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1 HISTORIOGRAFIA DAS ADAPTAÇÕES DO QUIXOTE

1.4 A HISTÓRIA DOS QUIXOTES PUBLICADOS NO BRASIL, E SUA RELAÇÃO COM A EVOLUÇÃO

1.4.6 Um novo milênio

Mais uma vez, nas duas décadas seguintes depois da versão de José Angeli, o Brasil e o mundo passam por muitas mudanças, começando com a descoberta da AIDS, a queda do Muro de Berlim em 1989, a popularização do computador pessoal e a criação da World Wide Web livre e aberta para todos desde 1993. O Brasil testemunha o impeachment de um presidente, em 2001 ocorre a tragédia do Onze de Setembro nos Estados Unidos e suas consequências, e a internet consolida seu papel como veículo de comunicação de massa. Em 2009, novas regras ortográficas entram em vigor no Brasil. Os livros eletrônicos surgem, ultrapassam a barreira usual das novidades e as intermináveis discussões sobre o tema, e obtêm uma rápida aceitação do mercado e público, com consequente irrupção de leitores, atraídos ultimamente por aplicativos, estantes em nuvens, ferramentas que tornaram as obras literárias disponíveis para

12 “O PNLD-EJA é o Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos. Ele incorporou

o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA), e ampliou o atendimento, incluindo o primeiro e o segundo segmentos de EJA, que correspondem aos anos iniciais e finais do ensino fundamental e o ensino médio na modalidade EJA. Seu objetivo é distribuir obras e coleções de qualidade para alfabetizandos do Programa Brasil Alfabetizado e estudantes da EJA das redes públicas de ensino”. PNLD-

EJA 2013/2014: Disponível em: <http://pnld.mec.gov.br/> . Acesso em: 7 set. 2014.

13 “O MEC realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetização de jovens,

adultos e idosos. O programa é uma porta de acesso à cidadania e o despertar do interesse pela elevação da escolaridade”. Portal do MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=17457&Itemid=817>. Acesso em: 7 de set. 2014.

14 “A Leia Mais, Seja Mais integra o Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), uma iniciativa de R$ 373 milhões

que conta com apoio de vários órgãos de governo e inclui cerca de 40 projetos para a cadeia produtiva do livro, bibliotecas e incentivo à leitura”. Disponível http://www.brasil.gov.br/cultura/2012/08/programa-de-incentivo-a- leitura-leia-mais-seja-mais-e-lancando> Acesso em: 7 set. 2014.

15 No site da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil temos documentos com vários Projetos de Leitura e

prêmios. A fundação iniciou sua premiação anual em 1975 e “foi contratada pelo FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação], em 1998, para selecionar 106 títulos de literatura infantil para compor o acervo de 36 mil escolas públicas do primeiro segmento do ensino fundamental por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE” (site FNLIJ). Disponível em: <http://www.fnlij.org.br/site/pnbe-1999.html>. Acesso em: 9 out. 2014.

todos, a preços baixos ou gratuitos, e praticamente todos os dias aparecem mais livros disponíveis e sem custo para o leitor, assunto que certamente merece mais estudos.

Carolina Dalenogare Vaz (2010) oferece um bom panorama e explica como a universalização da educação primária na década de 1990 contribuiu para a melhoria dos índices educacionais. Além disso, depois de 1994, o Brasil conseguiu estabilizar-se após anos de turbulência econômica causada entre outros fatores pelas altíssimas taxas de inflação. Como resultado, foi dada maior atenção aos indicadores sociais, tais como os níveis de ensino, criando-se programas específicos para cada etapa da educação, e foram aumentadas as despesas neste setor, elementos que contribuíram para melhorar significativamente os índices educacionais ao longo dos anos seguintes. Em sua análise, a pesquisadora ainda observa uma crescente melhoria na histórica desigualdade de renda da sociedade brasileira, traduzindo-se em aumento do poder aquisitivo e grande desenvolvimento de um mercado interno. Nos últimos anos, houve também uma maior valorização da educação: “compreende-se que a pouca ou a falta de escolaridade leva à marginalização do indivíduo, o qual dificilmente conseguirá um emprego formal” (Vaz, 2010: 39).

