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12.   A apresentação de resultados 71

12.2   O Doente Idoso 82

A abordagem ao conceito de doente idoso é retratada em 14 indicadores considerados importantes para este estudo. Todos eles de modo global encaminham-nos para uma maior capacidade de entender o idoso enquadrado num processo de envelhecimento numa sociedade dinâmica e envolvida, põem em evidência alguns aspectos de maior relevo que caracterizam esta população.

Como foi referido anteriormente, as entrevistas foram realizadas a indivíduos (família e outros) que prestam cuidados a doentes idosos (entre os 75 e os 84 anos de idade) que, no ano de 2008, estiveram internados no Serviço de Medicina Interna IV. É importante referir que neste documento consideram-se pessoas idosas os homens e as mulheres com idade igual ou superior a 65 anos.

Inicialmente foi abordada a situação de dependência do idoso, onde não existem alterações significativas da situação de saúde. Assim a autonomia e capacidade de decisão são importantes na medida em que “não houve alterações pois ele foi para o Hospital com uma pequena infecção urinária” (entrevista 8), informando que “ele está perfeitamente capaz de identificar o que se passa à sua volta” (entrevista 8). Ligeiros períodos de confusão e perda de memória são factores que preocupam os outros contudo encarados de modo ligeiro – “…a minha mãe já tem mais de 80 anos, às vezes fica um pouco confusa, mas passa-lhe…” (entrevista 2).

As restantes foram caracterizadas pela escolha de doentes cuja autonomia se caracterizava entre os graus 3 e 4, ou seja, doentes possuidores de médias e grandes dependências e incapacitantes na realização das actividades de vida diária (AVDs). Assim o facto de o doente “nos conhecer e comunicar connosco” (entrevista 3), ajuda a que quem presta cuidados se sinta mais capacitado e empenhado nos mesmos, sentir o doente capaz de transmitir o que quer e o que gosta, possibilitando aos outros uma maior interacção e por isso uma maior esperança quanto à possível recuperação.

A locomoção é também um factor importante na relação entre doente e prestador de cuidados – “…ela já andava pelo próprio pé, com dificuldades mas andava. A fisioterapia fez-lhe muito bem…” (entrevista 10). Um agravamento da situação de saúde que implique uma diminuição da capacidade de locomoção – “… ela começou a piorar, já nem andava sozinha…” (entrevista 3) – transmite ao prestador de cuidados a informação de que os recursos até à data utilizados poderão não ser os suficientes.

Implica portanto alterações funcionais em aspectos do quotidiano, fundamentais para uma realização capaz das actividades de vida diária.

Quanto à capacidade de se alimentar autonomamente, assume também um papel de destaque para familiares prestadores de cuidados – “…ela fazia tudo com dificuldades, não comia sozinha tinha que ter alguém a ajudá-la…” (entrevista 3). É importante a inversão desta situação, ou então a capacidade de perceber que poderá existir uma evolução positiva da situação de saúde – “… ela já começava a andar e a comia sozinha, já estava mais satisfeito…” (entrevista 10). Por isso, o acesso a infra-estruturas da comunidade de suporte e apoio, nomeadamente cuidados de saúde primários, fisioterapia, instituições particulares de centro de dia e apoio domiciliário, possibilitam uma maior e melhor colaboração entre serviços de saúde, doente família.

A capacidade de se auto-cuidar e de sociabilizar – “…ela conhece-nos e comunica connosco…” (entrevista 3) – é sem dúvida importante para o núcleo familiar de apoio ao doente, pois remete uma possibilidade de sociabilização que permite desenvolver esperança, não só para quem cuida mas também para quem é cuidado – “…ela gosta de conversar, não gosta de ficar sozinha…” (entrevista 2).

Permite a ambos os lados a possibilidade de colaborar no processo de recuperação – “…ela sabia de tudo e aceitava, coitadinha a única coisa que não queria era dar trabalho. Ajudava sempre no que podia…” (entrevista 3) – e de alicerçar uma alternativa positiva que surja no decorrer do processo – “…não anda tão bem, não come tão bem sozinha, já não fala tão bem, mas a família, neste caso nós, continuamos lá prontos a ajudá-la…” (entrevista 3).

