdobramentos que surgem a partir da abordagem dos Estudos Culturais e que, de certo modo, altera a percepção sobre a Literatura. Tal fato pode ser justificado quando se constata que agregada aos Estudos Culturais surge a negação do cânone europeu motivada pelo processo de descolonização para que se possa dar uma maior evidência ao caráter performático da nação, já que por meio da sua história, pode-se recuperar facilmente o elemento pedagógico, que se entende a partir do conceito de ambivalência de Bhabha, quando se refere a parte que representa a figura do colonizador. Podemos entender que há uma tentativa de fuga da assertiva de que a literatura no século XIX foi um veículo, no qual os países americanos defendiam uma visão do passado comum para a cultura.

Na nossa contemporaneidade, há uma preocupação quanto a essa mencionada negação por parte da crítica literária, pois a partir do momento em que já não se tem o cânone representando os grandes relatos, surge a seguinte indagação: O que preencherá as lacunas deixadas por essa ausência? Serão lançados às chamas Shakespeare, Camões, Gôngora e outros mais? As previsões não podem ser tão apocalípticas, o que se viabilizará com o crescimento e alcance dos Estudos Culturais no campo da Teoria é justamente a releitura dos clássicos a partir de uma perspectiva distinta, ou seja, aquela que diz respeito a um lugar de enunciação singular, isto é, a dos países do terceiro mundo.

Yúdice, quando discute a questão sobre certos estereótipos folclóricos que foram incorporados à representação do popular e a criação de um realismo mágico inerente e com ares de essencialismo, afirma que

Os literatos promoveram esse imaginário do transcultural e híbrido para valorizar, e, assim, legitimar as misturas contraditórias típicas das formações culturais latino-americanas. Isso não implica que os literatos tenham se equivocado acerca das formações culturais da América Latina; elas são, de fato, híbridas. 90

Esse caráter híbrido apontado por Yúdice nas formações culturais vai ao encontro de uma perspectiva interessante sobre o caráter anfíbio da literatura proposto por Silviano Santiago, que veremos mais adiante. Mas já nos antecipando um pouco, pode-se dizer que, na literatura e nas manifestações culturais, de um modo geral, o aspecto da mistura de pontos e posições díspares, como vimos, quando discorríamos sobre o caráter pedagógico (colonizador) e o performático (colonizado), que não são antagônicos, mas se completam na formação da identidade, também ressalta e fortalece a idéia do caráter híbrido sobretudo da literatura. Essa que, em um primeiro momento, recebeu um influxo direto da metrópole, do colonizador e depois também com parte dessa influência desenvolveu o seu próprio segmento, sem deixar de fora uma análise crítica do primeiro e inclusive de si e sua própria formação, isto é, de uma literatura nacional.

Um aspecto interessante sobre o que se produz nos países que um dia foram colonizados é que os elementos de valorização da cultura, especificamente as produções de escritores latino-americanos, estão permeadas por questões políticas. Dentro dessa perspectiva, podemos citar as palavras de Jameson:

Os textos do Terceiro Mundo necessariamente projetam uma dimensão política na forma de alegoria nacional: isto é, a história do destino individual e privado é sempre uma alegoria da situação de luta da cultura e sociedade públicas do Terceiro Mundo91.

90 YÚDICE, 2004, p. 130-131. 91

A partir da década de 1970, começa a se evidenciar o debate, hoje irreversível nos meios políticos e acadêmicos, em torno da questão da “alteridade”. No plano político e social, esse debate ganha terreno a partir dos movimentos anti-coloniais, étnicos, raciais, de mulheres, de homossexuais e ecológicos que se consolidam como novas forças políticas emergentes.

Porém, antes mesmo de aprofundarmos na questão da representatividade, consideramos importante ressaltar que quando se está disposto a trabalhar sobre os temas abordados pelos Estudos Culturais se faz necessário que retomemos o conceito de memória, pois essa está implícita desde os primeiros textos de fundação92

de uma nação, isto é, ela está presente na constituição da identidade nacional, dos grupos que a compõem e na própria perspectiva do indivíduo.

