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3.5 Delimitação do estudo

4.2.2 O Curso de Sistemas de Informação

A criação do curso de Sistemas de Informação foi resultado da idéia de tornar a UCB centro de excelência em TI. A sua implantação deu-se por meio da decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão em reunião realizada em 17 de novembro de 2000.

Hoje o curso se encontra em processo de reconhecimento pelo Ministério da Educação. Sua organização curricular prevê uma duração mínima de 8 semestres, com oferta 90 vagas, semestrais no turno noturno, no campus I. O corpo docente do curso é formado por 43 professores, desses 25 são compartilhados com o curso de Ciência da Computação.

O objetivo do curso é formar profissionais para atuar na área da informática, com aptidão para planejar, projetar, desenvolver, implementar e implantar sistemas de informação em organização públicas e privadas, por meio da utilização de tecnologias modernas, eficientes e eficazes. Para isso, o curso integra a formação tecnológica em informática e humanística à importância da informação como recurso empresarial, visando à compreensão das reais necessidades das organizações e a determinação de soluções informatizadas.

O curso caracteriza a formação seus egressos em três aspectos, a saber: a) Gerais: capacidade para aplicar seus conhecimentos de forma independente e

inovadora, de forma a acompanhar a evolução do setor e contribuir para na busca de soluções por meio das diferentes áreas aplicadas; formação humanística, permitindo a compreensão do mundo e da sociedade e o desenvolvimento de habilidades de trabalho em grupo e de comunicação e expressão; formação de negócios, permitindo uma visão dinâmica da organização; preocupação constante com a atualização tecnológica e com o estado da arte; e conhecimento básico da legislação trabalhista e de propriedade intelectual.

b) Técnicas: capacidade de modelagem e especificação de soluções computacionais para diversos tipos de problemas decorrentes das aplicações da tecnologia da informação; capacidade de gestão de recursos da tecnologia da informação e de sua incorporação ao planejamento estratégico das organizações; capacidade de validação da solução de um problema de aplicação da tecnologia de informação; capacidade de projeto e implementação de uma

infra-estrutura de TI e sistemas, e de estabelecimento de critérios para a seleção de software e hardware que abranjam toda a organização.

c) Éticos-sociais: respeito aos princípios éticos da área de computação; capacidade de implementar sistemas que visem a melhorar as condições de acesso, assim como facilitá-lo, e disseminar o conhecimento na área de computação; e visão humanística, crítica e consistente sobre o impacto de sua atuação profissional na sociedade.

De acordo com o Projeto Pedagógico do curso, a operacionalização do processo formativo do curso se dá mediante as atividades de sala de aula, de laboratórios e de estudo dirigido, sob a responsabilidade de um professor orientador. Além das atividades citadas, o curso inclui no processo pedagógico o trabalho com temas transversais e programa de monitoria.

4.3 Modelo de Gestão

O Modelo de Gestão da UCB foi elaborado com base nas Teorias do Caos, da Complexidade, da Meta aprendizagem e do Modelo Evolutivo. Segundo o professor Ivan Rocha, idealizador do Modelo, essa linha teórica permite observar a Universidade enquanto “objeto” complexo e vivo, e que, portanto, não pode ser plenamente descrita a partir de apenas um ou dois pontos de vista. Se isso acontece, o objeto não pode ser considerado complexo. Desta forma, para compreender (descrever, explicar, entender) os processos de inovação, planejamento, tomada de decisão e outros inerentes às organizações de conhecimento foram aplicados os pressupostos das referidas teorias.

4.3.1 Fundamentos

Os principais fundamentos do Modelo de Gestão em referência são a comunicação, a interatividade e os condicionamentos (auto/organização), porém admite-se que o equilíbrio dinâmico supõe rupturas, estagnação e colapso. Outro fundamento identificado no Modelo é o de que as organizações humanas, assim como os indivíduos, são capazes de aprender, adaptar-se ao ambiente e de evoluír. Esta capacidade é gerada pelas necessidades ou insatisfações, ou pelas possibilidades identificadas pelos observadores que interagem com os ambientes internos e externos à organização. Da forma como são assimilados os desejos e

insatisfações, assim como são lidos os contextos e vividas as emoções, dependerá a efetividade das ações empreendidas.

