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3. ENTRE O IDEAL, OS DESAFIOS, A REALIZAÇÃO E AS EXIGÊNCIAS DA PROFISSÃO

3.7. O TRABALHO DOCENTE SOB O OLHAR DA INSTITUIÇÃO

O número de docentes efetivos no CEFET-MG não é fixo, há uma variação durante o ano, porque existem as licenças por motivo de saúde, as aposentadorias, os afastamentos por motivo de capacitação e outros casos. Por isso, o número de docentes temporários é também bastante significativo. Tivemos dificuldade de acesso aos dados oficiais, tendo em vista que os mesmos não se encontram sistematizados, assim como os dados relativos aos afastamentos por doença. Não há dados disponíveis sobre readaptação ou aposentadoria por incapacidade laboral, e, também não foi possível verificarmos os motivos dos afastamentos. Assim, para a elaboração dos gráficos demonstrativos dos percentuais de afastamentos, por motivo de saúde, fizemos uma média do número de docentes existentes na Instituição nos meses de janeiro, julho e dezembro dos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009.

Acreditamos que a partir deste ano, a Instituição venha a organizar as informações relativas à saúde do seu quadro funcional, para poder planejar as ações necessárias ao que foi preconizado pelo Decreto 6.833, de 29 de abril de 2009, pois as ações no sentido da promoção, prevenção e acompanhamento da saúde, exige, preliminarmente, a elaboração de um diagnóstico. Destacamos que o CEFET-MG já tem iniciativas no sentido da prevenção, algumas com êxito, como é o caso da saúde bucal e da vacinação contra a gripe sazonal.

Procuramos verificar de que modo a Instituição se relaciona com os docentes, quais os problemas que mais afetam o seu trabalho no cotidiano, como são resolvidos e quais as possibilidades de melhoria nesse cenário de trabalho que comporta satisfação, motivação, produtividade, mas também adversidades.

A Diretoria do Campus I acredita que os Professores estão adequados ao perfil do CEFET-MG, pois são qualificados, ministram aulas e desenvolvem projetos de pesquisa. Segundo suas informações, o desejo do CEFET-MG de ser reconhecido como Universidade Tecnológica não altera o seu relacionamento nem as exigências laborais, tendo em vista que na prática, a Instituição já funciona em conformidade com esse status.

Quanto às condições de trabalho, avalia que os professores têm um ambiente bastante favorável ao desenvolvimento das aulas. As condições não são ideais, mas a Instituição busca atender aos anseios dos professores. Segundo a Diretoria, essa busca é permanente, pois as demandas se renovam continuamente. Os professores são lotados em Departamentos ou

Coordenações e podem resolver as questões através desses setores, mas sempre que procuram a Diretoria de Unidade são atendidos. A atual gestão, do Campus I, mostrou-se acessível ao diálogo, procurando avaliar as demandas que cotidianamente lhe são apresentadas, de qualquer natureza: seja no aspecto de equipamentos, infra-estrutura, relacionamentos, questão disciplinar, foi declarado que, tudo é devidamente avaliado na perspectiva da satisfação das necessidades apresentadas. Foi dito que infelizmente, nem tudo pode ser realizado, mas quando há essa possibilidade, é bom para o professor e para a Instituição, mas isso é um verdadeiro desafio, diário. Se um problema disciplinar é relatado à Diretoria, o professor não fica sem atendimento, assim como o aluno. Basta procurar ajuda. Essa afirmativa pode ser comprovada, segundo as pesquisas feitas nas ocorrências por indisciplinas, onde a cada reclamação a Diretoria interveio com advertência, aconselhamento ou suspensão.

Segundo a Diretoria de Unidade, não há problemas significativos de faltas. Os Coordenadores resolvem esta questão, verificando a necessidade de professor substituto em caso de afastamentos longos, e encaminhando o pedido de contratação. No cotidiano, se o professor precisar faltar por qualquer razão, por um dia ou dois, basta apresentar o plano de reposição das aulas. Para a Diretoria, é da maior importância que as aulas sejam repostas. Não existe um controle rígido sobre isso, havendo sempre a possibilidade de negociação. No entanto, observa que, nos cursos Técnicos Integrados, há a dificuldade de reposição, devido aos dois turnos de aula que os alunos têm obrigação de assistir. Muitas vezes os horários de reposição dos professores são incompatíveis com os horários dos alunos. Por isso, os professores só faltam em casos extremos. Diante desta afirmativa observamos, que, os professores entrevistados, mesmo quando apresentaram algum problema de saúde, preferiram continuar ministrando as aulas, pois mesmo com atestado médico, a reposição precisaria ser feita.