A temática sobre memória tem sido fonte constante de debates culturais e políticos e se verifica como um elemento recorrente na literatura e outras manifestações da arte. Nessas, percebe-se o viés da resistência contra as políticas de esquecimento promovidas pelos regimes pós-ditatoriais. Nesse contexto se insere a emergência dos Estudos Culturais, pois é no âmbito desses estudos que se tem percebido uma análise política e social de grupos com menor representatividade. Dentre esses discursos destacam-se, por exemplo, o do feminismo, dos negros, dos gays e dos índios. A representação desses grupos minoritários está baseada, sobretudo, em instrumentos como o testemunho e relatos que funcionam como veículos de manutenção da memória e, no mínimo, arquivo traumático93

que deixou marcas de um passado não tão remoto até os dias atuais. Esse é digno de ser recuperado por meio da memória para fazer-se

92 Nesse contexto podemos citar a “Carta de Cristóvão Colombo a D. João II”, a “Carta de Pero Vaz de

Caminha” e, por sua vez, os livros de relatos Popol Vuh e Dioses y Hombres de Huarochirí.

93 O termo arquivo traumático aqui mencionado se refere ao que o indivíduo carrega, inclusive por meio

de sua memória involuntária e corporal, o que experienciou e sofreu ao longo de sua história até o momento de recuperar o passado e fazer uso desse arquivo como forma de exteriorizar uma parte

escutar, de forma que outros possam tomar conhecimento daquele que quer falar e de algum modo fazer-se respeitar pela sua história, pelo seu valor e a sua luta.

Segundo Huyssen, “A memória se tornou uma obsessão cultural de proporções monumentais em todos os pontos do planeta”94

. Mas é interessante atentar também a quais elementos são resguardados quando se faz o referido exercício de recuperar o passado para legitimar, por exemplo, a identidade nacional.

A idéia de recuperação do todo, ou seja, de tudo que se viveu no passado é algo impossível, porém percebe-se que o personagem principal de O rei de Havana recupera o passado por meio de outros tipos de memória, isto é, “a involuntária, a memória corporal, e a coletiva”95. Em relação à primeira, podemos destacar o seguinte trecho: “Caralho, não tenho que lembrar de nada, de nadaaaaa!, gritou muito alto, protegido pelo estrondo torrencial do aguaceiro”.96 Podemos perceber que o ato de recordar é um

sofrimento e, por sua vez, pode ser interpretado como algo que lhe impõe uma total condição de desprotegido, de solitário; sendo que essa memória, muitas vezes, sobrevém como algo inconsciente. O personagem Reinaldo diz: “O que está acontecendo comigo? Eu quero esquecer e não consigo.”97

A memória também se apresenta de modo corporal quando Rey sente um estado de fome tão intenso (a fome como um tigre) que se recorda de sua mãe e de seus outros familiares, todos em um estado deplorável de fome e miséria. Sobre a memória coletiva, podemos retomar, por exemplo, a personagem que é a avó de Rey. Ela, como matriarca da família, pode ser definida como um signo que corresponde a essa forma de memória.

94 HUYSSEN, 2004, p. 16.

95 Os termos memória involuntária, corporal e coletiva foram tomados de empréstimo de um estudo

realizado no livro História, memória, literatura: o testemunho na era das catástrofes (2003), cujo organizador é Márcio Seligmann-Silva. Esses aspectos também são trabalhados pelo filósofo Paul Ricceur no seu livro La memoria, la historia, el olvido (2004).

