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2. A INCLUSÃO RADICAL E O MIPID

2.3. O Programa MIPID

Figura 15 : Educadores étnicos participam de encontro de formação no CEERT – SP83.

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É preciso que se construa um modelo de educação que respeite a tradição deste povo, que observe sua cultura e a relacione com as práticas educativas existentes. Nos últimos oito anos, temos vivenciado junto ao serviço público uma relação bastante complexa no que se refere ao encaminhamento desta questão do currículo. É neste ponto que entendemos ser também relevante fazer algumas considerações do papel do estado perante as reivindicações da comunidade negra. (NEVES, Yasmim Poltrinieri, 2002, p.16)

A partir da escolha do nome MIPID, buscarei compor uma apresentação deste programa para formação de professores da Secretaria Municipal de Educação nas palavras da professora Sueli Aparecida Gonçalves:

Nós temos algumas brincadeiras, por que o nome, o que a gente pensava e o que a gente queria. Tem que ser um nome que minimamente dê conta de quando pensar o que nós queremos, o nome por si só já deveria dar conta. E ai nós fizemos toda uma discussão: o que é um nome? Por que o nome? Como quando você pensa numa criança. Muitas vezes, antes disso a gente viajando. Lembro-me perfeitamente, nós viajamos no sentido... Bom, eu quero esse filho, ele tem que ser lindo, bonito e maravilhoso, ele tem que ter um nome sonoro. Então nós ficamos um dia, no antigo CEFORMA – Centro de Formação, um dia num grupo bem menor. Escrevendo nomes, propondo nomes, e nomes e nomes, até que conseguimos chegar à Memória e Identidade: Promoção da Igualdade na Diversidade. Memória por que estávamos trabalhando com as nossas memórias, de vida, de conhecimento, de família, profissional e as nossas memórias. (v. anexo: em entrevista com Sueli Aparecida Gonçalves, p. 153 e 154)

Vê-se que surgia, então, uma nova proposta para o trabalho da questão das relações étnico- raciais. Campinas passava a contar com um programa pioneiro para a formação de professores, o Programa Memória e Identidade: Promoção da Igualdade na Diversidade, cuja institucionalização representou um novo marco nessas discussões.

[...] e nós construímos então a ideia de ter um programa. O que nós faríamos? Tinha que dar destaque, onde? O projeto, o projeto é muito pouco. O projeto é uma coisa pontual. Terminou... Acabou. Vamos pensar num programa, então começamos a construir esse programa, começamos a discutir com alguns professores, começamos a visitar as escolas e fomos criando um circulo. (v. anexo: em entrevista com Lucinéia Micaela Crispim, p. 56)

Todo o conhecimento a respeito da temática étnico-racial passava a ter um espaço institucional para seu estudo, além de começar a compor o trabalho pedagógico da Rede

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Municipal de Ensino. O cotidiano da escola tornou-se afinal um ponto importante no reconhecimento de possibilidades de discussão desta temática.

Na função de “Educadores Étnicos” estavam os profissionais que viabilizariam este processo de formação e discussão com os demais profissionais da Secretaria da Educação. Mas este conceito de profissional não era inédito, como aponta José Galdino:

Eu fiquei espantado porque a gente discutia o negro e educação como se a coisa fosse uma novidade, como se estivesse começando e vi que os caras no inicio do século XX tinham criado uma escola, entendeu? (v. anexo: entrevista com José Galdino Pereira, p. 195)

Os educadores étnicos passariam então a assumir a responsabilidade na organização de cursos e encontros de formação nas escolas da Rede Municipal, de grupos de trabalho e de uma biblioteca étnica. Além disso, procurariam estreitar o diálogo com os movimentos sociais e divulgariam na rede qualquer acontecimento em torno da temática étnico-racial (como fóruns, congressos e seminários).

Eu posso dizer que o educador étnico, foi algo que assim, foi um movimento que veio tentar mudar algumas das estruturas que estavam instaladas. Ele além de causar impacto, seria uma faca de dois gumes, ele causava ao mesmo tempo satisfação, como ele causava angustia e sofrimento. Porque angustia e sofrimento? Por que nem sempre o que você aprendia que você debatia você poderia colocar dentro da tua unidade. (v. anexo: entrevista com Antônio Lopes Macedo)

O MIPID resulta de uma longa luta histórica dos movimentos negros na cidade de Campinas. É, portanto, uma confluência de fatores, muitos deles envolvendo a eleição em 2001 do prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que colaboram para a sua institucionalização.