Como já foi mencionado, as celebrações do quarto centenário do Quixote foram marcadas por uma série de edições importantes. Entre a adaptação de José Angeli e a obra de Ferreira Gullar passaram-se dezessete anos, e surgiram doze novas versões diferentes, entre elas três peças de teatro (1996 e duas em 1998), oito adaptações destinadas para crianças menores de dez anos e aquela já citada para ensino de espanhol.

Em 2002, faltando três anos para a grande festa cervantina, são editados dois livros que integram nosso corpus, assinados por Ferreira Gullar e Walcyr Carrasco. A primeira adaptação,

Dom Quixote de la Mancha, foi lançada pela Revan (uma empresa de porte médio de trinta anos

de idade, localizada no Rio de Janeiro) e autodesignada como uma tradução. O livro é de tamanho grande, possui 224 páginas e ilustrações de Doré, e passa a impressão de uma tradução integral, inclusive, como veremos no capítulo três desta pesquisa, porque traduziu alguns trechos com muita literalidade, e não causaria espanto correlacionar isso com as mudanças da sociedade brasileira em relação à língua de Cervantes. Em 2001, como visto, publica-se, pela primeira vez, uma adaptação do Quixote em espanhol16, portanto o público leitor recebeu muito

bem essa inédita versão que aproxima o leitor, deixando que leia um texto mais próximo do livro cervantino, em um movimento contrário à norma tradutória vista até agora, na qual é a

16 Além disso, como foi explanado durante nossa Introdução, em 2002 foi lançada a tradução integral bilíngue do

livro de 1605 feita por Sérgio Molina, e em 2007 surge a tradução do livro de 1615, pelo mesmo tradutor e editora 34, ambas as edições apresentadas pela professora Maria Augusta da Costa Vieira (Cobelo, 2009).

obra que se aproxima do leitor, nacionalizando-se, sendo apropriada, misturando-se com o folclore nacional, como no caso dos cordéis e muitas das adaptações para o público infantil. É o livro mais caro do corpus, com acabamento luxuoso, orelhas, paratextos e nota do tradutor, denotando uma mudança significativa em relação aos livro anteriores, especialmente aqueles publicados na década de 1990.

Walcyr Carrasco detém os direitos de sua tradução e adaptação, intitulada Dom

Quixote, e por essa razão pôde aceitar a irrecusável proposta da editora Moderna de ter toda a

sua produção de literatura infantojuvenil reunida em uma biblioteca (selo com várias coleções de livros), a atual Biblioteca Walcyr Carrasco. Ele deixou de publicar seu Quixote na editora FTD, que editou com o livro desde seu lançamento em 2002 até 2011, como mostraremos a seguir, no capítulo dos Agentes responsáveis pelas dez adaptações selecionadas no corpus.

Fundada no Brasil em 1902, a editora FTD serviu para intensificar o trabalho dos Irmãos Maristas que desde sua chegada ao país, em 1897, se envolveram com educação, e dirigiram várias escolas de ensino médio. Logo surgiram traduções e adaptações de vários livros da matriz francesa, assim como novos livros escritos para atender às necessidades específicas da cultura brasileira. Hallewell (2005: 708) explica que houve uma grande transformação na FTD depois de 1965, e conta como subsídios públicos para livros didáticos estimularam o crescimento dessa editora educacional.