A questão fundamental põe-se quando a possibilidade de efectuar de modo autónomo as actividades de vida diária (AVDs) e de melhorar o actual estado de saúde se torna totalmente impossível – “… coitadinho ele não andava, não falava, não comia sozinho …” (entrevista 1). Esta situação remete para uma alteração substancial de todos os projectos de vida até à data efectuados e encaminha-se para uma total impossibilidade de os concretizar.

A situação de dependência pode ocorrer inesperadamente – “…o meu marido estava tão bem, fazia tudo sozinho e de repente deu-lhe um AVC e ficou naquele estado. Não comia sozinho, não falava, nada…” (entrevista 13); “… o meu marido entrou cá bem com o próprio pé e com um simples problema, agora estava impossível de regressar a

casa…” (entrevista 10) – ou é parte de um acontecimento previsto – “… eu já estava à espera que uma coisa má acontecesse. Ele não tinha cuidados nenhuns com ele, comia mal, bebia de mais e a higiene dele e da casa é melhor nem falar, até estranhei que chegasse àquela idade…” (entrevista 1) contribuem para a confrontação com um problema que implica a movimentação de meios pessoais, económicos e sociais com os quais nem todos se preveniram.

Chegar a uma situação de completa perda de autonomia, física e psicológica, pondo o indivíduo nas mãos de terceiros pode originar o desejo de falecimento do dependente – “…uma pessoa para viver assim mais vale não viver. Nem comer normalmente consegue …” (entrevista 7).

A impossibilidade do próprio decidir sobre os desígnios da sua vida – “… ela já não estava capaz, tive de ser eu e a minha mulher…” (entrevista 6) – de se encontrar de tal modo dependente – “… ela estava tão mal. Tinha aquele tubo no nariz para comer, tinha um saco lhe tirar o xixi e outras coisas que nem me lembro….” (entrevista 6) – fazem do processo de alta um momento doloso e de difícil resolução.

Quanto à promoção do bem-estar do idoso e sua participação neste processo, varia com a sua dependência – “… estava muito doente, não havia nada que fizesse para mudar isso…” (entrevista 6); “… ele não queria ir para o lar, mas não havia outra hipótese, quem iria cuidar dele…” (entrevista 5) – e as possibilidades socio-económicas do agregado familiar – “…um lar era o melhor para alguém naquele estado, mas são todos tão caros…” (entrevista 5). Poderão existir situações em que as limitações físicas e cognitivas são tão profundas que este não toma consciência do seu estado de saúde – “…depois de ter repetido o enfarte não me conhecia. Nem a mim nem aos filhos e isso custa muito…” (entrevista 11) – porém em outras situações em que o idoso se encontra perfeitamente consciente da realidade que o rodeia – “…para ele ainda é pior, quanto mais velho está mais difícil é para ele ficar connosco, pois está na cama o dia todo, já não se levanta, mas percebe tudo o que se lhe diz…” (entrevista 9) porém, devido à situação de dependência, está incapaz de tomar decisões sobre assuntos da sua vida. O recurso à prevenção é sem dúvida um aspecto essencial, este passa por um investimento individual associado ao estilo de vida enquanto indivíduo activo, de modo a que situações de grande dependência, imprevisíveis e dilacerantes na sua chegada, possam ser encaradas com serenidade e capacidade de solução.

Entender o percurso da autonomia física remete-nos para a integração de uma autonomia funcional, ou seja, a capacidade de decisão em todos os aspectos que se relacionem com a sua saída do hospital e posteriores cuidados no domicílio.

