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4 SISTEMATIZAÇÃO DOS RESULTADOS: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

4.4 CATEGORIA 3 – O PAPEL DESEMPENHADO PELA PAE NOS CAMPI DO IFFAR

4.4.2 O Papel Desempenhado sob a Ótica dos Estudantes

Na ótica dos estudantes nesta terceira categoria questionou-se sobre o papel desempenhado pela PAE, e em relação a consolidação do campus, considerando o processo de descentralização e interiorização da educação. As respostas dos estudantes foram as seguintes:

Gráfico 19 - Como o estudante beneficiário vê a PAE, como um Direito Social ou como um Movimento Assistencialista?

Fonte: Questionário visão dos beneficiários da PAE IFFar Campus Santo Augusto/2019.

O gráfico demonstra que a maioria dos estudantes 93,3% vê a política de Assistência Estudantil como um Direito Social e não como assistencialismo, sendo este segundo considerado por apenas 6,7% dos estudantes pesquisados.

Neste quesito evidencia-se que a maioria dos estudantes respondentes (93,3%) afirmam que a Política de Assistência Estudantil é um Direito Social, justificando o porquê de suas opiniões conforme segue, sendo que os (6,7%) que responderam que consideram um movimento assistencialista não justificaram suas respostas:

“Pois há pessoas que necessitam de políticas de inclusão e permanência, é Direito Social” (Estudante B).

“Pois quem está usando contribui para o estado, sendo assim ganhando apenas um retorno com uma melhor distribuição de renda” (Estudante E).

“Pois todos os estudantes deveriam ter as oportunidades e benefícios dados pelo instituto” (Estudante F).

“Pois tem pessoas que são menos afortunadas e também tem direito de um ensino de qualidade” (Estudante H).

“É um direito Social pois justamente implica em questões básicas de qualquer pessoa” (Estudante J).

“Por que todos tem direito a educação pública gratuita e de qualidade” (Estudante L).

“Devido a inclusão que ele proporciona” (Estudante O). “É um direito dos alunos” (Estudante P).

“Não é um movimento assistencialista” (Estudante T).

“Porque se paga impostos para ter o retorno em diversas áreas, e a educação é uma delas” (Estudante V).

“O estado foi constituído devido as necessidades das pessoas, as políticas sociais devem ser voltadas para a sociedade, para os cidadãos” (Estudante X).

“A equidade é algo que deve ser considerado para que os alunos sejam integrados de maneira mais fácil” (Estudante Z).

“É um direito de todo ser humano ter e receber uma vida digna, e um dos meios é saúde e condições de alimentar-se. Sendo esses os objetivos do programa” (Estudante Z1).

De acordo com os relatos dos estudantes, a PAE afirma-se como um direito social, mesmo que em algumas situações garanta minimamente os direitos sociais dos educandos em situação socioeconômica desfavorável, e, frente a tantas dificuldades, permite que todos possam participar ativamente do processo educativo. Além da transferência de recursos financeiros, o fornecimento de outros serviços e ações pela AE (atendimentos de saúde, pedagógicos, culturais, esportivos, etc) também servem como importante parâmetro para promover a inclusão dos educandos.

Gráfico 20 - Opinião dos estudantes beneficiários sobre a importância da PAE para a consolidação do campus onde estudam e dos demais localizados na região Noroeste do RS

Fonte: Questionário visão dos beneficiários da PAE IFFar Campus Santo Augusto/2019.

O gráfico demonstra que a grande maioria 96,7% dos estudantes consideram a PAE importante para a consolidação dos seu campi e dos demais campi localizados na região Noroeste do RS, apenas 3,3% não considera a PAE importante para a consolidação dos campi da Região Noroeste do RS.

Em relação a contribuição das ações da PAE para o processo de consolidação dos campi, os estudantes em sua maioria referem que a contribuição da PAE se dá no sentido de que ela está contribuindo para a permanência e êxito dos estudantes, para o desenvolvimento das cidades e região onde estes campi estão localizados e fazendo a diferença na vida de muitas pessoas, com isso, a Política de Assistência Estudantil está consequentemente contribuindo para a consolidação dos campi do IFFar localizados na região Noroeste do RS. Como pode-se visualizar nas respostas de alguns estudantes:

“Ele ajuda a manter os alunos de baixa renda dentro da instituição” (Estudante B).

