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1 O QUADRO ESPACIAL: DELIMITAÇÃO DO NOVO TERMO

Para a caracterização da Póvoa no século XVIII é fundamental o conhecimento do "novo" espaço que servia de palco às actividades económicas e ao quotidiano dos habitantes da comunidade, isto é o termo. Consideramo-lo "novo" pelas suas maiores dimensões, pois os limites com a Casa de Bragança e o Senado de Vila do Conde foram

redefinidos nos inícios do século, assim permanecendo até à Reforma Administrativa de 18361.

Numa aproximação ao sistema de valores e ao imaginário do Antigo Regime, o entendimento do espaço - essa "realidade construída", longe da definição de "extensão

bruta e objectiva"2 - passa pelo desdobramento em distintos espaços limitados,

organizados e hierarquizados diferentemente, consoante o papel social desempenhado por quem o "via" e o efeito a que se destinava a apreensão da sua realidade.

As circunscrições jurisdicionais mínimas - no plano civil, a terra com a sua jurisdição própria, neste caso concreto o concelho e no plano religioso, a freguesia - formavam a realidade espacial mais imediatamente apreensível. Era ao nível do concelho, lugar jurídico-administrativo, que se desenrolavam as funções mais importantes e imediatas para a sociedade local: elaboração de posturas, resolução de

1 Esta Reforma trouxe para o concelho da Póvoa de Varzim parte do território pertencente ao termo de

Barcelos, onde tinham assento as seguintes freguesias: S. Miguel de Argivai, S. Salvador de Nabais, S." Maria de Terroso, S. Miguel de Laundos, S.teMaria da Estela, S. Pedro de Rates, S.* Eulália de Balasar, S.

Cristóvão de Rio Mau, S. Martinho do Outeiro, S.to André de Parada, Ferreiro e Santangões (mais tarde

anexa a Bagunte). Amorim e Beiriz foram incluídas no concelho de Vila do Conde e só passaram para a Póvoa em 1853, quando se perderam as freguesias de Rio Mau, Outeiro, Parada, Ferreiro e Santangões; Balasar ficou durante algum tempo a pertencer a Famalicão. Quanto a Aver-o-mar e Aguçadoura, pertenciam respectivamente às freguesias de Amorim e Nabais, apenas alcançando a independência administrativa no nosso século - cf. AMORIM, Manuel - As delimitações da vila e termo da Póvoa de Varzim

no século XVIII (1), in "O Comércio da Póvoa de Varzim", ano 74, n.°40, de 30 de Setembro de 1976. 2 SILVA, Ana Cristina Nogueira da; HESPANHA, António Manuel - O quadro espacial, in "História de Portugal"

litígios, aferição de medidas, regulamentação das actividades económicas (concessão de licenças comerciais e fixação dos preços dos bens essenciais), recrutamento de milícias, cobrança de impostos. Acima do concelho estava a comarca, sede do Corregedor, a quem cabia as funções de inspeccionar o governo local e, quando

necessário, intervir na decisão de algumas causas3, como se verificou em relação à

definição do termo da Póvoa. A realidade comarca era menos visível e próxima que a concelhia, variando a importância das suas funções no tempo e no espaço. O termo da Póvoa de Varzim, governado pela Câmara da vila, estava inserido na Comarca e Provedoria do Porto.

Quanto à freguesia4, unidade eclesiástica mínima, cabiam-lhe as funções

religiosas (pense-se no papel preponderante da religião nos domínios da vida individual e colectiva: prática do culto, pregação e administração dos sacramentos) e as funções de ordenação "civil", desempenhadas pelos párocos, confrarias e irmandades (estabelecendo normas de convivência, resolvendo litígios, difundindo padrões culturais e de comportamento moral). É de sublinhar a importância assumida por esta unidade espacial que, "pela finura da sua malha territorial, pela centralidade das suas funções e pela qualidade do seu equipamento administrativo", se tornou "decisiva no

enquadramento político do espaço"5. Integrada na Arquidiocese de Braga, a Póvoa

possuía uma única freguesia ou paróquia, sob invocação de N.a S.a da Conceição.

