• Nenhum resultado encontrado

Tecnologia da Resina Técnicas de Polimerização

No documento Introdução Aos Materiais Dentários (páginas 107-109)

O processo pelo qual um compósito na forma de pasta se torna um material duro é a polimerização da matriz resinosa monomérica.

Com os compósitos iniciais, isso foi alcançado pelo fornecimento de duas pastas, uma mistura da qual poderia conter ingredientes necessários para polimerização. Poderia ser um ativador, tal como uma amina terciária, numa pasta, e um iniciador, usualmente peróxido de benzoíla, na outra (veja o Capítulo 1.6, para obter deta- lhes desse sistema de polimerização).

10μm

Vidro de sílica

OH MA

Figura 2.2.4 Imagem de microscopia eletrônica de varredura da ausência de união entre a matriz resinosa e as cargas de vidro.

Figura 2.2.5 Esquema das moléculas de monômero resinoso sendo repelidas na superfície do vidro, devido à presença dos grupos hidroxil no vidro.

RESINAS COMPOSTAS E RESINAS COMPOSTAS MODIFICADAS POR POLIÁCIDO

97

No início dos anos 1970, compósitos ativados por luz ultravioleta (UV) tornaram-se disponíveis. Nesses mate- riais, a luz UV foi usada para criar radicais livres para iniciar o processo de polimerização. A energia da luz UV é sufi ciente para quebrar a ligação central do éter metil benzoíl a para criar dois radicais livres. Assim, apenas uma única pasta era necessária, que não endureceria até a exposição à luz UV. Entretanto, existiam algumas des- vantagens com o uso dos sistemas de polimerização à luz UV. A luz UV pode causar queimaduras nos tecidos moles e também pode causar dano aos olhos. Assim, era essencial o uso de proteção e, em geral, grande cuidado era necessário para se usar unidades de fotopolimerização.

A fonte de luz UV é uma lâmpada à base de mercúrio, que é cara, sofre do problema de gradual redução da intensidade de luz com o uso, conforme a lâmpada vai fi cando mais velha e, tem um limite de profundidade de polimerização devido ao elevado grau de absorção de luz que ocorre durante o seu trajeto pelo compósito.

Entretanto, a praticidade de se ter uma pasta única, que poderia ter uma grande demanda, foi prontamente adotada pelos profi ssionais de odontologia e abriu cami- nho para a introdução de compósitos ativados por luz visível (ALV). Compósitos ALV usam a canforoquinona como fonte de radicais livres. A energia para excitação é menor que aquela para o éter metil benzoíla, de modo que a luz com o comprimento de onda na faixa do azul (entre 460-480nm) é muito efi ciente. Isso tem a vanta- gem de poder usar uma lâmpada halógena de quartzo que é mais barata, potencialmente menos danosa e a luz é mais diretamente transmitida ao longo do compó- sito promovendo maior profundidade de polimerização. Filtros especiais são usados para remover luz UV e infra- vermelha que são acionadas durante o uso, assim evi- tando queimaduras de tecidos moles e qualquer aumento de temperatura, respectivamente.

Os métodos de polimerização estão resumidos na

Tabela 2.2.2.

Segurança

Interesse tem sido demonstrado nos aspec- tos de segurança quanto ao uso da luz ultravioleta de alta intensidade e prevenção desses problemas tem sido faci- litado pelos novos sistemas de ALV. O uso da expressão “luz visível” introduz um sentimento de segurança, uma vez que é algo ao qual estamos expostos a todo tempo. Todavia, é prudente não se expor desnecessariamente à luz das unidades de produção de luz visível, uma vez que Vidro de sílica

OH MA Silano

Figura 2.2.6 Esquema do agente de união silano agindo como um elo entre a resina de metacrilato e a superfície de vidro hidroxilada. Mecanismo de união OH Si O Si O Si O Si Aplicação do silano Condensação Si R – nH O2 OH OH OH O Si O Si O Si O O Si Si O O O O R R Si O Si O Si O Si O O H H H O H O Si Si HO O O OH H H R R

MATERIAIS DENTÁRIOS DE USO CLÍNICO

98

a luz azul em alta intensidade pode causar dano ocular. O uso de luz de alta intensidade por si só pode causar danos na retina, e existe potencial também para dano à retina devido ao uso de “luz azul danosa”. Pouco se sabe sobre o perigo da luz azul e quão sério um problema destes pode ser. Esses potenciais problemas são prontamente resolvidos pelo uso de proteção ocular e é melhor errar para o lado da cautela nesse assunto.

Percepção da Cor

Outra difi culdade que um bom

dentista precisa estar atento é aquela causada pelo longo período de exposição à luz de alta intensidade. Tal expo- sição pode alterar a sua percepção de cor, o que signifi ca que a seleção da cor adequada dos compósitos se torna então um real problema, especialmente quando da rea- lização de múltiplas restaurações ou quando se aplicam compósitos para facetas.

Inibição do Oxigênio

Onde existe uma interface do

ar com a resina, a resina não será polimerizada e uma

superfície pegajosa será prontamente discernível. Isso é um benefício quando da realização de procedimento de colocação de incrementos, pois assegura que uma camada do compósito se unirá bem à outra. Entretanto, isso pode ser um problema quando o último incremento é colocado. Quando é possível, usar uma tira de matriz, isto é em geral sufi ciente para eliminar o oxigênio e a resina será totalmente polimerizada até a superfície. Para a maioria dos sistemas resinosos, essa camada superfi cial inibida pelo oxigênio não é superior a poucos microme- tros abaixo da superfície. Assim, ela é facilmente remo- vida com uma bolinha de algodão, por exemplo, quando uma fi ssura é selada. No entanto, existem alguns sistemas resinosos em que a inibição do oxigênio é considerável e é necessário usar um gel especial para evitar o contato com o oxigênio no ar.

No documento Introdução Aos Materiais Dentários (páginas 107-109)