O livro desse roteirista de novelas e escritor foi publicado pela editora Moderna completamente revisado pelo próprio Walcyr Carrasco, como será visto depois: foram cortados longos trechos, omitidas as menções ao uso de bebidas alcoólicas, assim como o sumiço da biblioteca do cavaleiro, e alguns detalhes de menor importância. A adaptação tem um formato de livro para adultos, uma diagramação bem atual, com muitos paratextos, inclusive um breve ensaio da professora Marisa Lajolo. O livro está na quarta reimpressão e não vem acompanhado de encarte com atividades como seu Quixote da FTD.

Entre 2002 e 2008 (2005 + - três anos)17 surgiram 29 novas edições do Quixote. Como

até 2002 tínhamos um total de 31 diferentes versões da obra, isso significa que em sete anos foi lançada quase a mesma quantidade de novas edições que o total conseguido em 116 anos de

Quixotes em nossa literatura infantojuvenil. Só em 2005, o ano da grande festa cervantina,

apareceram quinze novos livros, além de doze republicações de edições anteriores. Esse foi o ano em que tivemos variedade de gêneros inéditos nesta história das adaptações da obra. Além

17 Pelos resultados obtidos neste doutoramento e nas pesquisas feitas para a historiografia das traduções integrais

do Quixote (Cobelo, 2009), notamos que o período de influência da efeméride (quarto centenário da obra) é de três anos antes e três depois da data em si.

das tradicionais versões em prosa, as celebrações finalmente inspiram quadrinistas brasileiros a fazer seus Quixotes em forma de quadrinhos (Caco Galhardo) completamente nacionais, com direito a uma graphic novel (Paula Mastroberti).

Mas a surpresa maior foi o cordel. Muito encontrado na península Ibérica nos séculos XVIII-XIX, a literatura de cordel atualmente é apenas registrada no Brasil. Trazida pelos portugueses, a literatura de cordel é um gênero ainda bastante em uso, especialmente na atualidade, com a criação do cordelivro e sua utilização nas escolas. Não há registro de versões do Quixote em cordel na Europa, nem no Brasil anteriores às escritas aqui neste século18.

Aquela assinada pelo famoso cordelista J. Borges foi recomendado pelo MEC para utilização em escolas e foi inclusive traduzida para o espanhol, no mesmo ano de sua primeira edição. Outra versão republicada é a de Klévisson Viana, que inclusive agora está sendo publicada pela editora Amarilys como uma edição mais luxuosa, nova diagramação e capa, mostrando o status adquirido por essas obras que antigamente eram encontradas apenas em forma de folhetos grampeados em feiras do Nordeste.

Os Quixotes mais republicados de 2005 são as obras de Leonardo Chianca, Rosana Rios e particularmente Ana Maria Machado, livros que integram nosso corpus.

A versão do autor e editor Leonardo Chianca, proprietário da empresa prestadora de serviços editoriais Jogo da Amarelinha, foi publicada pela DCL em 2005. A empresa é uma editora de pequeno e médio porte, fundada em 1967 e especializada em edições de livros infantojuvenis. O livro foi reeditado seis vezes e apresenta um texto curto e sem notas, acompanhado de alguns paratextos finais, mas sem notas. O autor e o ilustrador detêm os direitos autorais.

A escritora Rosana Rios assina a edição da Escala Educacional, publicada em 2005, um ano depois da fundação da pequena editora. Produto direto dos novos tempos de muitos planos de compras federalizadas de livros, essa empresa se especializou na produção de uma série de livros didáticos destinados a creches, escolas primárias e setores de ensino secundário. Eles têm várias séries, 33 para crianças menores e 26 séries para o público infantojuvenil. A série

Recontar Juvenil (antiga Reviver) é composta de 31 livros, a maioria com 88-96 páginas, e

inclui títulos clássicos como Dom Quixote, que foi republicado seis vezes e produzido editorialmente por uma empresa terceirizada, Jogo da Amarelinha. Esse fato produziu uma situação curiosa, um adaptador de Dom Quixote [Leonardo Chianca] editando uma outra versão do Quixote…

