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No item 2.2.5 verificou-se a medida de produtividade econômica, um dos dois fluxos citados por Gold (1973) ao postular o conceito de produtividade global O

2.3.7 Medida de Desempenho Global da Produção

A medida de desempenho global da produção advém do Modelo Integrated

Manufacturing Performance Measure, por isso é denominada IMPM. Neste modelo,

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP saídas pela soma dos custos que estão relacionados com a produtividade das operações, a variável qualidade e a variável flexibilidade do sistema.

O método do I MPM avalia a eficácia da manufatura num horizonte de longo prazo, integrando as três categorias de elementos conceituais das AMT’s (Advanced Manufacturing Technologies): produtividade, qualidade e flexibilidade.

A definição do que seja um sistema de manufatura avançada parece constituir um conceito relativamente novo, pelo menos ao nível da produção literária. Son (1991) considera que a manufatura avançada é aquela que emprega modernas tecnologias de manufatura, ás quais normalmente não são utilizadas pelos sistemas convencionais de fabricação. Estas tecnologias são todos os hardwares e softwares avançados de produção, característicos dos modernos sistemas de manufatura.

Com base nesta consideração, Severiano Filho (1999) define um sistema de manufatura avançada como sendo uma configuração de recursos combinados, com densidade e competência tecnológicas incorporadas, para a produção de bens com elevado grau de desempenho. Nesse sentido, os vetores "densidade" e "competência" tecnológicas constituem os elementos de diferenciação entre os sistemas modernos e os sistemas convencionais de fabricação. Densidade e competência tecnológicas, por sua vez, são elementos característicos das tecnologias avançadas de produção, cujas técnicas se aplicam tanto ao gerenciamento de sistemas produtivos, quanto à execução e operação destes sistemas. Essas técnicas aparecem na literatura sob diversas denominações, algumas implicitamente incluídas em outras ou mesmo com nomes diferentes, apesar de se referirem à mesma técnica.

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP A maior parte dessas técnicas faz uso intensivo de recursos computacionais

(hardwares e softwares), como é o caso dos sistemas CAD, CAE, CAM, CAPP, CAQ,

CI M, CNC, EDI , FMC, FMS, MRP, MRP I I , OPT e toda a gama de equipamentos de automação e robótica. Outras técnicas dizem respeito à princípios e elementos conceituais relacionados com a organização e gestão do sistema produtivo. Em geral, tratam-se de tecnologias que definem procedimentos para o gerenciamento da manufatura, associados ao estabelecimento e consecução de metas de qualidade e produtividade, através do envolvimento pleno dos recursos humanos. Nesta categoria incluem-se, dentre outros: ABC, ABM, JI T, KANBAN, MC, PFA, TQC e TQM.

A concepção de um sistema de produção incorporando essas novas tecnologias envolve uma série de fatores, como por exemplo, complexidade, design

tecnológico, custos, etc. Desse modo, dificilmente um processo de produção agregará todas essas técnicas. É verdade, porém, que algumas delas podem ser perfeitamente combinadas, como é o caso do MRP/ Kanban, JI T/ CI M, MRP/ OPT, etc.

Dessas AMT’s, seleciona-se aquelas com contribuições já estudadas acerca da produtividade, conforme Severiano Filho (1999).

AMT 1 - JI T ( Just I n Time)

Segundo Severiano Filho (1999, p. 15), o just-in-time pode ser descrito como uma tecnologia indutora de produtividade, através da qual o processo manufatureiro adquire um desempenho avançado em termos de performance operacional. Na verdade, cada melhoria obtida no âmbito da manufatura JI T representa um elemento de entrada para a produtividade do sistema operacional.

De acordo com a abordagem apresentada por Buffa e Sarin (1987), os melhoramentos produzidos sobre o sistema de produção, decorrentes da aplicação

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP das técnicas JI T (Just in time) na cadeia operacional, se traduzem em ganhos ou efeitos de produtividade.

AMT 2 – MC ( Manufatura Celular)

Dahel e Smith (1993) sugerem que o elemento flexibilidade é, sem dúvida, a mais importante característica que deve ser atribuída ao projeto da manufatura celular. Os benefícios decorrentes da implantação do sistema de MC, conforme Wemmerlöv e Hyer (1989), em termos de produtividade, são de maior grandeza em relação:

1. à redução das paradas de máquina, decorrentes do enxugamento da variedade de itens com que as máquinas trabalham na MC e, 2. ás reduções nos deslocamentos de materiais, resultantes da disposição dos postos de trabalho nas células, orientado à minimização dos movimentos intra-celulares.

A implantação bem sucedida do sistema de manufatura celular pode resultar em extraordinários ganhos à empresa. Entre os muitos benefícios atribuídos ao sistema celular, Jordan e Frazier (1993) consideram que a redução dos tempos de

setup's é, sem dúvida, a maior contribuição deste sistema.

AMT 3 - CI M ( Manufatura I ntegrada por Computador)

A partir da concepção de Vail apud Johnson e LaBarre (1993), o sistema CI M é tratado muito mais como uma filosofia de gerenciamento operacional, que integra as atividades organizacionais em sua totalidade, do que mesmo como um conceito meramente tecnológico.

De um modo geral e com base na literatura corrente, as vantagens do CI M podem ser descritas como segue:

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP

1 - Diminuição dos estoques, como conseqüência de uma melhor

comunicação com os clientes, com outras unidades produtoras e dentro da própria fábrica;

2 - Redução do chão de fábrica necessário, devido á

diminuição dos estoques de matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados;

3 - Definição de um controle permanente de qualidade;

4 - Aumento da capacidade de adaptação e ajustamento ao mercado, em função do menor tempo de preparação dos

pedidos, do pequeno lote de produção e da relativa

flexibilidade do sistema de manufatura;

5 - Redução do tempo de produção, devido a integração

das diversas etapas do processo produtivo;

6 - Sinergia e aprendizado pelo contato com novas

tecnologias.

AMT 4 – FMS ( Sistema Flexível de Manufatura)

Byrkett, Ozden e Patton (1988) estabelecem que FMS consiste num sistema de produção formado por grupos de máquinas numericamente controladas (centros de máquinas), além de um mecanismo para processamento de material, os quais operam juntos, de acordo com um computador central. Aplica-se, principalmente, às organizações que trabalham em um ambiente de produção de baixo ou médio volume.

MacCarthy e Liu (1993) classificaram os FMS's levando em consideração diferentes fatores de projeto, tais como, configuração operacional, capacidade, níveis de flexibilidade, automatização-robotização, níveis de controle, etc. Um importante elemento na configuração dos FMS's é, sem dúvida, a flexibilidade inerente ao sistema produtivo.

Kochikar e Narendran (1992) afirma que a componente flexibilidade é a peça de resistência do FMS, de modo que o valor estratégico da manufatura flexível deriva, justamente, de sua intrínseca capacidade de flexibilidade, isto é, a

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP possibilidade de responder rápido e efetivamente ás mudanças ambientais – como variações na demanda, mudanças nas especificações do produto e modificações na qualidade dos insumos – assim como às situações dinâmicas inerentes ao sistema produtivo, como os gargalos e os colapsos das máquinas. Os principais tipos de flexibilidade definidos na literatura são:

1.

flexibilidade ao nível da máquina, definida como a