A Diretoria de Unidade observa que os professores são bastante envolvidos com o trabalho que vêm desenvolvendo; eles acumulam múltiplas funções, referindo-se ao ensino, pesquisa e extensão, e acredita que isso é positivo e que potencializa sua motivação interior.

Quanto à divisão do trabalho, as Coordenações ficam responsáveis pelos encargos acadêmicos. Atualmente, os professores, que são também pesquisadores, têm reduzidas suas horas em sala de aula, mas conforme mostrou esta pesquisa, as obrigações com relação ao produtivismo acadêmico tem trazido muitas preocupações e desgaste e eles literalmente, “estão perdendo o sono” com essa situação. Se por um lado ficam satisfeitos por verem seus

projetos sendo premiados e reconhecidos, por outro, as responsabilidades também aumentaram.

Existe uma proposta de Encargos Acadêmicos, em discussão na Instituição, que pontua as atividades docentes, conforme a estrutura atual, e conforme as necessidades das Instituições de Ensino Superior-IFES. Esta proposta prevê a pontuação dos encargos acadêmicos, tais como, o ensino, a pesquisa, a extensão e as atividades administrativas, cabendo aos Departamentos e/ou Coordenações aprovarem os planos de trabalho dos docentes, desde que, estejam submetidos às normas em vigor. Apesar da proposta não ter sido aprovada ainda, a Instituição já funciona de fato, nessa perspectiva, valorizando as atividades ligadas à pesquisa, tais como, a coordenação de projetos de pesquisa, com ou sem captação de recursos, publicação de artigo em periódico internacional e nacional, produção de software com ou sem registro de patente, coordenação de projetos de extensão com ou sem captação de recursos, entre outras.

A Diretoria de Unidade acredita que no atual cenário, as condições de trabalho são boas, mas é possível melhorar, assim como acredita que as questões relativas à saúde docente possam ser tratadas por meio de ações, como o Programa Qualidade de Vida. Todavia comenta que os professores também precisam dar maior importância à questão da saúde, pois a freqüência destes nas atividades programadas é muito baixa. Sendo necessário trabalhar essa conscientização também. Isso pode ser discutido e incluído no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que é aberto à discussão no CEFET-MG. É uma oportunidade de participação de todos os servidores.

Com relação ao Setor Médico-Odontológico ( SMODE), também não foi possível a análise dos dados, porque não há ainda um banco de dados. Mas, com base na observação diária, a Coordenação do setor prestou valiosas informações que se coadunaram com os relatos dos professores entrevistados.

As principais queixas dos docentes estão relacionadas ao estresse pela carga horária de trabalho. A vida agitada diária tem resultado em queixas de cefaléia, pressão alta e irritabilidade:

Quando falam que estão estressados, demonstram cansaço. Precisam parar um pouco, descansar, dar uma parada. Descansar um pouco das atividades; fazer uma atividade física; relaxar um pouco. Dar uma parada da sala de aula, fazer caminhada...Parar para olhar a qualidade de vida, isso é precário no professor: precisa ter alimentação no horário certo, atividade no momento certo.Por isso aqui no CEFET-MG tem o Projeto Qualidade de Vida, para o servidor participar aqui dentro, porque às vezes não dá para fazer lá fora.( SMODE, 2010).

Segundo o SMODE, O CEFET-MG já vem se preocupando com a saúde dos servidores, e apesar de não haver um programa específico aos docentes, há o Programa Qualidade de Vida (PQV), criado há quatro anos, com algumas atividades que poderiam minimizar esse cansaço demonstrado nas idas a este setor. Contudo, observa que os docentes não participam das atividades regulares, nem das oficinas. Por outro lado, os entrevistados, mesmo reconhecendo a importância do PQV, afirmaram que não há tempo para participarem das atividades, além disso, ocorre incompatibilidade de horários, por certas vezes.

