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A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO ATUAL CONTEXTO BRASILEIRO

2. O ATUAL CONTEXTO BRASILEIRO

2.3. O Contexto Político:

Regime autoritário e "Abertura" Política.

Passando ao contexto político, eu situaria como tendência estrutural o regime autoritário e, ao nível conjuntural, a "abertura política". For que eu situo no plano estrutural o regime autoritário? Vejam, assim como a tendência estrutural, no plano econômico é a radicalização do projeto do desenvolvimento capitalista; no plano social é a caracterização das classes fundamentais da sociedade capitalista, assim, no plano político também é muito difícil, a curto prazo, uma transformação que sepulte a idéia do regime autoritário. Nesse sentido, então, é que eu vejo a abertura política como uma manifestação conjuntural.

Quais são os indicadores disto? Um dos indicadores é o fato de que a abertura é colocada como lenta, gradual e segura. Essa abertura lenta, gradual e segura é limitada, articulada não apenas com a manutenção, mas mesmo com o aprimoramento dos órgãos da segurança, os organismos de repressão. Ora, é fácil de se perceber que os organismos de repressão contribuem para a manutenção do regime autoritário, aprimorando, inclusive, o serviço de informações. Quando nós analisamos, por exemplo, o projeto de reformulação partidária apresentado pelo governo, vai se destacar claramente nos termos deste projeto a permanência do regime autoritário: quer dizer; a abertura é uma abertura que redefine a composição do poder, garantindo ao regime autoritário um maior suporte, uma maior consistência, uma maior legitimação. Enquanto comandada pelo governo, a abertura insere-se, pois, na tendência de se afirmar o caráter autoritário do regime.

3. CONCLUSÃO

Eram esses pontos que eu queria colocar para a análise do contexto brasileiro. Agora, como ficaria a educação e a orientação educacional nesse quadro?

220 ▲ Retomemos as premissas colocadas no início: o orientador é antes de tudo um educador; a educação é um ato político; a função técnica é sempre subsumida por uma função política.

Dadas as características estruturais e conjunturais de nosso contexto, a sociedade brasileira é uma sociedade do tipo capitalista. E a sociedade capitalista é uma sociedade caracterizada por classes antagônicas, cujos interesses são, pois, inconciliáveis. Isto quer dizer que, quanto mais se aprofunda o processo de desenvolvimento capitalista, tanto mais se distanciam esses interesses e esse caráter contraditório tende a se aprofundar.

Dizer-se então, que a educação é um ato político, significa, no quadro social, dizer-se que a educação não está divorciada das características da sociedade: ao contrário, ela é determinada pelas características básicas da sociedade na qual está inserida. E, quando a sociedade é dividida em classes cujos interesses são antagônicos, a educação serve a interesses de uma ou de outra das classes fundamentais.

As considerações supra são essenciais para se compreender a forma como a educação se articula com o contexto brasileiro atual, contexto esse que é caracterizado por uma crise de conjuntura. Com efeito, pela análise feita, percebe-se que a crise se manifesta a nível dos elementos conjunturais. Assim, a crise que a universidade brasileira vive, a crise que a educação vive, caracteriza-se dentro da crise de conjuntura. Sabe-se, por exemplo, que, nos últimos anos, dado o controle político da tecnoburocracia militar que assumiu atarefa de planejar o processo econômico, a educação foi chamada a integrar esse processo. E nesse sentido toda a ênfase posta na tarefa educacional foi uma ênfase técnica, uma ênfase de racionalidade técnica. É isto que vem sendo chamado de crise da universidade, a universidade tecnocrática. Esta crise vem sendo identificada e uma série de organizações da sociedade civil (como as Associações de Docentes) vêm pleiteando providências e tentando encontrar novas saídas. Essa situação de crise conjuntural é geral, tanto é que o

próprio Conselho de Reitores vem discutindo essa problemática e vem buscando alternativas para pensar um novo modelo de universidade. O próprio aparelho governamental se insere nesse quadro. O projeto de transformação das Universidades Federais em autarquias especiais se insere na tendência que vai mais longe, que é a tendência da transformação das entidades educacionais oficiais em Fundações. Ora, o que é a proposta de Fundações, senão, num plano mais profundo, a tentativa de articular a universidade com o processo de privatização? Nesse quadro, o que cabe dizer é o seguinte: do ponto de vista da perspectiva dos interesses dominantes,

