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c) porcentagem de contribuição do produto; d) porcentagem de material com qualidade.

Além dos parâmetros já citados, outros fatores que também devem ser considerados para o cálculo do custo final do produto, são:

a) matéria-prima; b) mão-de-obra;

c) parte produtiva da energia;

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP Os diagnósticos que normalmente são feitos pela engenharia industrial, no tocante às medidas parciais devem, basicamente, tentar alcançar dois objetivos principais: técnicos e econômicos. Realizando esses diagnósticos, será possível compreender as relações de causa-efeito no sistema de produção em uso, ou seja, será possível analisar as variações registradas e saber se são causadas por alterações no sistema de manufatura.

Ainda de acordo com Brunstein e Barrela (1995, p. 5-6), ao analisarem diversos processos decisórios das empresas, percebe-se que, cada vez mais se têm utilizado as medidas de produtividade como suporte para vários tipos de tomadas de decisão. Os pesquisadores sinalizam para as diferentes decisões que podem ser tomadas pelo departamento de Engenharia I ndustrial (carga de máquina, escolha de processos de manufatura, mix de produção, layout da fábrica, datas de manutenção, armazenagem de material, etc.), que são quase sempre apoiadas nas análises de medidas de produtividade, anteriormente citadas. Essas medidas geralmente são obtidas a partir de dados básicos, vindos de vários setores da unidade produtiva e, se for o caso, da companhia.

De acordo com Moreira (1991), a medida parcial reflete não apenas a eficácia no uso do fator escolhido, mas também efeitos de substituição com outros fatores. A mais conhecida medida se refere à mão-de-obra, medida tanto em termos de pessoas empregadas, como em termos de horas pagas ou trabalhadas.

Segundo Severiano Filho (1999), a medida de produtividade parcial trata-se, fundamentalmente, de uma medida de eficiência, com a qual os insumos físicos são transformados em resultados físicos, diferentemente das medidas financeiras. Esse

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP enfoque sobre as transformações físicas decorre da diferença em relação às usuais medidas financeiras de desempenho, que traduzem a eficácia com a qual os insumos monetários são convertidos em resultados monetários.

Na prática, a operacionalidade de inputs e outputs físicos se apresenta, comumente, difícil, impondo, invariavelmente, o uso de aproximações baseadas em valores monetários. Nessa ótica se pode, então, estimar a produtividade global de uma companhia, a partir do cálculo da produtividade de cada um dos principais recursos empregados.

Moreira (1991) afirma que a produtividade de um sistema de produção é definida como a relação entre o que foi produzido e os insumos utilizados num certo período de tempo. À depender do número de insumos utilizados e de sua natureza, a produtividade pode ser subdividida em produtividade parcial e produtividade dos fatores. Quanto à parcial, o autor afere sua ocorrência quando é considerado apenas um dos insumos usados, onde se pode ter a produtividade da mão de obra, do capital, da energia, das matérias-primas, etc. A produtividade da mão-de-obra, a mais utilizada, pode ser dada da seguinte forma:

Q

=

Q

=

I

L

I

L

onde,

Q = produção L = mão-de-obra

I = conjunto de todos os insumos combinados tem-se, então,

Q/ L = produtividade da mão de obra

Q/ I = uma espécie de produtividade múltipla de fatores (podendo levar em conta todos os insumos)

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP A partir do memorial de fórmulas acima, Moreira (1996) alerta para o perigo das medidas parciais de produtividade, devido à interpretações errôneas. Exemplificando a produtividade de mão-de-obra, substituindo a expressão Q/ L pela equivalente (Q/ I ) / (I / L) – sendo I a medida combinada de todos os outros insumos usados na produção, e de acordo com o autor, a experiência mostra que o aumento da produtividade da mão-de-obra reflete mais fortemente o efeito do fator (I / L) – aumento dos demais insumos em relação à mão-de-obra – do que do próprio fator (Q/ I ), que envolve o aumento de produção.