De modo especial, da Universidade, entendida como organização de conhecimento, destaca-se o propósito de “educar para a vida e de contribuir à apropriação econômica ou social de conhecimentos” (ROCHA NETO, 2004, p. 3). No entanto, querer não é poder. As distâncias e os conflitos entre o querer ou dever ser, o poder ser e do vir a ser, conforme as figuras abaixo, dão a noção dos espaços de aprendizagem, da diversidade de conexões e graus de interação e das dinâmicas dos processos:

Figura 7 – Representação do Modelo Evolutivo Fonte: Rocha Neto (2004).

Figura 8 – Organização em Rede Fonte: Rocha Neto (2004).

QUERER SER/

OBSERVAÇÃO VIASUALIZAÇÃOPODER SER/

VIR A SER/ AÇÃO meios realização possibilidades requisitos estratégias resposta Grau de insatisfação demanda desejo

De acordo com Rocha Neto (2004), se dois pólos interagem sinergicamente na mesma direção haverá a pressão de um terceiro. O resultado desta pressão pode ser positivo ou negativo. Isso dependerá da direção que os pólos atuam, pois poderão gerar processos dinâmicos, estagnados ou oscilantes. Na universidade, por exemplo, esses pólos podem ser entendidos como dimensão política, estratégica e operacional.

As interações da positividade, dos meios e das competências se dão sob a forma de troca de informações (comunicação). Esse processo é permeado por três propriedades: a capacidade de auto organização, a ausência de hierarquia entre os processos e a natureza reprodutiva. Sobre a natureza reprodutiva, Rocha Neto (2004) evidencia a presença tanto nas dimensões macro como nas partes menores, a forma de uma rede. Em outras palavras, essa propriedade significa a cultura, as atitudes, os relacionamentos que se reproduzirem por toda a organização e constitui a identidade institucional.

4.3.2 Experiência

Em 2003 foi iniciado na UCB um processo de reorganização acadêmica, motivado pelas significativas mudanças nos cenários local, regional, nacional e internacional e pela necessidade de adaptação aos novos requisitos apresentados por esses cenários. Tendo parte implantada recentemente, desde o ano de 2004, o novo modelo de gestão acadêmica, segundo Rocha Neto (2004), ainda não apresenta resultados que podem ser plenamente avaliados. Contudo, aspectos relevantes do modelo são apresentados por se mostrarem importantes para o estudo do caso proposto para este trabalho.

A partir de consultas junto à comunidade acadêmica, os dirigentes da UCB entenderam ser necessário implementar três grandes projetos institucionais: Identidade, Alinhamento Institucional e Organização Acadêmica. A base do entendimento voltou-se para a revisão e aperfeiçoamento dos processos, da dinâmica de funcionamento e da própria cultura da Universidade. Desta forma, o processo iniciou-se pelo compartilhamento de visões, seguido da definição dos objetivos específicos do Projeto de Organização Acadêmica, quais sejam: a) integrar as áreas de ensino, pesquisa e extensão; b) descentralizar os processos políticos, estratégicos e operacionais; racionalizar os meios, com base no respeito aos alunos;

d) dar autonomia acadêmica, respeitados os limites orçamentários; e e) melhorar a comunicação e a participação coletiva.

Como forma de alcançar esses objetivos, algumas ações consideradas essenciais e complementares estão em desenvolvimento:

- implementação do Plano de Carreira e de qualificação pessoal; - avaliação de desempenho e produtividade docente;

- auto-avaliação institucional; e - revisão dos processos de gestão.

Outras ações decorrentes do objetivo de descentralização já foram incrementadas como a abertura para a participação de representantes de todos os grupos da comunidade acadêmica (alunos, ex-alunos, funcionários, professores, mantenedora etc.) em todos os Colegiados da UCB e a formação de redes de conversação, organizadas por área do conhecimento, em todos os âmbitos da Instituição. Foi criado o Colegiado de Gestão Acadêmica cuja atribuição é a integração das orientações estratégicas da Reitoria com as operações dos cinco Centros e a manutenção de afinidade entre cursos e programas.

