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metodologia da investigação

EXPERIÊNcIA DE VItIMAÇãO E MEDO DO cRIME EM POPUlAÇãO DA cIDADE DO PORtO

2. metodologia da investigação

tendo em consideração o exposto, pretende-se apresentar um estudo empírico que tem como principal objectivo avaliar o

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medo do crime, focando três dimensões, nomeadamente as reacções fisiológicas, o sentimento de insegurança e vulne- rabilidade e a sensibilidade diferencial e risco (variáveis de- pendentes), analisando ainda estas dimensões em função da experiência prévia de vitimação (variáveis independentes).

O objectivo geral da investigação consistiu em avaliar o medo do crime numa amostra significativa da população da cidade do Porto. A análise focou três dimensões, a saber, reacções fi- siológicas, o sentimento de insegurança e vulnerabilidade e a sensibilidade diferencial e risco. Posteriormente pretendeu-se analisar se poderão existir diferenças nas variáveis supracita- das em função da experiência de vitimação criminal dos indi- víduos., tendo sido formuladas três hipóteses:

1) Prevêem-se diferenças estatisticamente significativas em função de já terem sido vítimas de algum crime ao nível das respostas fisiológicas.

2) Prevêem-se diferenças estatisticamente significativas em função de já terem sido vítimas de algum crime ao nível do sentimento de insegurança e vulnerabilidade.

3) Prevêem-se diferenças estatisticamente significativas em função de já terem sido vítimas de algum crime ao nível da sensibilidade diferencial e risco.

2.1. PartiCiPantes

Os indivíduos participantes deste estudo foram reunidos de forma aleatória entre aqueles que residindo ou trabalhando na cidade do Porto, tivessem idades superiores a 16 anos. Assim constituiu-se uma amostra composta por 288 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 17 e os 74 anos, com média de 37 anos e desvio padrão de 14.71.No que concerne ao local de trabalho verificamos que 84% dos sujei- tos (n=242) têm o seu emprego localizado na cidade do Porto, sendo que somente 16% dos participantes (n=46) trabalham fora da cidade. Porém, estes últimos têm residência na cidade em conjunto com muitos outros que no total perfazem 151 pes- soas (52.4%). A restante percentagem de 47.6% correspondem a um total de 137 indivíduos que não residem na cidade do Porto.

Paralelamente pareceu-nos relevante questionar, desde já, se tais sujeitos poderiam ter sido ou não vítimas de crimes em algum momento das suas vidas, tendo-se concluindo que 25% do total da amostra já foi vítima de algum tipo de crime. Po- demos concluir assim que ¼ da nossa amostra já teve uma experiência directa de vitimação.

taBela 1. DIStRIbUIçãO DOS PARtICIPANtES POR

LOCAL DE tRAbALhO E RESIDêNCIA Em FUNçãO DA EXPERIêNCIA DE VItImAçãO (N=288)

experiência de vitimação

sim % não % total %

Local de trabalho No Porto 60 24.8 182 75.2 242 84 Fora do Porto 12 26.1 34 73.9 46 16 total (n= 288) 72 25.0 216 75.0 288 100 Local de residência No Porto 34 22.5 117 77.5 151 52.4 Fora do Porto 38 27.7 99 72.3 137 47.6 total (n= 288) 72 25.0 216 75.0 288 100 2.2. INStRUmENtOS

Para este estudo foi construído um questionário sócio-demo- gráfico que pressupôs uma recolha de elementos que caracte- rizariam o participante relativos à idade, ao género, ao local de trabalho, ao local de residência e à experiência prévia de vitimação, a qual seria posteriormente analisada em termos de distribuição demográficas para sexo e grupos etários, tipologia de crime, o contexto espacio-temporal da agressão, a relação ofensor-vítima e atitude de denúncia face ao crime.

A avaliação dos aspectos relacionados com a insegurança e medo do crime foi realizada através da Escala de Índice de

Medo do Crime (ImC) de brites, miranda e baptista (2004).

Esta escala constituída por 24 itens, distribuídos por três com- ponentes principais: factor 1 designado de Reacções Fisiológi- cas e composto por oito itens (1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22); factor2 intitulado de Sentimento de Insegurança e Vulnerabilidade, constituído por nove itens (2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 24); e Factor 3 nomeado de Sensibilidade Diferencial ao Risco e que inclui sete itens (3, 6, 9, 12, 15, 18, 21). A escala ImC é de tipo

likert com 4 opções de resposta que variam entre 0 (Nunca ou

quase nunca) e 3 (Sempre). A nota total da escala apresenta uma consistência interna, avaliada pelo Alfa de Cronbach de .89, assim como valores de consistência interna igualmente satisfatórios de .85 na dimensão Reacções Fisiológicas, .82 na dimensão Sentimento de Insegurança e Vulnerabilidade e de .76 na dimensão Sensibilidade Diferencial ao Risco (brites, miranda & baptista, 2004).