221 ▲ a crise de conjuntura é vista como um desvio que cabe ser contornado. Do ponto de vista dos interessados dominados, a crise de conjuntura é vista como uma manifestação das contradições da estrutura. Então, vejam como é que se configura a correlação de forças nesse contexto. Configura-se da seguinte maneira: dado que os interesses dominantes apontam na direção da conservação dessa estrutura, da perpetuação dessa estrutura dominante, todo o interesse caminha no sentido de evitar que as contradições da estrutura venham à tona. Assim, poderíamos dizer que os interesses da classe dominante caminham contra a história, quer dizer, coincidem com a tendência de frear o processo histórico, processo esse que se configura pelas transformações a nível conjuntural que na medida em que vão se aprofundando, se transformam em fatores geradores da nova estrutura.

Ora, na perspectiva dos interesses dominados, nós vemos justamente o inverso: esses interesses apontam no sentido de aceleração do processo histórico, de se "empurrar" o processo histórico. Porque isto? Porque não interessa às camadas dominadas a manutenção da estrutura, mas interessa a transformação dessa estrutura; interessa, justamente, construir um tipo de sociedade que os liberte da situação de dominação. Assim sendo, na perspectiva da classe dominada, a crise de conjuntura é vista como manifestação das contradições da estrutura e, portanto, sua ação não vai na direção de interpretar a referida crise como acidente que não só pode como deve ser contornado, mas vai na direção de explorar os elementos de conjuntura no sentido de que eles possam vir a alterar a própria estrutura. Conseqüentemente, os elementos de conjuntura são vistos como instrumentos para se trazer à tona, para pôr em evidência as contradições de estrutura e, nesse sentido, mudar a correlação de forças para transformação da própria sociedade.

É nesse quadro que o Orientador Educacional se situa. E a Orientação Educacional tanto pode desempenhar o papel de contornar acidentes da estrutura, de impedir que as contradições estruturais venham à tona, de segurar a marcha da História, de consolidar o status quo, quanto pode desempenhar o papel inverso de, a partir dos elementos de conjuntura, explicitar as contradições da estrutura, acelerar a marcha da História, contribuindo, assim, para a transformação estrutural da sociedade.

Em outros termos, era isto o que eu queria dizer quando afirmei que a educação é sempre um ato político, ou seja, ela está sempre posicionada no âmbito da correlação de forças da sociedade em que se insere e, portanto, está sempre servindo às forças que lutam para perpetuar ou transformar a sociedade.

Quando afirmei que a função técnica é sempre subsumida pela função política,

222 ▲ eu quis dizer que a educação, ainda que seja interpretada como uma tarefa meramente técnica, nem por isso ela deixa de cumprir uma função política. Aliás, limitá-la à função técnica é uma forma eficiente de colocá-la a serviço dos interesses dominantes. Assim, é só por ingenuidade que se poderia acreditar no caráter apolítico da educação. A superação dessa ingenuidade se dá através da tomada de consciência dos limites que a situação objetiva impõe às tarefas que são desempenhadas. E o processo de desenvolvimento da consciência crítica passa, inicialmente, pela destruição da ilusão de poder. Tal processo, via de regra, é acompanhado de um sentimento de frustração, de uma espécie de desespero. Mas essa frustração não faz muito sentido. Ela só faria sentido se se estivesse perdendo um poder de foto. E o que se está perdendo é a/7usõo de poder. Então, não há perda alguma. Mais do que isso: ao perder a ilusão de poder é que se ganha condições de se ter um poder efetivo. Um poder limitado, é certo, mas um poder real; não um poder ilimitado, porém ilusório. Ora, a história do pensamento humano, a história do conhecimento, a história da humanidade não é outra coisa senão isto. Para que a humanidade ascenda ao nível da ciência, o que faz? Ela supera a visão mágica do mundo. Ora, na visão mágica, o homem acredita dominar os fatos por um poder intrínseco, por um poder pessoal; mais do que isso, a medida em que essa visão mágica comporta o controle da realidade por forças superiores, a visão mágica pressupõe uma aliança dos homens com os poderes superiores. Daí porque a visão mágica do mundo supõe sempre um culto às forças superiores, às forças da natureza. Assim, por exemplo, o modo dos povos agricultores, que não dominavam ainda as leis do desenvolvimento da natureza, se protegerem das intempéries do tempo era cultuar como deuses as forças da natureza: o trovão, a chuva, etc.; e este culto era a forma através da qual se procurava atrair o beneplácito dessas forças e, com isso, ter a garantia de que as colheitas não seriam prejudicadas pela ação negativa dessas forças.