“Para mostrar que todo e qualquer projeto que se faz é para o bem da comunidade e que deve ser mantido” (Estudante J).

“É de suma importância, pois a assistência estudantil faz muita diferença” (Estudante K).

“Por que através delas mais pessoas permanecem estudando e incentiva outros a estudarem e melhorar de vida” (Estudante L).

“Permanência de grande parte dos alunos nos campi” (Estudante N).

“Desenvolvimento regional” (Estudante O).

“Contribui para que o mesmo se desenvolva em todos os aspectos” (Estudante Y).

“Faz com que aja um reconhecimento de uma forma social” (Estudante Z).

“Importante pois diferencia-se de maneira positiva em relação a instituições que não possuem” (Estudante Z1).

“Contribui para o bem da instituição e das pessoas que ali estudam” (Estudante Z2). Isto posto, pode-se afirmar que as ações da Assistência Estudantil contribuem para a consolidação dos campi, tendo repercussão no desenvolvimento socioeconômico regional e na geração de riqueza em todos os municípios do território em questão, pois causa impactos sociais e econômicos contribuindo para a geração de emprego e renda que em sua grande maioria fica na economia local.

Ainda, em relação aos impactos econômicos gerados positivamente em todas as empresas e profissionais que prestam serviços para que sejam ofertadas estas ações e benefícios da Assistência Estudantil (ex: alimentação, transporte, etc.). Assim, através da política pública de Assistência Estudantil por meio das ações e benefícios ofertados pelo PNAES – Programa Nacional de Assistência Estudantil, acabam agregando valor através da mão de obra mais qualificada por meio da sua formação acadêmica e contribuindo para gerar renda e riqueza nos municípios atendidos pelos campi do IFFar, aumentando consequentemente, o empoderamento dos cidadãos e a melhoria na qualidade de vida destas pessoas.

Quanto ao papel desempenhado pela Política de Assistência estudantil nos campi, os estudantes enfatizaram que é um papel de suporte a permanência deles na instituição, apoio social e financeiro e de inclusão social. Como pode-se confirmar nas colocações de alguns deles:

“Processo de auxílio a pessoas de baixa renda, oferecendo auxílios e serviços básicos” (Estudante B).

“Papel de inclusão social” (Estudante F).

“O papel fundamental para a permanência e ingresso dos estudantes” (Estudante L).

“Papel de inclusão e ajuda para os estudantes” (Estudante M).

“Apoiar socialmente e financeiramente alunos que dependem ou precisam dessa ajuda para vir todos os dias e continuar até concluir seus estudos” (Estudante N).

“Ajudar na inclusão e, no desenvolvimento tanto individual como regional” (Estudante O).

“Papel de inclusão, sempre visando os alunos continuarem seus estudos, melhorando sua qualidade de vida, para que não ocorra desistência durante o ano letivo” (Estudante V).

“Promover a inclusão social dos alunos menos favorecidos, financeiramente” (Estudante X).

“Possui um papel social muito importante, de inclusão social” (Estudante Y).

“Papel de trazer suporte para os alunos que possuem determinadas necessidades e não conseguem supri-las dentro de suas famílias e condições econômicas” (Estudante Z1).

Assim, de acordo com as colocações acima, além de desempenhar um papel importante para a permanência dos estudantes, dando um apoio social e financeiro a estes durante o seu percurso acadêmico, pode-se afirmar que a PAE também realiza um papel relevante para a transformação da sociedade, Os estudantes beneficiários desta política através de sua formação acadêmica e do conhecimento adquirido, acabam contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico local e dos demais municípios em que estão inseridos.

Portanto, a PAE oportuniza vivência, um conjunto de atividades laborais, proporcionando um processo emancipatório, bem como a inclusão social, através da educação, por meio das políticas públicas, e neste caso especificamente, através da política de assistência Estudantil, a qual tem um papel muito importante para a formação acadêmica de muitas pessoas, proporcionando a oferta de benefícios estudantis e de inúmeras ações

realizadas com base no Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), apresentadas ao longo deste trabalho.

