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NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NO SETOR ELÉTRICO (1995-2001)

Grupo Controlador

em junho de 2002

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Eletropaulo – SP AES – EUA 18.807 17.768 Nd 10.325 6.642 5.851 3.982 Bandeirante – SP EDP – PT Nd Nd Nd 4.503 3.257 2.799 1.471 Light – RJ EDF – FR 11.170 6.916 6.636 6.833 5.988 5.109 4.499 CPFL – SP VBC – BR 6.972 6.599 5.524 4.422 4.179 2.929 3.003 Celpe – PE Iberdrola – ES Nd Nd Nd 3.219 3.061 2.158 1.913 Coelba – BA Iberdrola – ES 6.494 5.425 4.186 3.701 3.320 2.956 2.872 Cerj – RJ Endesa/EDP –ES/PT 4.806 4.396 2.288 1.897 1.782 1.402 1.354 Elektro – SP Enron – EUA Nd Nd Nd 2.757 2.548 2.254 2.222 Coelce – CE Endesa – ES 4.019 3.652 2.859 1.834 1.958 1.593 1.463 Escelsa – ES IVEN/GTD – EDP

(BR)

1.827 1.770 1.592 1.574 1.578 1.505 1.411

AES-Sul – RS AES –EUA Nd Nd 742 937 718 792 787

Cosern – RN Coelba – ES 1.963 1.744 1.270 751 620 597 618 Enersul – MS Escelsa – BR 2.151 1.881 1.469 1.071 1.050 1.022 978

Energipe –SE Cataguazes – BR Nd Nd Nd 599 599 624 607

RGE – RS CPFL – BR Nd Nd 1.527 1.530 1.464 1.539 1.595 Celpa – PA Rede – Inepar – BR Nd Nd Nd 2.078 2.199 2.287 2.430 Cemat – MT Rede – Inepar – BR 2.636 2.129 1.538 1.332 1.489 1.617 1.716 Copel – PR Estado do PR – BR Nd Nd 7.991 7.442 6.536 6.148 5.854 Cemig – MG Estado de MG – BR 18.270 14.923 12.550 11.961 11.748 11.648 11.288 Celesc – SC Estado de SC – Br Nd Nd 4.968 4.491 4.478 4.432 4.265

TOTAL 79.115 67.203 55.140 73.257 65.215 59.262 54.328

Fonte: Tolmasquim, Oliveira e Campos (2002: 159).

Nota: As empresas Copel, Cemig e Celesc não foram privatizadas e continuam sob controle estatal.

A partir deste quadro, gostaríamos de assinalar algumas particularidade das empresas. A contração progressiva do quadro de funcionários é uma característica compartilhada pela grande maioria delas, estatais ou privadas, salvo o fato de que quatro delas contribuíram para frear o aumento deste percentual realizando 473 contratações. Dentre as empresas que mais contribuíram para aumentar o número de dispensados, as paulistas ocupam as posições de destaque. Pensando em termos de um ranking nacional de 1998 a 2001, a Metropolitana foi a que mais dispensou em termos absolutos (6.34 mil, cerca de -61%); a Bandeirante foi a segunda em termos absolutos (3.03 mil, cerca de -67%); a CPFL a quinta em termos absolutos (1.41 mil, cerca de -32%); e a Elektro a décima em termos absoluto (535, cerca de -19,41%). Ou seja, as paulistas seguem com acento a tendência de todas as empresas. As três empresas que restaram sob controle e propriedade estatal acompanham a tendência de diminuir o

quadro de funcionários, mas com intensidade extremamente menor, quando comparadas com as outras.

Devemos considerar que o número de funcionários que saíram das empresas não é igual ao número de pessoas que saíram do conjunto das atividades do setor elétrico. Existe uma teia de empresas e cooperativas na qual as empresas privatizadas estão imersas, além de ex-funcionários que prestam serviços de consultoria. Muitas delas resultaram de outra característica marcante compartilhada por estas empresas, a terceirização de diversas atividades para empresas ou cooperativas formadas pelos ex-funcionários ou para outras empresas nacionais e estrangeiras. Ainda não conhecemos estudos sistemáticos que dêem conta deste tema, mas, segundo informações que colhemos em nosso material empírico e na bibliografia sobre o assunto, equipes inteiras que realizavam determinados trabalhos na empresa (por exemplo, transporte, oficina de manutenção, projetos de ligamento de clientes, bancos de dados informática, entre outros) aderiram a um plano de demissão voluntária e constituíram uma empresa para prestar o mesmo serviço, ou, em outro caso, constituíram uma cooperativa de trabalhadores com o mesmo objetivo, ou foram trabalhar para uma empresa nacional ou estrangeira que foi contratada para realizar o trabalho que faziam na empresa. Mas, além da terceirização, houve a extinção de determinadas atividades ou da transformação dos processos e meios de realização dessas atividades. O exemplo mais ilustrativo e compartilhado por elas é a centralização do atendimento aos clientes, isto é, a instalação de

call center, em substituição à rede de agências e postos de atendimento que as empresas

mantinham em sua área de concessão.

De modo geral, essas mudanças na morfologia do pessoal é comum às empresas na segunda metade dos anos 1990. Em grande parte, elas levaram a outras que eram os objetivos perseguidos. Vamos apresentar algumas a título de esclarecimento e de demonstração, pois a

bibliografia sobre o assunto já é sólida e abrangente (Tolmasquim, Oliveira e Campos, 2002; Pinguelli Rosa, Tolmasquim e Linhares Pires, 1998).

Houve aumento crescente da relação “faturamento líquido por funcionário”. Considerando os dados a partir de 1998, pode-se notar que, em conjunto, elas saíram de uma média 281,7 mil reais de faturamento líquido por funcionário e atingiram uma média de 711,8 em 2001, isto é, um aumento de aproximadamente 152%, em três anos (Tolmasquim, Oliveira e Campos, 2002: 160). No mesmo sentido, temos o aumento do índice “número de

consumidores por funcionário”. A partir de 1998, as empresas saíram de uma média de 555

consumidores por funcionário e atingiram uma média de 814 em 2001, isto é, um aumento de aproximadamente 46% em três anos. Houve também o crescente aumento do índice “energia

vendida por funcionário” (MWh por funcionário). Em conjunto, realizaram um aumento de

aproximadamente 40% de 1998 a 2001. É preciso considerar que, no segundo semestre de 2001, houve racionamento de energia na maioria das dos Estados do país, e que a queda do índice em referência no ano 2001, na maioria das empresas, pode seguramente ser explicada por isso.

De modo geral, as paulistas se destacam na intensidade das variações de todos esses índices; ficam com os primeiros lugares no ranking nacional. As estatais acompanham a tendência de crescimento dos indicadores a que estamos nos referindo. Certamente, se formos considerar a comparação com os anos da primeira metade dos anos 1990, os valores desses índices são ainda maiores. Só para dar um exemplo, o índice de empregados por consumidor da EC aumentou cerca de 60% de 1994 a 1997.

Em conclusão, pudemos notar pelo menos quatro características estruturais compartilhadas pela grande maioria das empresas da área de distribuição do SEB, na segunda metade dos anos 1990. Essas características eram um dado objetivo muito presente e inercial desde o início: a busca de produtividade, lucratividade, via melhoria tecnológica e

fundamentalmente via a diminuição do quadro de funcionários e, como veremos a seguir, do achatamento do nível salarial.