96 GUTIÉRREZ, 1998, p.33. 97

Calada, inerte, suja, esfarrapada, ruindo ao poucos, como parte individual e de todo o conjunto. É a decadência, a inércia que sobrecai nas personagens (povo):

Sua mãe vivia junto com eles. Tinha uns cem anos, ou mais, ninguém sabia. Todos num quarto em ruínas de três por quatro, e um pedaço de pátio ao ar livre. A velha não tomava banho fazia anos. Muito magra de tanta fome. Uma longa vida de fome e miséria permanente. Já estava cascuda. Não falava. Parecia uma múmia silenciosa, esquelética, coberta de sujeira. Mexia-se pouco ou nada. Sem falar jamais. Só olhava a filha meio tonta e os dois netos que se estapeavam e se ofendiam mutuamente em meio ao cacarejar das galinhas e ao latir dos cachorros. 98

Fizemos alusão à citação do texto de Borges como epígrafe deste capítulo com o intuito de estabelecer uma reflexão acerca de qual tipo de memória devemos nos ater quando temos por discutir questões concernentes à(s) identidade(s) e também ao próprio exercício de recuperar o que realmente é relevante para a constituição dessa(s) identidade(s).

Funes, personagem de Jorge Luis Borges, podia recordar de tudo sem o auxílio da escrita, pode-se dizer inclusive que era uma enciclopédia ambulante, e, de um modo ou de outro, ele podia recorrer sempre a um exercício mnemônico para dar conta de tudo quanto tinha visto. Ele poderia se valer da escrita para registrar, mas não o fez. Ele também poderia fazer uma observação menos superficial daquilo que observava, mas também não optou por fazê-la. Dessa maneira, podemos tecer os seguintes questionamentos: O que era relevante naquilo que ele memorizava? E por que não registrava? E de um modo analógico podemos propor mais dois questionamentos em relação à memória e sua importância para a identidade: Será que a memória a qual devemos nos ater é a que se refere à da nação aqui entendida como aquela de reminiscência européia trazida pelos europeus? Ou é necessária a perda dessa memória para a criação de uma própria, desvinculada do resgate da identidade nacional com

traços europeus? A analogia que faz Silviano Santiago99

de que quando o memorioso Funes — ou por que não a América Latina? — cai do cavalo e perde a memória é importante para tratar sobre a questão da relevância da memória para os países do terceiro mundo e o Pós-Colonialismo. Uma vez que, como Funes, se for valorizado ou feito um exercício de busca de uma memória superficial dos fatos que dizem respeito e são importantes para a construção da identidade nacional, essa última será tão superficial quanto recordar qual era a cor da farda do Príncipe Regente D. Pedro, quando às margens do Ipiranga bradou “Independência ou Morte”, em 7 de setembro de 1822.

Os Estudos Culturais e a construção da(s) identidade(s) de grupos minoritários estão intimamente ligados à temática da memória, pois é por meio de um exercício de reflexão sobre o passado que esses grupos encontram os elementos para constituírem seus discursos, ora o refuta como constituinte de sua(s) identidade(s) e reconhecimento, ora o aceita com ressalvas, pelo fato desse passado não corresponder integralmente à sua realidade.

Seligmann argumenta que “A memória só existe ao lado do esquecimento100

”, e o resultado desta afirmação é que nossa cultura, obcecada pela memória, tem medo do esquecimento e tal fato se reflete nas produções acerca das ditaduras, testemunhos e relatos.

No seguinte fragmento, podemos ter uma visão particular sobre o contexto histórico, político e social, que, se entendido como um texto reivindicativo, pode ser reconhecido como parte de uma obra com um suporte altamente testemunhal.

Quando começou a crise de 1990, ela perdeu o emprego de faxineira. Então fez como muita gente: arranjou galinhas, um porco e umas

99 SANTIAGO, 2004, p. 218. 100

pombas. Construiu uma gaiola de tábuas podres, pedaços de lata, sobras de barras de aço, arames. Comiam alguns e vendiam outros. 101 A partir do citado, é possível perceber qual foi a situação em que ficaram os cubanos com a dissolução da União Soviética e, com isso, o fim dos consideráveis incentivos econômicos vindos de fora que possibilitavam que o país se mantivesse apesar do bloqueio americano. Outro trecho que também ressalta de maneira aparente tal realidade é a seguinte passagem: “Ninguém trabalhava, ninguém tinha horários, ninguém tinha de levantar cedo. Não havia emprego e todos viviam assim milagrosamente, sem pressa”.102

Por meio das intervenções do narrador de O rei de Havana são oferecidas partes de uma visão interna de modo explícito, quase que um “raio-x” daquilo que constitui a realidade do povo cubano em meio à crise econômica que provocou o declínio do PIB em 35% entre os anos de 1990 e 1994.