Neste setor, foi observado também, que as intercorrências são maiores no início do ano letivo e nas épocas das Avaliações Somativas. No período destas avaliações, alunos e professores ficam bastante apreensivos. Outro momento de tensão observado foi referente às obras recentes na Instituição: os docentes se queixaram do barulho, da poeira e dos problemas quanto ao uso da voz.

No SMODE, o serviço é oferecido nos três turnos, e segundo a Coordenação, nenhum professor fica sem atendimento. Se não houver médico, o paciente é encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento mais próxima.

A Coordenação do Setor Médico-Odontológico, a exemplo da Diretoria de Unidade, acredita no trabalho de promoção da saúde, com ênfase na prevenção, mas admite que é preciso haver discussões para que projetos nessa direção sejam realizados. Na Instituição, a Coordenação Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos já vem estudando a questão da saúde do servidor, no sentido de possibilitar as inovações propostas pelo Subsistema de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS), tais como a instituição de exames periódicos e a organização e a sistematização dos dados sobre a saúde do servidor. Estas inovações compreendem ainda, discussões multidisciplinares e integradas. Mas isso, ainda é recente, e um grande desafio, pois quebrar o paradigma atual, predominante, de diagnosticar a doença, significa a constituição de novos saberes e de uma nova cultura.

Os dados a seguir apresentados estão postos, no sentido de que possamos demonstrar, ainda que parcialmente, o perfil de afastamento face ao adoecimento na Instituição.

Com base na média de professores existentes entre os meses de janeiro, julho e dezembro de cada ano, foi possível verificarmos que os percentuais de afastamento estão crescendo, embora, em 2007, tenha havido um decréscimo de 5% em relação ao ano anterior. Todavia, observamos que entre os anos de 2008 e 2009 houve um acréscimo de 3% de afastamentos dos docentes.

Nos quadros a seguir, podemos visualizar, o detalhamento do afastamento dos Docentes efetivos do Campus I ,por motivo de saúde, considerando-se o ano e a quantidade de dias em que estiveram afastados e quantos professores foram afetados por adoecimentos que os incapacitaram, temporariamente, para o exercício das suas atividades laborais.No ano de 2006 o quadro mostra afastamentos entre dezessete e sessenta e um dias. No ano de 2007, as licenças médicas variaram de dezesseis a cento e vinte dias. Em 2008, a variação foi de dezenove a noventa e três dias e finalmente, em 2009, o mínimo de dias de afastamento foi de dezesseis dias e o máximo, foi de cento e oitenta dias. Descartamos desta amostra, as licenças até quinze dias para evidenciar a quantidade de dias que gera a necessidade de contratação de professores substitutos. Dependendo do número de faltas as Coordenações e /ou Departamentos conseguem reorganizar a carga horária e substituir o professor. Nosso recorte

teve como objetivo, verificar o índice de afastamentos por intercorrências mais graves, geradores de ausências mais longas.

A despeito de não termos tido meios de verificar as causas destes afastamentos, podemos inferir que os motivos foram “importantes” 62, pelo tempo em que os docentes ficaram sem poder trabalhar. Observamos ainda, no cômputo geral, ter sido significativo o número de docentes que obtiveram licenças médicas com mais de quinze dias. Não foi possível também, verificarmos se os docentes relacionados neste demonstrativo, com mais de sessenta dias de afastamento, foram reintegrados ao trabalho. Tais questões poderão ser elucidadas, em outro momento, com as informações sistematizadas pela Instituição, por meio da implantação do SIASS.