Ora, a partir do momento em que se começa a descobrir as leis que regem a natureza, o que ocorre? Desfazem-se esses poderes e se ganha consciência dos limites. Com efeito, as leis da natureza vigoram sobre a natureza em seu conjunto, portanto, sobre o homem também. Quando o homem descobre, por exemplo, a lei da gravitação universal

("matéria atrai matéria na razão direta das massas e inversa do quadrado das distâncias"), essa é uma lei que vale para toda a natureza, logo, para o homem também. E isto é um limite (por exemplo, sob o jugo desta lei que lhe é impossível derrogar, o homem não pode voar). Entretanto, é sobre esse limite que se funda um poder real. Com efeito, foi justamente a partir do conhecimento dessa

223 ▲ lei que o homem descobriu também as leis da aerodinâmica e construiu o aeroplano, o qual não derroga a lei da gravitação universal. Simplesmente é uma forma de controlá-la e submetê-la aos desígnios humanos. Conseqüentemente, a questão da frustração quando associada ao processo de assunção da consciência crítica, eu a interpreto da seguinte maneira: trata-se da consciência dos limites, a consciência dos limites objetivos. Mas essa consciência dos limites objetivos é condição necessária para se agir sobre o objeto, sobre a realidade concreta.

Em conclusão: para que o orientador educacional ascenda de uma postura ingênua a uma postura crítica é necessário que ele tome consciência dos condicionantes objetivos de sua ação. Ora, a compreensão dos condicionantes objetivos da Orientação Educacional passa, necessariamente, pelo exame do contexto em que ela se insere. Conseqüentemente, uma análise crítica da Orientação Educacional no quadro da educação brasileira atual só pode ser feita através do exame do contexto brasileiro atual. Tendo exposto, nesta palestra, as características estruturais e conjunturais que configuram o contexto sócio-econômico-político brasileiro atual, espero ter apresentado os elementos necessários para encaminhar adequadamente uma discussão crítica da problemática da orientação educacional.

QUESTÕES

PERGUNTA - Como seria o papel da Educação e da Orientação Educacional dentro de uma escola de classe alta? Ali a

conscientização de classes deveria ter que sentido?

SAVIANI - Entendo que nas relações de classe trava-se uma luta pela hegemonia. Essa luta supõe - se eu me posiciono

do lado dos interesses populares - a difusão de uma concepção de mundo adequada aos interesses populares. Ora, isto supõe que essa difusão também se estenda aos elementos das camadas privilegiadas. No meu modo de ver, aí, praticamente o trabalho educativo teria a função de fazer recuar os preconceitos (o que eu costumo chamar de "substituir o preconceito pelo conceito"). Muitas das resistências que as camadas médias a põem às forças populares derivam de preconceitos. Quer dizer, toda organização das camadas populares tende a ser caracterizada em termos de alguns clichês, como, por exemplo, comunismo, sem nunca se pensar o que significa realmente a movimentação das camadas populares e, mesmo, o que significa o próprio comunismo. Isto significa que já há uma atitude preconceituosa. Nesse contexto, a difusão de uma perspectiva, de uma

224 ▲ concepção de mundo adequada às classes populares - também para as camadas médias - no meu modo de ver, teria esse papel de fazer recuar preconceitos e, com isso, dirimir resistências à elaboração e à circulação de uma concepção de mundo adequada aos interesses populares. Isto, em grandes linhas. O assunto é bem mais complexo e exigiria maiores comentários que, no entanto, não é possível fazer agora.

