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Métodos e projeção de receitas

No documento LEI 4320 COMENTADA.pdf (páginas 65-68)

Quanto aos modelos de projeção de receitas, a literatura dispõe de outros modelos, os quais têm suas vantagens e desvantagens. Os métodos mais conhecidos são apresentados a seguir. 7

 Método automático

A estimativa da receita não pode ultrapassar o montante das receitas arrecadadas no exercício financeiro anterior.

Crítica. Preocupação com a continuidade das políticas tanto da União como do próprio ente

que a adota. Não se preocupa com o crescimento do Estado, o que fatalmente aumenta a arrecadação, e vice-versa. É um método que trabalha com uma perspectiva de receita estagnada e, por extensão, da economia.

 Método automático com média aumentativa

Projeta sobre a arrecadação do exercício anterior o crescimento verificado nos últimos três anos.

Crítica. Não se levam em conta as perspectivas do Estado para o ano seguinte. Corre-se o

risco de se efetuar uma projeção e de esta não se realizar pelo simples fato de a economia não

7 GOMES, Carlos Roberto de Miranda. Manual de direito financeiro e finanças. 2. ed. Brasília: Brasília Jurídica,

66 se comportar como nos anos anteriores. Como conseqüência, a projeção estará prejudicada. Além desse fator, considera-se o crescimento, se houver, de acordo com a média traçada. E, hoje, o que mais se tem visto é uma alternância nos rumos do crescimento de um país sempre em desacordo com as projeções.

 Método das majorações

Agrega a arrecadação do último exercício à média dos excedentes dos três ou cinco últimos exercícios.

Crítica. Assim como nos outros métodos comentados, os “rumos da economia” são vistos

como uma regra que está associada aos fatos passados e que devem dar continuidade. Mesmo assim, essa média, para ser considerada, tem de estar dentro das variações que foram previamente previstas, até mesmo o desvio previsto.

 Método de avaliação direta

As receitas do exercício encerrado são agregadas aos resultados de estudos realizados nas receitas de anos anteriores, os quais são transformados em índices, depois de levar em consideração as condições econômicas e políticas que influenciaram no desempenho da arrecadação de cada ano.

Crítica: Aparentemente este método apresenta um grau de cientificismo mais aguçado em

relação aos demais. Essa posição tem como sustentação o fato de que o comportamento de cada resultado anual é atrelado aos fatos que normalmente refletem na arrecadação, que são: os políticos e os de ordem econômica.

 Método da extrapolação

Utiliza ferramentas estatísticas às quais se adiciona a premissa de que tudo que aconteceu no passado tem probabilidade muito grande de acontecer no futuro. É um item a ser considerado no trabalho de projeção da receita.

Crítica. A dificuldade de introdução deste sistema na Administração pública está relacionada

ao fato de que na política e na economia nada é constante. Hoje, é uma coisa, amanhã poderá ser outra. Como são itens que refletem na arrecadação, jamais haverá uma constante

67 que seja diretamente voltada para o objetivo. Daí sua dificuldade em ser usado no setor público.

 Método de médias trienais

Neste método, a receita é prevista utilizando-se uma média simples dos três últimos anos.

Crítica. Trata-se de um método que deve ser usado desde que não haja outro. Essa posição

leva em consideração o fato de que este é o mais simples de todos. Ao utilizá-lo, o ente da Federação fica exposto às críticas, devendo ser receptivo a elas, pois, na maioria das vezes, vêm para enriquecer o trabalho.

 Método das probabilidades

A previsão da receita é feita depois de o estudo ser realizado, em que cada título de receita é estudado com profundidade, verificando o comportamento de suas oscilações, juntamente com sua origem, ocasião em que o técnico tem a oportunidade de verificar o que afetou aquele título de receita sob todos os aspectos.

Crítica. É o mais completo dos métodos até aqui comentados. Tenta se aproximar-se ao

máximo da realidade.

 Método vigente no Brasil

O método adotado no Brasil é determinado pelo art. 30 da Lei n. 4.320/64, que determina:

Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se refere o artigo anterior, a arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos, bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.

Assim, com base nas informações obtidas da Contabilidade nos três últimos anos, no mínimo, e depois de uma análise circunstanciada de ordem política e econômica, em curto prazo, que possa afetar cada fonte de receita. Chega-se, então, às condições necessárias à projeção da receita, levando-se em conta as oscilações políticas e econômicas, desde que obedecida essa nova filosofia, que é a globalização. Atualmente, esse método sofre, naturalmente, os efeitos da globalização.

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Crítica. Para a Administração Pública, este método tem-se revelado eficiente e eficaz, tanto é

que está sendo usado há mais de 35 anos. Sua principal característica, que o diferencia dos demais e o tornou tão consistente, foi a sua curta duração; 3 anos que se usa para colher os resultados da execução orçamentária, bem como os fatores que afetam diretamente o nível de arrecadação, ou seja, a ordem conjuntural e outros que tragam reflexos para a arrecadação. Esta revisão, porém, tem como objetivo específico verificar se as projeções de receitas feitas anteriormente, sob determinadas circunstâncias, podem ser mantidas à luz dos novos horizontes que se mostram. Estes, para que a proposta possa ser fechada, tem que permanecer como dantes.

No documento LEI 4320 COMENTADA.pdf (páginas 65-68)