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Holdway, Walker e Hilton (2002) basearam seu artigo em suas experiências de consultoria em pequenas empresas apresentando um estudo do comportamento das empresas com a prática do ecodesign. Mostraram também que existem inúmeras barreiras para o ecodesign em embalagens, ela não pode ser tratada de forma isolada e sim em conjunto com o processo de desenvolvimento de produto, em ambos os níveis, estratégico e operacional. Informaram também que muitas empresas multinacionais utilizam ferramentas sofisticadas como ACV (Análise do ciclo de vida do produto) e até intranet com informações,

cheklists e ferramentas de cálculo para desenvolver embalagens eco-

eficientes. Holdway, Walker e Hilton (2002), também citaram o exemplo, da empresa química Boots (líder em produtos de saúde e beleza) que utiliza uma ferramenta - página na intranet - “Tecnopedia” para se desenvolver embalagens eco-eficientes. Isso inclui guias e

checklists, ferramentas de cálculos, matrizes para projeto de embalagem

Figura 10 - “Tecnopedia” ferramenta intranet para se desenvolver embalagens eco-eficientes

Fonte: Holdway, Walker e Hilton (2002).

Preferred Aceptable PP,HDPE,LDPE Metal Closures CLOSURES HDPE / LDPE Containers

Marking Density (g/cc) Environmental Issues

No major issues

0.91 - 0.96

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DESIGN GUIDELINES Use same colour for cap & bottle

Minimise component variety

Keep print area to a minimum Ensure componentes are separable

Avoid heavy metal inks DECORATION

Preferred HDPE, MDPE, LDPE, PP, OPP, PS

shirink-sleeve

Preferred Water soluble or dispersible

between 140º and 180ºF

Preferred Non-Bleeding inks

Aceptable Metallized labels

Avoid PVC

Avoid Hot-melt adhesive

Avoid Heavy-metal inks

Aceptable Solvent adhesive with PE or PP

label (<14% bottle wt) LABEL MATERIAL ADHESIVES INKS 02 04 HDPE LDPE Technopedia

Bucci (2003) em sua pesquisa estudou a possibilidade de uso do plástico PHB (Poli (Ácido 3-Hidroxibutírico)) em embalagens para alimentos. Partiu do polímero para a obtenção de embalagens através do processo de injeção. Avaliou o desempenho delas através de testes dimensionais (dimensões, capacidade volumétrica, peso e espessura), mecânicos (compressão dinâmica e resistência ao impacto), e físicos (transmissão de luz). Os resultados obtidos foram comparados com embalagens de PP (polipropileno) injetadas no mesmo molde (BUCCI; TAVARES; SELL, 2005).

Além disso, realizou inspeção visual, relacionando a aparência das embalagens com o desempenho do polímero no processo produtivo; potencial de contaminação organoléptica com alguns alimentos; teste de migração e um teste de biodegradação em diferentes meios (BUCCI; TAVARES; SELL, 2007). Esse estudo traz como importante contribuição a possibilidade de uso do PHB como embalagem de alimento, obtido através de recursos renováveis e biodegradável, vindo ao encontro às estratégias a serem utilizadas no ecodesign de embalagem.

Bittencourt (2001) propõe uma metodologia de reprojeto de produtos para o meio ambiente (RePMA - Metodologia de reprojeto para o Meio Ambiente), cuja aplicação foi exemplificada através de um estudo de caso do reprojeto de uma cafeteira elétrica. Apresentou de forma sistemática a demanda ambiental em conjunto com outras demandas numa estrutura de métodos amplamente estudados na área de desenvolvimento de metodologia de projeto.

Pode-se destacar como contribuições, o levantamento e organização do conhecimento sobre reprojeto de produtos e a inclusão da questão ambiental no desenvolvimento de produtos possibilitando a identificação e redução do impacto ambiental. Utilizou um conjunto de indicativos para a elaboração de requisitos de reprojeto, relacionado aos requisitos ambientais. O quadro 09 apresenta a lista dos indicativos.

ESTRATÉGIA

AMBIENTAL INDICATIVOS

Desenvolvimento de novas concepções

Nesta estratégia são relacionados requisitos funcionais. Estes dependem do tipo de produto

Seleção de material de baixo impacto

Maior utilização de material reciclável Maior utilização de material reciclado Maior utilização de material não tóxico

Maior utilização de material de fontes não renováveis Continua

ESTRATÉGIA

AMBIENTAL INDICATIVOS

Redução de Recursos

Menor de variedade de material Menor peso

Otimização das técnicas de produção

Utilização de técnicas de produção que resultam em menor desperdício

Utilização de técnicas de produção que gere menor quantidade de efluentes

Otimização de técnicas de montagem Otimização do

sistema de distribuição

Menor volume

Embalagens descartáveis

Planejar meios de transporte menos poluentes

Redução do impacto do uso.