18 Essas adaptações são estudadas no artigo “Dom Quixote e os cavaleiros do cordel”, apresentado no Congresso

A premiada Ana Maria Machado assina a adaptação publicada pela Mercuryo Jovem, O

cavaleiro do sonho, voltando a trazer o texto para as crianças menores, público que foi um tanto

negligenciado pelos editores dos Quixotes adaptados depois dos anos 1990, substituído pelos livros para maiores de dez anos exatamente pela demanda criada pelos programas de compra de livros paradidáticos. O livro, ilustrado pelas belas gravuras de Portinari e com uma esmerada produção gráfica, recebeu um prêmio hors concours para o melhor livro readaptado da FNLIJ em 2006, e atualmente está em sua 13ª reimpressão (2013).

Nesse período entre 2002 e 2008, também tivemos um número recorde de adaptações traduzidas, oito, sendo que até 2000 havia a tradução de apenas cinco obras e uma delas era em forma de quadrinhos, criada por Will Eisner (1999). Chamam a atenção alguns nomes nos créditos das traduções: Sérgio Molina, tradutor do Quixote (editora 34), verte a adaptação publicada pela Livraria Martins Fontes em 2005. No mesmo ano, Marina Colasanti, jornalista, tradutora e conhecida autora de livros para jovens, assina a tradução lançada pela Global Editora.

Em 2006, temos outra prosa publicada em espanhol pela Companhia Editora Nacional (não é relacionada com a antiga empresa de Lobato com o mesmo nome), e em 2007 e 2008 são publicados dois livros com o mesmo título: Dom Quixote das crianças; porém nenhum deles é assinado por Monteiro Lobato, pois o reconto de dona Benta da história do cavaleiro da Mancha naquele momento estava em transição entre as editoras Brasiliense e Globo. O primeiro livro é uma adaptação para quadrinhos do Quixote lobatiano estudada no corpus, com roteiro de André Simas. No ano seguinte, a Editora Paulinas lança a tradução de uma adaptação espanhola de Rosa Navarro, El Quijote contado a los niños (2007), aqui convenientemente traduzido com o mesmo título da canônica adaptação lobatiana, Dom Quixote das crianças, possivelmente ideia de algum colaborador da área de marketing da editora católica.

Além dessas, há duas obras em prosa, uma assinada por Arnaldo Niskier, da Consultor (2007), e uma tradução da apropriação escrita por Gustavo Martín Garzo, Dulcineia e o

cavaleiro adormecido (2008).

Em 2008 é publicada a última adaptação de nosso corpus. Na capa, logo depois do título,

Dom Quixote, encontramos os dizeres: “Adaptação para neoleitores a partir do original em espanhol: Fabio Bortolazzo Pinto”. Nas edições anteriores a 2014, o nome de Bortolazzo Pinto só aparecia na página de rosto. Essa proposta, adaptação para neoleitores, parece estar conforme com o objetivo do Programa Nacional do Livro Didático da Educação para Jovens e Adultos (PNDL-EJA): “distribuir obras e coleções de qualidade para alfabetizandos do

Programa Brasil Alfabetizado e estudantes da EJA das redes públicas de ensino”19, algo que a

distinguiria das outras versões estudadas. Ao contrário daquilo que apregoa, essa adaptação ficou bastante próxima ao texto, como veremos no capítulo três desta pesquisa; portanto, trazendo o leitor para a obra, optando por uma narrativa com alusões sexuais, metalinguagem, ilustrada com desenhos de quadrinhos e que devem agradar tanto ao adolescente como ao estudante do programa de Educação para Jovens e Adultos. A adaptação foi publicada seis vezes de 2008 a 2014. O livro é brochura em formato bolso, completamente de acordo com a política e tradição da casa editorial.

