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O Programa UFGInclui no Jornal da Universidade

No documento Download/Open (páginas 146-150)

CAPITULO 4 UFGINCLUI, DE SUA CONCEPÇÃO E COMPROMISSOS

4.4 O Programa UFGInclui no Jornal da Universidade

Foram buscadas todas as edições do Jornal da Universidade que circularam entre 2008

e 2012, somando 67 publicações. Após consultá-los, foram selecionados 9 exemplares e neles, as matérias que tratam do tema desta tese para analise. O Quadro 13 (em apêndice) apresenta o titulo da matéria analisada, o autor da matéria, o ano e número de cada uma das edições selecionadas para estudo. As ideias e questões alusivas à temática pesquisada nesta tese evidenciaram que as matérias sobre o Programa de Inclusão da Universidade que circularam pelo Jornal da UFG deveriam ser selecionadas para análise. Porém, foram eleitas também as que tangenciaram o assunto. O conjunto de matérias obtido foi consultado por



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Estiveram presentes na reunião: o Reitor Edward, a Pró-Reitora de Graduação, a Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação e o professor Tarso e os representantes do CANBENAS, Colcha de Retalhos, Conexões de Saberes, DCE-UFG, CA de História, Cursinho Popular, e os professores Alex Ratts e Roberto Lima.

ordem de publicação. Assim, a primeira edição identificada para estudo foi a de nº 17, com

três matérias sobre o tema. A primeira delas foi o Editorial –O debate sobre inclusão social

na UFG, de autoria de Silvana Coleta113, que mencionou o grande número de universidades que já haviam adotado ações afirmativas e a importância de discutir essas experiências com o fim de enriquecer os debates que ocorreriam no meio acadêmico da UFG.

A reportagem seguinte foi publicada no espaço CÂMPUS EM FOCO, apresentando o

seminário Diversidade Cultural e Étnica no Brasil Central. Esse evento foi promovido pelo Museu Antropológico com o objetivo de despertar a comunidade para o tema da diversidade cultural e étnica e auxiliar professores na tarefa de conduzir seus alunos aos museus, alimentando posteriores debates. E a terceira reportagem dessa edição, das autoras Ana Flávia Alberton e Ana Paula Vieira, apresentou com destaque o seminário Políticas de Acesso ao

Ensino Superior: aprofundando o debate na UFG. Esse evento foi promovido pela

PROGRAD e contou com a participação de intelectuais de renomadas instituições do País, que discutiram ações afirmativas e a importância da adoção de políticas de acesso ao ensino superior (Cf. Jornal UFG, Nº 17, a. III, 2007).

O Jornal nº 19 trouxe apenas uma matéria de interesse para a pesquisa. Assinada por

Ana Flávia Alberton, essa matéria informou sobre o seminário O acesso ao ensino superior

em foco: desafios e perspectivas. Esse seminário foi realizado entre os dias 18 e 21 de maio

de 2008, na cidade de Rio Quente, para participantes de todas as universidades do País. No evento, discutiram-se questões sobre ações afirmativas e sobre o REUNI nas universidades, com o objetivo de fornecer contribuição para aperfeiçoamento dos processos seletivos das universidades.

A edição nº 21 exibiu no Editorial, o texto Graduação na UFG: expansão, inclusão e

qualidade de ensino, elaborado pela Pró-Reitora de Graduação, Professora Sandramara, que

relatou sobre o profícuo momento que vivia a UFG ao aderir e adotar os Programas REUNI e o UFGInclui. Ressaltou os avanços e desafios que a Instituição encontraria pela frente ao concretizar tais programas, e afirmou.

[...] que a expansão e a inclusão [...] promovidas pela UFG [...] [concretizavam], de forma arrojada, a ampliação e a democratização do acesso a esta Instituição, configurando o seu compromisso com o ensino público de qualidade, com a produção e difusão de conhecimento, expressos no quase meio século de sua existência. (Cf. Jornal UFG Nº21, a III, 2007)



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Nessa edição aparece também a matéria Universidade aprova Programa de Ações

Afirmativas assinada por Ana Flávia Alberton. O texto apresenta o Programa UFGInclui, e os

novos cursos que seriam criados na Instituição, além dos acréscimos de vagas em cursos já existentes, medidas que seriam introduzidas no vestibular da UFG em 2009.