Verifica-se nesta terceira e última categoria apresentada, que tanto sob a ótica dos gestores quanto na visão dos estudantes, o papel desempenhado pela PAE é de garantir o acesso dos estudantes ao ensino, dar suporte à inclusão social por meio da educação, apoio social e financeiro, e contribuir para garantir a permanência e êxito dos estudantes no seu percurso acadêmico.

Moura (2007) destaca que uma das funções sociais da Rede Federal de EPCT é priorizar o acesso a estudantes provenientes das classes populares, e este acesso estar vinculado à políticas que garantam a permanência destes sujeitos; ainda neste sentido Taufick (2013) ressalta que enquanto política pública de inclusão, o PNAES foi implantado nos IFs, e inicialmente atendia basicamente à educação pública superior Federal, porém, considerando que os IFs têm uma estrutura diferente, pois congrega alunos da educação básica e de nível superior, o programa foi adaptado para atender ao público diversificado dos Institutos Federais.

Os gestores e estudantes em unanimidade veem a Política de Assistência Estudantil como um Direito Social, de valorização do cidadão, de inclusão social e oportunidades iguais para todos, corroborando com as palavras de Costa (2009) e Alves (2002) os quais referem que a Assistência Estudantil deve ser vista como um Direito Social assegurado por lei e que esta seja a expressão de uma sociedade democrática e mais igualitária. Dutra; Santos (2017) compartilham desta ideia defendendo que devesse tentar garantir uma Política de Assistência Estudantil como Direito Social efetivamente, visando um processo emancipatório e de inclusão social através da educação.

Ambos entrevistados, gestores e estudantes, consideram a PAE importante, determinante e fundamental para a consolidação dos campi, pois a região noroeste era carente deste tipo de ensino, público, gratuito e de qualidade. Os campi localizados no interior do RS possibilitam que muitas pessoas possam buscar uma formação, uma qualificação profissional, melhorando a sua qualidade de vida e consequentemente de seus familiares e contribuindo para o desenvolvimento do município em que está inserido e também para o desenvolvimento regional, conforme consta na lei 11.892/2008 sobre a criação dos IFs a qual afirma a importância da interiorização e regionalização da oferta de ensino. A PAE é fundamental no processo de consolidação dos campi para garantir por meio de seus serviços e ações a permanência e êxito dos estudantes, pois estes são a razão pela qual o IFFar existe.

Coloca-se ainda, os desafio elencados pela gestão, dentre eles a falta de pessoal para trabalhar na CAE; a burocracia no serviço público que acaba dificultando ou gerando morosidade na realização de algumas ações e oferta de alguns serviço, e a necessidade de qualificar as ferramentas de controle e acesso; aponta-se também como desafio a questão financeira pois existe necessidade de maior investimento na PAE e na questão estrutural como por exemplo, construção de um centro de saúde nos campi que ainda não tem. O acompanhamento de egresso é outro desafio da gestão na implementação e efetividade da PAE, para que assim, seja possível afirmar o quão efetiva foi a PAE na vida destes alunos egressos.

A gestão aponta também, como desafio fazer com que o estudante se sinta acolhido no campus e que saia da instituição com uma mudança na vida dele, na sua condição social. Trennepohl (2011), corrobora com esta afirmação quando refere que as preocupações com diferentes ações das políticas públicas devem conquistar uma qualidade de vida da população, como mecanismos centrais na determinação da dinâmica de desenvolvimento de distintos espaços sociais, como uma intensa atividade intelectual das Ciências Sociais.

Contudo para se conquistar essa qualidade de vida da população é necessário que exista gestão social, a qual, segundo Allebrandt (2012) tem sido evocada nos últimos anos para acentuar a importância das questões sociais, sobretudo na implementação de políticas públicas. Nesse sentido, a gestão social aparece como uma alternativa de gestão pública. Tenório (2002) enfatiza a importância da participação dos cidadãos no processo de elaboração das políticas públicas, desde a identificação do problema, planejamento, execução e avaliação. Nessa acepção, a implementação e o controle da oferta das atividades educacionais a que os IFs se propõem exigem planejamento criterioso e intencional voltado para o cumprimento de sua função social e contribuição para o desenvolvimento local e Regional e a diminuição das desigualdades sociais.