3 Idem - Ibidem, pp. 39-41. Embora teoricamente o Corregedor devesse proceder a uma visita anua» aos

concelhos que lhe estavam sujeitos, na prática dominavam as assimetrias regionais, explicáveis em parte pelo facto de, em cada ano, o Corregedor não ter tempo de visitar todos os concelhos daquelas comarcas em que, como no centro e norte, o seu número era muito alargado. A que se acrescenta uma preferência pela visita às terras mais ricas. - cf. Idem - Ibidem, p. 41 As comarcas desapareceram com o Decreto de 18 de Julho de 1835, para dar lugar à hierarquia Província-Distrito-Concelho-Freguesia, como resultado da "redefinição de toda a orgânica da administração" - cf. RODRIGUES, Henrique - O espaço geográfico da

Ribeira Uma na reforma administrativa de 1832-36, in "Estudos Regionais", n.° 13/14, Centro de Estudos

Regionais, Dezembro de 1993, pp. 151-152.

4 SILVA, Ana Cristina Nogueira da; HESPANHA, António Manuel - Art. cit., pp. 42-43. 5 Idem - Ibidem, p. 43.

Entendemos ser importante o esclarecimento destes conceitos na medida em que nos servimos deles, não só para a questão que estamos a tratar, mas ainda quando nos debruçarmos sobre os aspectos demográficos.

A discórdia entre a Câmara da Póvoa e a de Barcelos devido à questão sobre a definição dos limites do termo poveiro vinha já do século XVII, com pontos quentes nos anos de 1671 e 1694, acabando mesmo por ser levada a tribunal. Pelo tombo da Casa de Bragança, o território pertencente à Póvoa era tão limitado que os moradores se queixavam que não tinham "onde arrancar pedra para a construção das suas casas,

nem pastos nem matos para os seus gados"6 e pediram a intervenção da Coroa para

resolver o conflito e lhes dar a posse que reivindicavam do baldio da Gandra.

Nesse contexto, e por Provisão Régia de 27 de Agosto de 1706, foi enviado à

Póvoa o Corregedor Gaspar Cardoso7 para proceder à delimitação do termo poveiro, o

que teve início em Janeiro do ano seguinte e resultou na elaboração de dois autos, o "Auto da demarcação da Gandra" e o "Auto da demarcação da restante Póvoa e Barcelos"8.

Passaremos a indicar, de forma sucinta, os limites do termo (MAPA 2) estabelecidos

em 1707: a divisão meridional com o território de Vila do Conde (que vinha do século XVI e ainda hoje se mantém) parte de Casal do Monte, segue para poente pela estrada até à ermida de S. Brás de Regufe e daí continua, pelo caminho em direcção ao mar, onde o penedo do Cabedelo serve de marco divisório; o limite nascente iniciava-se no Casal do Monte, seguia para nordeste pela estrada de Braga (junto ao aqueduto),

6 AMORIM, Manuel - As delimitações da vUa e termo da Póvoa de Varzim no sécuio XVHl (2), m "O Comércio

da Póvoa de Varzim", ano 74, n.°41, de 7 de Outubro de 1976.

7 A Câmara da Póvoa escolheu dois homens "honrados", Francisco Leite Ferreira e Bento da Rocha Lobo,

para dar assistência ao Corregedor - cf. AMORIM, Manuel - Art. cit.

8 Documentos publicados por AMORIM, Manuel - As delimitações da vila e termo da Póvoa de Varzim no século XVIII (2-5), in "O Comércio da Póvoa de Varzim", ano 74, n.08 41 a 44, de 7, 14, 21 e 28 de Outubro

passava pela Cruzinha e ia até às bouças de Paredes e Guizos (penedos) de Calves, passando pela Pedra Baleia, seguia em direcção a sudoeste, até ao Bocal da Giesteira, incluindo assim, o sítio da Gandra no termo da Póvoa; do Bocal da Giesteira a demarcação seguia pela estrada que levava à Giesteira, atravessava os campos da Lagoinha e dividia a Giesteira ao meio, ficando uma parte para o termo de Barcelos; a norte, a linha divisória corria pelo caminho em direcção a Penouços, onde direccionava para sul até atingir a Vila Velha, sendo este lugar pertença de Barcelos; da Vila Velha continuava para poente, atingindo a praia no Lugar da Regouça.