Os direitos da obra e ilustrações pertencem à editora L&PM, empresa fundada em 1974, em Porto Alegre, que iniciou sua bem-sucedida história empresarial publicando ensaios políticos e ficção de prestigiados escritores brasileiros, como Millôr Fernandes e Luís Fernando Verissimo. Na década de 1990, quando a economia estava em recessão e várias empresas estrangeiras entraram agressivamente no mercado editorial, a L&PM foi salva por fazer um forte investimento no mercado de livro de bolso, do qual foi uma das pioneiras no país. A empresa também possui vários títulos em quadrinhos e mangás, inclusive uma coleção especializada em obras canônicas: Clássicos da Literatura em Quadrinhos, com um volume chamado Dom Quixote, tradução de uma adaptação em quadrinhos (2012).

Para finalizar, de 2009 a 2013 é o momento em que passamos das festas cervantinas do primeiro livro de 1605 para os preparativos da celebração do segundo livro, que em 2015 completa seu quarto centenário. Se utilizarmos o mesmo raciocínio, projeta-se um período prévio de três anos e outro idêntico posterior, e teremos sete anos influenciados pela efeméride (2012-2018). Mas, no caso de Cervantes, há uma particular cronologia de suas obras e biografia, pois o autor espanhol lançou várias obras em um curto espaço de tempo, morrendo logo a seguir. Portanto, em 2016 teremos o quarto centenário de sua morte. Também há o fator da própria fama do Quixote, estendendo-se por essa razão as datas em três anos; mas, no caso desta obra, por ter sido lançada com dez anos de separação, as datas se sobrepõem, pois nos quatro anos em que se esperava um recesso, 2009-2011, são publicadas quatro versões para crianças menores de dez anos (duas são apropriações), quatro obras em quadrinhos, o exemplar já

19 Ver Portal do Ministério da Educação, Programa Nacional do Livro Didático para Educação de Jovens e adultos

(PNLD-EJA). Segundo Monteiro (2006: 130), em 2003 o MEC criou o Projeto “Leituração”, para incentivar o hábito de leitura entre os alunos recém-alfabetizados, e possuíam “uma parceria com os Correios para a entrega de cerca de 3 milhões de livros na residência dos recém-alfabetizados”. O pesquisador exemplifica com a coleção É

só o começo e informa que para “dar continuidade ao projeto, o MEC estabelece uma comissão técnica para análise

e seleção dos livros composta por especialistas, como, por exemplo, Marly Amarilha (UFRN) e Luis Augusto Fischer (UFRGS), sob a presidência de João Luiz Homem de Carvalho”, sendo o professor Luis Augusto Fisher também responsável pela coleção de clássicos da L&PM, É só o começo, mostrando a pouca neutralidade dessas escolhas.

comentado da L&PM, a segunda parte do Quixote (Caco Galhardo) e dois gibis da Disney, com roteiros feitos em 1956, e 1987 no exterior e traduzidos ao português.

As duas últimas versões, comentadas a seguir, confirmam o movimento oscilante de aproximação e afastamento ao texto fonte colocado como hipótese, em contraposição à hipótese de retradução, pois os livros não mostram uma contínua e crescente aproximação ao texto matriz. Com títulos idênticos, e próximas ao Quixote cervantino, as obras foram editadas como

tradução e adaptação, com paratextos em abundância, disponibilizando informações sobre

Cervantes, o Quixote e temas relacionados com a história de Cervantes, com diversas ilustrações coloridas.

O primeiro livro é uma tradução de uma obra escrita em inglês, assinada pelo tradutor profissional Eduardo Rado, editado em 2012 pela Editora Nova Cultural (coleção O Prazer da

Leitura). Com 294 páginas, parece ser muito completo, com vários episódios nunca adaptados

para as crianças. A segunda obra, um pouco menos volumosa (223 páginas), foi adaptada pela acadêmica Lígia Cardemartori e publicada pela FTD em 2013. Essa mesma editora que perdeu sua versão do Quixote de Carrasco para a Moderna, confirmando a designação de pots and pans para esse tipo de adaptação e/ou tradução.