CAPITULO 4 UFGINCLUI, DE SUA CONCEPÇÃO E COMPROMISSOS
4.5 O Programa UFGInclui em Artigos, Dissertações e Teses
As pesquisas realizadas sobre ações afirmativas voltadas a UFG foram buscadas
inicialmente no Banco de Tese da Capes e na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) por meio das palavras-chave: UFGInclui; ações afirmativas na UFG; e cotas na UFG de junho de 2012 a fevereiro de 2013. (Cf. Quadro 14, em apêndice) Com esse procedimento apenas quatro dissertações foram encontradas: 1) Cotas raciais como política de admissão
UERJ, UNB e o caso da UFG, de Eduardo Galvão; 2) “Eu estava sempre fora do lugar”: perspectivas, contradições e silenciamentos na vida de cotistas, de Carlianne Gonçalves; 3) Uma geografia das ações afirmativas na educação superior: as cotas étnico-raciais na UEG e UFG, de Leandro Vaz; e 4) A Política de cotas na Universidade Federal de Goiás (UFGInclui): Concepção, Implantação e Desafios, de Chaiane Rosa. As outras pesquisas que
completam o Quadro 14 foram encontradas por meio eletrônico (serviços online), utilizando- se das palavras-chave: UFGInclui; Políticas de cotas na UFG; e Ações afirmativas na UFG. Exceto o artigo As ações afirmativas sociais e para negros na Universidade Federal de
Goiás: cursos de medicina e direito uma avaliação dos 2 primeiros anos, de Maurides
Macedo e Olga Cabrera, publicado pelo livro organizado por João Ferreira de Oliveira, O
Campo Universitário no Brasil: políticas, ações e processos de reconfiguração.116 A partir do levantamento, foi possível conhecer e identificar poucas publicações sobre as ações afirmativas introduzidas na UFG, isto é, 18 pesquisas. Foram distribuídas por categorias e serão sinteticamente apresentadas a seguir, iniciando a exposição pelas quatro dissertações encontradas no momento em que o levantamento mencionado foi feito.
A primeira, Cotas raciais como política de admissão UERJ, UnB e o caso da UFG,
foi defendida por Eduardo Aires B. Galvão em 2009, tendo como objetivo central “[...] discutir as cotas raciais a partir dos argumentos de justificação invocados para legitimar a adoção desse tipo de política pública” apoiado nos casos da UERJ, UnB e UFG, buscando pela discussão realizada “[...] apreender as lógicas discursivas das principais idéias-força que promoveram o debate da adoção das cotas raciais na agenda de institucionalização dos direitos sociais”. A segunda, defendida por Carlianne Paiva Gonçalves em 2012 traz o seguinte título: “Eu estava sempre fora do lugar”: perspectivas, contradições e
silenciamentos na vida de cotistas. Visou compreender como os negros/as são interpelados
pela raça, sexualidade e escrita. Apoiando-se na pesquisa-ação, a autora realiza uma leitura da voz de um jovem negro cotista, buscando compreender a interferência e a presença da escrita na vida desse jovem, bem como o impacto, em sua vida, das políticas afirmativas do ensino superior público. A autora reflete ainda sobre sua aproximação com dezesseis mulheres negras, também cotistas da Faculdade de Letras da UFG que se recusaram a participar da pesquisa. A terceira dissertação tem como título: Uma geografia das ações afirmativas na
educação superior: as cotas étnico-raciais na UEG e UFG, e foi defendida por Leandro
Farias Vaz em 2012. Ela analisa os pontos centrais dos processos de implantação das ações afirmativas no Brasil, na Universidade Estadual de Goiás (UEG) e na UFG, buscando
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observar a universidade por meio de um viés geográfico. A última das quatro dissertações localizadas, A Política de cotas na Universidade Federal de Goiás (UFGInclui): concepção,
implantação e desafios, é de Chaiane de Medeiros Rosa e foi defendida em 2013. O objetivo
central desta dissertação foi conhecer os limites e contradições do Programa UFGInclui e sua articulação com a política de expansão e democratização do acesso nas universidades federais brasileiras.