resultados

Sendo a nossa amostra composta por 288 sujeitos, dos quais 145 são homens e 143 são mulheres, com uma média de idade à volta dos 37 anos e que trabalham ou habitam na cidade do Porto, percebemos que 72 indivíduos desta amostra tinham já experienciado a vitimação criminal. Nesta caracterização das vítimas de crime podemos ainda acrescentar que 49.7% (n=43) são indivíduos do sexo masculino e que 40.3% (n=29) são do sexo feminino. Em termos etários verificamos que o grupo que mais se evidencia na nossa amostra com experiên- cia de vitimação é o grupo com idades compreendidas dos 26 aos 35 anos 29.2% (n=21), e o que menos se evidencia é o gru- po com idades entre os 16 e 25 anos 8.3% (n=6) (cf. tabela 2). Relativamente aos crimes mais apontados pelos participantes, verificamos que 31.94% dos participantes vítimas de crime, fo- ram vítimas de assalto (n=23), seguindo-se o assalto a viaturas 11.1% (n=8), e a agressão 8.33% (n=6) e o roubo 8.33% (n=6) como sendo os crimes mais participados.

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Construir a Paz: VISõES INtERDISCIPLINARES E INtERNACIONAIS SObRE CONhECImENtOS E PRátICAS

taBela 2. CARACtERIzAçãO DA AmOStRA VÍtImA DE CRImE (N=72) experiência de vitimação s/res-posta

n % n Sexo masculino 43 49.7 - Feminino 29 40.3 Grupos Etários 16 aos 25 anos 6 8.3 - 26 aos 35 anos 21 29.2 36 aos 45 anos 17 23.6 46 aos 55 anos 11 15.3 56 aos 65 anos 9 12.5 maiores de 66 anos 8 11.1 Quando ocorreu crime

De dia 37 51.4 1 De noite 32 44.4 De dia e de noite 3 4.2 Onde ocorreu crime

Em casa 5 7.4 4 Na rua 45 66.2 Outro 18 26.5 Como se encontrava Sozinho 27 41.5 7

Acompanhado 38 58.5 Quem o agrediu Conhecido 3 4.8 9

Estranho 60 95.2 Participou o crime Sim 49 69.5 1

Não 22 30.6

Considerando os participantes vítimas de crime, verifica-se que 51.4% (n=37) dos crimes tiveram maior incidência duran- te o dia, ao invés de 44.4% (n=32), para os quais o episódio ocorreu de noite. Os sujeitos encontravam-se na sua maioria acompanhados 58.5% (n=38).

No que concerne ao agressor, em 95.2% dos casos (n=60), tratava-se de um estranho à vítima, bastante congruente com as características dos crimes de que foram vítimas. No entanto em 4.8% (n=3) o agressor era conhecido. Verificou-se ainda que o crime foi participado por 69% (=49) dos sujeitos com experiência de vitimação, não tendo contudo 31% dos sujeitos (=22) participado a ocorrência (cf. tabela 2).

tendo como referência o grupo de sujeitos com experiência de vitimação criminal (n=72) versus o grupo de indivíduos que nunca foi vítima de crime (n= 217) procedemos à comparação dos dois grupos. Porém dada a discrepância numérica na com- posição dos dois grupos realizamos um teste à normalidade da amostra através do teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S). Os resultados ditam que a hipótese de normalidade deve ser rejeitada, pelo que optamos pelo uso do teste não paramétrico de mann-Whitney (cf. tabela 3), o qual relaciona o centro de localização de duas amostras, como forma de detectar as dife- renças entre as duas populações existentes.

taBela 3. tEStE NãO PARAmÉtRICO DE mANN-WhItNEY PARA A

VARIáVEL RELAtIVA À EXPERIêNCIA DE VItImAçãO CRImINAL

experiência de vitimação criminal

F1 - Reacções Fisiológicas Sim (n=72) (n=216)Não U p 177.58 133.47 5394.500 .010* F2 - Sentimento de Insegurança e Vulnerabilidade Sim (n=72) (n=216)Não U p 169.90 136.03 5947.000 .015* F3 - Sensibilidade Diferencial ao Risco Sim (n=72) (n=216)Não U p 174.79 134.40 5595.000 .008** Total Sim (n=72) (n=216)Não U p 176.97 133.68 5438.500 .012* *P < .05 ** P <.01

A aplicação do teste não paramétrico de mann-Whitney re- lativamente ao facto dos participantes já terem sido ou não vítimas de crime, evidenciou a existência de heterogeneidade quanto aos três factores da escala ImC. Os resultados mostram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, sen- do que o grupo de indivíduos que teve experiência prévia de vitimação criminal apresenta quer em termos de nota total quer em termos de todos os factores individualmente valores de ordem média mais elevados.

disCussão

O objectivo principal desta investigação focava-se essencial- mente na avaliação do medo do crime numa amostra signi- ficativa da população da cidade do Porto, considerando em particular as diferenças focadas na literatura referentes ao fac- to de já terem experienciado algum tipo de vitimação. Nesta perspectiva, pretendia-se analisar estas variáveis em função das três dimensões contidas na escala ImC, a saber, reacções fisiológicas, o sentimento de insegurança e vulnerabilidade e a sensibilidade diferencial e risco.