Esta descrição da comparação dos limites do termo nos séculos XVI e XVIII permite observar que a expansão territorial se deu com a anexação dos baldios e poças da Gandra, das Agras de Barreiros e dos lugares da Mata e da Senra, de que resultou a inclusão da igreja paroquial na área da circunscrição civil e administrativa e a abrangência de uma significativa faixa de areais a norte que se estendiam até à Praia da Regouça.

As dimensões da área da Póvoa não eram, à época, consideradas muito significativas, pelo menos na opinião de Leandro Rodrigues, segundo o qual a vila confronta "do Occidente com as prayas do mar em tão lemitado espaço que apenas tem de cumprimento na beyra da praya hum quarto de legoa, que corre de Norte a Sul, e no mayor cumprimento no meyo da sua largura tem de Norte ao Sul meya legoa, e de largura, na maior de Nascente a Occidente hum quarto de legoa"9. Não seria um termo

assim tão reduzido... pelo menos para a realidade espacial do século XVIII.

de 1976.

9 Noticia do Doutor Leandro Rodrigues [1736]. Transcrita e prefaciada por Fernando Barbosa - O Concelho da Póvoa de Varzim no século XVIII. As Memórias Paroquiais de 1736 e 1758, in Bol. Cult. "Póvoa de

Varzim", vol. I, n.° 2, 1958, p. 271. Leandro Rodrigues, sacerdote e advogado, foi Juiz da Confraria de N.a

S.» do Rosário na Mesa de 1758-59, quando Francisco Félix da Veiga Leal era o escrivão. A notícia do Dr. Leandro constitui a resposta ao questionário ordenado por D. João V com vista à criação do "Dicionário Geográfico" de cuja organização estava responsável o P.e Luís Cardoso. Em 1758 novo inquérito foi pedido

Importa agora destacar a falta de coincidência entre os limites do termo, que definiam a área da circunscrição administrativa e judicial, onde a jurisdição pertencia ao juiz ordinário ou ao juiz de fora, e os limites da freguesia, entendida como a área de circunscrição eclesiástica que ficava sob a jurisdição do pároco (formada pela paróquia única de N.a S.a da Conceição). Já o Tenente Veiga Leal10, em 1758, tinha chamado a atenção para este assunto, informando que "n'esta villa [a freguesia] é em parte maior que o termo, e em outra parte estende-se o termo fora dos limites da freguezia". Concretizando, o termo da Vila da Póvoa, a nascente, entrava em território da freguesia de Argivai, pois a Gandra pertencia à Póvoa, mas os moradores eram fregueses de Argivai; a norte, parte da Giesteira e a quase totalidade da Vila Velha estavam incluídas

no termo de Barcelos, porém os moradores destes lugares pertenciam à paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Foi a estes casos que o Tenente se referiu quando afirmou que "nos limites d'esta freguezia há visinhos que são da freguezia, e não do termo, e outros que são do termo, e não da freguezia".

Esta realidade trazia por vezes inconvenientes aos habitantes. Podemos exemplificar com os lavradores João Rodrigues e seu filho, moradores na Vila Velha do termo de Barcelos e fregueses da Póvoa, que tiveram que pedir autorização para

recolher sargaço dentro do termo da Vila, com o qual podessem adubar as suas terras .

Póvoa foram desta vez elaboradas peto Tenente da Fortaleza, Veiga Leal.

10 Noticia da Villa da Póvoa de Varzim, feita a 24 de Mayo de 1758, por Francisco Félix Henriques da Veiga

Leal. Transcrita e prefaciada por Fernando Barbosa - O Concelho da Póvoa de Varzim no século XVIII. As

Memórias Paroquiais de 1736 e 1758, in Bol. Cult. "Póvoa de Varzim", vol. I, n.° 2, 1958, pp. 312 e 314; cf.

BARBOSA, Fernando - Frei José da Sacra Família, in Bol. Cult. "Póvoa de Varzim", vol. I, n.° 2, 1958, p. 406.