CEFET-MG : Afastamentos de docentes relativos ao ano de 2006

62 Pela ausência de outras informações, não pudemos afirmar com precisão a gravidade da situação que motivou

CEFET-MG : Afastamentos de Docentes relativos ao ano de 2007

CEFET-MG : Afastamentos de Docentes relativos ao ano de 2009

O gráfico abaixo, elaborado com as informações dos quadros anteriores, contendo as licenças médicas, acima de quinze dias, também demonstra o crescimento dos afastamentos ligados à saúde na Instituição. Como não há dados disponíveis sobre o quê levou a esses afastamentos com mais de quinze dias, não é possível fazer algum tipo de análise sobre como evitar esse problema. O que podemos inferir, é que a Coordenação Geral de Desenvolvimento de Administração de Pessoal (CGAP) precisa sistematizar as informações do quadro funcional de docentes, juntamente com a CGDRH/SMODE para que isso venha a subsidiar as discussões sobre a saúde docente na Instituição. A idéia atual destes setores, é a de que a atenção à saúde deve ter ,como foco, o servidor do CEFET-MG. Quanto a isso, concordamos parcialmente, posto que estas são ,categorias, com cargas de trabalho diferenciadas. Há especificidades que precisam ser consideradas, a exemplo do uso profissional da voz versus ruídos no ambiente de trabalho, a bipedestação de longa permanência, entre outras citadas nesta pesquisa. Não visualizamos homogeneidade, nem mesmo entre os professores, pois constatamos trabalhos e condições diferenciados, nos cursos Técnicos Integrados, onde atuam Professores da Formação Geral e os da Formação Técnica. Então não acreditamos na eficácia de ações que venham a considerar que os servidores da Instituição apresentam as mesmas demandas quanto aos aspectos de valorização da saúde. Concordamos que algumas ações

poderão ser estendidas a todo o quadro funcional, mas outras exigem o respeito às especificidades.

Gráfico demonstrativo da situação dos Docentes do Campus I com mais de quinze dias de afastamento

O quadro demonstrativo a seguir, informa o total de Docentes Efetivos em alguns meses, início, meio e fim de ano, o que nos permitiu estimar a média anual de docentes. Comparando essa média com os afastamentos, pudemos traçar um perfil aproximado do quadro anual de afastamento dos Docentes, por problemas de saúde, no CEFET-MG. Expusemos também, o quadro demonstrativo de Docentes temporários da Instituição, para que se possa ter conhecimento do quantitativo referente a esta outra categoria63.

63 Este demonstrativo contém: no quadro I professores efetivos, no quadro II os temporários(substitutos) e no

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho investigativo que resultou nesta dissertação foi traçado com muito cuidado e carinho. Houve muitas dificuldades. A primeira e mais consistente foi a da oferta limitada de referenciais teóricos neste campo de investigação ainda em construção que é a saúde docente. Há trabalhos sobre “saúde do trabalhador”, mas é evidente que existem diferenças e especificidades que não podem caber em recortes de tal magnitude. Há outros tantos recortes como “saúde da mulher”, “do idoso”, e vários outros, contudo há poucos livros publicados, específicos sobre o nosso tema. Por outro lado, pudemos contar com inúmeras publicações incluindo: artigos em revistas, teses, dissertações e anais, entre outros. Outro ponto nevrálgico consistiu no fato de estarmos inseridas no mesmo contexto da pesquisa. Isso foi desafiador, impondo-nos o compromisso diário de manter o distanciamento necessário para não confundirmos os sentimentos, desempenhando, assim, o que consideramos ter sido um árduo e duplo papel: de docente e pesquisadora. Esperamos ter conseguido realizar esse feito, circunscritas à ética do trabalho investigativo, revelando pontos fortes e fragilidades, todavia mantendo o anonimato dos nossos interlocutores e preservando o respeito a esta Instituição que também faz parte da nossa história de vida.

Nesta pesquisa concluiu-se que, no CEFET-MG, há um misto de satisfação e desgaste entre os Professores entrevistados. Esses demonstram motivação para o trabalho e falam com carinho sobre a Instituição. Todos, desde os mais jovens recentemente inseridos no quadro funcional, aos veteranos, expressaram seu sentimento de realização no trabalho que desenvolvem. A Instituição incentiva a capacitação do seu quadro funcional, bem como estimula as pesquisas em todas as áreas do conhecimento, por isso caminha no sentido da excelência acadêmica; os incentivos e o estímulo são fatos nomeados no conjunto das entrevistas.

As críticas incidiram sobre a estrutura organizacional e, consequentemente, sobre as condições de trabalho. Nesse sentido, pode-se considerar que esta investigação trouxe uma contribuição significativa para a Instituição, na medida em que mostra a necessidade de determinados ajustes e/ou inovações nas práticas de gestão atuais com o intuito de que o trabalho docente não seja impactante sobre a saúde dos seus professores.