Fazíamos o debate pra estarmos sempre na linha da esquerda. Porque a esquerda era a que mais aproximava da nossa luta, mas não que também eles dessem conta. Então no MNU nós aprendemos a discutir o que era raça e classe... (v. anexo: entrevista com Lucinéia Micaela Crispim, p. 50)

Havia também uma aproximação entre os movimentos negros e vereadores que assumiam mais estritamente os diálogos a respeito das questões étnico-raciais:

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Quando eu cheguei ao mandato do Tião (vereador Sebastião Arcanjo), o Tião quando ele se elegeu, ele numa reunião do movimento negro, o Tião foi, era um coletivo. Um coletivo antirracismo. Era alguma coisa assim. Agora não me lembro exatamente o nome, mais era um coletivo antirracismo. Esse coletivo discutia as políticas. Foi quando a gente conseguiu eleger o Tiãozinho. Tião na Campanha dele se propôs a fazer pauta das questões étnico-raciais. De fazer no mandato dele uma, frente para discutir as questões raciais, porém o Tião era uma pessoa de partido. Eu entro para o mandato, nessa transição pra ir construindo a lei municipal que é a nove sete, sete, sete, que se dispõe a discutir a história do negro. (id, p. 48)

Neste período percebe-se a forte participação política dos movimentos negros da cidade em torno da eleição de Toninho:

Quando a gente vem pra esse partido de esquerda, pra um governo de esquerda. Certo que eu já estava afiliada ao PT, eu filiei ainda jovem. Mas quando a gente senta com o Toninho, que na época era candidato. O candidato a prefeito amarrou algumas coisas. Toninho foi conversar com o Movimento Negro lá na Sinergia. (id, p. 52)

E são evidentes os inúmeros compromissos de campanha assumidos com o Movimento Negro da cidade:

Nós colocávamos pro Toninho um seguinte: queremos ter representante na educação, na cultura, na saúde, na época pleiteávamos uma secretaria. Uma secretaria que tivesse recorte étnico-racial e uma pessoa no gabinete do Toninho, pra ligar com todas as políticas. Bom, fizemos uma reflexão, um seminário, muito debate. Avançamos, avançamos e chegamos à conclusão que uma secretaria pra nós que estávamos entrando no governo era grande. Então recuamos pra uma coordenadoria. (id, p. 53)

Compromissos e avanços também são destacados pelo professor José Galdino Pereira:

A importância da administração do PT naquele momento foi incorporar esse trabalho. Oficializar este tema dentro da rede. Começar a tratar essa questão racial. Começar a criar, abrir um espaço enorme do jeito que abriu trazer pessoas qualificadas pra trabalhar e trazer as pessoas da rede. (José Galdino Pereira, p. 195)

A criação do Programa MIPID resulta dos estudos e trabalhos realizados no curso Educar

para a Igualdade Racial, ministrado no Solar das Andorinhas. Por ter sido o curso o

desencadeador da construção do programa, é possível que em alguns momentos os dois possam ser confundidos em termos de descrição.

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Por ter participado de todo o processo, iniciado no curso Educar para a Igualdade Racial em 2003, e finalizado em setembro de 2007, época da determinação do retorno de todos os profissionais do programa para suas respectivas salas de aula, este relato traz o olhar de quem viveu a experiência de ser um educador étnico do início ao fim do programa.

Foi possível experimentar as primeiras ações, o auge do programa e o início de sua desconstrução, de forma que o processo de formação e política nacional em relação às questões étnico-raciais fosse mais bem compreendido. De certa forma, pode-se falar do MIPID e do curso “Educar para Igualdade Racial” como uma única proposta, complementar em suas etapas, de formação dos educadores da Rede Municipal.

