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Capítulo II Análise e comparação de resultados

1. As empresas que apenas recorreram ao capital e as empresas que apenas recorreram ao

1.5. O impacto do capital de risco e do financiamento bancário

Descortinado o grau de atractividade, os aspectos mais atractivos dos instrumentos de financiamento em análise e o grau de sucesso, observaremos, de seguida, algumas opiniões

12,5% 75% 12,5% Muito bom Bom Razoável Mau 88,9% 11,1% Muito bom Bom Razoável Mau

relativas a elementos conexos ao capital de risco e ao financiamento bancário e também sobre o impacto económico destes instrumentos nas empresas. A classificação utilizada (Quadro 24) compreende a escala de 1 a 10, em que 1 significa “concordo absolutamente” e 10 significa “discordo totalmente”.

Quadro 24 – Escala de concordância e seu significado

Pela análise dos quadros 25 e 26, observamos que tanto as ECR (50%) como as EFB (30%) discordam totalmente que uma empresa apenas deve ser financiada através do capital de risco ou do financiamento bancário, respectivamente, em ultima ratio e/ou quando se esgotaram todas as outras possibilidades de financiamento. Contudo, sublinhe-se que igual percentagem (30%) de EFB não concorda nem discorda com este aspecto.

Quadro 25 – Opiniões relativas a aspectos conexos com o capital de risco

Aspectos conexos com o capital de risco

a) b) c) d) e) f)422 g)423 Grau d e c on cor d ân cia Concordo absolutamente 12,5% 12,5% 12,5% 25% 50% - - Concordo 12,5% 62,5% 25% 25% - 28,6% 28,6% Não concordo nem discordo 12,5% 12,5% 37,5% 37,5% 37,5% 57,1% 57,1% Discordo 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 12,5% 14,3% 14,3% Discordo totalmente 50% - - - - Legenda:

422 Uma empresa não respondeu ao aspecto f) 423

Uma empresa não respondeu ao aspecto g)

Opinião 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Significado Concordo absolutamente Concordo Não concordo nem discordo Discordo Discordo totalmente

a) Uma empresa apenas deve ser financiada através de capital de risco, em ultima ratio e/ou quando se esgotaram todas as outras possibilidades de financiamento;

b) O capital de risco é um instrumento essencial ao desenvolvimento das empresas, sobretudo das PME;

c) O capital de risco é de difícil acesso;

d) O investimento realizado através de capital de risco permite/permitiu a internacionalização/ expansão da empresa;

e) O investimento realizado através de capital de risco permite/ permitiu aumentar o volume de emprego da empresa;

f) O investimento realizado através de capital de risco permite/permitiu aumentar o volume de vendas;

g) O investimento realizado através de capital de risco permite/permitiu aumentar o volume de exportações.

Quadro 26 – Opiniões relativas a aspectos conexos com o financiamento bancário

Aspectos conexos com o financiamento bancário

a) b) c) d) e) f) g) Grau d e c on cor d ân cia Concordo absolutamente 20% 70% 30% 40% 20% 40% 30% Concordo - 30% 20% 20% 20% 20% 20% Não concordo nem discordo 30% - 40% 20% 30% 20% 10% Discordo 20% - - - - Discordo totalmente 30% - 10% 20% 30% 20% 40% Legenda:

a) Uma empresa apenas deve recorrer ao financiamento bancário, em ultima ratio e/ou quando se esgotaram todas as outras possibilidades de financiamento;

b) O financiamento bancário é um instrumento essencial ao desenvolvimento das empresas, sobretudo das PME;

d) O financiamento obtido através da instituição bancária permite/permitiu a internacionalização/ expansão da empresa;

e) O financiamento bancário permite/ permitiu aumentar o volume de emprego da empresa;

f) O financiamento bancário permite/permitiu aumentar o volume de vendas; g) O financiamento bancário permite/permitiu aumentar o volume de exportações

No que concerne ao capital de risco enquanto instrumento essencial ao desenvolvimento das empresas, sobretudo das PME, as ECR apresentam opiniões com classificação diversificada. Não obstante, constate-se que a maioria (62,5%) das ECR concorda que este é um instrumento essencial. As EFB mostram opinião firme, concordando absolutamente, na sua grande maioria, que o financiamento bancário é um instrumento essencial ao desenvolvimento das empresas, sobretudo das PME.

Relativamente à acessibilidade do capital de risco, verificamos que 25% das ECR concorda que é um instrumento de difícil acesso e 12% concorda absolutamente com a afirmação. Apenas 12,5% discorda desta afirmação. Nas EFB a situação é semelhante, pois somente 10% discorda que o financiamento bancário seja de difícil acesso. Observamos que metade das EFB está de acordo com a afirmação, destacando-se que 30% desta metade, concorda em absoluto. Apesar de terem indicado que não enfrentaram um grau de dificuldade elevado na obtenção de financiamento, constata-se, que no geral, as empresas consideram que o acesso ao financiamento, quer seja através de capital de risco quer seja através de financiamento bancário, é difícil para uma PME.