Nas entrevistas realizadas constatamos que a grave situação de saúde da maioria dos doentes levou familiares a tomarem a iniciativa face às diligências a ter com o idoso – “… ele não tinha consciência que estava num hospital, para ele era tudo igual (…) é como lhe disse ele não estava cá, alguém tinha que decidir por ele…” (entrevista 1). A elevada dependência do idoso e a sua incapacidade de decidir sobre a sua vida – “…ele não queria saber…” (entrevista 1) – leva a que os outros tomem a iniciativa a fim de resolver as questões que se prendam com a qualidade de vida do idoso após a sua saída do hospital. Este, torna-se assim totalmente exposto à vontade de terceiros – “… ele não podia estar sozinho (…) eu e o meu irmão chegámos à conclusão que o lar seria o melhor para ele…” (entrevista 5) – sem possibilidade de escolha ou de decisão “… tive de ser eu e a minha mulher a assinar os papéis e o termo de responsabilidade…” (entrevista 6).

Em entrevistas cuja situação de dependência física e capacidade cognitiva do idoso para efectuar as suas decisões se encontra pouco debilitada – “… ela chegou ao hospital a falar mal de mim (…) dizia que eu lhe batia e outras coisas mais (…) tudo mentira claro…” (entrevista 2) – permite a profissionais saúde nas suas diversas áreas de intervenção apoiar a escolha efectuada, pois este afirma verbalmente qual a sua vontade – “…disse que nem queria voltar comigo para casa…” (entrevista 2) – e possibilitar uma protecção efectiva ao idoso – “…encontraram tão rapidamente uma vaga num lar da St. Casa da Misericórdia…” (entrevista 2).

Contudo, a constante proximidade com a génese do problema, que nesta situação era filho – “… eu ia todos os dias ao internamento (…) conversávamos muito (…) sempre nos demos bem…” (entrevista 2) – poderá alterar a decisão inicial e reverter toda a intervenção – “… mas graças a Deus deixou de dizer isso e no final já era ela que queria vir comigo para casa…” (entrevista 2). Devido à capacidade de decisão do idoso a sua opção é respeitada – “… sei que deu um papel para a minha mãe assinar como já queria ser tratada por mim (…) não gostei, mas esse deve ser o seu trabalho (…) depois fartou-se de mandar vir com vocês que estavam sempre a chateá-la com a mesma história…” (entrevista 2).

A inexistência de legislação que proteja o idoso de situações de abusos e maus tratos incutidos por familiares próximos onde existe uma forte dependência emocional – “… não me afastem da minha mãe (…) sou a única filha que ela tem …” (entrevista 2) – e económica “… a minha reforma é baixa (…) a dela já são 500€ que nos fazem falta…” (entrevista 2) – proporciona a manutenção de uma situação problema sem fim à vista. A importância de um acompanhamento próximo destas situações no domicílio – “… as senhoras do apoio vão muitas vezes lá a casa (…) tinha pedido às senhoras da Misericórdia que acompanhassem a minha mãe mais de perto…” (entrevista 2) - aliado a um aumento do ajuda económica – “… a minha reforma e a da minha mãe já chegam para os gastos porque agora já estamos a receber o rendimento mínimo (…) temos também ajuda para fraldas…” (entrevista 2) – será uma das proposta a fim de acompanhar proximamente cada pessoa e garantir o bem-estar físico e emocional, sem romper laços que assumem forte importância para a pessoa idosa.

O recurso ao internamento em instituição poderá ser evitado se as parcerias entre hospital e instituições da comunidade forem garantidas a fim de assegurar qualidade de vida do idoso no seu próprio espaço – “… eu sei que falou com as suas colegas (…) esse deve ser o seu trabalho…” (entrevista 2). A manutenção de relações familiares importantes como é o caso dos filhos, mesmo que conflituosas, poderão ser um trabalho árduo mas importante para a manutenção da qualidade de vida do idoso.

Quanto ao envolvimento de terceiros em todos os aspectos que digam respeito à planificação da alta hospitalar e manutenção de cuidados no domicílio ao doente, a aceitação deste varia consoante a situação de dependência em que encontra. Na maioria dos casos não houve a planificação de uma solução para situação em que se encontrava. Todos os aspectos que o envolviam, mediante este acontecimento, doença, ficam entregues a outros que nem sempre desenvolveram competências para os resolver – “…quem tratava de tudo era sempre ele (…) sinto-me completamente perdida sem saber o que fazer…” (entrevista 12).