Dos catorze artigos encontrados, três fazem parte de livros. O primeiro, de Maurides
Macedo e Olga Cabrera, intitulado As ações afirmativas sociais e para negros na
Universidade Federal de Goiás: cursos de medicina e direito uma avaliação dos 2 primeiros anos, faz parte do livro organizado por João Ferreira de Oliveira em 2011 e tem como título O Campo Universitário no Brasil: políticas, ações e processos de reconfiguração. Esse artigo
analisa os dois cursos mais concorridos da UFG, seus primeiros resultados e o desempenho dos cotistas, ressaltando as limitações da política de inclusão da Instituição. O segundo é parte do livro Cotas nas universidades: análises dos processos de decisão, organizado por Jocélio Teles dos Santos em 2012. Intitulado As marcas da travessia: o processo de implementação
de ações afirmativas e cotas na UFG tem como autores: Diogo Marçal Cirqueira, Carlianne
Paiva Gonçalves e Alecsandro Ratts. Este texto ressaltou os embates, debates e conflitos que permearam o processo de implantação do Programa UFGInclui, a partir das primeiras ações voltadas aos estudantes étnico-raciais. O último, assinado por Daura Rios Pedroso Hamú e José Maria Baldino, tem por título uma interrogação: O programa UFGInclui: novas chances
de acesso à educação superior para excluídos? Ele foi publicado no livro Temas de Educação: olhares que se entrecruzam, organizado por: Beatriz Aparecida Zanatta, Denise
Silva Araújo e José Maria Baldino em 2012. O artigo referido foi escrito com o objetivo de apresentar a reflexão de seus autores sobre as primeiras aproximações analítico-interpretativas acerca do Programa UFGInclui.
Dentre os onze demais artigos localizados pela pesquisa, dois estão voltados para
cotistas dos cursos de Engenharia da UFG. Estes artigos se encontram publicados nos Anais do XXXVIII e XXXIX Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (COBENGE), um
realizado em 2009117 e outro em 2010118. O primeiro deles, de 2009, foi elaborado por Getúlio
Antero Deus Júnior, Ivone dos Santos Siqueira e Luciana Freire E. C. P. de Sousa. Tem como título O Programa “UFGInclui” da UFG: um olhar sobre os estudantes que ingressam nos
117
Disponível em: <http://www.abenge.org.br/cobenges-anteriores/2009/artigos-2009/artigos-publicados_11> 118
cursos de engenharias por meio das ações afirmativas. Teve como objetivo analisar o
desempenho dos cotistas nos cursos de Engenharia da UFG. O segundo, de 2010, Avaliação
do desempenho acadêmico dos estudantes de engenharia da EEEC, após implantação do Programa UFGInclui, foi assinado por Getúlio A. D. Júnior e Rosângela Nunes Almeida.
Buscou avaliar o desempenho dos cotistas dos cursos de Graduação da Escola de Engenharia Elétrica e de Computação (EEEC/UFG), apontando o alto índice de reprovação ocorrido nesses cursos no primeiro semestre de ingresso.
Mais quatro dos onze artigos localizados são desdobramentos de uma pesquisa mais
abrangente119 sobre os cotistas da UFG, desenvolvida por professores pesquisadores da
Faculdade de Educação da UFG. O primeiro destes quatro traz como título: Raça e educação:
perfil dos candidatos cotistas autonomeados “negros de escola pública” do programa UFGInclui,120de Rachel B. M. Bastos e Anita Cristina A. Resende (s/d). Objetivou descrever e analisar o perfil dos estudantes que optaram pelo Programa UFGInclui. O segundo, Os
processos de exclusão/inclusão do jovem no âmbito das ações afirmativas na UFG,121 de Rachel Benta M. Bastos; Anita Cristina A. Resende; Gina Glaydes G. de Faria e Edna M. Oliveira de Queiroz, foi publicado em 2010. Esse artigo se apoia na dialética exclusão/inclusão, para a análise da experiência de jovens estudantes integrantes do programa de cotas da Universidade Federal de Goiás. O terceiro, assinado por Gina Glaydes G. de Faria; Fábia de Oliveira Santos, (s/d), tem como título: Ações afirmativas nas universidades
federais brasileiras: um estudo inicial.122 Ele traz levantamentos parciais das ações afirmativas das universidades federais brasileiras para subsidiar o estudo do sucesso/fracasso escolar dos estudantes cotistas da UFG. E o último, A dialética inclusão/ exclusão na
experiência do programa UFGInclui123 de, de 2012, de Anita Cristina A. Resende; Edna Mendonça O. Queiroz; Gina Glaydes G. de Faria, apresenta parte de uma pesquisa em desenvolvimento sobre inclusão/exclusão, a partir de experiências vivenciadas pelos
119
“Trata-se do projeto de pesquisa intitulado “As contas da dialética inclusão-exclusão: a experiência das cotas na UFG”, que constitui um estudo longitudinal dos alunos que ingressaram na Universidade Federal de Goiás (UFG) pelo Programa UFGInclui. Esse projeto propõe “analisar a dialética igualdade x desigualdade e inclusão x exclusão no processo de formação dos alunos” (RESENDE, 2009). A este projeto estão vinculados três sub- projetos: “Programa UFG Inclui: mediações familiares e formação dos jovens”, “Estudo do sucesso/fracasso escolar na trajetória acadêmica dos estudantes que ingressaram na UFG por meio do Programa UFG/INCLUI” e “O espetáculo das cotas e a imprensa: as idéias e debates sobre as políticas afirmativas nas universidades públicas (2009-2015)”, concebidos a partir de uma unidade teórica e metodológica” (RESENDE et al, 2010).