O tempo dos pobres era diferente. Não têm dinheiro, e por isso não têm carro, não podem passear e viajar, não têm bons aparelhos de som, nem piscina, não podem ir aos sábados ao hipódromo, nem entrar nos cassinos. O pobre num país pobre só pode esperar o tempo passar e chegar a sua hora. E nesse intervalo, desde que nasce até morrer, o melhor é tratar de não arrumar encrenca. 103

Um ponto de vista relevante para aprofundarmos sobre a crise da Teoria e a repercussão dos Estudos Culturais é o do teórico espanhol Yvancos, que de modo perceptível se afasta da litania chorosa daqueles que acreditam que a emergência dos Estudos Culturais (e a Desconstrução, a Crítica Feminista e os Estudos Pós-Coloniais) obrigatoriamente destronaria os Estudos Literários. Percebemos por suas colocações que se trata de um teórico afastado das ressonâncias pós-estruturalistas francesas e dos apelos orgânicos dos Blooms americanos. A teoria para ele seria, portanto, o espaço de ressonância e amplificação dos gritos de quem nunca teve voz. Além de oferecer à crise

101 GUTIÉRREZ, 2001, p. 7. 102 GUTIÉRREZ, 2001, p. 120.

um sentido positivo e optar por historicizá-la, Yvancos conclui que a teoria deve ser uma espécie de cenário onde as crises não só acontecem, mas também podem encontrar melhor espaço para o seu desenvolvimento.

A questão da solidariedade com relação à viabilização das obras de determinados escritores latino-americanos é algo que está em voga nas discussões dos estudos de alteridade. O reconhecimento e atribuição do Prêmio Nobel da Paz à obra Me

llamo Rigoberta Menchú y así me nació la consciencia (1985) da ativista política

indígena guatemalteca Rigoberta Menchú funciona como motivador para abrir precedentes para o levantamento da questão da solidariedade. João Camillo Penna, em relação ao tema, diz que “o interesse da crítica proveniente dos EUA deve ser entendido no contexto de um movimento de solidariedade internacional em face das atrocidades cometidas nas guerras civis na América Central e da repressão na Argentina”104. Com

isso, parece existir, de um modo generalizado, a tentativa de atribuir um reconhecimento dos grandes líderes de classes minoritárias dos países subdesenvolvidos, como um meio de redenção pelos anos e anos de indiferença por parte dos países desenvolvidos em relação aos grupos que vivem à margem da sociedade. A eleição de Evo Morales em 2006 como o primeiro presidente de origem indígena a assumir o poder na Bolívia e a candidatura da ativista indígena Rigoberta Menchú à presidência da Guatemala são mostras de que há realmente um movimento generalizado de busca pela maior representação dos grupos minoritários.

Que existem convenções no que diz respeito à recepção das produções literárias de escritores latino-americanos não há dúvida. Uma delas, por exemplo, é a de ter uma boa receptividade crítica quando determinada obra segue tendências do realismo mágico, isto é, aquele estilo que há tempos fez com que escritores latino-americanos

104

recebessem um reconhecimento da crítica no exterior e que, segundo Mignolo “se tornou a marca da produção de alta cultura do Terceiro Mundo”.105

Alberto Moreiras afirma que

“[...] as condições globais matam a possibilidade de reconstituição daquelas tradições nacionais de acordo com os padrões antigos, (conseqüentemente) a escrita literária perde [...] a hegemonia cultural, e os críticos precisam começar a reconhecer a possibilidade de uma morte atrasada da (alta) literatura.”106