O programa tem publicação no Diário Oficial em 2004, conforme a Resolução SME/FUMEC nº 03/200484. Para elucidar a sua cronologia, apresento aqui um trecho da entrevista com Sueli Aparecida Gonçalves (v. anexo, p. 152):

Pra falar como surgiu o MIPID, a gente precisa primeiro fazer um passeio, pelo ano de 2000, ou se pensarmos um pouco mais, buscar na legislação existente no município de Campinas, que é anterior a criação do MIPID. No caso uma legislação, minimamente de 1998, em que trazia no seu bojo, a obrigatoriedade do currículo, de trazer a lei da história da África e dos afros brasileiros no currículo escolar. É uma lei do Sebastião Arcanjo, vereador na época em Campinas. A lei existia, porém até então poucos a conheciam. Então, somente um grupo, de professores engajados com a temática e conhecedor da legislação é quem aplicava, na sua sala de aula. A partir do ano de 2000, com a mudança de governo, esse governo que até então, ele assume o poder, e traz algo importante, que é um eixo, na sua proposta de trabalho: Singularidade, Participação Dinâmica e Inclusão Radical. E com isso, também vieram fazer parte desse trabalho, alguns assessores comprometidos com a temática. Dentre eles a gente pode destacar a Lucy Crispim, que [...] passa a ser Assessora de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial na Secretaria Municipal de Educação. Em 2001, a Secretaria Municipal de Educação na figura da secretaria então professora Corinta Geraldi, possibilita constituir um grupo de trabalho, um GT, que tinha objetivo tratar e discutir a temática, as políticas e as demandas públicas, para a população de Campinas. E logo a seguir, foi feito o segundo, Congresso Municipal de Educação, em que se traçaram algumas políticas, algumas demandas para tratar a temática. Com isso o grupo instituído, em 2002, [...] é viabilizado, [...] na rede o curso de formação Educar para a Igualdade Racial. [...] curso acontece em 2003. Educar para a Igualdade Racial, que teve uma participação de um grupo de 45 a 48 educadores, ele foi realizado, pelo CEERT - Centro de Estudos e Relações de Trabalho e Desigualdades e aconteceu no Solar das Andorinhas.

84 Institui diretrizes para a criação do Programa „„Memória e Identidade: Promoção da Igualdade na

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O curso Educar para a Igualdade Racial possibilita, com a orientação inicial do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), a sistematização e viabilização de um trabalho com a temática étnico-racial, como aponta José Galdino:

Foi importante, a palavra que eu procurava antes era sistematizar. O CEERT fez isso. Conseguiram sistematizar e eu acho que a gente avançou muito nesta questão. Porque foi uma ferramenta importante. (v. anexo: entrevista com José Galdino Pereira, p. 196)

Nesta busca por sistematizar o trabalho sobre relações étnico-raciais, é necessário o estabelecimento de algumas diretrizes. A seguir, duas leituras possíveis de como este processo estava ocorrendo, ou seja, o que estava “Escrito” e o que foi “Dito e o Feito”85, conforme

apontado pelos educadores entrevistados.

A aproximação de tais aspectos (escrito, dito e feito), efetivamente, abordava a questão da coerência apontada por Paulo Freire ao afirmar que é determinante nesta virtude a “diminuição da distância, entre o que se pensa, o que se diz e o que se faz” (FREIRE, Paulo, 2000, p.41). Porém, ainda é possível levantar algumas contradições no processo, o que justifica a permanente procura pela melhora de cada um destes aspectos.

Escrito no Diário Oficial

 Propiciar ações para que a escola compreenda a diversidade étnico-cultural em seu interior;

 Incluir no Projeto Político Pedagógico das Unidades Educacionais eixos norteadores de atendimento à diversidade existente no cotidiano escolar.

Dito e feito pelos Educadores

 Alguns livros mesmo de português, a gente via as figuras, o texto que era relacionado aos negros, como trazia muitas questões. Que não tinha uma história ativa. O negro desvalorizado de fato. Era apenas menino de rua, eram trombadinha, essas coisas todas que era de fato que trazia. Então a gente trabalhava essa questão, trabalhava textos jornalísticos, trabalhava mesmo, na questão do ECA. (v. anexo: entrevista com Antônio Lopes Macedo, p.6)

 As escolas se abrindo, percebendo o racismo. Alguns professores percebendo onde de fato o preconceito estava instalado. Assim mesmo, até mesmo sem sequer perceber que eles cometiam erros em relação ao preconceito. Não só os