PERGUNTA - Até que ponto o orientador educacional, como parte de um plano de ação educativo já definido pelo

sistema político, pode, individualmente, assumir o papel de modificador da situação existente ou de manutenção da mesma?

SAVIANI - Individualmente, ele pode muito pouco. O que ele pode é redefinir suas funções no interior da área

educacional (da escola, de outros setores). E enfatizar o essencial, preocupando-se, por exemplo, com o conteúdo, centrando-se mais na difusão das informações, na qualidade dessas informações do que na questão técnica. É claro que, a partir da consciência de que não são os indivíduos que fazem a História (são os homens que fazem a História mas eles não a fazem como indivíduos e sim na atuação conjunta com os demais); que, na sociedade de classes, o homem faz a História na medida em que se articula com a classe fundamental, cujos interesses estão ajustados às tendências históricas de desenvolvimento da sociedade existente, conclui-se que a organização dos orientadores é importante, embora não seja suficiente. É necessário que essa associação explore aqueles fatores conjunturais que eu indiquei: explore a movimentação da sociedade civil, explore as manifestações das camadas populares e tente encontrar mecanismos de se articular com outras organizações que estão mais diretamente ligadas a essas manifestações populares.

PERGUNTA - Quais os regimes políticos que minimizariam as diferenças de classe?

SAVIANI - Aqui, é claro que se a gente fosse pensar em termos da tendência da evolução histórica, nós diríamos que o

regime socialista é menos diferenciador de classes que o regime capitalista, para falar em termos da base econômica. Agora, com isto, eu gostaria de frisar o seguinte: quando enfatizei que, em termos do aspecto político o que temos estruturalmente é o regime autoritário e a abertura política como dado de conjuntura, eu queria sugerir que, mesmo no quadro da socie-

225 ▲ dade capitalista, a superação de um regime autoritário por um regime democrático -ainda que democrático burguês - é um passo mais avançado que o regime autoritário. Então, é nesse sentido que cabe, por exemplo, utilizar o elemento conjuntural -a abertura política - como um instrumento de transformação estrutural, porque a superação do regime autoritário, o desmantelamento dos órgãos repressivos, dos órgãos de segurança, dos órgãos de informações, permitiria uma mobilidade maior da sociedade civil, uma circulação maior de contra-ideologias, e não apenas da ideologia dominante. Trata-se, então, de um regime que possibilita maior participação e, no âmbito dessa participação, no bojo dessa participação, é possível abrir espaço também para que as camadas dominadas se organizem e busquem expressar seus interesses. Eu gostaria de colocar esse tipo de questão, para evitar que se fique com a ideia maniqueísta, formalista, anti-histórica, inviável, que é a de que o regime vigente é todo ele mau e o regime bom é todo ele outro. Mas, na medida em que o novo regime é antitético (é outra coisa que o atual) ele vai surgir donde? Aqui, só fazendo intervir uma visão mágica: ele vai surgir por um golpe de mágica, num certo momento, não sei por qual poder de prestidigitação (o existente se desmorona e no lugar dele se coloca o novo). Ora, não é isto o que ocorre. O novo surge do velho. A sociedade nova é forjada a partir desta que está aí. Acontece que, sendo contraditória, a sociedade existente traz em seu bojo as forças do novo e as forças do velho em choque. Na caracterização que fiz, as forças dominantes são as forças do velho. Por quê? Sendo dominantes, o interesse delas é perpetuar a dominação. Agora, as forças dominadas são as forças do novo, porque não têm nenhum interesse em perpetuar a dominação, elas têm interesse de se libertar da dominação. E a libertação da dominação aponta para a construção de um novo tipo de sociedade. Mas esse novo tipo de sociedade vai surgir dessa correlação de forças, vai surgir dos germes desta que está aí. Esta é que me parece ser a concepção dialética, a concepção adequadamente revolucionária, a concepção histórica conseqüente.