Devemos destacar que a gestão, na Instituição, não se resume ao papel do Diretor Geral ou mesmo à Diretoria do Campus I. Conforme demonstramos na pesquisa, a estrutura organizacional comporta especialidades diversas, com objetivos gerais convergentes no

sentido de que o bem-estar e a qualidade de vida dos servidores sejam alcançados. Não obstante, são apontados alguns acordes dissonantes decorrentes alguns da própria diversidade no interior do CEFET, ou da amplidão do Campus I e das locomoções entre os Campi. De fato, a Instituição já vem demonstrando preocupações com a saúde do seu quadro funcional, estabelecendo ações preventivas bem sucedidas como as campanhas de vacinação e de saúde bucal. No entanto, há necessidade de ampliar essas ações, assim como de promover discussões sobre as questões que envolvem a saúde dos servidores. Em outras palavras, faz-se necessário extrapolar a via educativa já em andamento, e sem dúvida importante, mas que não atende às demandas atuais, pois centra no indivíduo a responsabilidade pela sua saúde e/ou adoecimento. Ações inovadoras devem ir ao encontro do que estabelece o Subsistema de Atenção à Saúde do Servidor, criado pelo Governo Federal. Consideramos que os sujeitos que trabalham no CEFET-MG devem ser não apenas o público-alvo das políticas de promoção à saúde, mas sujeitos na elaboração das mesmas, em integração e diálogo permanentes com as diversas especialidades existentes na Instituição.

Neste Estudo de Caso, cada participante revelou aspectos que se complementaram: as informações prestadas individualmente puderam formar uma totalidade bastante coerente. Os entrevistados não souberam da participação uns dos outros, desse modo não poderiam “combinar as respostas”, o que imprime maior credibilidade e autenticidade aos resultados da pesquisa. Além disso, as entrevistas com a Diretoria do Campus I e com o Setor Médico- Odontológico, os registros das ocorrências por indisciplina e os dados fornecidos pela Coordenação Geral de Administração de Pessoal foram significativos, no sentido de corroborar os relatos dos entrevistados.

Todos os nossos interlocutores se emocionaram com as próprias revelações, porque as entrevistas se mostraram um momento de auto-reflexão, de autocrítica e de repensar o fazer da Instituição. Essa perspectiva nos surpreendeu e também fomos colhidos por ela.

Cada aspecto levantado foi-se desenhando, aos poucos, durante a pesquisa até se constituir num todo, numa espécie de retrato falado ou de uma fotografia construída por múltiplas lentes, em que, cada um focou num ponto e, no fim, os olhares sob todos os ângulos trouxeram o significado que buscávamos com este trabalho, que era o de dar vida a essas histórias. Tais histórias, sem que os sujeitos se dessem conta, se entrelaçaram e se complementaram. Continuando nessa metáfora fotográfica, diríamos que, o nosso papel, como pesquisadores envolvidos foi o de propormos o foco – a saúde docente – e, de a partir dos diversos ângulos, mergulharmos na análise para buscarmos uma boa revelação.

Cada um do seu modo construiu esse retrato do CEFET-MG que é, no final de tudo, um auto-retrato também.

REFERÊNCIAS Citadas

ASSUNÇÃO, Ada Ávila e OLIVEIRA, Dalila Andrade. Intensificação do Trabalho e Saúde dos Professores. In: Revista Educação e Sociedade, Campinas, Vol. 30, n° 107, p. 349-372, maio-agosto/2009.

ATHAYDE, Milton; BARROS, Maria Elizabeth; BRITO Jussara e NEVES, Mary Yale (org.) Trabalhar na Escola? ‘ Só Inventando o Prazer’. In: Rio de Janeiro: Edições IPUB/CUCA, 2001.

BASTOS, Josane Aparecida Quintão Romero. O Mal-Estar Docente, o Adoecimento e as Condições de Trabalho no Exercício do Magistério, no Ensino Fundamental de Betim-MG (Dissertação de Mestrado). Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Educação, Belo Horizonte, 2009.

BIAGINI, Jussara. A Lei e Diretrizes e Bases da Educação e Reestruturação Curricular do CEFET de Minas Gerais (Tese de Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,