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2.1.2 M odelos decisórios

2.1.2.3 Modelo p olítico de decisão

A partir de u m a out ra abordagem que vai de encont ro do m odelo racional de decisão, Al lison e Zelikow (1999) , por ent enderem que o process o decis óri o não apres ent a um process o linear, afi rm am que os probl em as de decis ão nas organiz ações são enfrent ados por pessoas ou grupos com int eress es di ferent es, que, frequent em ent e, caus am conflitos entre os int eress ados . Dess e modo, po r meio de negoci ações , coalizões, barganhas , ent re out ras formas, as sol uções são encontradas . Nes se s enti do, os vários atores envol vidos nas decisões atuam com o jogadores na bus ca de seus objetivos organiz acionais e pess oai s , result ando, desse modo, em decisões não necessari am ent e racionais, m as sim as deri vadas do processo de convencim ent o. Os autores acrescent am que as met as e as es colhas sofrem m udanças durant e as int erações com os grupos envolvi dos.

Destart e, o model o políti co descreve o process o decis óri o em termos de interess es pes soais de decis ores. Um el em ento cent ral que caracteriz a es te modelo é o poder ( ZANELA, 1999), s ua bus ca, manut enção ou ampliação. O poder cont ém um conceito relacional, ou s ej a, s ua exist ência depende da rel ação ent re um indi víduo e outro, ou ai nda com a coaliz ação de vári os i ndi víduos (WEISS ENBERGER -EIB L; TEUFEL, 2011) . Ness e s entido, a distribui ç ão do poder entre os at ores num a organização não é percebida pela medi ção do poder em si , m as sim pela assim et ri a das relações do poder, o que s e torna decisi vo para a execução de cert as preferênci as (WEISSENBER GER -EIB L; TEUFE L, 2011).

O poder é a habi li dade para convencer al guém a faz er al go que s e pret ende ou a capacidade para fazer coi sas acont ecerem na forma alm ejada (SCHERMER HORN J R. ; HUNT; OS BOR N, 2004) . Os autores inform am que as est ratégias m ais com uns para infl uenci ar as out ras pes soas são:

i. raz ão: por m ei o de fatos e dados para suport ar argum ent os lógi cos;

ii. cordi alidade: us ando bajul ação, aquiescênci a e i mpres sões favoráveis ; iii. coalizão: em pregando rel aci onam entos com out ras pess oas para s e

fortalecer;

iv. barganha: por m ei o de t rocas de benefí ci os na bas e de negoci ações; v. ass ertivi dade: empregando um a abordagem di ret a e poderos a;

vi. aut ori dade s uperi or: obt endo -se de apoio de superiores às s uas soli cit ações;

vii. sanções: us ando, de forma organiz acional , recom pens as e puni ções. O paradi gma básico do model o polít i co de decis ão s e calca nas negociações e coaliz ões entre grupos que apres ent am s eus próprios int eress es. As negoci ações s e estabel ecem t endo por bas es proposi ções inici ai s, que são alt eradas em função da capacidade de negoci ar dos indivíduos , em um process o não linear (S ILVA , 1989) . Des se modo, os si gni fi cados que dão ens ej o à decis ão s e alt eram ao longo do tem po.

As organizações apresent am mudanças int ernas, movim entos ideol ógi cos se desenvolvem e col igações inform ais em novas estruturas do poder ocorrem, funcionando, desse modo, como si st emas políti cos a fim de obt er consenso , dest inar recursos e defi ni r problemas ( BR AGA, 1987) .

Uma vez que a ampli tude dos dados que envolvem o process o políti co é extens a, há alt erações contí nuas nas pré -decisões, que podem ser levada s a efeit o para s e obt er maiores benefí cios ( S ILVA, 1989).

March e Ols en (1979) ent endem que a escolh a de oport unidades , problemas de decis ões, possívei s sol uções e di spêndi o de energi a envolvi da nos processos decisóri os são det erm inados por fat ores como hi erarquia, especi alização, dist ri bui ção de informação, preparação de agenda e al ocação de aut ori dade.

Regis tre -s e que comport am ento das pessoas, no model o polí tico, pode s er at é raci onal, mas de forma col etiva não é (E ISENHARDT; ZB ARAC KI, 1992) . Uma outra quest ão a ser considerada é que a form ação das preferênci as dos atores envol vidos nas decisões políti cas não leva em cont a apenas os interess es por recurs os econômi cos de curt o prazo, m as tam bém a pres ervação ou extens ão do poder de l ongo prazo (WE ISS ENBER GER -E IB L; TEUFE L, 2011) .

Na vi são M arch e Olsen (1979) , há um ciclo de conexões , no processo políti co, de m odo que:

i. as cogni ções e preferênci as m anti das pel as pessoas int erferem no s eu com portam ento;

ii. o comport am ent o afeta a es col ha da organização;

iii. a escolha da organiz ação i nfluencia a res post a previamente pret endi da e; iv. as respost as i mpact am as preferênci as e cogni ções indi viduai s .

Braga (1987) afirm a que o t erm o pol íti co, em um pri mei ro plano, refere - se a comport am ent os int ernos de indi ví duos e grupos que faz em part e no processo decis óri o , com vist as a col etar i nform ações, es col her um curs o alt ernat ivo de ação, barganhar por det erminada alt ernativa, escl arecer direcionam ent os, al cançar a decis ão e justificá -la. Em s egundo l ugar, a expressão pol ítico diz respeito a el em entos externos ao process o, m as qu e podem im pact á-lo. O autor acrescent a que ess es elementos são situacionais , com o t empo e cont exto , e envolvem quest ões com o t ecnologi a, est rutura organiz acional , port e da organiz ação, seus investi dores, o governo, dist ribuição e alocação de poder ( BRAGA, 1987 ).

Pfeffer e Fong (2005) afirm am que, à m edida que o i ndi víduo desenvolve sua carrei ra, as rel ações de poder e i nfl uênci a se alt eram. Como o poder é rel acional (WE ISSENBER GER -E IB L; TEUFE L, 2011) , o progresso da carreira

das pess oas atrai mai s al iados ( P FEFFER ; FONG, 2005). Os autores as severam ainda que um a vez que o indivíduo t em poder e est á tom ando m edidas e decisões , a auto exaltação o ajuda a ent ender o s compromis so s comum ent e identificados para os curs os de ação escol hidos, com o t am bém auxilia ao mesm o compreender o s as pect os pouco discutidos em face das decisões raram ent e aval iadas. As i deias de aut o exaltação també m podem il uminar os processos at ravés dos quai s as pessoas desenvol vem ilusões de sua própria infl uênci a, superesti mar sua própri a efi cáci a pess oal e, dess e modo , como e por que as rel ações hi erárqui cas pers ist em nas organizações. A contri bui ção de Pfeffer e Fong (2005) sinaliz a que o progresso dos executivos em suas carreiras e nas organiz ações podem infl uenci ar os process os deci sóri os – numa perspectiva polít ica – e, por conseguint e, i ndi car que el em ent os do conhecim ento t ácito podem est ar present es ness es proces sos .