Desta forma, e de modo a respondermos ao nosso objectivo de saber se existem diferenças entre o grupo de indivíduos com experiência prévia de crime e o grupo de indivíduos sem experiência prévia de crime, poderemos afirmar com base nos resultados alcançados em função da existência de experiência prévia de vitimação, confirmamos que o grupo de indivíduos que teve experiência prévia de vitimação criminal apresenta valores mais elevados nos três factores da escala quando com- parados com os indivíduos que não tiveram qualquer expe- riência de vitimação.

Constatamos desta forma, a existência de uma associação evidente entre as reacções fisiológicas, o sentimento de inse- gurança e vulnerabilidade e a sensibilidade diferencial ao risco que se relacionam com o facto dos indivíduos já terem expe- rienciado algum tipo de crime.

De salientar que os indivíduos não são todos afectados da mesma forma pela violência, podendo essas diferenças estar relacionadas com algumas características prévias da vítima (Sani, 2002). De facto algumas características prévias da ví- tima podem influenciar o impacto, nomeadamente a sua ex- periência prévia de vitimação e a forma como lidou com isso, bem como as suas características pessoais, condições sociais entre outras.

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A percepção da vulnerabilidade pode estar igualmente ba- seada na forma de eclosão de um processo de educação e de socialização, além deste último justificar que as diferenças individuais podem ser consideradas como quase naturais (Killias 1990).

Quanto à experiência de vitimação, verificamos de acordo com a literatura abordada que o grupo de indivíduos que teve experiência prévia de vitimação apresenta um índice de medo do crime mais elevado quando comparado com o grupo de in- divíduos que não teve experiência prévia de vitimação. Pelo exposto e de acordo com os criminologistas a vitimação é con- siderada como uma variável que influencia o medo do crime. Desta forma os indivíduos com experiência de vitimação, evi- denciam um potencial de dano mais elevado, do que as vítimas do crime em geral, por causa do efeito de stress a longo prazo associado às mudanças de comportamento que afectam a qua- lidade de vida (Williams et al., 2000).

Assim, os resultados obtidos quanto à experiência de vitima- ção vieram clarificar a importância da intervenção sobre as vítimas ou eventuais vítimas, sendo esta intervenção ao mes- mo tempo uma forma eficiente de prevenir a criminalidade, e consequentemente entender porque é que certas pessoas ou grupos sociais são vitimados com maior frequência do que ou- tros (Gonçalves, machado, Sani & matos, 1999).

mais ainda a forma como a “experiência do crime”, afecta os indivíduos não é semelhante para todos. O sentimento de medo e insegurança tem engrandecido face à probabilidade de qualquer indivíduo ser vítima de um crime (Adorno, 1996), independentemente das suas características já que a oportuni- dade é igualmente um factor chave.

Encontramos igualmente na literatura abordada outros fac- tores que influenciam a formação do sentimento de insegu- rança, tais como o nível social e económico, o estado civil ou o facto dos inquiridos terem ou não filhos menores (Frias, 2004). Estas características poderiam também nos ajudar a melhor compreender os resultados obtidos caso tivessem sido questionadas.

ConClusão

Deparamo-nos com uma enorme diversidade de estudos refe- rentes à etiologia do medo do crime. Por exemplo, advogados e cientistas políticos focam-se sobre a dimensão jurídica, soció- logos, psicólogos e grupos de direitos civis em geral, estudam os agressores e vítimas, enquanto os geógrafos se concentram no local do evento (Verma & Lodha, 2002).

Os resultados do nosso estudo levaram-nos a demonstrar que a experiência de vitimação afecta de forma negativa os indiví- duos apresentando estes, níveis mais elevados de medo do cri- me. Essas manifestações demonstram-se através de reacções fisiológicas, bem como do desenvolvimento de um sentimento de insegurança e vulnerabilidade, e uma maior sensibilidade diferencial ao risco.

A falta de estudos sobre o medo do crime em vítimas e não vítimas, e ponderando que cada uma destas fases poderá de- terminar o modo como assimilamos e damos sentido às expe- riências, poderá ser igualmente uma sugestão para um futuro estudo tendo por objectivo a avaliação das relações do crime por tipo de vitimação.

Em suma o significado que o indivíduo possui do mundo à sua volta é construído sobre um conjunto de categorizações que irão influenciar a percepção do medo do crime que este representa.

torna-se essencial compreender de que forma o crime afecta os indivíduos e fundamentar a acção, mais que remediativa, na intervenção de carácter preventivo, de modo a diminuir os níveis de insegurança sentidos pelas populações e permitir- lhes uma convivência social resultante de uma percepção de paz na comunidade.

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