85 Expressão título do livro “O Escrito, o Dito e o Feito - Educação e Partidos Políticos” (1994), de Regina

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professores brancos, como também professores negros. Como também e até mesmo eu. Como a gente repetia as coisas, que já estavam instaladas e a gente não enxergava por esse outro lado, por esse ângulo. Então a formação foi muito interessante e o movimento da rede em querer trabalhar, em querer mostrar, em querer modificar. (id, p.9)

Escrito no Diário Oficial

 Intensificar as reflexões no âmbito escolar com relação à diversidade humana e a pluralidade cultural;

 Socializar os trabalhos desenvolvidos pelas Unidades Escolares; Compartilhamento da responsabilidade;

 Fomentar a implementação de normas práticas e projetos pedagógicos destinados a evitar os índices de evasão escolar do alunado negro e não negro.

Dito e feito pelos educadores

 E me chamou a atenção que nesse momento ela falou olha tudo bem, vocês elencaram vários assuntos, mas a questão do negro ninguém citou. Essa questão era até uma bandeira de luta do partido PT para a eleição. Tratar sobre a questão da negritude. Eu me deparei e eu enquanto professora atuante na rede municipal, não tinha elencado essa situação. Eu era professora. A rede municipal geralmente é na periferia, você pode falar assim que eu era mais periferia ainda eu era lá do Barrachet, lá no Jardim Florense II. Que é um bairro de ocupação, era uma estrutura precária e muitos negros. Acho que 80% negros, da população educacional eram negros. E eu não elenquei. Foi como se eu tivesse levado uma tapa na cara. (v. anexo: entrevista com Kátia Maria Eugênio, p. 26)

 Então, aquela coisa da militância. E uma coisa que meu amigo, muito querido, o Silvio Humberto, ele é da Bahia, que ele fundou a Stive Biko, um cursinho pré- vestibular. Assim graças ao Sílvio que nós quando abrimos a Antônio Cesarino agente sempre falava: “Se você não faz parte da solução ou você faz parte do outro lado”. Não dá pra ficar em cima do muro. E como a rede tinha uma política educacional voltada para essa questão e tinha a lei 10639/03 que estava recentemente saída do forno. Eu falei a faca e o queijo.

Eu tenho que tomar uma postura, então não dá para você ter a bagagem de conhecimentos que você tem todo esse arsenal de conhecimento e você ficar armazenado para você. Você precisa fazer alguma coisa com ele. Por isso que eu fui participar do processo. Na tentativa de fazer a diferença. (id, p. 27)

Escrito no Diário Oficial

 Maior cuidado ao se relacionar com alunas e alunos considerando, dentre outras aspectos, as questões étnico-raciais;

 Constituir um acervo diversificado para registro da memória, pesquisa e produção realizada nos diversos espaços formativos, relatos de experiências e acervo literários específicos, viabilizando aos educadores/ pesquisadores subsídios para o desenvolvimento de sua prática pedagógica;

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 Consolidar e institucionalizar a atual política educacional de promoção da igualdade racial.

Dito e feito pelos educadores

 A coordenadora gostava da minha forma de atuar, eu era muito dinâmica com as crianças. E ela colocava os negros na minha sala. Vários na minha sala. Minha sala era um reduto de África. E mesmo aqueles alunos, que estudavam em outro período, mesmo assim ela (a diretora) dizia: Minha filha, você não pode vir a tarde dá reforço pra eles, que assim eles ficam com você eles ficam quietinhos. E aí então a fama de que ou eu era muito exigente ou então eu não os levava a sério porque eu conseguia trabalhar com os infelizes. (v. anexo: entrevista com Lucinéia Micaela Crispim, p.44)

 O que era? Na época, 1992, 93 a gente não tinha habilidade pra dizer que isso era racismo, a gente dizia que enquanto movimento, enquanto o professor dentro da sala de aula, pouquíssimos professores negros assumiam a questão do racismo. Ser negro era correr o risco de fato de você se isolar na sala dos professores, você se posicionar enquanto negra já estava dado que na sala de professores você ia ficar sem grupo. (id)

Escrito no Diário Oficial

 Superar os indicadores de desigualdades raciais no sistema de ensino municipal;

 Construir e normatizar procedimentos e práticas capazes de assegurar a institucionalização e sustentabilidade da política de promoção da igualdade; Investir na formação de educadores, gestores e educandos dos diferentes segmentos (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos - EJA);