Pela observação do quadro 25, não se detecta uma maioria de ECR que associe o capital de risco a um facto de aumento do volume de vendas e de exportações. Também não se encontrou uma maioria isolada que considerasse que o capital de risco possibilita a internacionalização ou expansão. Todavia, sublinhe-se que 25% das ECR está absolutamente de acordo que esta fonte de financiamento permite/permitiu a internacionalização ou expansão. Acresce que também 25% concorda com a afirmação. A opinião das ECR destaca- se, sobretudo, no que concerne à empregabilidade. Metade destas empresas concorda absolutamente que o capital de risco permite/permitiu aumentar o volume de emprego.

O quadro 26 demonstra-nos que 40% das EFB são da opinião de que o financiamento obtido permite/permitiu a internacionalização ou expansão. Também 40% destas empresas entende que o financiamento bancário possibilita/possibilitou aumentar o volume de vendas.

Verificamos, ainda, que 40% das EFB discorda totalmente que o financiamento bancário permite/permitiu aumentar o volume de exportações. Relativamente ao volume de emprego, as opiniões dividem-se: 30% entende que o financiamento bancário não afecta o volume de emprego e outras 30% discordam totalmente. Realça-se que 40% das EFB concorda que o financiamento bancário permitiu incrementar o volume de emprego, sendo que 20% delas concordam em absoluto.

As últimas questões do questionário pretenderam não só avaliar o impacto do capital de risco e do financiamento bancário na existência e no desenvolvimento de uma empresa, mas também conhecer as intenções das empresas em recorrer a outro tipo de financiamento.

Para concretizar a primeira pretensão, solicitámos às inquiridas que nos fornecessem a sua opinião relativamente ao que aconteceria sem o financiamento. Na figura 25, constatamos que nenhuma empresa assinalou que sem o investimento realizado, ter-se-ia desenvolvido mais rapidamente. Os resultados que se apresentam de seguida demonstram o impacto e a importância do financiamento para as empresas. Assim, verificamos que 75% das empresas que apenas recorreram ao capital de risco, afirmam que não existiram ou não se teriam desenvolvido sem o investimento realizado. Mais de metade (55,6%) das empresas que apenas recorreram ao financiamento bancário também partilham da mesma opinião. Porém, salientamos que a percentagem das ECR que não existiram ou não se teriam desenvolvido sem o financiamento é substancialmente maior do que as EFB. Deste modo, os resultados indiciam que as empresas que recorrerem ao capital de risco apresentam uma necessidade substancial deste instrumento, sob pena de não poderem existir de outra forma.

Figura 25 – Opinião relativa ao que aconteceria sem o financiamento

0% 25% 75% 0% 44,40% 55,60% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Ter-se-ia desenvolvido mais

rapidamente

Ter-se-ia desenvolvido da mesma forma

Não exisitira ou não se teria desenvolvido

EFB ECR

No que toca à pretensão de recorrer a outro tipo de financiamento, as empresas inquiridas tinham que se manifestar afirmativa ou negativamente sobre a sua intenção. Aquelas que se pronunciaram pela afirmativa, deviam indicar a que tipos de financiamento recorreriam.

Pela análise da figura 26, verifica-se que 75% das ECR tencionavam recorrer a outro instrumento de financiamento, ao passo que apenas 30% das EFB revelaram a mesma pretensão. Salientamos que das respostas se infere que o capital de risco é visto em complementaridade com outras formas de financiamento. No entanto, do quadro 27, constata- se que não se trata de um recurso a empréstimos ou a descontos bancários, mas antes a outras formas mais adaptáveis à sua condição, como o leasing e o factoring. O financiamento bancário, pelo contrário, é visto pelas EFB como uma fonte quase exclusiva. Realça-se que todas as EFB que manifestaram a sua pretensão pela afirmativa, recorreriam ao empréstimo bancário de curto prazo. Por fim, salientamos que, quer as empresas que recorreram apenas ao capital de risco quer as que recorreram apenas ao financiamento bancário, não desconsideram recorrer aos subsídios/apoios/incentivos governamentais. Note-se, contudo, que mais de metade (66,7%) das EFB indicaram recorrer a esta forma de financiamento, comparativamente a 33,3% das ECR.

Figura 26 - Pretensão das empresas em recorrer a outro tipo de financiamento

75% 25% 30% 70% 0% 20% 40% 60% 80% Sim Não EFB ECR

Quadro 27 – Tipos de financiamento a que as ECR e as EFB recorreriam Tipo de financiamento Percentagem de respostas das ECR Percentagem de respostas das EFB

Empréstimo bancário de curto prazo - 100%

Empréstimo bancário de médio prazo - 33,3%

Empréstimo bancário de longo prazo - 33,3%

Desconto bancário (por exemplo: letras,

livranças) - -

Leasing 16,7% 100%

Factoring 33,3% -

Capital de Risco - -

Subsídios/ Apoios/ Incentivos governamentais 33,3% 66,6%

Outro 33,3% -