120
Disponível em <http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/doutorado/trabalhos-doutorado/doutorado-rachel- benta.pdf>
121
IV SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA - GT 6 - Anais do IV JUBRA - Juventudes Contemporâneas: um mosaico de possibilidades, Belo Horizonte, jun. 2010.
122
Disponível em: <http://anaisdosimposio.fe.ufg.br/uploads/248/original_Gina_Glaydes_Guimar_ es_de_ Faria_e_F__bia_de_Oliveira_Santos.pdf>
123
estudantes cotistas na UFG. Estes quatro artigos podem ser localizados nos endereços eletrônicos indicados nas notas de rodapé desta página.
Os últimos cinco artigos dos onze localizados podem ser consultados nos endereços
eletrônicos indicados nas notas de rodapé desta página. O primeiro deles traz como título:
UFGInclui: o projeto de ações afirmativas da Universidade Federal de Goiás124foi assinado por Cristiane Maria Ribeiro (s/d). Nele, a autora define as ações afirmativas, com destaque para os argumentos de seus defensores e detratores, abordando ainda os pressupostos e a metodologia do Programa UFGInclui. O segundo, discutindo a Tradução de provas para
libras: uma proposta metodológica125, de Claudney Maria de O. e Silva e de Sofia Oliveira P.
A. C. da Silva, (s/d), busca descrever a metodologia de tradução das provas do processo seletivo do UFGInclui, voltados aos candidatos surdos, que pleiteiam ingressar no Curso de Letras Libras.
O terceiro, de 2009, Ações afirmativas e a legitimidade constitucional: o caso da
turma de direito da UFG126, foi assinado por Diorlei dos Santos; José do C. Alves Siqueira; Natanael David; Odair O. G. Camilo, 2009. O objetivo central deste artigo é discutir o conceito de ação afirmativa e analisar a iniciativa da UFG de criação de uma turma específica para assentados nas áreas de Reforma Agrária e agricultores familiares tradicionais. O quarto, de 2012, Análises e reflexões sobre uma ação afirmativa na UFG/CAC: o caso do
UFGINCLUI127 para os negros foi escrito por Bruno Pereira de Oliveira. Discute as
percepções, considerações e opiniões de estudantes do Câmpus de Catalão/UFG, sobre ações afirmativas do programa UFGInclui, visando o ingresso de alunos negros na Instituição. O quinto, de 2013, expõe uma discussão sobre o Programa UFGInclui e o desempenho dos
cotistas nos cursos de Artes Visuais: marcos referenciais das demandas, matrículas, permanências e diplomações128. Foi escrito por Daura R. Pedroso Hamú; Cláudia Valente
Cavalcante; José Maria Baldino. Este artigo foi escrito com o objetivo de interrogar o alcance do Programa UFGInclui, voltado aos cotistas da Faculdade de Artes Visuais da UFG.
Com o apoio desses dados foi possível afirmar que mesmo havendo pesquisas realizadas com o interesse voltado para a implantação do Programa UFGInclui, nenhuma delas reuniu, por não ser o foco, diversos aspectos que nessa tese foram apontados com detalhe e analisados detidamente.
124
Disponível em: <https://www.google.com.br/#q=UFGInclui:+o+projeto+de+a%C3%A7%C3%B5es+ afirma tivas+da+Universidade+Federal+de+Goi%C3%A1s>
125
Disponível em: <http://www.congressotils.com.br/anais/anais/tils2012_metodologias_traducao_ silvasilva .pdf>
126
Disponível em: <http://www.andhep.org.br/anais/arquivos/Vencontro/gt9/gt09p05.pdf> 127
Disponível em: <https://www.google.com.br/#q=An%C3%A1lises+e+reflex%C3%B5es+sobre+uma +a%C 3%A7%C3%A3o+afirmativa+na+UFG/CAC:+o+caso+do+UFGINCLUI+para+os+negros&start=0>
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