11 "Registo de huma petição e documentos de João Rodrigues e seu filho Jozé Rodrigues do lugar da Villa Velha (...) sendo os suplicantes como sam da freguezia de Nossa Senhora da Conseição desta Villa da

Povoa mas do termo de Barcellos tem os suplicantes vários bens ou maior parte délies dentro dos lemites deste termo que pagam a esta Villa a déssima a Sua Magestade sendo certo que no Sennado da Camera desta ditta Villa há hum acórdão ou foral que dis não poderão tirar na praia dos lemites da dita Villa os argaços senão os moradores da Povoa sim expreçar se são os do termo se os da freguezia ainda que munto sendo asim parese que para a agricultura das terras que pagam a déssima a esta Villa nam falando ainda nos dízimos de todos para a freguezia como freguezes; se achavam nos termos de Vossa Mersse lhe

Refira-se que, embora o Foral especifique que o direito de apanhar sargaço sem pagar qualquer contribuição pertencia aos moradores do termo, no desfecho deste caso a decisão camarária não respeitou a disposição foraleira e abriu uma excepção. Podemos pensar que muitas mais devem ter existido, reflexo, afinal, do funcionamento não totalmente rigoroso da estrutura fiscal e administrativa do Antigo Regime.

Não só os lavradores da Vila Velha se sentiam por vezes prejudicados com esta situação, pois deparamos com os pescadores "da freguezia desta dita Villa, e moradores na Rua d'Ariosa da parte do termo de Barcellos" a nomear por seu procurador José Alves de Faria de Lisboa, com o objectivo deste os representar em qualquer causa, mas especialmente na "cauza de embargos aos aforamentos das tomadias na praia e areias de Regouça e dezembarque das suas embarcaçõens da pescaria do dito termo de Barcellos contiguo a esta Villa da Povoa"12. Tratava-se de dificuldades relacionadas com

aforamentos de terrenos e areias que envolviam a Câmara de Barcelos e com a utilização da doca de abrigo por barcos de fora do termo.

Em 1824, um pleito envolveu o rendeiro do "rial imposto em cada quartilho de vinho e aratel de carne que se vendesse nesta Villa, para a pia instituição do hospital" e os vendeiros da Rua do Norte "desta freguezia e todos do termo de Barcellos", os quais "por mal aconcelhados e como homens rústicos" opuseram-se ao pagamento do dito imposto "firmados no mal fundado pertexto de serem do destrito de Barcellos". Porém, informados que "Sua Magestade concedeo a dita graça a toda a Villa e freguezia em que elles são comprehendidos" e "visto o resto do mais povo do mesmo destricto querer livremente pagar e utilixarse do benefficio do hospital"13, pediram ao Senado que lhes

atender ao prezente requerimento para lhe dar licença de o tirarem o dito argaço sem incorrerem em pena alguma"; o requerimento, datado de 1793, teve o despacho favorável - A.M.P.V - Registos Gerais, mç. 37, Iv. 229 (1790-1820), fis. 19v-20v.

12 Ap. Doc, A.D.P., doe. n.° 615: "Procuração bastante que fazem Manoel Fernandes Braga, e outros abaixo declarados da freguezia desta Villa em 8 de Agosto de 1820 ".

perdoasse o pagamento dos meses em atraso relativos ao mesmo ano de 1824, pois não tinham cobrado o referido real na carne e vinho que haviam vendido.

Observamos que para norte o crescimento urbano avançou de forma contínua pelo território pertencente a Barcelos, correndo os limites, assinalados com marcos divisórios, pelo meio dos arruamentos e do casario. Assim, algumas ruas tinham parte do seu troço no termo barcelense, como é o caso do topo nascente da Rua da Senra, junto à Vila Velha, e o prolongamento para norte das Ruas da Areosa e do Norte;

quanto à Rua da Regouça, situava-se na sua totalidade no termo vizinho. Concretizemos com a descrição de mais algumas situações.

O vendeiro Manoel Francisco Machado, morador na Rua da Areosa desta Vila, ao fazer o trespasse do negócio a seu filho, Tomás José Pinto, especifica a localização dos seus estabelecimentos da seguinte forma: "hua venda de vinhos azeite e outras miudezas por miúdo a saber hua na Rua da Regoussa desta Villa da parte do termo de Barcellos (...) e outra no lugar junto aos marcos pegado a Rua da Senra também da parte do termo de Barcellos"14.