Dito e feito pelos educadores

 Na verdade, na minha visão eu vejo assim, a Educação Social é aquilo que está fora da escola mais ela é trazida para dentro escola, ela tem que ser caminhar junto porque se a gente está com um monte de problema, conflitos, contradições na escola. (v. anexo: entrevista com Noêmia de Carvalho Garrido, p. 87)

 Inclusão é você trazer. Você não deixar passar batido, é você trabalhar bem, na escola, por exemplo. [...] a gente vem tratando ao longo dos anos tudo que eu tenho que saber sobre determinado conteúdo e esse conteúdo eu tenho que dá conta dele, e eu esqueço que esse aluno é uma pessoa que está atuando nessa sociedade preconceituosa, que está acontecendo um monte de coisa pra fora deste espaço, do muro da escola e a gente não consegue enxergar e deixa isso pra depois ou é problema lá de fora, aqui nós vamos só ensinar a lê e escrever e acabou. (id, p. 92)

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 Constituição do grupo de Educadores Étnicos (Professores de Referência) por NAED (Núcleo de Ações Educativas Descentralizadas);

 Curso Educar para a Igualdade Racial para educadores da Rede Municipal de Campinas;

 Oficinas de Sensibilização e Fabricação de Bonecas Étnicas;

Dito e feito pelos educadores

 Fui construindo um acervo pessoal. Possibilitar saber o que estava lá ha mais tempo. [...] O que fortaleceu muito foi às reuniões dos educadores. Correr atrás era o lema e isso contribuía para poder nos estabelecer. Hoje quando eu dou uma aula no EJA eu sei do que estou falando. E as reuniões possibilitavam esta aprendizagem. (v. anexo: Ozeni Dias Lucas, p. 116)

 Teve uma época que eu me senti ate uma vendedora, tinha que fazer o convencimento. O Galdino foi uma pessoa que muito contribuiu, teve escola que foi mais tranquilo. A escola tem muito do administrativo. Eu investia neste produto por que ele valia à pena. Depois da primeira reunião muitas escolas e professores queriam e faziam muitos convites. (id)

Escrito no Diário Oficial

 Formação continuada nas Unidades Escolares da Rede Municipal com a temática étnico-racial;

 Curso de Formação para Gestores com a temática étnico-racial;  Compra de bonecas industrializadas étnicas;

Dito e feito pelos educadores:

 Cada um confeccionava as bonecas, que era aquela questão de colocar a sua identidade na boneca que estava construindo. Depois levava pra escola, pra apresentar para as crianças, pra trabalhar com as crianças, e a partir daí foram surgindo do trabalhar no caderno. (v. anexo: entrevista com Sandra Amara de Paula, p.124)

 Como era dentro da família? Por que havia caso, por exemplo, assim, eu lembro que criança na sala brincava, adorava boneca, aí quando ela levava pra casa, que apresentava pros pais, [...] quando volta a mãe falou que a criança ficou com medo da boneca. É. Ela convivia com a boneca na sala. Aí falou que em casa ela ficou com medo, ela falou assim: “Ah que meu filho ficou com medo da boneca eu peguei e pus num saquinho e guardei lá em cima do guarda-roupa e peguei no outro dia pra devolver pra criança ir pra escola”. Medo da criança? Aí eu pressiono. Fica uma incógnita. (id, p. 126)

88 Escrito no Diário Oficial

 Elaboração dos instrumentos para definir indicadores metodológicos para a inclusão e análise das práticas pedagógicas em parceria com o CEERT;

 Aplicação do instrumento nas Unidades Escolares;

Dito e feito pelos educadores

 Na época, tinha um programa, que funcionava já alguns anos, o Programa de Orientação Sexual, e ele o Helinton, era participante do programa, ele fala olha, nós temos a possibilidade de pensar num programa, que têm diretrizes, tem os objetivos pra rede, e que trabalhe com a temática de uma forma sistematizada. Então nós começamos ali a organizar um grupo menor, quando eu chamo num grupo menor é em torno de 10 ou 11 pessoas. Dessas 11 pessoas, ao final nós ficamos para escrever as diretrizes, ficamos em quatro ou cinco pessoas. Que