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OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA

No documento TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS E AGRONEGÓCIO (páginas 115-119)

GESTÃO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA: TECNOLOGIAS SOCIAIS UTILIZADAS NO MEIO

2.2 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), instituídos no ano de 2000 com 8 objetivos de combate até 2015, foram significativos e demostraram que metas funcionaram, sendo dessa maneira instituído pela ONU como parte os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (OKADO, 2016).

O lançamento da Agenda, ocorreu em 2015 no mês de setembro num evento da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, lá foram idealizadas ações junto a Assembleia Geral da ONU, com a participação dos Estados-membros e da sociedade civil, as quais discutiram sobre suas contribuições.

Trata-se de uma ação envolvendo toda a sociedade com propósito de fortalecer a paz a liberdade, de maneira mais colaborativa entre as partes interessadas (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2019).

De acordo com informações da ONU (2018), foram lançados 17 Objetivos para a promoção da sustentabilidade e desmembradas em 169 metas elaborados com base nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

A intenção é viabilizar os direitos humanos no que é tangente à igualdade de gênero e empoderamento feminino, sendo estes integrados dentro das três dimensões do desenvolvimento sustentável (OKADO, 2016).

2.2.1 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL

Uma das estratégias da ONU, juntamente com a Força-Tarefa Global de Governos Locais e Regionais, pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pela ONU-Habitat para ajudarem os municípios e regiões que não atenderam a Agenda 2030, foi a elaboração do Roteiro para localização das ODS no Brasil, sendo no ano de 2016 adaptado para versão em português desse documento (ONU, 2019).

O documento trata-se de uma ferramenta para a localização dos ODS, tendo como finalidade ajudar na implementação desses objetivos no âmbito do contexto local de cada cidade e região (ONU, 2018).

É indiscutível que ações precisam ser realizadas a favor da água, pois ela é essencial a todos e dependemos dela para tudo conforme colocado por Boff (2016). Observando este contexto, que demonstra que a água é:

Um bem cada vez mais raro, ela é objeto da cobiça daqueles que querem fazer dinheiro com sua comercialização. Por isso nota-se uma corrida mundial para a privatização da água, e então surge o dilema ético político: a água é fonte de vida ou fonte de lucro? É um bem natural, vital e insubstituível ou um bem econômico e uma mercadoria? Evidentemente ela é um bem natural insubstituível, sem o qual a vida não resiste (BOFF, 2016).

A mudança se faz urgente e necessária e as metas estabelecidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, vem contribuir para que ações e políticas públicas sejam pensadas, planejadas e colocadas em prática a valor da manutenção desse bem precioso e tão necessário, principalmente para a maioria da população, principalmente no meio rural, onde se percebe que as ações são mais morosas para acontecer (JACOBI, 2003).

2.2.2 ODS 6 E AS METAS A SEREM ALCANÇADAS

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável item número 6 da ONU – Agenda 2030, tem como fundamento assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos e para isso foram criadas algumas metas, conforme observado na Quadro 1 (ONU; 2016).

Quadro 1. Metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6.

Descrições a serem alcançadas

6.1 Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água potável, segura e acessível para todos.

6.2

Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade.

6.3

Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas, e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.

6.4

Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água.

6.5 Até 2030, implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, inclusive via cooperação transfronteiriça, conforme apropriado. 6.6 Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos.

6.a

Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio ao desenvolvimento de capacidades para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados a água e ao saneamento, incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso.

6.b Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento. Fonte: (ONU, 2016).

A ODS Nº 6 é complementada no Brasil através da Lei Nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997 que estabelece da Política Nacional de Recursos Hídricos em seu Capítulo I, os seguintes fundamentos, objetivos e diretrizes de ação, conforme as Quadro 2, 3 e Quadro 4, respectivamente (BRASIL, 1997):

Quadro 2. Fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Descrições dos fundamentos

I assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos

II a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável

III a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais

Fonte: (BRASIL, 1997).

Quadro 3. Objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Descrições dos objetivos

I a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade

II a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País III a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental IV a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores

usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional V a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo

VI a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras

Quadro 4. Diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Descrições das diretrizes a serem alcançadas

I os Planos de Recursos Hídricos

II o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água

III a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos IV a cobrança pelo uso de recursos hídricos

V a compensação a municípios

VI o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos Fonte: (BRASIL, 1997).

Esses fundamentos, objetivos e diretrizes fornecem parâmetros para que os agentes nacionais criem uma Gestão Integrada dos Recursos Hídricos eficaz no desenvolvimento e execução de um plano de ação para que se possa alcançar os objetivos estabelecidos pela ONU na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2019).

Dessa forma, faz-se necessário, pensar de forma integrada e neste sentido a Gestão integrada dos Recursos Hídricos precisa fazer sua função de melhorar o aproveitamento da água, promovendo sua utilização de maneira equitativa, eficaz e sustentável (FREITAS, 2000).

No documento TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS E AGRONEGÓCIO (páginas 115-119)