Manuel José Ferreira, negociante, comprou um terreno de areia ao pescador Manuel Gonçalves de Crasto situado na parte da Rua do Norte pertencente a Barcelos. As suas delimitações eram as seguintes: "comfronta pello nascente com a rua publica norte com o terreno de Constantino Lopes Rodrigues sul com a rua que vai para os

com o Senado da Camera desta Wla em 3 de Dezembro de 1824 ". A Câmara resolveu que "devião pagar por inteiro os três mezes do anno de mil oito centos e vinte e três visto terem tirado ao povo e dos que devião do anno de mil oito centos e vente e quatro visto serem uns pobres e não terem tirado o dito rial nesse tempo pagarião huma parte do inporte dos ditos mezes e se lhe perdoarião as duas ficando daqui em diante obrigados por esta escritura a tirarem e pagarem o dito rial na forma da Provizão (...)". Trata-se da

Provisão de D. João VI, datada de 29 de Abril de 1822 e publicada por AMORIM, Manuel - O Caderno de

Alves Anjo (1822-1830). Subsídios para a história do nosso hospital, in Bol. Cult. "Póvoa de Varzim", vol.

XXV, n.°2, 1987, pp. 322-323.

marcos que dévide esta Villa do termo de Barcellos (...) pello puhente com a Rua da Arioza"15.

São abundantes os casos em que a Santa Casa da Misericórdia empresta dinheiro para a factura de casas na zona da Regouça, edifícios esses que ficavam foreiros à Câmara de Barcelos, mas cujos proprietários pertenciam à paróquia da Póvoa. Apenas alguns exemplos: em 1797, o pescador João José do Monte e sua mulher, moradores na Rua da Regouça, pretenderam construir "hua morada de cazas na dita rua"16 num

meio chão de areia que possuíam; também Custódio Fernandes e sua mulher, da Rua dos Gaios, pediram ajuda para "construir huma morada de cazas em hum terreno de areia solta sito no Lugar da Regouça termo de Barcellos"17; José dos Santos Viana, o

Novo e sua mulher, pescadores residentes na Rua da Senra, recorreram ao dinheiro pedido a juro à Misericórdia para "acabar de edificar huma morada de cazas terrias que andão fazendo no Lugar da Regouça do termo de Barcellos"1 .

É igualmente num documento de divida à Santa Casa que há referência ao desenvolvimento para norte, ultrapassando o termo da Póvoa, da Rua da Ariosa: "Joze Correia dos Santos, e sua mulher Maria Dias moradores na Rua da Arioza da parte do termo de Barcellos (...) para acabarem de edificar huma morada de cazas sobradadas que tem principiado contíguas as em que vivem (...) ambas citas na Rua d'Arioza (...) foreiras a Camará da villa de Barcellos"19 pediam dinheiro a juro.

15 Ap. Doe., A.D.P., doc. r>.° 782.

19 Ap. Doc., A.D.P., doe. n.° 157: "Dinheiro a juro que dá o Provedor e mais irmãos da meza da Santa Caza da Mizericordia desta Villa a João Joze do Monte pescador e sua mulher da Rua da Regouça termo de Barcellos".

17 Ap. Doe., A. D. P., doe. n.° 535: "Dinheiro a juro que dá o Provedor e mais irmãos de meza da Mizericordia desta Villa a Custodio Fernandes e mulher Anna Dias desta mesma em 16 de Junho de 1817".

18 Ap. Doc, A.D.P., doe. n.° 671: "Escritura de divida e de dinheiro a juro da quantia de 38S400 reis que fazem Joze dos Santos Vianna o Novo e sua mulher Roza Maria da Rua da Senrra desta Villa a Santa Caza da Mizericordia desta mesma em 11 de Maio de 1823".

19 Ap. Doo, A.D.P., doe. n.° 451: "Dinheiro a juros que dão o Provedor e mais irmãos de meza da Santa Caza da Mizericordia desta Villa a Joze Correia dos Santos e sua mulher Maria Dias da Rua d'Arioza termo

O termo englobava a Vila da Póvoa de Varzim, entendida como o núcleo urbano, e vários lugares dominados por um forte carácter de ruralidade. Com o avançar do século XVIII não só a Vila apresentou um amplo crescimento, mas igualmente os lugares incluídos no seu termo se desenvolveram e multiplicaram, como demonstramos no capítulo IV.