O processo de transição foi conduzido com a preocupação de promover a descentralização desejada. Assim, com a elaboração, aprovação e execução do orçamento 2004, os Centros, Colegiados de área e de Gestão Acadêmica puderam iniciar o novo formato de administração dentro da UCB. A partir daí, por causa da nova dinâmica atribuída ao processo de mudança contínua, outros programas e projetos foram criados ou recriados como resposta ao contexto que está em formação. Os programas/ações integrados ao Modelo de Gestão Acadêmica que fazem parte das opções estratégicas institucionais são os seguintes: Plano de Carreira Docente; Avaliação de Desempenho e Produtividade Docente; Ética na gestão de pessoas; Programa Institucional de Qualificação; Centros de Excelência; Gestão Estratégica; Processos e Responsabilidades; Avaliação Institucional; Gestão Positiva; e Projeto de Gestão do Conhecimento.

4.3.3 Possibilidades

O Modelo de Gestão da UCB leva em conta a dinâmica do cenário educacional brasileiro, notadamente o ensino superior no que tange às políticas, à missão, aos processos e à sociedade. Novas possibilidades são sinalizadas, a partir do modelo como um caminho para a superação dos inúmeros desafios apresentados

à Universidade. Assim como fora discorrido por toda a extensão do Capítulo 2 - as principais mudanças e tendências para a educação - esta seção apresentará o que são, na visão do modelo de gestão da UCB, as possibilidades desenhadas para esse novo contexto.

A primeira distinção identificada é a de que a missão da universidade é educar, e educar não significa somente fazer pesquisa e transferi-la para a sociedade, nem só ensinar. Mas a realização de atividades acadêmicas e comunitárias que promovam a extensão da universidade na sociedade por meio do ensino, da pesquisa, da extensão e da cooperação com as empresas.

A aprendizagem tem seu sentido ampliado à medida que o processo, antes visto sob a ótica individual, tem estendido a sua influência para o nível organizacional. A universidade é desafiada a aperfeiçoar seus processos de educação e aprendizagem e ao mesmo tempo integrá-los e fazê-los presentes em suas dimensões, sistemas, decisões, padrões de comportamento etc. A capacidade de explorar sistemicamente as potencialidades e dimensões da aprendizagem possibilita o desenvolvimento conjunto de conhecimento, atitudes, habilidades e valores, bases fundamentais para o desenvolvimento do indivíduo e da organização de maneira integral.

O reconhecimento de que aprender pressupõe colocar-se na condição de aprendiz, mesmo que se tenha alcançado um nível de aprendizagem e experiência considerado elevado, favorece a compreensão de que há sempre algo a ser aprendido. As melhores práticas desenvolvidas interna ou externamente, quando apropriadas, podem contribuir para o desenvolvimento de novas competências ou soluções. Entre as melhores práticas apontadas por Rocha Neto (2004) no Modelo de Gestão da UCB, cabe destaque às seguintes: - desenvolvimento da própria identidade; - implantar sistemas de gestão do conhecimento e mantê-los vivos, organizando as competências e a realização de projetos que ampliem os meios; - cuidar do clima emocional da instituição; e identificar e dissolver as rotinas defensivas.

Por último, o modelo entende que na atual proposta da Reforma Universitária, prevalece a possibilidade de maior controle do Estado sobre as instituições privadas e a ausência da discussão de novas formas de permitir que a sociedade controle de forma rigorosa o cumprimento das missões das universidades.

Neste capítulo apresentaremos os resultados e a discussão dos dados e das informações coletadas à luz dos procedimentos metodológicos descritos no Capítulo 3. Em consonância com o inventário de práticas educativas formulado para a pesquisa - Apêndice B -, os participantes responderam questões relativas a três dimensões a saber: Dimensão I – Perfil do Docente; Dimensão II - Quesitos comportamentais e; Dimensão III – Relação do Docente com a Instituição. Desta forma, observando a seqüência das dimensões, serão demonstrados, a seguir, os resultados da pesquisa de campo, seguidos de análise e discussão dos aspectos relacionados ao problema e às suposições desta investigação.