PERGUNTA - Como você situaria, no contexto exposto, a ênfase que está impregnando a prática da Orientação

Educacional na informação profissional? (Relacionar um pouco com a corrente analítica, se for o caso.)

SAVIANI - Acho que o contexto exposto poderia oferecer subsídios para a interpretação desta problemática, se

pensarmos que a Orientação Profissional tem sido definida como questão meramente técnica. Ora, na verdade, dado que a informação

226 ▲ profissional é uma das funções proeminentes do Orientador Educacional (seria, então, o Orientador Vocacional), vejam que temos aí uma fragmentação bastante ampla da atividade educativa. Quando parti da afirmação de que o orientador é antes de tudo um educador, eu já situei a própria Orientação como fragmentação da atividade educativa. No entanto, no âmbito da Orientação surgem subfragmentações: a orientação vocacional, a informação profissional já seriam uma especificação maior.

Não sei se seria o caso de responder a esta questão em termos mais amplos. Eu poderia responder de modo mais direto: simplesmente dizer que a ênfase na prática da informação profissional é manifestação da hipertrofia da função técnica em detrimento da função política do Orientador Educacional. Mas como escapar disto? Seria possível desenvolver uma orientação profissional que estivesse articulada com uma função política explícita, que não hipertrofiasse a tarefa técnica? Para responder a esta pergunta, como está proposta aqui, eu teria que situar a questão da Orientação em termos mais amplos. E aí, então, o que tenho a dizer é o seguinte: a Orientação Educacional, como as demais habilitações no campo da Pedagogia, se revela problemática. Em que consiste essa problematicidade? Eu teria que a ver em dupla ordem. A primeira ordem eu chamaria de teórica ou epistemológica, quer dizer, a Orientação Educacional, como as demais habilitações (Supervisão, Administração, etc), não tem uma especificidade teórica, uma especificidade epistemológica própria. Então, nesse sentido, ela acaba por não configurar uma habilitação no sentido teórico. Se passarmos para o plano prático, veremos que também nesse sentido ela é destituída de especificidade. Quando falo em "plano prático", quero me referir ao que ocorre nas escolas. Pelo que eu tenho notado nos contatos com

os orientadores, existem queixas mais ou menos freqüentes de que o Orientador; nas escolas, faz de tudo menos a Orientação propriamente dita. Então, na prática, ele não teria especificidade, porque é sempre chamado - alguns dizem que o Orientador Educacional é "quebra-galho" - a fazer de tudo. O que significa isto? Significa, basicamente, que a própria estrutura da escola não tem um teor que comporte uma divisão mais sofisticada de tarefas (que implicaria uma função própria, específica, exclusiva do Orientador Educacional). Nesse quadro, se a gente fosse radicalizar essas considerações, ou seja: se não há uma especificidade teórica ou epistemológica, se não se configura como uma área de saber autônomo, uma vez que depende de fundamentações que não são propriamente da Orientação (dependem, por exemplo, da Psicologia, da Sociologia, da Filosofia, da Política, da História...); se, de outro lado, ela não se configura também como uma especificidade a nível prático - então, o que

227 ▲ resta concluir; se a gente radicaliza o raciocínio? Talvez seria melhor extinguir não só a Orientação Educacional, mas todas as habilitações. Mas acho que, antes de levar a questão a esse tipo de consequência, caberia perguntar: por que existem, então? se não têm especificidade teórica nem especificidade prática, por que foram criadas? por mero acaso? por um erro dos planejadores? por uma distorção? Não. Se essas habilitações foram criadas, elas devem desempenhar algum papel, e isto deve atender a determinados tipos de exigências. Quais seriam essas exigências? Para situar esta questão, eu gostaria de continuar naquela linha de raciocínio, que é a de sempre entender a Orientação Educacional