Por fim, demonstra-se como desafio para a gestão na implementação e efetividade da PAE a verificação dos índices de evasão, se estes são decorrentes de restrição orçamentária do estudante ou da falta de auxílios. É necessário conseguir sempre dialogar com os alunos para verificar se a PAE está atendendo aos objetivos e se está repercutindo na permanência e êxito dos estudantes. Outro desafio é conseguir atender as demandas, e conscientizar a sociedade e os servidores de que essa política não é assistencialista, pois algumas vezes são questionados os recursos investidos nas ações da Política de Assistência Estudantil, segundo Sposati (2002) é preciso romper com a visão do assistencialismo, do favor, das concessões do Estado e entender a Política de Assistência Estudantil como um Direito Social. Em vista disso, é

fundamental a conscientização da importância e necessidade destas ações e que essa compreensão avance para a sociedade, Kowalski (2012) tenta mostrar isso ao apresentar em seu estudo a evolução histórica da Assistência estudantil desde a sua criação, e, Dutra; Santos (2017) afirmam que a criação do PNAES em 2010 representou um marco e um importante avanço no que diz respeito à afirmação da Política de Assistência Estudantil no país.

Nesse sentido, afirma-se a importância desta política e destaca-se a necessidade de haver maior investimentos na PAE/PNAES por parte do governo federal para que possa manter o desenvolvendo, o seu papel efetivamente, que é o de promover a inclusão social através da educação, oportunizando o acesso, permanência e êxito dos estudantes, dando o suporte social e financeiro de que necessitam para que possam seguir no seu percurso acadêmico, o que irá refletir na sociedade, melhorando a vida destas pessoas em termos socioeconômicos, fazendo com que consigam trabalho por meio da sua formação acadêmica, gerando renda, melhoria na sua qualidade de vida e de seus familiares.

À vista disso, segundo Trennepohl (2011) as ações das políticas públicas necessitam conquistar uma melhor qualidade de vida da população, que poderá ser conquistada pela formação acadêmica. Para Bastos (2017), as políticas públicas são ações desenvolvidas pelo Estado com o envolvimento de compromissos e ações que possibilitem o desenvolvimento cultural e social de um povo.

Portanto, para garantir a permanência dos estudantes, pelas ações e benefícios da PAE, encontram-se argumentos em Höfling (2001) ao defender que as políticas públicas necessitam contemplar as pessoas que mais necessitam, onde a educação deverá ser uma política pública social, de responsabilidade do Estado. Assim, esse processo poderá contribuir para com a consolidação dos campi na Região Noroeste do RS e fortalecer a interiorização da educação, o que consequentemente poderá proporcionar resultados positivos para o desenvolvimento local e regional.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa acerca da implementação da Política de Assistência Estudantil no IFFar nos campi localizados na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, possibilitou um estudo, tanto no campo teórico, bem como as práticas, da assistência estudantil, especialmente ao verificar e analisar o posicionamento dos gestores em relação a esta política com base nas ações sugeridas pelo PNAES, bem como a visão dos alunos no que tange ao seu real funcionamento. A partir da entrevista com os gestores identificou-se suas visões sobre o programa e as dificuldades que esses agentes encontram na implementação. Pode-se verificar o conhecimento destes em relação a esta política e em relação ao decreto que regulamenta o PNAES.

Sobre o público alvo da assistência estudantil, foi possível estabelecer um perfil socioeconômico dos estudantes beneficiários da PAE a partir do questionário aplicado e constatou-se uma população de baixa renda, em vulnerabilidade social, com condições peculiares que se tornam latente, apontando a necessidade da existência de um programa eficiente, que os atenda em suas carências. Os alunos estão distribuídos no Ensino Médio Integrado, Concomitante/Subsequente e PROEJA, e, no Ensino Superior nos cursos de Bacharelados, Licenciaturas e Tecnólogos, e por isso, apresentam características diversas e necessidades distintas no que se refere ao apoio da Assistência Estudantil.