O Processo Seletivo de 2009-1 foi uma das reportagens selecionadas do nº 23 do

Jornal UFG. O texto Novidades geram aumento de inscrições, elaborado por Caroline Pires, esclareceu que o Programa UFGInclui e os novos cursos atrairiam grande número de candidatos ao vestibular. A outra matéria desse número é a Mesa Redonda Ações Afirmativas:

debatedores avaliam repercussões e expectativas quanto ao UFGInclui, promovido pelo

Jornal UFG, com participação dos professores Joaze Bernardino Costa, do programa de Pós- Graduação em Sociologia da UFG e especialista em Relações Raciais; Marcos Elias Moreira, coordenador de Ensino Médio da Secretaria Estadual de Educação e presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás; Sandramara Matias Chaves, Pró-Reitora de Graduação da UFG; e Luciana Freire, diretora do Centro de Seleção. O debate realizado por esta Mesa esclareceu diversas questões e dúvidas sobre: a divulgação do Programa; a avaliação do Movimento Negro; o modo como se preparou o Centro de seleção com a nova Proposta; e o modo como a Universidade tinha se preparado para acolher os estudantes do UFGInclui e outros aspectos mais simples da questão.

Na sequência, o Jornal nº 25 fez duas referências ao tema. A primeira delas, assinada

pelo Reitor Edward Madureira Brasil, foi apresentada no Editorial do Periódico com o seguinte título: Desafios estimulam ritmo de trabalho na UFG. Essa matéria fez um breve relato sobre o crescimento da UFG por meio do REUNI, do Programa UFGInclui e da contratação de novos professores e funcionários, ressaltando a importância da participação desempenhada por todos diante dos desafios enfrentados com a ampliação da Instituição. A segunda matéria, de Silvana Lima, foi dedicada à avaliação do Primeiro vestibular com o

Programa de Inclusão. O texto da autora relata o sucesso do Processo Seletivo da Instituição

ao adotar, pela primeira vez no vestibular, um programa de inclusão.

O Jornal nº 33 trouxe também duas matérias de interesse para a pesquisa. A primeira

matéria desse número destacou o tema: CONPEEX114, com Mesa Redonda intitulada Inclusão

Social, étnico-racial e digital, que abordou diversos aspectos da inclusão numa perspectiva

mais ampla. Uma das participantes da Mesa, a professora Maria Terezinha da Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR) - Minas Gerais propôs uma reflexão sobre o modo como o conceito de inclusão era percebido na perspectiva de cada indivíduo; outro participante da



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Mesa, o Professor Ricardo Gonçalves da UFG, informou sobre as diversas tecnologias disponíveis atualmente para pessoas com algum tipo de deficiência. A outra expôs uma entrevista feita com o Reitor da UFG, que fez por meio dela uma síntese de sua gestão, destacando os projetos de inclusão estabelecidos na UFG.

O Editorial, Crescimento com qualidade, foi a única matéria da edição nº 43 que tratou

do assunto. Ela foi elaborada pelo Vice-Reitor Eriberto Francisco Bevilaqua Marin com o objetivo de informar os leitores do Periódico sobre a expansão da Universidade, a criação de diversos novos cursos, bem como sobre os benefícios obtidos pela Instituição com a criação do Programa UFGInclui, entre outros.

