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O Inquérito por Questionário

No documento A vivência em internato (páginas 44-48)

Capitulo II: Metodologia de Investigação

2. Instrumentos de Análise

2.5 O Inquérito por Questionário

No que concerne à amostra B9 (educandos internos), nesta pesquisa socorremo-nos de um sistema de Amostragem Total em que todos os elementos do universo, 64 educandos a residir, em tempo útil, nos lares, foram envolvidos tendo participado activamente no nosso questionário – a amostra é, assim, composta por 100% da população, para que seja representativa da realidade que se pretende retractar, tendo em conta que os cinco educandos que não participaram não se encontravam, à data, a residir nos equipamentos, muito embora tivessem vínculos com estes. Assim, o universo total é de 69 indivíduos, mas apenas 64 elementos estavam disponíveis para connosco cooperarem, tendo-o feito.

São respondentes 19 crianças/jovens do sexo feminino e 45 crianças/jovens do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 8 e os 23 anos de idade.

Na aplicação de inquéritos por questionário, foram utilizadas questões objectivas, na sua maioria questões fechadas, que facultaram sistematizar a informação recolhida e permitiram a existência de uma maior simplicidade na análise, assim como uma maior rapidez na recolha e análise dos dados. O modelo de questionário aplicado pode ser observado em anexo.

Os educandos responderam aos questionários de forma anónima e em pequenos grupos, em presença do investigador no sentido de algumas dúvidas, nomeadamente, de vocabulário serem dissipadas e esclarecidas determinadas interpretações ao nível das expressões linguísticas.

Houve um esforço para que o questionário fosse abrangente e profundo, contendo questões específicas, ao mesmo tempo que se tentou fazer uso de uma linguagem próxima da que é praticada pela amostra (crianças e adolescentes). As alternativas, fornecidas como possíveis respostas, foram as apreendidas nas leituras da bibliografia relacionada e nas interacções que se tiveram durante as entrevistas exploratórias e a observação no terreno. Podemos considerar que as opções, ao nível das questões propostas e das respostas alternativas, se revelaram adequadas ao entendimento das crianças/jovens na medida em que houve um nível participação muito elevado.

Concretizados os questionários, procedemos à sistematização dos resultados e ao seu tratamento estatístico para podermos tirar as devidas ilações, a serem apresentadas substancialmente na parte empírica deste trabalho de Dissertação.

Neste trabalho, os resultados dos inquéritos por questionário, em relação às questões fechadas, são apresentados sobre a forma de gráficos, em que apenas se consideraram os dois valores mais altos, no sentido de explorarmos as percepções sócio-educativas mais fortemente manifestas pelas crianças/jovens. Relativamente às questões abertas, a apresentação dos resultados é feita sobre a forma de quadros em que se pode ter o entendimento concreto e objectivo a partir do ponto de vista qualitativo das respostas obtidas.

Assim, foram seguidos os seguintes passos: estabelecimento de categorias; codificação; tabulação; análise estatística dos dados; avaliação das generalizações obtidas com os dados; inferência de relações causais; interpretação dos dados e comunicação das conclusões.

As entrevistas às amostras (A e B) tiveram como intuito, genericamente, abarcar os seguintes ângulos:

• A admissão de crianças/jovens nos lares;

• Desvinculação dos educandos em relação aos lares;

• Os factores de satisfação e insatisfação para os educandos; • Os factores de satisfação e insatisfação para os educadores; • A relação lar/família;

• A relação lar/escola;

• A relação lar/comunidade exterior;

• A relação lar/aniversários e actividades de lazer;

• A relação educadores/formação profissional e profissão; • A relação educadores-educandos/estruturação dos lares; • A relação educadores-educandos/rotinas dos lares;

• Aspectos “livres” focados pelos entrevistados sobre as suas vivências nos lares.

Em remate, foram, na plenitude, realizadas setenta e oito inquéritos: quatro entrevistas exploratórias; dez entrevistas à amostra A (educadores) e sessenta e quatro questionários à

amostra B (educandos).

Houve comparação de referências teóricas com as inferências que se fizeram a partir da observação e dos inquéritos por entrevista e por questionário.

Pretendeu-se que a validade interna do estudo fosse assegurada observando o fenómeno em estudo durante um período longo de tempo e realizando observações repetidas do mesmo, através da realização de observação continuada e de entrevistas profundas aos sujeitos intervenientes.

A validade interna foi “assegurada de diferentes maneiras: por triangulação –

utilizando…várias fontes de dados ou diferentes métodos; verificando se os resultados recolhidos estão de acordo com o que os participantes disseram ou fizeram e se a sua interpretação foi correctamente feita; observando o fenómeno em estudo durante um

período longo ou realizando observações repetidas do mesmo; discutindo os resultados com outros investigadores; envolvendo os participantes em todas as fases da investigação.” (Carmo e Ferreira, 1998:218).

Neste processo de investigação tentou-se que a fiabilidade, inerente ao estudo, pudesse

“…ser garantida sobretudo através de uma descrição pormenorizada e rigorosa da forma como o estudo foi realizado, a qual implica, não só uma explicitação dos pressupostos e da teoria subjacente ao próprio estudo, mas também uma descrição do processo de recolha de dados e da forma como se obtiveram os resultados”. (Carmo e Ferreira,

1998:218).

Conclusivamente, o capítulo II (Metodologia de Investigação), explica as escolhas metodológicas e divide-se em dois pontos: Plano de Investigação e Instrumentos de Análise. No primeiro ponto abordamos a Fundamentação Metodológica e explicamos porque optámos por fazer um Estudo de Caso. Relativamente ao ponto 2, falamos sobre: a análise bibliográfica; as entrevistas exploratórias; a observação realizada; o inquérito por entrevista à amostra A e o inquérito por questionário à amostra B.

Continuamente, o capítulo III (Os Modelos de Acolhimento de Crianças e Jovens em Regime de Internato) irá aclarar a forma como se protegem os menores quando não são reconhecidas as necessárias competências aos prestadores de cuidados, nomeadamente aos progenitores.

Capítulo III: Os Modelos de Acolhimento de

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