Obteve-se como resultado da pesquisa, tanto sob a ótica dos gestores quanto dos estudantes, a confirmação de que a Política de Assistência Estudantil, é fundamental para a permanência e êxito dos estudantes nas instituições de ensino e consequentemente para a consolidação dos campi localizados na região Noroeste do RS, contribuindo assim, para a interiorização da educação e para o desenvolvimento local e regional. Espera-se, que esta pesquisa traga contribuições para qualificar ainda mais a oferta dos serviços de Assistência Estudantil no IFFar, e consequentemente contribuir para a inclusão social através da educação melhorando a qualidade de vida das pessoas.

Os participantes da pesquisa compreendem a Política de Assistência Estudantil como um Direito Social e não como um movimento assistencialista, confirmando as pesquisas aos longos dos anos, que demonstram a evolução desta política do ponto de vista histórico no Brasil. Nesse sentido, infere-se que a PAE por meio do PNAES não fornece apenas auxílios financeiros, pois a maior parte dos educandos recebe também benefícios considerados

universais e acadêmicos, e consideram importantes estes serviços, como o apoio pedagógico, atendimento social, psicológico, médico, odontológico, bem como as demais ações preventivas da área da saúde e outras realizadas nos campi voltadas para a cultura, esporte e apoio aos estudantes com necessidades especiais, o que verificou-se nas falas dos sujeitos integrantes desta pesquisa.

As ações de Assistência Estudantil estão sendo implementadas em todos os campi da Região Noroeste de acordo com as áreas definidas pelo PNAES e conforme as particularidades de cada campus. No que se refere a seleção dos auxílios, os estudantes apresentam como dificuldades/fragilidades do programa a burocracia e a morosidade na realização da seleção e no pagamento dos auxílios. Acredita-se que poderá melhorar a partir da informatização do processo de seleção dos auxílios estudantis do IFFar via Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas, que acontecerá a partir do ano letivo de 2020, conforme a resolução 051/2019/CONSUP de 24 de outubro de 2019. Em vista disso, haverá a fusão dos auxílios permanência e transporte, passando a ser ofertados os seguintes auxílios: Permanência, Eventual e Atleta. As inscrições serão online no Sistema Integrado do IFFar, no módulo da Assistência Estudantil, onde os alunos inicialmente preencherão um cadastro único e anexarão a documentação exigida em edital, a análise continuará sendo feita pelo profissional Assistente Social com base no índice de vulnerabilidade social do cadastro único e documentação apresentada, podendo solicitar a apresentação de mais documentação, realizar entrevista e visita domiciliar se considerar necessário. Essas mudanças visam a otimização da oferta dos serviços e ações de Assistência Estudantil.

Quanto à efetividade, na visão da maioria dos gestores e estudantes a Política de Assistência Estudantil está sendo efetiva ao colaborar para a permanência e êxito dos estudantes em seus cursos, porém, quando questionados sobre os desafios ou solicitado sugestões de melhorias os gestores e estudantes referem que existem algumas fragilidades como a burocracia, morosidade, a necessidade de maior disponibilidade orçamentária para a realização das ações de AE e a escassez de recursos humanos nas CAEs de alguns campi, o que reflete na prestação dos serviços. Os gestores apontam ainda a necessidade de melhorar os índices de evasão e o acompanhamento de egressos, questões estas que devem ser resolvidas a nível institucional e não somente pelas Coordenações de Assistência Estudantil da Reitora ou dos Campi.

Em relação ao papel desempenhado pela Política de Assistência Estudantil a pesquisa apresentou que a política está cumprindo o seu papel, ao oportunizar o acesso, permanência e

êxito dos estudantes, ao dar suporte social e financeiro, ao colaborar para a melhoria na qualidade de vida dos estudantes, ao promover a inclusão social, pelo processo educacional.

Por fim, a pesquisa permite afirmar que a Política de Assistência Estudantil pelas ações do PNAES assume um papel fundamental na promoção de uma política educacional mais inclusiva na medida em que pode contribuir para minimizar dificuldades de ordem socioeconômica e possibilitar aos estudantes, condições menos desiguais no período de sua permanência na instituição de ensino em que se encontram inseridos. O PNAES, portanto, se constitui em política pública de impacto significativo para a população mais desprovida de recursos materiais no que se refere ao apoio ao estudante no seu percurso acadêmico, e no acesso aos cursos nos campi do IFFar e nos demais institutos e universidades federais