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Número de Etapas Adesivas

No documento Introdução Aos Materiais Dentários (páginas 169-172)

Se a escolha do sistema adesivo dentinário for baseada simplesmente na complexidade da sua aplicação, então os sistemas de um passo são a opção preferida. No entanto, menos etapas não signifi cam necessariamente um melhor desempenho.

IMPORTÂNCIA CLÍNICA

A efi cácia clínica dos sistemas adesivos dentinários com um número reduzido de etapas ainda necessita ser estabelecida.

Existem também situações em que alguns agentes adesivos dentinários seriam inapropriados. Por exemplo, quando forem usados em conjunto com uma restauração

ADESÃO AO ESMALTE E À DENTINA

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indireta, aqueles que precisam ser fotoativados imediata- mente podem dar origem a problemas no assentamento da restauração, já que existe uma tendência da resina em se concentrar nos ângulos internos. Nessas situações um sistema adesivo de dois componentes com primer de ativação química seria indicado. Como mencionado, em situações em que o acesso da luz é problemático, como nos pinos metálicos cimentados com resina e nos amál- gamas adesivos, um primer de ativação química também é indicado.

Desempenho Clínico

Para restaurações pequenas com margens totalmente em esmalte, os compósitos diretos com sistemas adesivos dentinários são aceitáveis, desde que sejam adotadas téc- nicas adequadas para minimizar os efeitos da contração de polimerização. Para restaurações maiores envolvendo áreas extensivas de dentina exposta, e especialmente onde a cavidade se estende subgengivalmente, o uso de compósitos diretos em conjunto com os sistemas adesivos dentinários é contraindicado. O problema da contração de polimerização pode ser contornado, de alguma forma, pelo uso de inlays de compósito. No entanto, a diver- gência do coefi ciente de expansão ainda representa um problema, e as restaurações cerâmicas unidas com resina podem ser as preferidas, pois elas concentram menos tensões na adesão realizada na região de dentina.

É na durabilidade a longo prazo da adesão, em parti- cular, que os novos sistemas adesivos dentinários de dois e um passo ainda precisam provar a sua efi cácia clínica. Infelizmente, a mensuração da resistência à tração ou ao cisalhamento em testes in vitro mostrou ser um fraco indi- cador do desempenho clínico. Apenas poucos adesivos dentinários anunciados foram adequadamente avaliados clinicamente e nem todos os sistemas adesivos dentiná- rios podem ser recomendados para uso clínico geral. Uma

ampla revisão do desempenho dos sistemas adesivos den- tinários em relação a suas taxas de retenção foi realizada por Peumans e colaboradores (2005), que mostraram que os sistemas adesivos dentinários de três passos possuem uma taxa média de falha de 4,8 ± 4,2%, quando com- parados com os sistemas de dois passos (6,2 ± 5,5%), os sistemas autocondicionantes de dois passos (4,7 ± 5,0%) e os agentes adesivos dentinários um passo (8,1 ± 11,3%). Ainda, o resultado mais notável foi aquele dos cimentos de ionômero de vidro e dos cimentos de ionômero de vidro modifi cados por resina com taxas de 1,9 ± 1,8%. Portanto, o uso dos cimentos de ionômero de vidro e os cimentos de ionômero de vidro modifi cados por resina como base (aderida à dentina) sob os compósitos parece ainda ser uma abordagem alternativa altamente aceitável ao uso dos sistemas adesivos dentinários.

CONCLUSÕES

Existem vários adesivos dentinários diferentes e cada um exibe características peculiares em relação a suas proprie- dades. A última geração de sistemas adesivos dentinários é muito promissora, de tal forma que a falta de retenção não é mais um fator importante no insucesso do mate- rial. No entanto, ainda não é possível garantir um sela- mento marginal com os sistemas adesivos dentinários em todas as situações clínicas.

IMPORTÂNCIA CLÍNICA

O desempenho clínico dos sistemas adesivos dentinários melhorou signifi cativamente, de forma que o sucesso clínico com restaurações adesivas tem se tornado muito mais previsível.

LEITURA COMPLEMENTAR

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Bouillaguet S et al (2001) Bond strength of composite to dentine using conventional, one-step, and self-etching adhesive systems. J Dent 29: 55–61

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MATERIAIS DENTÁRIOS DE USO CLÍNICO

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No documento Introdução Aos Materiais Dentários (páginas 169-172)