Severiano Filho (1995, p. 83) assegura que, quando as medidas físicas (unidades, quilos, toneladas, etc) são conhecidas, pode-se facilmente estimar a produtividade global de uma companhia, calculando-se a produtividade de fator simples de cada um dos principais recursos (horas de mão-de-obra, material, etc) que são empregados na fabricação de seus produtos.

A menos que o processo seja especificado exatamente em função do projeto de equipamento que ele utiliza, ou ainda em função das leis químicas e físicas que o sublinha, raramente existe algum modo de se determinar se o valor da taxa de produtividade parcial é bom ou ruim. Em outras palavras, embora seja usualmente possível estimar como muitas horas de trabalho foram consumidas na produção de um dado bem, é difícil saber, por exemplo, como muitas poderiam ter sido melhor consumidas.

Desse modo, assumindo a inexistência de medidas objetivas para inferir o valor de quanto poderia ser uma determinada taxa, muitas companhias direcionam suas atenções no sentido de determinar como que essa taxa está mudando no tempo.

Jailson Ribeiro de Oliveira PPGEP Como a utilização dos recursos está no cerne do conceito, da medida e da medição da produtividade, cabe ressaltar, levando em consideração que o processo produtivo envolve uma série de fatores de produção, que a estrutura de insumos que o sistema produtivo utiliza, encontra-se alojada no sub-subsistema “entrada” e é composta dos chamados fatores de produção.

Trabalho, capital e recursos naturais são os fatores produtivos consagrados no sistema econômico tradicional (LESSA & CASTRO, 1984, p. 34). Entretanto, recentemente, em face da competitividade eminente da economia globalizada e das demandas técnico-gerenciais, dentre outras razões, inclusive, delas decorrentes, dois novos fatores do sistema produtivo passaram a ser considerados: conhecimento/ informação e tecnologia (FERRAZ, HAGUENAUER e KUPFER, 1995, p. 2-6; PORTER, 1998).

No complexo e ramificado universo envolto dos sistemas produtivos que se apropriaram do uso intensivo de tecnologia e conhecimento, de fato, coexiste uma grande diversidade de insumos, para obter outputs cada vez mais diferenciados e, até, personalizados.

Uma característica peculiar destes sistemas é que eles podem ser fragmentados, e a parte componente também se comporta como um sistema, chamada de subsistema de produção, onde são, igualmente, válidas as definições de produtividade parcial, total e múltipla.

Os insumos ou recursos pertencentes à um sistema de produção podem ser classificados em humanos, físicos e não-físicos, incluindo nesse último os recursos financeiros, conforme (FARO, 1997):

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a) Recursos de natureza humana ( mão-de-obra): também

chamado de fator de produção trabalho, referem-se à força humana (física e/ ou intelectual) que se dispõe para permitir a operação do sistema de produção.

b) Recursos de natureza física: referem-se aos materiais

necessários ao desencadeamento do processo de produção.

c) Recursos de natureza não física: estão associados à

determinadas operações de serviços em que são utilizadas informações como recursos de entradas.

Diversos autores pesquisaram e publicaram à respeito de medidas parciais de desempenho, dentre elas, as medidas parciais de produtividade. À partir deste legado se consolidou uma lógica comum entre as abordagens propostas, devido o elevado grau de convergência entre as pesquisas, sobretudo, por tangenciar as medidas ligadas à objetivos estratégicos, identificados no rol de indicadores chaves de desempenho, seja da corporação, da empresa, da filial e/ ou de um simples departamento, - o que permite uma curva de aprendizado sobre os objetivos e parâmetros de desempenho, bem como sobre a medição e seu processo de implementação/ execução.

À partir dos esforços de rastreamento da literatura sobre métricas de produtividade, nas duas últimas décadas, se percebe a geração de um constructo comum, presente nos principais trabalhos consagrados de pesquisadores, evidenciando a importância das medidas parciais serem integradas com vistas à medição de múltiplos-fatores e/ ou globais.

Sink e Tuttle (1989) exemplificam algumas medidas parciais relacionadas aos parâmetros de avaliação do desempenho de uma operação. Veja-se, a seguir, no quadro 06:

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