Se funcionalmente não existiram muitas alterações – “… não houve alterações significativas (…) não tinha muitas dependências só alguma dificuldade em andar. Ainda hoje é assim. É um homem rijo” (entrevista 8) – então a situação é mantida de modo semelhante ao que já existia – “Como já disse ele veio igual ao que foi…” (entrevista 8). Aqui a colaboração do doente é mantida – “…ajudava sempre no que podia…” (entrevista 7) – e solicitada – “… ela sabia de tudo e perguntava as coisas…”

(entrevista 7). O diálogo é mais fácil de manter e a intervenção de terceiros, facilitada – “…saiu directamente do hospital para a casa de reabilitação em Chelas…” (entrevista 10). Ao serem discutidas em conjunto (idoso e família), mesmo que não tenham sido planificadas tornam a questão menos complexa – “… sim ela concordou. Eu também fui muito claro com ela…” (entrevista 10).

Questões intrínsecas à personalidade poderão estar na origem do maior ou menor gosto pelas opções escolhidas – “… ao princípio não foi fácil, as senhoras da reabilitação obrigavam-na a fazer coisas que ela não gostava. Ela nunca gostou muito de receber ordens dos outros” (entrevista 10). Porém, com base nas entrevistas realizadas, desde que a pessoa idosa se encontrasse capaz de decidir e de escolher, a discussão e apresentação de soluções é unânime e mais ou menos pacífica.

Mais uma vez a abordagem fundamental coloca-se quando o idoso se encontra numa situação de saúde cuja possibilidade e capacidade de decisão se encontram profundamente afectadas, a ponto de não poder nem saber decidir por si só – “…ele não tinha consciência que estava num hospital, para ele era tudo igual…” (entrevista 1). E tal como foi referido no conceito anterior, na falta de documentação que legisle sobre a vontade do próprio, cabe à família intervir em nome da pessoa, decidindo por ela o mais conveniente para todos, equacionado todos os recursos possíveis e disponíveis – “ … tivemos de ser nós a tomar todas as decisões por ele. Ele não estava capaz…” (entrevista 5).

Claro que quando a dependência é substancial são postas duas opções à consideração – “… tinha de ser um lar…” (entrevista 5) ou “… uma senhora lá em casa para me ajudar (…) eu dava-lhe o banhinho, vestia, dava-lhe de comer (…) as senhoras do domiciliário da paroquia ajudavam-me também…” (entrevista 11). Contudo, mediante as entrevistas efectuadas, a possibilidade de integrar o idoso em lar é quase sempre equacionada como a solução mais eficaz em situações que o doente tem pouca consciência da situação ao seu redor – “… ele não entendia nada…” (entrevista 11) – e a realização das AVDs, antes efectuadas pelos próprios com autonomia, passam agora a ser realizadas por outros – “…o que lhe deve ter custado mais foi as outras pessoas a fazerem-lhe a higiene…” (entrevista 11).

Esta alteração substancial da capacidade de realização das AVDs é encarado como um momento difícil para a família, que acompanha estas perdas de autonomia de forma

próxima e intensa, mas também pelo próprio, cujo único modo identificado de conseguir ultrapassar esta situação é “…não se apercebe de nada…” (entrevista 11). Portanto o facto de o doente não ter consciência daquilo que o rodeia permite aos outros construir uma solução e adaptá-la à realidade presente, muitas vezes sem o seu consentimento.

A família continua a ser o principal prestador de cuidados mas, a existência de outros, permite-lhe uma realização mais eficaz daquilo que são os cuidados ao doente. Entende- se como outros, as redes formais de carácter público – “… Segurança Social…” (entrevista 2), “ …. Santa Casa da Misericórdia…” (entrevista 14), “… Centro de Saúde…” (entrevista 8) – e particular – “… uma senhora paga pelo meu filho para me ajudar…” (entrevista 9), “… as senhoras do apoio iam lá a casa todos os dias…” (entrevista 12) – e as redes informais – “…os vizinhos gostam muito dela…” (entrevista 6), “… antes ela ia ao Centro de dia todos os dias e tinha lá muitas amigas…” (entrevista 6) – que intervêm junto do idoso e em conjunto com a família de modo a garantir os melhores cuidados possíveis.