Maior eficiência energética

Utilização de indicativos sobre reciclabilidade dos materiais no uso

Diminuição do consumo de materiais no uso Diminuição das emissões

Diminuição das emissões (no ar, na água e no solo) no uso

Otimização de tempo de vida

Facilitar a manutenção Facilitar a desmontagem

Evitar o uso de material tóxico no reparo

Estrutura modular que possibilite a reutilização de parte ou de todo o produto

Reduzir o uso de recursos no reparo de produto Otimização do fim

de vida

Identificação da reciclabilidade dos materiais que compõem o produto e facilitar a separação de matérias diferentes

Quadro 09 - Indicativos para elaboração de requisitos de reprojeto ambiental

Fonte: Bittencourt (2001).

A motivação que levou Lofthouse (2001) a desenvolver uma ferramenta (site da internet) para auxiliar os projetistas no desenvolvimento sustentável de produtos, foi o fato de existir muitas ferramentas para o ecodesign, porém, elas não estavam adequadas para integrar o ecodesign desde os estágios iniciais do desenvolvimento de produto. Como pode ser visto nos trabalhos de Brezet e Hemel (1997) citado por Lofthouse (2001); Simon et al. (1998) citado por Lofthouse (2001); Charter e Thischer (2001). A página de internet desenvolvida por Lofthouse (2001), Information/Inspiration13 está então dividida em

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duas partes: “Informação” e “Inspiração”. A parte da “Informação” detalha como abordar ecodesign, as estratégias que podem ser empregadas, a legislação e outros aspectos de ecodesign, e as ferramentas que podem ser usadas. A parte da “Inspiração” contém exemplos inspirativos de ecodesign de muitos setores distintos da indústria. Há também um link entre as duas áreas da ferramenta habilitando o usuário a navegar para as partes da ferramenta que ele necessite naquele momento. Bhamra e Lofthouse (2004) objetivando produzir estudo de casos aplicaram a ferramenta Information/Inspiration em 21 empresas colaboradoras avaliando seus pontos fortes e fracos e também sua aplicação geral. O trabalho de Lofthouse (2001) traz como contribuição, exemplos aplicativos e regulamentos de ecodesign para embalagem.

Lagerstedt (2003) apresenta um modelo descritivo para identificar prioridades funcionais e de meio ambiente no ecodesign nos estágios iniciais do projeto. Fornece também um conjunto de regras para DfE que resume os guias das principais ferramentas e métodos existentes.

Sherwin e Bhamra (2001) em suas pesquisas na Universidade de Cranfield com empresas na área de Eletrônica investigaram o Ecodesign nos estágios iniciais do desenvolvimento do produto. Eles consideram a chave para uma prática mais estratégica e inovativa, melhorando a qualidade, reduzindo custo e o lead time. Estes autores criaram um modelo conforme Figura 11 para ilustrar como ocorre essa integração na fase inicial do desenvolvimento de produto.

Figura 11 - Modelo Conceitual e descritivo de integração do ecodesign nos estágios iniciais

Fonte: Sherwin; Bhamra (2001). Necessidade Re-pensar Melhoria Contínua Core Design Projeto (Design) de Concepção

Re-design Reparo Refinamento Desev. Histórico de ecodesign

Sanchez e Priest (2001), Otto e Wood (2001) consideram estratégias de DfE em seus modelos, porém de forma bastante superficial, sem identificar ferramentas de ecodesign adequadas para cada fase. Uma proposta interessante apresentada na literatura é a de Guelere Filho, Rozenfeld e Ometto, (2007), baseado no modelo de Rozenfeld et al. (2006) sugerem algumas ferramentas de ecodesign a serem introduzidas nas fases de Planejamento Estratégico de Produto, Projeto Informacional, Conceitual e Detalhado. Kindlein, Platcheck e Cândido (2009) apresentam um modelo para PDP inserindo as variáveis ambientais durante as fases de desenvolvimento e detalhamento do produto, sugerindo algumas estratégias de ecodesign e ferramentas ao longo do processo. Esses dois últimos modelos ainda não são totalmente apropriados visto que as ferramentas e considerações de ecodesign não abrangem todas as fases do ciclo de vida do produto.