A Edição nº44 traz, num pequeno espaço, informações sobre o seminário Programa

UFGInclui realizado pela Universidade nos dias 12 e 13 de maio de 2011, visando avaliar e

conhecer a real extensão dos benefícios e dificuldades advindas da implantação do

Programa.115 Nessa mesma edição, na seção: COMUNIDADE PERGUNTA, o Jornal traz a

seguinte questão: “Como é realizado o preenchimento de vagas em chamadas subsequentes do Processo Seletivo da UFG para quem opta pelo Programa UFGInclui?” A professora Luciana Freire, presidente do Centro de Seleção, faz os esclarecimentos pertinentes em relação aos procedimentos adotados pelo Órgão para atender aos percentuais estabelecidos pelo Programa, conforme determina o Edital.

O Jornal nº 51 completa a série das nove edições selecionadas. O Editorial Interação e

Inclusão de Silvana Lima apresenta a formatura da primeira turma do curso de Licenciatura

Intercultural Indígena. Essa

[...] turma especial de licenciatura, formada por representantes de diferentes povos indígenas, exigiu um esforço meticuloso dos envolvidos, fomentando o desenvolvimento de metodologias específicas, a fim de garantir a interculturalidade, traduzida na diversidade cultural e linguística, e o princípio do respeito incondicional à diferença e ao direito de autodeterminação, benefícios e dificuldades advindas da implantação do Programa (Cf. Jornal UFG Nº 51, a VII, 2012).

A segunda e última matéria, MARCO HISTÓRICO - A Formatura representa marco

histórico na relação com comunidades indígenas, foi escrita por Marcela Borges. Além de

fazer o relato da Colação de Grau dessa primeira turma de alunos indígenas, Borges destaca a importância do papel da UFG na democratização do ensino superior.

A partir de detidas leituras das matérias veiculadas por meio dos nove números do

Jornal da UFG selecionados, é possível afirmar que embora as matérias tenham evidenciado e



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informado o leitor sobre o tema inclusão, percebeu-se que ele não foi abordado com a profundidade devida, tanto que foi pequeno e pouco expressivo o impacto da criação e implantação do Programa UFGInclui para o próprio Jornal, que tem ou deveria ter (pensa-se) função precípua a divulgação analisada dos feitos da Instituição. Reiterando, cabe relembrar que das dezessete matérias exibidas nas nove Edições analisadas, num período de cinco anos, apenas nove trataram diretamente do Programa em questão. Em 2008, quatro apresentaram o Programa UFGInclui, duas noticiaram ações afirmativas e outras duas referiram-se à diversidade cultural e aos processos seletivos para ingresso ao ensino superior. Em 2009 foram duas sobre o UFGInclui e duas sobre ações afirmativas. Em 2010, nada foi encontrado! Em 2011 foram três matérias sobre o UFGInclui. E em 2012, assim como em 2010, nada foi assinalado sobre o Programa, ou seja, apenas duas reportagens fizeram referências sobre ações afirmativas, sem, contudo, tecer nexos entre uma coisa e outra coisa.

Para além da Universidade, a busca efetivada por Galvão (2009) nos dois maiores

jornais diários do Estado de Goiás, Diário da Manhã e O Popular, evidenciou que tais matérias foram, também neles, pouco veiculadas durante o processo de discussão, ocorrido entre 29 de abril de 2007, data em que foram divulgados estudos de mudança no vestibular, e 1º de agosto de 2008, data em que foi aprovado o Programa UFGInclui. Segundo Galvão, em apenas onze oportunidades, os jornais referidos abriram espaço para o tema.

Após a criação do Programa UFGInclui, em nove oportunidades foram veiculadas

matérias ligadas ao assunto. Todavia o que chamou a atenção do pesquisador não foi este fato, mas o fato de não aparecer, em qualquer delas, questionamentos sobre a existência de uma Comissão que teria “direito” de convocar “[...] o candidato a uma vaga na UFG pelo sistema de cotas, para julgar se o mesmo poderia ser considerado ‘negro de escola pública passível de sofrer discriminação’” (p. 97). Enquanto na UnB a comissão correspondente foi alvo de discórdias, na UFG, sua constituição, além de não ter sido “[...] objeto de questionamentos”, foi aprovada “sem qualquer alarde” (p. 97), cabendo indagar: será que o ocorrido foi casual?

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