O recurso a redes formais é utilizado quando as redes informais são poucas – “… não havia mais ninguém… só nós…” (entrevista 5) – fracas “… eu precisava que me ajudassem (…) eu sozinha não era capaz…” (entrevista 13) – ou até inexistentes – “… tentámos o Apoio Domiciliário (…) mas eles não conseguiam ser suficientes para o caso. Até tinham vagas, estavam disponíveis e conheciam-no muito bem (pois ele tinha muito mau feitio) mas ele estava mal e a casa dele nem água tinha…” (entrevista 1). Mas no caso em que o relacionamento familiar é precário – “… os irmãos não se dão e o que vive cá em casa também não ajuda nada…” (entrevista 4) – a intervenção de instituições torna-se indispensável – “… sei que pediu às suas colegas para acompanharem a minha mãe mais de perto (…) ainda hoje quando ela vai para o Hospital lá estão elas a perguntar por ela…” (entrevista 3) – a fim de garantir qualidade de vida ao idoso e mesmo assim, evitar a institucionalização.

Esta situação poderá ser provocada por consumo de álcool – “… sim o filho bebe um pouquinho…” (entrevista 4) – por questões de dinheiro e herança – “… acho que existem umas brigas entre irmãos por causa de uns terrenos…” (entrevista 8) – ou então por total disfunção familiar – “… a minha filha vive lá em casa com os filhos

pequeninos (…) não trabalha e o irmão farta-se de ralhar com ela porque dorme até tarde…” (entrevista 12).

A personalidade do próprio poderá ser também um factor que diminuirá a colaboração de familiares – “… ele é conflituoso, rouba e quando pode bebe um pouquinho (…) como pai não foi grande coisa e agora não pode esperar grandes acções dos filhos, já eles terem-no posto no lar e pagarem as mensalidades…” (entrevista 8).

Assim, indivíduos com apoio de familiares – “… eu e o meu marido compreendemo-nos muito bem e vamos conseguindo fazer tudo…” (entrevista 9) – proporcionam uma decisão diferente no que respeita a manter o idoso em casa – “… sei que o melhor é o lar (…) não consigo fazer essas desfeita ao homem…” (entrevista 9) – principalmente se o doente idoso tiver como principal prestador de cuidados o cônjuge.

Manter um bom relacionamento com os outros – “… nós continuamos lá prontos a ajudá-la…” (entrevista 3) – permite ao idoso manter relações que o apoiam do ponto de vista funcional – “… eu já tinha a comida e a limpeza do meu homem lá em casa …” (entrevista 4) – a manter a realização das suas AVDs. Mas também o apoiam do ponto de vista afectivo – “… ela sentia-se bem em ajudar, sentia-se útil…” (entrevista 3). O facto do doente idoso na sua história activa ter sido um elemento colaborador no seu quotidiano – “… ela sempre me ajudou muito com os meus dois filhos e com o meu sogro que também vive cá em casa…” (entrevista 3) – desenvolvendo laços afectivos com quem lhe estava próximo – “… os meus filhos chamam pela avó (…) não iam permitir que fizesse nada que ela não gostasse…” (entrevista 3) – poderão contribuir para um envolvimento positivo daqueles que irão prestar cuidados.

Assim, o doente idoso é sem dúvida um indivíduo que poderá colaborar no seu processo de envelhecimento de modo activo, se for pensando neste processo ainda em fase activa. O seu dia-a-dia ditará de modo global os aspectos relacionados com o seu envelhecimento. Pensar num envelhecimento activo implica pensar num estilo de vida saudável, planificando o envelhecimento como se de um investimento se tratasse. Neste processo é necessário o envolvimento do próprio em todas as questões, tornando-o parte integrante e colaborante em todo o processo.