Porém, diante do surgimento e reconhecimento de suportes literários como o do testemunho, vem o questionamento se esse poderia ter um reconhecimento de igual importância a dos textos canonizados e se tal fato não agravaria mais a questão de se pensar que só se produzem textos voltados para questões da micro política e representação da nação. Sobre o conceito de nação é interessante retomar o que diz Bhabha:

A nação não é mais o signo de modernidade sob o qual diferenças culturais são homogeneizadas na visão “horizontal” da sociedade. A nação revela, em sua representação ambivalente e vacilante, a etnografia de sua própria historicidade e abre a possibilidade de outras narrativas do povo e sua diferença.107

Diante dessa consideração podemos constatar, por exemplo, como um escritor latino-americano como Pedro Juan Gutiérrez desvincula-se ou tenta, por suas próprias palavras, negar que sua literatura tenha qualquer aproximação com aquela que diz respeito ao boom da literatura latino-americana.

A maioria dos personagens de Pedro Juan Gutiérrez, sobretudo os que figuram em O Rei de Havana, estão inseridos num ambiente aterrorizante de fome, medo repreensão e punição por seus atos muitas vezes condenáveis. Por exemplo, comércio

105 MIGNOLO, 2001 p. 165. 106MOREIRAS, 2001 p. 252-253.

ilegal de comida e outras pequenas modalidades de contravenção, segundo as convenções da lei prevista pela cúpula comunista e ditatorial de Fidel Castro.

A memória nacional aparece desde os primeiros parágrafos e reaparece muitas vezes durante a narrativa de o Rei de Havana. No trecho “Aquele pedaço de cobertura era o mais porco do edifício inteiro”108

, desde o início, recuperamos a idéia de uma nação, cidade, bairro, casas e edifícios em ruínas, tudo está em constante declínio, inclusive os personagens, eles vão definhando com o passar do tempo. A fome, a miséria e as dificuldades são os fatores naturais colaboradores para a decadência, assim como a ação do tempo vai destruindo os edifícios de Habana Vieja. E os personagens, assim como o autor, agora propondo uma relação com o estudo biográfico do mesmo, são como esses antigos e corroídos edifícios que resistem até ao mais violento furacão, isto é, não desabam. Um trecho em que o protagonista conversa com outro personagem retrata bem essa questão:

— Aonde é que eles foram? — Rey perguntou. — Pra fora, rapaz. Pra fora. Pra onde vai todo mundo. — Por que não foi junto com eles?

— Nããão... eu não tenho que ir embora. Eu nasci em Cuba, morro em Cuba.109

Diante da possibilidade de realizar um projeto de análise do panorama geral da crítica no século XX, José Maria Yvancos Pozuelo propõe que seja feita uma análise positiva sobre os novos textos que surgem no contexto da teoria atual. Nas palavras desse crítico: “Lo que emergen no son únicamente nuevos textos, sino nuevos sujetos

interpretativos, nuevas identidades culturales, una vez se declara rota la idea de la “identidad cultural” consensuada por la tradición liberal centro-europea”.110 A partir

108

GUTIÉRREZ, 1998, p. 07.

109 GUTIÉRREZ, 1998, p. 41.

110 YVANCOS, 2000, p. 24. “O que emerge não são unicamente novos textos, mas sim novos sujeitos

interpretativos, novas identidades culturais, uma vez que se declara quebrada a idéia da identidade cultural acordada pela tradição liberal centro-européia.” (grifo do autor, tradução minha)

desta perspectiva, podemos realizar um estudo crítico e analítico da obra de Pedro Juan Gutiérrez ressaltando a heterogeneidade cultural encontrada em sua obra, levando em conta, por sua vez, que esse autor pode ser considerado como representante de um novo sujeito interpretativo, pois seu olhar não coincide com o de outros autores cubanos.

CAPÍTULO 3

A RELAÇÃO ENTRE A ESCRITA DE PEDRO JUAN GUTIÉRREZ