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3.1 Sobre as Aulas de Língua Inglesa

3.1.1 Módulo 1: Assessment

As discussões de todos os módulos aconteceram em quatro aulas; as do módulo 1 são descritas a seguir.

Aula 1

O primeiro módulo iniciou-se com a escrita de um relato sobre como os alunos compreendiam avaliação. O relato pôde ser escrito em português ou em inglês, dado que meu intuito foi que os alunos refletissem sobre o tema e, escrever em outra língua, poderia limitar um pouco essa reflexão. Se eles quisessem escrever em inglês e precisassem de algum auxílio, poderiam me pedir; contudo, nenhum aluno pediu. Antes de iniciarem a escrita, expliquei que gostaria de saber como eles se sentiam com a forma pela qual foram avaliados no ensino básico e também na universidade; eles poderiam, portanto, escrever sobre suas experiências.

Depois que os alunos escreveram, iniciamos uma conversa na qual eles narraram como haviam sido avaliados no Ensino Fundamental e Médio, e, também, se concordavam (ou não) com aquele modelo de avaliação a que foram submetidos. Do mesmo modo, pedi que dissessem como avaliariam de forma diferente, se pudessem. A maioria sugeriu trabalhos em grupos, nenhum sugeriu prova.

82 Conversamos também sobre o porquê de avaliarmos na escola. De modo geral, os alunos consideraram as avaliações a que foram submetidos muito estruturais e sempre somativas. Essa conversa aconteceu em português e utilizei slides. Além de discutirmos sobre avaliação, os alunos leram os conteúdos dos slides, tiraram dúvidas em relação à pronúncia e ao vocabulário. No momento de discutir sobre os conteúdo dos slides, os alunos foram incentivados a usar a língua inglesa para responderem as perguntas e tirarem suas dúvidas.

Aula 2:

Esta aula foi dividida em duas33: uma online e uma presencial, em que enfatizei,

utilizando slides e um vídeo, os modelos de avaliação comumente usados na escola, a saber: diagnóstica, somativa e formativa. A primeira aula foi online, pedi que os alunos fizessem uma pesquisa e postassem em nossa comunidade no Google Plus uma breve descrição, em inglês, dos modelos de avaliação, seguido de uma imagem ou vídeo que eles considerassem representante da avaliação. Além disso, eles fizeram comentários nos

posts dos colegas.

Figura 01: Postagens de Luana e Wonder Woman sobre tipos de avaliação no Google Plus (Arquivo pessoal)

33

As aulas que foram divididas em duas referem-se a quatro horas/aula. Assim, considero uma aula dada antes do intervalo e outra aula após o intervalo.

83 Os alunos participaram bastante dessa aula, interagindo com os colegas sobre avaliação, e todos tentando utilizar a língua alvo. À medida que eles iam postando, eu lia e fazia alguns comentários via WhatsApp com eles, à distância. Alguns corrigiam os erros de escrita e outros não. Assim, em sala de aula, antes de discutirmos sobre avaliação, eu separei alguns conteúdos de estrutura e trabalhei com todos, sem mencionar quem havia cometido o erro para evitar exposição. Como nós já havíamos trabalhado a escrita de textos, desde a construção de frases até parágrafos, eu apenas revisava quando julgava necessário ou quando eles solicitavam.

Na aula presencial, discutimos os modelos de avaliação diagnóstica, formativa e somativa, a partir da leitura dos alunos, e eles disseram o que haviam compreendido, se concordavam; depois disso, refletimos e discutimos sobre como poderiam ser inseridos em sala de aula para colaborar com a aprendizagem dos alunos. Nessa aula, os alunos começaram a mesclar as línguas português e inglês, com a ajuda dos monitores, que eram alunos da disciplina também.

Aula 3:

Para continuar as discussões sobre os modelos de avaliação, selecionei excertos de diversos textos e também criei alguns, nos quais havia exemplos ou definições dos modelos estudados. Os alunos deveriam ler os excertos, compreendê-los, a partir de interações com os colegas e os monitores, e fixar no lugar que considerassem adequado, dado que eu criei espaços, na parede da sala de aula, para os três modelos de avaliação.

Depois que terminaram, nós lemos todos os excertos e discutimos se eles estavam alocados no lugar certo. Para realizar essa leitura, apresentei formas de compreender um texto sem ler tudo, a partir de palavras que já conhecem, do contexto, de seu conhecimento de mundo (técnicas de leitura instrumental). Depois disso, os alunos aplicaram as instruções em outros textos.

Aula 4:

Para finalizar as discussões e reflexões sobre os modelos de avaliação, seus limites e suas possibilidades, solicitei que os alunos, em três grupos, criassem avaliações tendo como base as discussões sobre os modelos e o quê eles compreendiam que deveria ser uma avaliação. O conteúdo das avaliações pôde ser escolhido pelos grupos, a partir do

84 que aprendemos em sala de aula. Quando finalizaram, eu me sentei com cada grupo e discutimos as avaliações criadas.

Essa aula foi pertinente, pois, apesar de discutirmos que precisamos pensar em outras formas de avaliar, de pensarmos em instrumentos que privilegiem a aprendizagem, um dos grupos construiu uma avaliação nos moldes tradicionais, com ênfase na aferição de nota, com perguntas focadas em itens gramaticais. Durante nossa conversa, eles se mostraram muito surpresos por, depois de toda a discussão e de considerarem que haviam mudado seus posicionamentos, ainda estarem presos a um modelo mais fechado. Esse ponto demonstra o quanto é difícil modificar ações, refletir sobre elas é um ponto, mas modifica-las demanda mais tempo.