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PARTE I ENQUADRAMENTO TEÓRICO

4. Modelos de avaliação interna

4.2. M ode los es trut ura dos

4.2.2. Modelo CAF

Vamos agora abordar com mais detalhe o modelo estruturado CAF que é uma ferramenta da Gestão da Qualidade Total (Total Quality Management / TQM) inspirada no Modelo EFQM e no modelo da Speyer, tendo resultado da cooperação de sucessivas

Presidências da União Europeia (Reino Unido e Áustria em 1998, Alemanha e Finlândia em 1999 e Portugal em 2000). (CAF, 2007, p. 5)

Segundo o DAEP (DGAEP, 2011a), durante a 1.ª Conferência da Qualidade para as Administrações Públicas da U.E – Partilhar as Melhores Práticas, que se realizou em Lisboa (Maio/2000), foi selado um compromisso entre os responsáveis pelas Administrações Públicas dos quinze para divulgar e promover a utilização da CAF nos respetivos países. “Em 2002 foi realizada uma avaliação do modelo, com base na experiência desenvolvida nos Estados Membros que aplicaram a CAF entre 2000/2001 (incluindo 14 organismos portugueses), resultando numa nova versão da CAF que contemplava algumas alterações". A CAF 2002 “foi apresentada durante a 2ª Conferência da Qualidade para as Administrações Públicas da União Europeia, que decorreu em Copenhaga, Dinamarca” em Outubro de 2002. Em 2006, na 4ª Conferência da Qualidade foi apresentada uma nova versão, resultante “do trabalho do CAF 2006 Technical Working Group, representado pelos correspondentes nacionais CAF de cerca de 10 Estados- membros, a EFQM e coordenado pelo Centro de Recursos CAF do EIPA ”. (DGAEP, 2011a)33.

O modelo CAF (2007, p. 6) desenvolve-se atendendo aos seus quatro objetivos principais:

“1. introduzir na Ad min istração Pública os princípios da Gestão da Qualidade Total e orientá -la progressivamente, através da utilização e co mpreensão da auto-avaliação, da actual sequência de actividades «Planear-Executar» para um cic lo comp leto e desenvolvido «PDCA» - Planear (fase de projecto); Executar (fase da e xecução); Rever (fase da avaliação) e Ajustar (fase da a cção, adaptação e correcção);

2. Fac ilitar a auto-avaliação das organizações públicas com o objectivo de obter um diagnóstico e um plano de acções de me lhoria;

3. servir de ponte entre os vários modelos utilizados na gestão da qualidade; 4. facilitar o «bench learning» entre organizações do sector público”.

Atendendo ao expresso no documento que estamos a citar, a utilização da CAF (2007, p. 8):

“ - permite u ma avaliação baseada em evidências através de um conjunto de critérios amp lamente aceites no sector público dos países europeus; - cria oportunidades para identificar o progresso e os níveis de realização alcançados; - constitui um meio para alcançar consistência de direcção e consenso no que é necessário ser feito para melhorar a organização; - proporciona uma ligação entre os diferentes resultados a serem alcançados e as práticas ou meios que os suportam; - constitui um me io para cria r entusiasmo entre colaboradores através do envolvimento destes no processo de me lhoria;

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Relativamente ao contexto português e segundo a DGAEP (2011b) “Portugal tem desde o início acompanhado e participado no desenvolvimento da CAF. Contribuiu para a criação da 1 .ª versão (CAF 2000), acompanhou a 2ª revisão (CAF 2002) e participou no grupo de peritos que elaboraram a 3ª versão do modelo (CAF 2006). A dinamização da utilização da CAF em Portugal começou por ser responsabilidade do Secretariado para a Modernização Administrativa (SMA)”, a partir de Outubro de 2002 o organismo responsáv el pela coordenação, acompanhamento e avaliação das iniciativas de divulgação e implementação da CAF na Administração Pública Portuguesa passou a ser a DGAEP.

- gera oportunidades para promover e partilhar bo as práticas entre diferentes sectores de uma organização e co m outras organizações; - permite integrar nos processos norma is de trabalho as diversas iniciativas para a qualidade; - constitui uma forma de medição do progresso ao longo do tempo através de auto-avaliações regulares ”.

Em documento posterior verificamos que, segundo a CAF educação, (2012, p. 9) a “autoavaliação e melhoria das organizações públicas torna-se muito difícil sem informação fiável proveniente das diferentes áreas funcionais da organização. A CAF estimu la as organizações do setor público a recolhere m e usarem a informação mas, no entanto, muitas vezes esta informação não está disponível numa primeira autoavaliação. (…) Quanto ma ior for o progresso de uma organização no sentido da melhoria contínua, tanto mais esta estará capaz de recolher e gerir informação de forma sistemática e progressiva, quer a nível interno, quer externo”.

A CAF Educação (2012, p. 11) publicou uma versão em janeiro de 2012, através da DGAEP, que em relação à versão CAF 2006 tem as seguintes alterações :

- uso dos termos “«alunos/formandos» em vez de «cliente/cidadão» e «instituições de ensino e formação» em vez de «organizações públicas»”;

- adaptação de todos os exemplos ao contexto específico das instituições educativas; - revisão do glossário;

- -adição de dois documentos: “ introdução sobre o uso de modelos de Gestão da Qualidade Total (TQM) e CAF, bem como a política europeia sobre Educação ”.

A AA de uma organização escolar pode ser realizada de diversas formas existindo vários fatores que contribuem para determinar qual o modo mais apropriado para a desenvolver, nomeadamente: a dimensão da organização, a cultura e a experiência prévia com ferramentas de Gestão da Qualidade Total, entre outros. A CAF 2006 e a CAF Educação de 2012 introduzem linhas de orientação detalhadas para a realização do processo de AA, dividindo o mesmo em 3 fases e 10 passos de uma “caminhada” em direção à melhoria contínua que são:

Fase 1 - O início da caminhada em que primeiro devemos decidir como organizar e planear a AA (1.º) e de seguida divulgar o projeto de AA (2.º);

Fase 2 - Processo de AA que deve ser iniciado com a criação da(s) equipa(s) de AA (3.º), seguida da organização da formação dos elementos que constituem a equipa (4.º), continuada com a realização da AA (5.º), culminando com o preenchimento do relatório de AA (6.º);

Fase 3 - Plano de melhorias /Priorização. Nesta fase deve ser construído um plano de melhorias (7.º), que terá de ser divulgado (8.º) e implementado (9.º), finalizando o processo com o planeamento da AA seguinte (10.º) (CAF Educação, 2012, pp. 56-70).